Leadership é um daqueles conceitos que as empresas percebem a importância, mas na hora de aplicar, sentem dificuldade.
De acordo com uma pesquisa da McKinsey (em inglês), 82% das lideranças entrevistadas entendem a importância de ter um propósito.
Em contrapartida, apenas 42% percebem ações efetivas nesse sentido por parte dos líderes.
Ou seja, sobra teoria, mas faltam mecanismos para transformá-la em prática, e isso tem a ver com a falta de um modelo de liderança.
As empresas têm sua parcela de responsabilidade, mas cabe também às instituições de ensino fazer a sua parte para formar líderes que saibam transformar ideias em ações.
A FIA toma para si essa missão e convida você a seguir junto nessa jornada de crescimento.
Continue lendo e conheça, nos tópicos a seguir, as ferramentas necessárias para se tornar um líder de sucesso:
- O que é leadership?
- Quais as características desse novo modelo?
- Líder e chefe: quais as diferenças?
- Como adequar-se ao modelo leadership?
- Quais as vantagens do modelo leadership?
Leia também:
- Chefe e líder: diferenças, atitudes e como liderar
- Como ser um bom líder em qualquer empresa [Guia Prático]
- Líderes de sucesso: competências e dicas para se tornar um
O que é leadership?
O conceito de leadership trata da maneira como as pessoas em posições de chefia pautam suas decisões, podendo contribuir para o sucesso de uma empresa.
Liderar é estar à frente de pessoas, assumir o comando e orientar, sobretudo pelo exemplo.
Nesse aspecto, o mercado dá algumas pistas das soft skills necessárias para exercer o modelo com competência.
Algumas delas estão em uma pesquisa publicada pela Growth Faculty, da Austrália (em inglês).
Segundo o levantamento:
- 17% dos entrevistados afirmaram que a empatia é uma característica que todo líder deve ter em primeiro lugar
- Em segundo lugar, vem a humildade, um requisito essencial para cerca de 15% dos entrevistados
- A autoconsciência e capacidade de ouvir, por sua vez, foram destacadas por 7% das pessoas.
Quais as características desse novo modelo?
A julgar pelas pesquisas, as pessoas hoje não esperam líderes “todo-poderosos”.
Pelo contrário, é cada vez mais desejada a liderança empática, capaz de ouvir e dar voz àqueles que têm algo a dizer, como exemplificam as lideranças femininas.
Essa é a novidade trazida pelo modelo de leadership, no qual se fazem necessárias lideranças com elevada inteligência emocional e forte sentido de alteridade, ou seja, de interdependência entre as pessoas.
Já não faz mais sentido colocar em posições de comando gente com perfil autocrático.
Embora esse tipo de liderança ainda encontre espaço em certas empresas, hoje o mercado pede profissionais menos “professorais” e mais colaborativos.
Há ainda outras características que você precisa conhecer, se estiver interessado em praticar o modelo em suas atividades.
Acompanhe a seguir.
Colaboração e participação
Talvez você já tenha se perguntado qual o valor de um líder empático e humilde, se na maioria das empresas quem dá as caras são os CEOs, presidentes e diretores mais “importantes”.
É claro que os “chefes” naturalmente têm mais visibilidade, mas os que operam no modelo estão cientes de que as responsabilidades devem ser cada vez mais divididas.
O que deve prevalecer internamente é o espírito colaborativo.
Seja qual for a empresa, hoje está mais do que claro que, na vitória ou na derrota, todos têm a sua parcela de mérito.
Da mesma forma, todos têm direito a opinar sobre as rotinas de trabalho e o modo de produção.
Flexibilidade
Saber ouvir é um atributo essencial para exercer a liderança conforme o modelo.
A maioria das empresas de destaque no mercado se organizam horizontalmente em suas estruturas.
Portanto, o tradicional modelo hierárquico, com algumas pessoas dando ordens e outras obedecendo, já não é mais a regra, mas a exceção.
Não cabe também a postura inflexível, pautada no “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Na leadership, as pessoas ocupando funções com autonomia para decidir precisam estar preparadas para ouvir e considerar opiniões diferentes.
Essa é uma maneira indireta de motivar e engajar, duas outras funções valiosas da liderança moderna.
Autonomia
Dar voz às pessoas e acolher opiniões não significa que o líder tenha que seguir tudo que os outros dizem.
Muito pelo contrário, embora a capacidade de aceitar ideias seja uma característica indispensável, cabe a ele ou ela a palavra final.
Afinal, é responsabilidade da liderança indicar um rumo, um norte para todas as missões.
Do contrário, as equipes se tornam confusas e ninguém se entende.
A gestão de pessoas pautada em leadership sabe que, além de ouvir, é preciso decidir.
Por isso, ela não abre mão da autonomia em suas decisões, independentemente das consequências.
Essa autonomia, por sua vez, é também dividida entre as pessoas.
Afinal, nesse modelo, prevalece a autogestão e todos são estimulados a tomar suas próprias decisões, desde que não afetem o grupo, é claro.
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Uma pesquisa da Comparably (em inglês) revela que um em cada três trabalhadores considera o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal prioritário.
Hoje, “vestir a camisa” já não é mais sinônimo de fazer infinitas horas extras ou de levar trabalho para casa a fim de mostrar serviço.
Os gestores das empresas já perceberam que a sobrecarga de trabalho é na verdade contraproducente, levando ao estresse e a distúrbios como a Síndrome de Burnout.
Cabe às lideranças promover um ambiente organizacional no qual as pessoas possam dividir seu tempo entre casa e trabalho de forma equilibrada.
Desafios e ambições
Humildade é uma qualidade frequentemente mal interpretada.
Não tem a ver com uma postura submissa e retraída, sem força de vontade e coragem para tomar iniciativa.
Ser humilde ao liderar também não significa ser pouco ambicioso, mas sim ter uma postura aberta ao diálogo e pronta para admitir os próprios erros.
A partir disso, uma liderança adquire a clareza de ideias necessária para tomar decisões menos pautadas no ego e mais nas necessidades coletivas.
Além disso, o modelo não foge aos princípios da Transformação Digital, na qual o uso de dados é a grande arma do processo decisório.
Líderes humildes têm toda a autonomia para definir objetivos arrojados sem tirar os pés do chão.
Líder e chefe: quais as diferenças?
A empresa para a qual você trabalha conta com líderes ou chefes?
Ainda que ambos exerçam funções de liderança, tratam-se de perfis bastante distintos, considerando a forma como se colocam à frente das pessoas.
Enquanto um chefe se limita a dar ordens, um líder orienta pelo exemplo.
Chefiar tem mais a ver com uma postura autocrática, na qual não cabe espaço para críticas e feedbacks, mesmo construtivos.
Nesse modelo de liderança, essa relação se inverte.
Aqui, toda opinião é bem-vinda, desde que embasada e em prol do grupo.
Isso vale inclusive para o chamado “e-leadership”, modelo em que a liderança é exercida não só presencialmente, como pelos meios de comunicação e gestão de trabalho remoto.
Como adequar-se ao modelo leadership?
Como destacamos no início, nem todas as empresas estão prontas para abraçar o modelo, mesmo reconhecendo sua importância.
Implementar esse modelo de gestão demanda um processo de transição, para o qual é fundamental contar com pessoas capazes de conduzi-lo em todas as esferas.
Um gestor leadership precisa apresentar certos atributos pessoais e hard skills indispensáveis para atuar com desenvoltura em cenários complexos e de alta pressão.
Confira na sequência alguns deles.
Uso de tecnologia
A Transformação Digital impactou a forma como os negócios se organizam e a própria concepção de lucro e retorno.
Hoje, os dados são o “novo petróleo”.
É indispensável estar familiarizado com as plataformas digitais de gestão e ferramentas de analytics, entre outras soluções.
Nesse modelo, a tecnologia é essencial também para a gestão do relacionamento, até porque hoje poucas pessoas abrem mão de seus emails e apps de conversação.
O WhatsApp, por exemplo, é usado hoje por 8 em cada 10 brasileiros.
Isso sem contar que a tecnologia é indispensável para a análise de resultados, por meio de ferramentas de Business Intelligence (BI) e sistemas ERP.
Comunicação assertiva
Sendo a empatia um atributo essencial para exercer a liderança, surge então a necessidade de se comunicar com ainda mais assertividade.
Por isso, as empresas valorizam líderes capazes de dar o seu recado com clareza e concisão, sem deixar de lado o cuidado com as palavras e a postura.
Esses são os princípios da Comunicação Não Violenta (CNV), pela qual as pessoas responsáveis pela tomada de decisão se impõem na base da elegância e sutileza.
A assertividade, portanto, está relacionada com a forma como uma mensagem é passada.
Se isso é feito com clareza, então ela será assertiva, do contrário, começam a surgir ruídos na comunicação.
Bom relacionamento interpessoal
Tornou-se muito comum ver em descrições de vagas de emprego, entre os atributos desejados, o “bom relacionamento interpessoal”.
Você sabe dizer o que isso significa?
Quando estão em busca de profissionais para preencher seus quadros, especialmente em funções de liderança, as empresas esperam por pessoas que agreguem soluções.
Dessa maneira, quanto mais bem relacionado um líder for fora da empresa, mais oportunidades ele tende a gerar.
No modelo, esse é um atributo que também nasce da postura empática e humilde esperada por líderes nesse perfil.
O bom relacionamento interno, por sua vez, é um pressuposto da boa comunicação que, como vimos, é um componente fundamental para o sucesso.
Capacitação profissional técnica
Líderes não surgem do nada, ainda que o dom da liderança possa se manifestar desde cedo.
Para estar à frente de pessoas, é preciso contar com habilidades pessoais mas, sobretudo, estar capacitado para lidar com os desafios do mercado.
É preciso então trabalhar em duas frentes: uma, cuidando do relacionamento e da parte motivacional e outra, dos aspectos técnicos e práticos, típicos de uma rotina de trabalho.
No Brasil, em que o empreendedorismo por necessidade ainda é muito presente, a falta de capacitação profissional acaba sendo um entrave à sobrevivência das empresas.
De pouco serviria o carisma e a empatia se, na prática, o gestor não conhecesse o seu ofício, certo?
Os dois lados precisam andar juntos.
Gestão de processos
Uma abordagem técnica da liderança conforme o modelo leadership está relacionada à gestão de processos.
Ela se baseia no controle exercido sobre as entradas e saídas e tudo que acontece entre uma ponta e outra.
Isso demanda um aguçado senso analítico e o domínio de técnicas para traduzir em números e dados a qualidade de um processo.
Por essa razão, é esperado que as lideranças hoje saibam trabalhar com sistemas estatísticos, gráficos, cartas de controle e outras ferramentas essenciais.
Quais as vantagens do modelo leadership?
Existem diversos tipos de liderança organizacional, como já mostramos aqui no blog da FIA.
Seja qual for o tipo adotado, uma coisa é certa: todas elas encontram no modelo leadership uma abordagem vantajosa no nível das relações e dos resultados.
Uma pesquisa publicada no portal HR Exchange (em inglês), por exemplo, revela que as empresas capazes de engajar e motivar apresentam resultados 147% melhores que a média.
O modelo é hoje um pré-requisito para que um negócio encontre o cenário interno ideal para alcançar seus objetivos e continuar crescendo.
Há ainda uma série de outros benefícios percebidos direta e indiretamente ao aplicar esse modelo, acompanhe:
Organização
Empresas que contam com lideranças empáticas e capazes de motivar são necessariamente mais conscientes daquilo que fazem.
Assim se manifesta a já destacada autoconsciência, atributo de liderança em que o gestor sabe onde está, o que faz e para onde vai.
A partir disso, ele pode propagar para as pessoas sob sua responsabilidade uma capacidade maior de se autogerir.
Por sua vez, a autogestão nasce da autonomia concedida a cada membro de uma equipe, em relações de trabalho pautadas na confiança.
Motivação
Ao contar com empregados mais conscientes e capazes de se autogerir, a empresa gera mais motivação, já que assim eles passam a ver propósito no que fazem.
O modelo leadership é fundamental nesse aspecto, já que serve como base para a disseminação de um ambiente corporativo menos tóxico e mais estimulante.
Isso sem contar a motivação que surge em função da maior clareza na comunicação que, como vimos, é um atributo indispensável no modelo.
Produtividade
Não é novidade alguma que as empresas com colaboradores motivados e engajados com o propósito (seu e da organização) têm melhores índices de produtividade.
Vale destacar também que, ao abraçar o leadership, a empresa abre portas para se tornar data driven, conceito de gestão em que o processo decisório é sempre orientado por dados.
Pautar decisões em dados estruturados é um pressuposto para o sucesso na Transformação Digital.
Quando as decisões são tomadas aliando a alta motivação com processos sistemáticos de análise de dados, a empresa torna-se quase imbatível.
Ou seja, além de produzir mais, ela torna-se capaz de avaliar sua própria capacidade produtiva, gerando um senso contínuo de responsabilidade nas pessoas pelos resultados.
Eficiência
Ser eficiente não é o mesmo que ser eficaz.
Um negócio pode ser eficiente em produzir algo de baixa qualidade, por exemplo.
A eficácia tem mais a ver com a aplicação de uma solução, gerando efeitos necessariamente positivos para os envolvidos.
O modelo leadership, portanto, é um caminho para aumentar a eficiência aliando eficácia em tudo que se faz, a começar pelos processos.
Quando as pessoas tornam-se eficientes e eficazes em suas atividades, elas acabam energizando o ambiente, fazendo do seu trabalho motivo de prazer e satisfação.
Ambiente mais agradável
Conhecer o clima organizacional é outro pressuposto da qualidade.
Os líderes que conseguem promover um ambiente com pessoas motivadas, comunicativas e proativas necessariamente levarão suas empresas ao sucesso.
Não menos importante, a empresa passa a atrair e reter os melhores talentos, considerando que esse é um dos aspectos mais desejados por quem busca um lugar para trabalhar.
Perguntas frequentes sobre leadership
O modelo leadership conta com uma vasta produção literária e acadêmica.
Em cada obra, surgem novas definições, conceitos acessórios e soluções que surgem a partir do estudo desse tema.
Fomos buscar para você as dúvidas mais frequentes sobre liderança para esclarecer as principais questões levantadas por esses estudos.
Confira a seguir.
O que é leadership?
Leadership é um modelo de gestão e uma abordagem usadas pelas empresas para a gestão de pessoas.
Ela se baseia em pressupostos como empatia, humildade, cultura do feedback e comunicação não violenta, entre outros.
Quais os desafios do modelo leadership?
As empresas sabem que não basta apenas oferecer bons salários.
É preciso motivar, engajar e gerar propósito para seus colaboradores.
O modelo leadership é uma resposta a este desafio, propondo uma nova forma de liderar e conduzir equipes.
Quais os benefícios do leadership?
Empresas que orientam seus colaboradores por meio do modelo leadership se habilitam a ter resultados melhores.
Elas conseguem extrair o melhor de cada pessoa, ao promover valores como empatia e respeito mútuo nas relações de trabalho.
Como implementar o modelo leadership?
O modelo é típico das empresas de gestão horizontal.
Nelas, o processo decisório é descentralizado e todos são estimulados a dar opiniões.
Sendo assim, implementar esse modelo de gestão é o primeiro passo rumo ao leadership.
Conclusão
O modelo leadership pode ser aplicado em qualquer situação, não importa o segmento ou o porte da empresa.
Porém, ele precisa encontrar um terreno apropriado para ser plantado, germinar e dar frutos.
A FIA prepara você para encarar esses e outros desafios no mercado de trabalho.
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