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Scale-Up: o que é, desafios, exemplos e como construir!

06 de outubro 2021, 20:00

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Se as startups são consideradas as molas propulsoras da economia moderna, empresas do tipo scale-up podem ser comparadas a foguetes inteiros.

Não é exagero, afinal, segundo uma pesquisa do Sebrae, elas são responsáveis por gerar mais empregos do que as empresas tradicionais, com grande impacto macroeconômico.

A verdade é que todo empreendedor precisa conhecer esse modelo de desenvolvimento de negócios, cuja principal característica é o crescimento acelerado.

Essa é a sua chance de se aprofundar no assunto e, quem sabe, começar uma trajetória de sucesso à frente de uma scale-up.

Para tanto, esses serão os assuntos abordados:

  • O que é uma scale-up?
  • O que define as empresas scale-ups?
  • Quais são as diferenças entre startup e scale-up?
  • Empresas scale-ups no Brasil
  • Como construir uma scale-up?
  • Desafios da scale-up
  • Razões para se tornar uma scale-up
  • Erros que devem ser evitados ao se tornar uma scale-up
  • Como as scale-ups podem ajudar a economia do país
  • Como investir em uma empresa scale-up?
  • O que é o programa Scale-Up Endeavor?

Avance na leitura e saiba mais!

O que é uma scale-up?

Scale-ups são empresas que conseguem manter a taxa de crescimento de seu faturamento na faixa mínima de 20% ao ano, ao longo de três anos consecutivos.

Uma tarefa nada fácil, mas possível, desde que os gestores da empresa se preparem para isso.

De acordo com o já destacado estudo do Sebrae-RJ, só no estado do Rio de Janeiro há mais de 5 mil empresas desse tipo.

Uma característica interessante observada no levantamento é que, dessas empresas, 95% são de pequeno ou médio porte, e 55% têm mais de 11 anos em suas áreas de atuação.

O que define as empresas scale-ups?

Scale-Up: o que é, desafios, exemplos e como construir!
O que define as empresas scale-ups?

O crescimento vertiginoso do faturamento é o que define uma scale-up.

No entanto, essa modalidade de negócio também tem outras características relevantes, tornando-a única e inigualável.

Entre as principais, destacamos:

  • Desenvolvimento escalonável: graças à aplicação do conceito de economia de escala, é possível se desenvolver rápido, com o mínimo de custos
  • Crescimento exponencial: por terem propostas inovadoras e disruptivas, as scale-ups crescem a taxas exponenciais
  • Eficácia comprovada: para alcançarem margens incríveis de crescimento, elas testam e validam o modelo de negócio, minimizando riscos ao entrar no mercado
  • Mentalidade inovadora: para crescer de forma acelerada, elas precisam inovar, o que exige dos líderes uma mente aberta para criar novas soluções.

Quais são as diferenças entre startup e scale-up?

Também não seria exagero dizer que uma empresa scale-up é como se fosse uma versão turbinada de uma startup.

Isso porque, enquanto startups podem começar com poucos colaboradores (às vezes, duas pessoas bastam), uma scale-up demanda equipes maiores, algumas formadas por até 50 profissionais.

No entanto, talvez a principal diferença esteja no grau tolerável de exposição ao risco.

Afinal, em startups, o risco é relativamente bem aceito, faz até parte do processo de crescimento em alguns casos.

Já nas scale-ups, a margem de erro deve ser mínima, já que a quantidade de pessoas envolvidas é maior, além dos investimentos exigidos na fase de pré-lançamento.

Isso sem contar que, em uma scale-up, o produto ou serviço ofertado chega muito mais ajustado ao mercado, já que foi previamente testado e validado.

Empresas scale-ups no Brasil

Segundo a Endeavor, as scale-ups representam somente 0,5% de todas as empresas brasileiras.

Por outro lado, como vimos na pesquisa do Sebrae, apesar de menos numerosas, elas exercem grande impacto na economia, gerando proporcionalmente muito mais empregos.

De acordo com o Relatório Scale-Ups no Brasil, também da Endeavor, essas empresas contratam em média 31,3 novos colaboradores por ano.

Enquanto isso, as companhias convencionais contratam apenas 0,34.

Ou seja, uma scale-up no Brasil gera quase 100 vezes mais empregos, se comparada com outro tipo de organização.

Entre as empresas brasileiras de que se enquadram no modelo, essa pesquisa aponta como destaques:

  • Clearsale
  • Casa do Construtor
  • OilCheck
  • Dermage
  • Acesso Digital
  • Uatt
  • Escola 24 Horas.

Como construir uma scale-up?

Uma empresa scale-up não cresce tanto em tão pouco tempo por acaso.

Para alcançar altas taxas de crescimento, esse tipo de negócio exige um forte trabalho em equipe para que o produto ou serviço seja validado antes de ir ao mercado.

As empresas tradicionais e startups tendem a crescer a taxas normais, porque geralmente são lançadas sem tanto trabalho prévio e vão se adaptando às situações e desafios que se apresentam.

Já nas scale-ups, o processo é diferente.

Elas “chegam chegando” porque a fase do planejamento costuma ser muito mais minuciosa, tentando prever todas as variáveis.

Uma série de etapas de trabalho são cumpridas rigorosamente antes que o negócio finalmente saia do papel.

Para construir uma scale-up, é preciso observar alguns passos básicos, como veremos na sequência:

1. Troque experiências

Embora o aprendizado baseado na tentativa e erro seja sempre válido, no caso de uma scale-up, o que se busca é justamente minimizar as falhas.

Isso significa que, antes de lançar a empresa ou o projeto de expansão, é recomendável que os líderes tenham alguma rodagem no segmento empresarial que os qualifique para estar à frente de uma scale-up.

Um dos pressupostos básicos para o sucesso nesse modelo de negócios é ter ampla experiência na área em que se pretende atuar.

Com a experiência profissional, é importante manter um networking sólido e que possa ser acionado no momento certo.

Afinal, como veremos mais à frente, um dos desafios a serem superados nesse ramo é ter o timing adequado.

Um forte estudo de caso também é recomendado para evitar o processo de tentativa e erro.

2. Agregue flexibilidade

Devido ao seu alto nível de ambição e baixa tolerância ao risco, empresas do tipo scale-up devem estar prontas a mudar de direção a qualquer momento.

Nessas organizações, tudo varia o tempo todo, a um ritmo bem mais acelerado do que o normal.

Isso exige de seus líderes grande capacidade de se adaptar a novos contextos, até mesmo os mais hostis.

Em contrapartida, essa flexibilidade não quer dizer que se pode abandonar o planejamento ou abrir mão da capacidade analítica.

É sobre ter a ousadia necessária para tomar decisões que, no contexto de negócios, podem ser muito difíceis e exigir grande espírito de liderança.

3. Sonhe grande

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3. Sonhe grande

Quem está à frente de uma scale-up pode e deve pensar grande.

Afinal, com taxas de crescimento muito acima da média, é coerente esperar que a empresa possa assumir posições de destaque no mercado.

Não se trata de megalomania, até porque os números reforçam essa ideia.

Segundo o próprio IBGE, as receitas movimentadas somente pelas scale-ups são responsáveis por 5% do PIB, totalizando cerca de R$ 250 bilhões.

Esses dados destacam ainda mais a relevância de empresas desse tipo para a economia e credenciam seus gestores a tentar alçar voos cada vez mais altos.

4. Tenha persistência

Como em todo negócio, as scale-ups também enfrentam desafios e obstáculos para continuar crescendo.

Por mais que elas baseiem suas atividades em um minucioso planejamento, isso não as torna imunes aos riscos e oscilações do mercado.

Portanto, cedo ou tarde, até mesmo as empresas mais prósperas vão ter que lidar com as dificuldades comuns a qualquer atividade produtiva.

Quando esse momento chegar, o mais importante é que o gestor tenha resiliência e persistência suficientes para continuar acreditando e mantendo-se fiel ao que foi planejado.

5. Faça uma boa gestão de mudanças

Você sabe qual é a diferença entre o improviso e a gestão da mudança nas empresas?

Basicamente, no primeiro, as mudanças no percurso e eventuais modificações nos planos acontecem sem nenhum tipo de preparo.

Prevalece o instinto do gestor ou, em alguns casos, opiniões sem qualquer tipo de embasamento prático.

Já nas empresas em que está prevista a gestão de mudanças, alterações são sempre realizadas como um tipo de plano B, algo previamente estruturado.

Ou seja, em vez de contar com a sorte, elas antecipam os cenários possíveis para saberem o que fazer nessas situações.

6. Tenha objetivos e metas bem definidos

Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar serve, não é mesmo?

Note que, quando se trata de uma scale-up, o crescimento é não apenas expressivo, mas sustentável ao longo do tempo.

Isso jamais seria possível se os gestores da empresa não definissem metas e objetivos a serem atingidos.

Logo, para construir uma empresa escalável de destaque, é fundamental saber, desde o início, aonde se quer chegar e o que fazer para que isso aconteça.

Desafios da scale-up

Como vimos, scale-ups não obtêm resultados tão expressivos por sorte.

Para receber esse título, elas precisam ter uma capacidade de vencer desafios com grau de dificuldade bem acima da média das empresas comuns.

Sendo assim, é fundamental estar preparado para superar obstáculos que, em outras organizações, representariam um risco à sobrevivência do negócio.

Vamos conhecer agora alguns desses desafios e apontar para algumas possíveis maneiras de tirá-los do caminho.

Suportar o rápido crescimento

Você já deve ter lido ou escutado sobre as dores do crescimento.

Essa expressão se refere às adversidades que todos, empresas e pessoas, precisam vencer para se tornarem mais fortes.

Afinal, ninguém cresce sem sair da zona de conforto, e as scale-ups sabem muito bem disso.

Quando a organização atinge novos patamares, depara-se com novos problemas, com os quais não precisava lidar antes.

Dessa maneira, um dos seus grandes desafios é se manter em constante crescimento, suportando as altas taxas verificadas nesse tipo de negócio.

A forma mais segura para isso é seguir o plano de negócios, que já deve conter uma previsão da maioria das ações que serão necessárias a cada etapa de crescimento.

Além disso, é importante reservar orçamento para investir em inovação sempre que o mercado apontar para essa necessidade.

Ter o timing certo

Empresas do tipo scale-up operam com muita inovação, como já vimos.

Nesse contexto, é importante lembrar que novidades só são bem recebidas quando apresentadas no tempo adequado.

Nesse caso, timing significa escolher o momento ideal para colocar um produto à venda.

Para isso, é fundamental conhecer o mercado em que se pretende atuar e ter uma boa dose de feeling.

Um lançamento fora de hora pode acabar com as chances de uma boa ideia ser bem-sucedida.

Encontrar o timing certo demanda grande capacidade de análise, de modo que a maior quantidade possível de variáveis seja levada em consideração.

É por isso que gestores de scale-ups precisam ser data-driven, ou seja, capazes de decidir com base em dados estruturados a partir de Big Data e ferramentas de análise estatística.

Contar com os recursos necessários

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Contar com os recursos necessários

Toda empresa de sucesso conta com alguns recursos ou artifícios que as colocam um degrau ou mais acima da concorrência.

E já que falamos de dados, entre os recursos mais interessantes estão os softwares de análise de dados e de Business Intelligence (BI).

Mas nem só de ferramentas vive uma scale-up.

Seu crescimento sustentável só é possível porque esse tipo de empresa também conta com um capital de giro suficiente para mantê-la operando na sua fase inicial.

Afinal, estima-se que empresas novas não costumam gerar lucros por pelo menos um ano após o lançamento.

Nesse período, ela precisa ser autossuficiente até que consiga ter lucratividade para poder enfim deslanchar, e isso precisa constar no planejamento.

Fidelizar clientes

Não basta chegar até o seu público: é preciso conquistá-lo.

Ainda que as soluções de uma scale-up sejam previamente simuladas, testadas e validadas, não é 100% garantido que elas resistirão ao teste de fogo da vida real.

Até que seus produtos sejam aceitos pelo consumidores no mercado, um longo caminho deve ser percorrido.

Isso torna maior o desafio de fidelizar clientes, a despeito dos testes de validação e de eventuais resultados obtidos com o MVP, o Mínimo Produto Viável.

Uma maneira de conquistar essa fidelização é apostar em ações de marketing promocionais, com os bons e velhos descontos, bônus e brindes para os primeiros clientes.

Criar ações de marketing efetivas

Além de antecipar os riscos antes de lançar um produto ou serviço, uma scale-up precisa também cuidar previamente da forma como vai conduzir o seu marketing.

O segredo está em escolher a estratégia que melhor se ajusta ao nicho de mercado explorado, bem como à conjuntura econômica em geral.

Seja qual for a estratégia escolhida, hoje em dia não se pode abrir mão do marketing digital, com destaque para o de conteúdo e redes sociais.

Para empresas que trabalham com entregas, é importante planejar minuciosamente suas operações logísticas, focando em reduzir custos com transportes e estoque.

Desenvolver a automação

A propósito, na era da indústria 4.0, não há como esperar bons resultados quando a logística não é eficiente.

Um dos caminhos para que a cadeia de suprimentos jogue a favor da empresa é investir seriamente em automação.

Softwares de Warehouse Management (WMS), sistemas ERP e de controle de fluxo de caixa parecem ser indispensáveis nesse sentido.

Além de serem essenciais para a gestão, eles automatizam tarefas repetitivas, realizando cálculos e projeções impossíveis de se fazer manualmente.

Estabelecer KPIs relevantes

A condição fundamental que caracteriza uma scale-up, como já vimos, é a rápida taxa de crescimento.

Isso não vai acontecer se o negócio não analisar seus resultados a partir de indicadores-chave de performance (KPI) relevantes.

Negócios que operam no segmento de vendas recorrentes, por exemplo, precisam adotar KPIs que meçam fatores como inadimplência e cancelamentos (churn), entre outros.

Já os que estão ligados à indústria de transformação precisam medir KPIs como Overall Equipment Effectiveness (OEE) e On Time, In Full (OTIF), para ficar nos principais.

Razões para se tornar uma scale-up

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Razões para se tornar uma scale-up

O principal motivo que uma empresa tem para almejar a cobiçada condição de scale-up é o crescimento rápido a taxas altas.

Contudo, esse crescimento deve ser não apenas intenso, mas sustentável e consistente.

Esse deveria ser o objetivo de qualquer negócio, principalmente em suas fases iniciais.

De qualquer forma, nada impede que uma empresa já estabelecida no mercado venha a se tornar uma scale-up.

Afinal, como vimos, a maioria delas tem mais de uma década de atuação, o que de certa forma ajuda a entender porque elas passaram a performar bem.

Portanto, alguns dos principais motivos para ser scale-up são o crescimento sustentável, a contribuição com inovação, a relevância no mercado e o legado para gerações futuras.

Erros que devem ser evitados ao se tornar uma scale-up

Para empresas scale-up, o pecado capital a ser evitado, custe o que custar, é o da precipitação.

Como já vimos, elas só crescem a olhos vistos porquê, antes de adotar suas estratégias agressivas de negócios, procuraram testar e validar as soluções ofertadas.

Outro erro do qual se deve fugir é o de não contar com os profissionais certos e em número adequado.

Lembre-se que, apesar de serem PMEs em sua maioria, as scale-ups são empresas com alguma estrutura, nas quais a fase da tentativa e erro já passou.

Como as scale-ups podem ajudar a economia do país

As pesquisas que vimos ao longo deste artigo indicam que, embora não sejam numerosas, as scale-ups são fundamentais para a economia brasileira.

Isso porque elas não só empregam mais pessoas, mas também geram um volume maior de recursos, se compararmos em proporção com as empresas comuns.

Dessa forma, são essenciais para a economia e sua presença é um indicador seguro e favorável ao ambiente de negócios no país.

Além disso, por seu caráter inovativo, colaboram para apresentar soluções novas aos consumidores e facilitar a vida das pessoas.

Como investir em uma empresa scale-up?

No que diz respeito aos aportes e investimentos recebidos, as scale-ups não diferem muito das startups.

Assim como suas “irmãs”, elas também podem receber investimentos-anjo ou aportes de companhias cujo negócio é investir em outras empresas.

plataformas dedicadas apenas a esse tipo de investimento, nas quais é possível apoiar empresas scale-up em equity crowdfunding.

O que é o programa Scale-Up Endeavor?

Cabe destacar ainda um dos maiores programas de aceleração de empresas do Brasil, o Scale-Up Endeavor.

É uma rede de investimentos que seleciona as scale-ups mais promissoras a cada cinco meses e, por meio de patrocínio, escalam ainda mais os negócios delas.

Se você quer ficar por dentro do contexto das scale-ups brasileiras, não deixe de acompanhar as novidades desse importante programa.

Conclusão

Neste conteúdo, vimos de que maneira as empresas scale-ups estão se destacando no mercado.

Todo gestor precisa considerar a possibilidade de vir a tornar o seu negócio escalável e, para isso, o melhor exemplo são essas empresas.

Continue sempre bem informado sobre negócios, empreendedorismo e, claro, sobre as melhores opções de carreira.

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