A inteligência emocional é uma competência essencial para quem deseja lidar melhor com desafios pessoais, profissionais e sociais no dia a dia.
Mais do que uma habilidade comportamental, trata-se de um fator determinante para a forma como as pessoas compreendem suas emoções, tomam decisões e constroem relações saudáveis.
Em um mundo cada vez mais dinâmico e exigente, entender o que é inteligência emocional e como desenvolvê-la pode fazer a diferença no bem-estar e no desempenho de profissionais em todas as áreas.
Segundo o relatório Future of Jobs Report 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, a inteligência emocional segue entre as habilidades essenciais para o futuro do trabalho, especialmente quando combinada com empatia, escuta ativa e influência social.
Em um cenário marcado por transformações constantes, saber gerenciar emoções continua sendo um diferencial competitivo em todas as áreas de atuação.
Neste artigo, você vai entender o que é inteligência emocional, como ela se manifesta no cotidiano, quais são seus pilares e como desenvolvê-la de forma prática.
Veja os tópicos abordados:
- O que é inteligência emocional?
- Como surgiu a inteligência emocional?
- O papel de Daniel Goleman: fundamentos do modelo de Goleman
- O que é ser uma pessoa com inteligência emocional?
- Principais características de pessoas com inteligência emocional
- Quais são os 5 pilares da inteligência emocional?
- Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?
- Inteligência emocional no trabalho
- Por que uma empresa precisa de colaboradores com inteligência emocional?
- Como as empresas podem impulsionar o desenvolvimento da inteligência emocional?
- Qual é a importância da inteligência emocional na gestão de crises?
- 10 dicas para você desenvolver a sua inteligência emocional
- Autoconhecimento e inteligência emocional: entenda a relação entre os dois
- As melhores palestras de inteligência emocional
- Os melhores cursos de inteligência emocional.
Continue lendo e descubra como essa competência pode transformar sua vida pessoal e profissional.
O que é inteligência emocional?

Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como identificar e influenciar as emoções das outras pessoas.
Ela envolve tanto o autoconhecimento quanto a empatia, permitindo respostas mais equilibradas diante de situações desafiadoras.
Essa habilidade é essencial em contextos que exigem tomadas de decisão, gestão de conflitos, trabalho em equipe, liderança e negociação.
A inteligência emocional não elimina sentimentos como raiva, tristeza ou frustração, mas contribui para que eles sejam compreendidos e canalizados de forma produtiva.
Ela se manifesta, por exemplo, na capacidade de não reagir impulsivamente, de manter o foco em momentos de pressão e de reconhecer os limites do outro.
Diferente do que muitos pensam, a inteligência emocional pode ser aprendida e desenvolvida ao longo da vida, por meio de práticas intencionais e autoconhecimento.
Em ambientes profissionais, sua presença tem impacto direto na produtividade, no clima organizacional e na capacidade de liderança.
Na vida pessoal, melhora os relacionamentos, fortalece o bem-estar e ajuda na resolução de conflitos cotidianos.
Compreender o que é inteligência emocional é o primeiro passo para aplicar esse conhecimento em benefício próprio e coletivo.
Como surgiu o conceito?
A primeira referência à inteligência emocional de que se tem notícia é do século XIX, de autoria do naturalista Charles Darwin.
É bem verdade que, à época, o conceito mais preciso era o de expressão emocional.
Tinha muito mais a ver com o instinto de sobrevivência e com a teoria evolucionista de adaptabilidade do que com o sentido que conhecemos hoje.
Depois, já no século XX, vieram outras ideias como as de inteligência social, que tratava sobre a capacidade humana de compreender e motivar uns aos outros, e a de inteligências múltiplas, que abordava os aspectos intra e interpessoais.
Aqui, com o psicólogo Howard Gardner, foi a primeira vez que se procurou entender os próprios sentimentos, motivações e medos.
Sem dúvida, foram referências importantes, que contribuíram para se chegar à definição atual de inteligência emocional.
Porém, o termo em si foi usado pela primeira vez somente em 1990 pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer, na revista Imagination, Cognition and Personality.
O papel de Daniel Goleman: fundamentos do modelo de Goleman
Todos os teóricos, cientistas, pesquisadores e psicólogos citados tiveram a sua participação no desenvolvimento do conceito e de estudos envolvendo a inteligência emocional.
Mas nenhum deles tem um papel tão fundamental quanto o escritor Daniel Goleman, autor do best seller Emotional Intelligence, de 1995.
Só para você ter uma ideia, a obra vendeu mais de 5 milhões de cópias e foi traduzida para 40 idiomas diferentes.
Ou seja, Goleman foi o responsável por popularizar o tema, levando o assunto a diversas camadas da sociedade, para além da academia.
Ao contrário de seus colegas e antecessores, a linguagem usada por ele é muito mais acessível ao público em geral, facilitando a compreensão.
O tom persuasivo também é uma marca de Goleman, que foi colunista do The New York Times por 12 anos.
Ele escrevia no caderno de Ciências e focava seus textos especialmente no comportamento humano e no funcionamento do cérebro.
Em termos mais conceituais, o autor foi o primeiro a se aprofundar de fato na complexidade da inteligência emocional.
Goleman apresentou resultados de novos estudos sobre a mente humana, associando diversos aspectos da nossa personalidade às habilidades cognitivas.
Entre as suas principais contribuições técnicas está a criação do conceito de Quociente Emocional (QE), um complemento ao Quociente de Inteligência, o famoso QI.
Segundo Goleman, a capacidade de uma pessoa em lidar com suas emoções é muito mais importante que a sua competência de processar informações.
Seu modelo possui uma série de fundamentos que se baseiam no desenvolvimento de habilidades comportamentais para uma melhor gestão das emoções.
Não à toa, o cientista conceitua inteligência emocional como a competência para gerenciar sentimentos, de maneira que eles contribuam para as tomadas de decisões e o bem-estar geral.
O que é ser uma pessoa com inteligência emocional?

Ser uma pessoa com inteligência emocional significa conseguir lidar com emoções de forma equilibrada e construtiva, mesmo diante de pressões ou situações adversas.
No dia a dia, isso se traduz em comportamentos mais conscientes, como escutar antes de reagir, manter a calma em discussões e adaptar-se com mais facilidade a mudanças.
Pessoas com inteligência emocional costumam refletir antes de tomar decisões importantes e não permitem que sentimentos passageiros comprometam seus objetivos ou relações.
Quando enfrentam frustrações, sabem identificar o que sentem e buscar soluções com foco no problema, e não apenas na emoção do momento.
Em um ambiente profissional, são aquelas que conseguem manter a produtividade mesmo sob pressão, resolvem conflitos com empatia e lidam bem com o trabalho em equipe.
Já na vida pessoal, demonstram escuta ativa, capacidade de perdoar, resiliência emocional e facilidade para estabelecer conexões afetivas saudáveis.
Por exemplo, ao receber uma crítica, uma pessoa com inteligência emocional avalia o conteúdo da mensagem antes de reagir com irritação.
Ela entende que nem toda opinião negativa é um ataque pessoal, e isso a torna mais madura nas relações interpessoais.
Ter inteligência emocional é, portanto, uma forma de viver com mais autonomia, consciência e capacidade de evoluir diante das situações.
Principais características de pessoas com inteligência emocional

Pessoas com inteligência emocional costumam apresentar comportamentos consistentes que facilitam a convivência, a tomada de decisão equilibrada e a capacidade de lidar com desafios.
Daniel Goleman, ao atribuir 80% do sucesso das pessoas a fatores relacionados à inteligência emocional, identificou cinco características principais entre aquelas que apresentam a habilidade.
Elas não surgem por acaso: são resultado do autoconhecimento e do desenvolvimento intencional de habilidades socioemocionais.
Veja quais são:
Autoconsciência
Refere-se à capacidade de reconhecer e compreender as próprias emoções, pensamentos e comportamentos.
Pessoas autoconscientes têm clareza sobre seus sentimentos, sabem como eles afetam suas ações e conseguem identificar seus pontos fortes e limitações.
Essa consciência é a base para todas as outras competências comportamentais.
Automotivação
A automotivação é a habilidade de manter-se engajado e focado em objetivos mesmo diante de adversidades.
Pessoas com essa característica não dependem exclusivamente de recompensas externas para agir: elas têm um senso interno de propósito e persistência.
No contexto da inteligência emocional, isso fortalece a resiliência e o desempenho sustentado.
Reconhecimento das emoções em outras pessoas
Trata-se da empatia, ou seja, da capacidade de perceber e compreender o que os outros estão sentindo, mesmo que essas emoções não sejam verbalizadas.
Essa característica permite uma comunicação mais sensível, relacionamentos mais autênticos e maior capacidade de colaboração.
No ambiente profissional, favorece a liderança e a gestão de conflitos.
Controle emocional
Pessoas com controle emocional conseguem gerenciar suas reações diante de situações estressantes, evitando impulsividade e respostas desproporcionais.
Essa habilidade está diretamente ligada ao bem-estar e à tomada de decisão equilibrada.
Dentro da inteligência emocional, é o que permite transformar sentimentos negativos em aprendizados ou ações construtivas.
Relacionamentos interpessoais
A capacidade de construir e manter relações saudáveis é uma das marcas de quem tem inteligência emocional desenvolvida.
Isso inclui escuta ativa, respeito à diversidade, abertura ao diálogo e habilidade para resolver conflitos sem agressividade.
Essas pessoas tendem a promover ambientes mais colaborativos e positivos, tanto na vida pessoal quanto no trabalho.
Quais são os 5 pilares da inteligência emocional?
O modelo de Goleman se fundamenta a partir de uma série de competências que, por sua vez, são sustentadas por estes cinco pilares da inteligência emocional.
Os três primeiros são intrapessoais, e os dois últimos, interpessoais.
Confira:
1. Conhecer suas emoções
O primeiro pilar é a autoconsciência, que nada mais é do que a capacidade de entender como as emoções funcionam.
Ou seja, é preciso compreender como elas surgem, de onde vêm e de que maneira se manifestam.
Normalmente, os sentimentos propiciam dois tipos de reações: as psicológicas e as físicas.
As primeiras são pensamentos e crenças, já as segundas são sintomas como arrepios e taquicardia, por exemplo.
Uma emoção como a angústia pode despertar crenças limitantes e pensamento negativos que remetam à falta de capacidade, assim como manifestações físicas como palpitações e dores abdominais.
2. Controlar suas emoções
O segundo pilar é a autorregulação das emoções.
Ou seja, a competência de gerenciar os seus sentimentos.
Depois de conseguir reconhecer o que você sente, fica mais fácil controlar essas diferentes sensações.
Seguindo o exemplo anterior, vamos supor que você sempre sinta angústia em determinadas situações na sua rotina de trabalho, que geram aquelas respostas físicas e psicológicas já mencionadas.
Para começar a dominar esse sentimento ruim, o primeiro passo é identificar quais circunstâncias o despertam.
Diversas estratégias podem ser úteis nesse sentido, como conversar consigo mesmo ou manter um diário pessoal.
A ideia é sempre lembrar que você tem uma escolha, que o controle das emoções está em suas mãos.
3. Desenvolver a automotivação

O terceiro pilar diz respeito a se motivar e se manter motivado.
Para isso, você precisa usar as emoções ao seu favor, em prol de algum objetivo específico, seja ele pessoal ou profissional.
Se a sua meta é ser promovido, por exemplo, o exercício que deve ser feito é: de que maneira posso gerir os sentimentos, de modo a ter decisões mais assertivas que me permitam aproveitar as oportunidades?
Privilegiar a razão em qualquer cenário parece ser a decisão mais óbvia, mas, na verdade, a chave para o sucesso está no equilíbrio entre as duas esferas.
4. Desenvolver a empatia
O quarto pilar também é o primeiro que aborda as competências interpessoais, e não apenas as habilidades individuais, onde precisamos lidar apenas com o nosso íntimo.
O desenvolvimento da empatia, neste caso, vai além do conceito mais conhecido de “se colocar no lugar do outro”.
Aqui, soma-se a esse exercício reconhecer que as demais pessoas ao seu redor, amigos, família e colegas de trabalho, também têm as suas emoções e precisam aprender a lidar com elas.
Talvez, o estágio de desenvolvimento da inteligência emocional deles esteja atrasado em relação ao seu, mas não há espaço para julgamentos.
5. Desenvolver o relacionamento interpessoal
O ser humano vive de suas relações.
Desde os primórdios, nos unimos para sermos mais fortes e superar os obstáculos juntos.
O quinto e último pilar trata sobre isso.
A necessidade de nos relacionarmos com o outro e como as competências sociais podem ser úteis nesse sentido.
Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?

Se você ainda não se convenceu da importância do desenvolvimento da inteligência emocional, preste atenção neste tópico.
Ao pensar em liderança, muitos descrevem diversas características cognitivas (visão estratégica, raciocínio rápido, entre outras) e sempre acrescentam a palavra liderança inspiradora.
Para inspirar, um líder precisa mexer com as emoções.
E isso pode ser um problema, tanto para si, como para sua equipe.
A grande questão é: como direcionar a sua emoção e a de outras pessoas habilmente para que todos possam ter uma performance superior?
Vamos mudar o contexto para chegarmos a um entendimento melhor.
Pense na educação de uma criança.
Os pais são os líderes inspiradores, certo?
Da mesma forma, se você não souber lidar com suas emoções como pai/mãe, como conseguirá ensinar seus filhos a lidar com as emoções deles, para que se tornem adultos inteligentes emocionalmente?
Essas questões demonstram a importância de desenvolvermos a inteligência emocional diariamente, pois, como seres humanos, experimentamos diferentes emoções o tempo inteiro.
E, pior ainda, nossas emoções podem levar a um efeito em cadeia ao nosso redor.
Basta lembrar quando alguém chega ao escritório esbanjando raiva.
Cada palavra e gesto refletem sua emoção, certo?
De repente, o clima no departamento fica ruim. Todos começam a tratar uns aos outros de forma raivosa, mas sem motivo aparente.
Lembre-se: sentimentos são contagiosos, para o bem e para o mal.
Portanto, a forma como reagimos a cada uma dessas emoções nos ajuda a alcançar nossos objetivos pessoais e profissionais.
E isso também permite que sejamos melhores líderes, desenvolvendo relacionamentos saudáveis, com uma vida mais equilibrada e feliz.
Inteligência emocional no trabalho
A inteligência emocional no trabalho é um diferencial cada vez mais valorizado por empresas que buscam ambientes colaborativos, produtivos e resilientes.
Essa competência impacta diretamente a forma como os profissionais lidam com pressão, resolvem conflitos, tomam decisões e se relacionam com colegas e lideranças.
Um colaborador com inteligência emocional consegue manter o foco diante de desafios, ouvir com empatia, adaptar-se às mudanças e promover uma comunicação mais clara e respeitosa.
Essas atitudes refletem em ganhos para toda a equipe, como redução de tensões, fortalecimento da cultura organizacional e aumento da produtividade.
Por exemplo, em um projeto sob prazos apertados, profissionais emocionalmente inteligentes evitam sobrecarregar o time com cobranças impulsivas e encontram formas construtivas de manter todos motivados.
Além disso, conseguem lidar com feedbacks de forma madura e usar críticas como oportunidade de desenvolvimento.
A inteligência emocional está entre as chamadas soft skills mais valorizadas atualmente.
Segundo os relatórios LinkedIn Jobs on the Rise 2025 e Future of Jobs Report 2025 (este já citado anteriormente), as competências comportamentais ganham cada vez mais destaque no mercado.
Habilidades como empatia, escuta ativa, resiliência e liderança social aparecem como essenciais para sustentar ambientes de trabalho produtivos e humanos.
Veja algumas das principais soft skills em alta:
- Comunicação eficaz: habilidade de transmitir ideias com clareza, escutar ativamente e adaptar a mensagem ao público
- Colaboração em equipe: saber trabalhar com diferentes perfis, respeitar opiniões e contribuir para objetivos comuns
- Gestão do tempo: organizar prioridades, cumprir prazos e manter a produtividade sem comprometer a qualidade
- Capacidade de adaptação: reagir com agilidade e flexibilidade diante de mudanças ou imprevistos
- Mitigação de conflitos: lidar com divergências de forma construtiva, prevenindo desgastes e promovendo soluções coletivas
- Empatia e escuta ativa: compreender o outro de forma genuína, favorecendo relações mais humanas e colaborativas
- Resiliência emocional: manter o equilíbrio em situações adversas e aprender com os erros.
Desenvolver a inteligência emocional no ambiente de trabalho é um investimento que fortalece a carreira e impulsiona resultados coletivos.
Por que uma empresa precisa de colaboradores com inteligência emocional?

Colaboradores com inteligência emocional ajudam a criar ambientes mais saudáveis, produtivos e preparados para enfrentar os desafios do dia a dia.
Eles lidam melhor com pressão, tomam decisões mais equilibradas, se comunicam com empatia e são essenciais para a construção de equipes coesas.
Não por acaso, empresas que investirem em profissionais com a inteligência emocional bem desenvolvida ou em ferramentas para capacitar melhor seus funcionários com essa habilidade só têm a ganhar.
E quem diz isso é a ciência.
Um estudo publicado pelo American Journal of Pharmaceutical Education mostra que profissionais com uma alta IE têm:
- Mais acerto nas suas tomadas de decisão
- Maior facilidade para lidar melhor com estresse
- Mais chances de construir e sustentar relacionamentos colaborativos positivos
- Maior adaptabilidade para assimilar mudanças
- Uma capacidade maior de resolver conflitos.
Na prática, tudo isso se traduz em menor rotatividade, maior engajamento e um clima organizacional mais estável.
Empresas com equipes emocionalmente inteligentes tendem a inovar mais, se adaptar melhor às mudanças do mercado e apresentar melhores resultados em longo prazo.
Além disso, a liderança ganha um papel mais estratégico, já que contar com profissionais autogerenciáveis libera energia para iniciativas mais estruturantes.
Por isso, promover a inteligência emocional no ambiente corporativo não é apenas uma tendência, mas uma estratégia de valor.
Como as empresas podem impulsionar o desenvolvimento da inteligência emocional?
Desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores exige uma atuação intencional das empresas, com iniciativas estruturadas e alinhadas à cultura organizacional.
O primeiro passo é criar um ambiente que valorize a escuta ativa, o respeito à diversidade de perfis e o incentivo ao autoconhecimento.
Políticas claras de feedback, clima organizacional seguro e lideranças capacitadas são pilares fundamentais para isso.
Outra estratégia eficaz é oferecer treinamentos específicos sobre inteligência emocional, comunicação não violenta, gestão de conflitos e empatia.
Esses programas ajudam os colaboradores a reconhecerem suas emoções, lidarem melhor com pressão e construírem relações mais saudáveis no trabalho.
A prática de mentoria também contribui para o desenvolvimento de competências emocionais, ao permitir trocas constantes entre profissionais mais experientes e aqueles em formação.
Além disso, empresas que implementam avaliações de desempenho que incluam indicadores comportamentais conseguem acompanhar melhor a evolução da inteligência emocional ao longo do tempo.
Ferramentas de assessment, dinâmicas de grupo e rodas de conversa são exemplos de recursos que tornam esse acompanhamento mais efetivo.
Qual é a importância da inteligência emocional na gestão de crises?
Quando você pensa em crise, é natural associar esse momento difícil e de incertezas a sentimentos como estresse, angústia, ansiedade, frustrações e assim por diante.
Portanto, saber contornar todas essas sensações ruins se mostra um grande desafio.
Para isso, você precisa contar com a inteligência emocional.
Afinal, um dos grandes preceitos dessa soft skill está justamente em gerenciar nossos sentimentos e usá-los a nosso favor.
Ou seja, profissionais que tiverem uma inteligência emocional bem desenvolvida vão conseguir lidar melhor com as crises, pois conseguem se manter automotivados mesmo diante das adversidades.
Além disso, esses colaboradores possuem empatia e ótimos relacionamentos interpessoais, duas características muito úteis para o trabalho em equipe, que ajudam a superar momentos de dificuldades.
10 dicas para você desenvolver a sua inteligência emocional
Para lidar melhor com seu lado emocional e evitar ter sua carreira prejudicada por situações como a descrita no tópico anterior, tente praticar algumas das dicas a seguir.
Elas podem representar o ponto de partida para desenvolver a sua inteligência emocional.
1. Crie consciência sobre seu comportamento e suas reações
A melhor forma de criar consciência sobre si é se auto-observar.
Esse é um exercício que deve ser diário.
Comece elencando os momentos de seu dia a dia que mais mexem com suas emoções.
A rotina diária para quem tem filhos pode ser desestabilizadora: frustração, raiva, sentimento de impotência, pouca valorização, esgotamento, enfim.
Reuniões semanais de equipe também podem causar impactos em você: sentimento de improdutividade, ciúmes entre membros, competição, entre outros.
Com essa lista pronta, entenda o que cada situação desperta e como você se sente antes e depois de cada evento.
É provável que perceba uma tendência a postergar cada vez mais aquilo que mexe negativamente com suas emoções, mesmo que sejam tarefas importantes para atingimento de suas metas.
E, paralelamente, irá perceber que costuma realizar mais rapidamente tudo o que é mais agradável emocionalmente.
Aos poucos, leve essa consciência para situações que fogem de sua rotina.
Isso é ainda mais desafiador, contudo, fundamental.
Pare, observe e entenda como você reage e se comporta com as adversidades não rotineiras.
Esse exercício contínuo permitirá que você saia do automático e compreenda melhor como trabalhar sua inteligência emocional.
2. Domine suas emoções
Existem inúmeras técnicas.
Caberá a você colecioná-las em sua caixa de ferramentas pessoal e recorrer a elas nos momentos em que necessitar.
Uma forma de sair do automático e entender sua emoção naquele momento é dar um tempo para respirar profundamente.
Não é à toa que a respiração faz parte de processos de meditação e de ioga.
Use o inspirar e expirar para se acalmar, voltar ao seu estado normal, tirar as emoções excessivas, permitindo que você retome sua capacidade de analisar a situação.
A raiva, por exemplo, é considerada uma emoção que produz reações físicas.
Ter uma bolinha para apertar nesses momentos pode ajudar a dominar esse sentimento.
Se tiver a possibilidade de se levantar e sair para dar uma volta pela empresa, pode ser uma alternativa.
Ao caminhar, você respira, deixa o corpo trabalhar as emoções físicas e pode, aos poucos, tentar entender seus sentimentos e como equilibrá-los.
O mindfulness também é uma forma de lidar com suas emoções.
Essa técnica permite que você perceba, por meio da atenção plena, seu corpo e mente, em situações desafiadoras, permitindo regular suas emoções, criando um espaço mental.
3. Melhore a comunicação ao seu redor
Muitas vezes, as emoções vêm à tona simplesmente por interpretações erradas de uma situação.
Aprender a se expressar significa não só falar e gesticular bem, mas também perceber se seu interlocutor compreendeu o que foi falado.
Diversas equipes vivem em estresse emocional simplesmente porque a comunicação é truncada.
Uma dica valiosa para melhorar essa habilidade é colocar sentimento em sua fala: “Eu me senti desvalorizado quando você optou em apresentar o meu trabalho na reunião em vez de permitir que eu mesmo apresentasse.”
4. Treine seu cérebro para pensar em respostas ao invés de reagir no automático
Quando você é agredido verbalmente por uma pessoa, seu impulso é rebater na mesma moeda?
Se sim, você está deixando seu inconsciente emocional e impulsivo tomar conta de suas ações.
Daniel Goleman classifica isso como o cérebro emocional, em contraposição ao cérebro pensante.
Com treino constante, você deve tentar controlar o impulso do cérebro emocional para permitir que o pensante entre em cena.
No contexto das empresas, uma dica de ouro é a seguinte: nunca responda um e-mail que desperte emoções logo após fazer sua leitura.
Espere alguns minutos, respire profundamente ou vá dar uma volta (olha a caixinha de ferramentas barrando o cérebro emocional) e só depois formule uma resposta.
Ao reagir no automático, nos colocamos em uma posição contrária à inteligência emocional.
5. Conheça suas forças, fraquezas e limites
Ao elencar suas forças, fraquezas e limites pessoais, você avançará em sua jornada de autoconhecimento.
Suas forças irão ajudar a não só equilibrar suas fraquezas, mas também a explorar oportunidades.
Reconhecer suas fraquezas permite que você aprenda a pedir ajuda, valorize o trabalho dos outros e enxergue como cada um complementa o outro em uma equipe.
Por fim, os limites vão sinalizar quais são seus pilares e valores inegociáveis.
Devem ser conhecidos e respeitados para evitar uma dissonância cognitiva.
Lembre-se: respeitar a si próprio é uma das principais formas de demonstrar inteligência emocional.
6. Exerça a empatia
Como a inteligência emocional se refere ao reconhecimento não só das nossas emoções, mas também dos outros, desenvolver empatia é fundamental.
Tentar compreender como o outro se sente e suas emoções desperta em cada pessoa a vontade de agir melhor.
Ser empático significa olhar menos para seus problemas e olhar para fora, enxergar quem está ao seu redor, com intuito de poder ajudar de verdade.
A empatia, quando bem trabalhada, gera conexão entre as pessoas.
Isso torna os ambientes de trabalho mais produtivos e as relações pessoais verdadeiras.
7. Torne-se resiliente
Problemas sempre existirão. Somos humanos e não vivemos em um mundo perfeito.
A boa notícia é que podemos lidar com eles, superar obstáculos e seguir em frente.
A resiliência irá ajudar a lidar melhor com o estresse e com as tensões do ambiente de trabalho.
A frase famosa de Bill Gates “é bom comemorar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso”, ilustra bem a questão da importância da resiliência em nosso desenvolvimento pessoal.
Ao se tornar resiliente, as lições aprendidas em momentos difíceis irão propiciar que você ganhe musculatura emocional.
8. Aprenda a lidar com a pressão

Para qualquer cargo a ser exercido, sempre vai existir um nível de responsabilidade e uma pressão proporcional a ele.
No entanto, profissionais com uma inteligência emocional bem desenvolvida conseguem lidar melhor com esse estresse.
Um estudo realizado com enfermeiras mostrou uma relação inversamente proporcional entre a inteligência emocional e o nível de estresse.
Ou seja, quanto maior for a capacidade de lidar com os sentimentos e seus efeitos, menor o seu grau de esgotamento físico e mental.
9. Cultive a paciência
Você costuma se irritar quando um colega de trabalho demora a responder uma mensagem ou quando um projeto não avança na velocidade que você gostaria?
Essas situações testam sua paciência e são oportunidades para exercitar a inteligência emocional.
Ser paciente não significa ser passivo, mas sim entender que nem tudo está sob seu controle e que a pressa nem sempre gera melhores resultados.
Pessoas pacientes evitam desgastes desnecessários e mantêm relações profissionais mais equilibradas.
Quando você sente que está perdendo a paciência, respire fundo, mude o foco da atenção ou converse com alguém de confiança antes de reagir.
O exercício constante da paciência ajuda a fortalecer o autocontrole e a empatia, dois pilares da inteligência emocional.
10. Controle seus impulsos
Responder no calor do momento, interromper colegas ou tomar decisões sem refletir são sinais de impulsividade que comprometem sua inteligência emocional.
Quem age por impulso deixa o “cérebro emocional” no comando, o que pode gerar arrependimentos e prejuízos nas relações profissionais.
Treinar o controle dos impulsos é uma forma de dar espaço ao pensamento racional.
Uma técnica simples e eficaz é a da “pausa consciente”: conte até dez, mude de ambiente ou escreva o que gostaria de dizer antes de verbalizar.
Esse intervalo entre o estímulo e a resposta permite uma reação mais assertiva.
Controlar os impulsos não é reprimir sentimentos, mas sim decidir como expressá-los de forma construtiva.
Autoconhecimento e inteligência emocional: entenda a relação entre os dois
O autoconhecimento e a inteligência emocional estão profundamente conectados.
Embora sejam conceitos distintos, um depende do outro para se desenvolver.
Para gerenciar bem as próprias emoções, é essencial primeiro reconhecê-las — e isso só é possível por meio do autoconhecimento.
Conhecer suas reações, limites, crenças e padrões de comportamento é o ponto de partida para lidar melhor com situações de pressão, conflito ou mudança.
Ao mesmo tempo, desenvolver a inteligência emocional também estimula o autoconhecimento, pois exige refletir sobre atitudes, reconhecer falhas e buscar melhoria contínua.
Esse movimento de autorreflexão favorece relações mais empáticas e colaborativas.
Quando o profissional compreende suas emoções e expressa seus sentimentos com equilíbrio, ele contribui para um ambiente de trabalho mais saudável.
Por isso, o autoconhecimento é a base — e também a consequência — da inteligência emocional.
Um alimenta o outro em um ciclo constante de evolução pessoal e profissional.
As melhores palestras de inteligência emocional
Palestras são recursos valiosos para o desenvolvimento da inteligência emocional, especialmente em ambientes corporativos.
Elas proporcionam reflexões, inspiram mudanças de comportamento e ampliam a consciência sobre questões como empatia, autocontrole e comunicação.
No contexto empresarial, podem ser aplicadas em eventos internos, treinamentos ou encontros de liderança.
Confira algumas das melhores palestras nacionais sobre inteligência emocional:
- Impacto Poder Emocional – Raphael Costa: apresenta os pilares da inteligência emocional com foco no impacto das emoções na performance profissional
- Desperte o Seu Poder – José Roberto Marques: uma palestra motivacional voltada para o autoconhecimento e gestão emocional
- Inteligência Emocional – Polozi Coaching: traz abordagens sobre bem-estar emocional e equilíbrio entre vida pessoal e profissional
- The Gift and Power of Emotional Courage – Susan David (em inglês): TED Talk que aborda a coragem emocional como ferramenta de crescimento pessoal.
Conclusão
A inteligência emocional é, sem dúvida, determinante para o sucesso profissional e pessoal das pessoas.
No âmbito profissional, essa habilidade permite que você coloque a sua parte cognitiva para funcionar, estabeleça parcerias, crie um ambiente de trabalho positivo e uma mentalidade de crescimento coletivo.
No âmbito pessoal, você terá relacionamentos mais saudáveis, criará uma atmosfera de segurança emocional entre as pessoas queridas e educará seus filhos para serem adultos conscientes de si.
E o primeiro passo para ter acesso a tudo isso é entender que ela pode ser desenvolvida.
É uma jornada intensa, que durará sua vida inteira, mas que, com certeza, será recompensadora.
Ao se autoconhecer, você terá a possibilidade de viver uma vida mais leve, sem estresse e com melhores resultados.
Caso tenha gostado do tema e queira se aprofundar, conheça alguns livros de Daniel Goleman:
- Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente
- O Cérebro e a Inteligência Emocional: Novas Perspectivas
- Trabalhando com a Inteligência Emocional.
Vale conferir ainda obras de outros autores:
- Inteligência Emocional: um guia prático – David Walton
- Inteligência emocional com coaching: Um guia para uma vida abundante, com sucesso em todas as áreas – Joabe Machado
- 103 Pílulas de Inteligência Emocional – Clara Emilie Boeckmann Vieira
Que tal começar a aplicar um pouco do que leu neste artigo em seu dia a dia?
Aproveite para conferir outros artigos no blog da FIA, sua fonte de conteúdos sobre gestão, carreiras e negócios.
Referências:
https://www.weforum.org/publications/the-future-of-jobs-report-2025
https://exame.com/ciencia/estas-sao-as-27-principais-emocoes-humanas-segundo-a-ciencia
https://www.linkedin.com/pulse/linkedin-jobs-rise-2025-25-fastest-growing-us-linkedin-news-gryie