Empreendedorismo

Empreendedorismo Feminino: o que é, desafios e ideias

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Empreendedorismo feminino é o nome dado ao movimento que envolve negócios fundados, pensados ou comandados por mulheres, incluindo empresas com liderança feminina e, muitas vezes, com mulheres ocupando os cargos mais altos em sua hierarquia.

O movimento tem provocado transformações no mercado de trabalho, oxigenando as ideias e agregando em diversidade.

Além disso, tem contribuído para o empoderamento das mulheres, abrindo caminhos para que se tornem líderes não apenas de equipes, como também de sua própria trajetória profissional e pessoal.

Personalidades como Camila Farani e Luiza Helena Trajano colocam o Brasil entre os celeiros mundiais de empreendedoras de sucesso, inspirando mais mulheres a assumirem posições de destaque no mundo dos negócios.

Tanto que o empreendedorismo feminino está em crescimento no país, como mostraremos ao longo deste artigo.

A partir de agora, você acompanha os principais dados, conquistas e desafios das empreendedoras no país e no mundo.

Estes serão os tópicos abordados:

  • O que é empreendedorismo feminino?
    • Como surgiu o empreendedorismo?
  • Qual é o dia do empreendedorismo feminino?
  • A importância do empreendedorismo feminino
  • Quais desafios que mulheres empreendedoras ainda enfrentam?
  • Ideias de negócios para mulheres empreendedoras
  • Ideias de negócios para mães empreendedoras
  • Por que é fundamental estimular as mulheres no empreendedorismo?
  • Principais dados do empreendedorismo no Brasil
    • Dados do empreendedorismo feminino
    • Quais são os maiores empreendedores do Brasil?
  • Principais dados do empreendedorismo no mundo
  • Exemplos e ideias de empreendedorismo feminino para você se inspirar
  • Perguntas frequentes sobre empreendedorismo feminino.

Boa leitura!

Leia também:

O que é empreendedorismo feminino?

Empreendedorismo feminino tem negócios idealizados e comandados por mulheres

Empreendedorismo feminino é o movimento que reúne negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres.

Em um sentido mais amplo, ele pode ser entendido também como as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro de empresas.

Isso porque o perfil empreendedor não se restringe às pessoas que abrem seu próprio negócio, mas está presente em qualquer profissional que tenha uma postura focada na determinação, coragem e inovação.

Ou, conforme define o Sebrae:

“Ser empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”.

O empreendedorismo feminino vai além dessa definição, representando uma quebra de paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.

Assim, o empreendedorismo feminino vem ganhando força e apoio de organizações e pessoas por todo o planeta.

Como surgiu o empreendedorismo?

Empreendedorismo surgiu há centenas de anos e segue em evolução

Não existe um consenso sobre a origem do empreendedorismo, provavelmente porque, desde os primórdios da História, a humanidade tenha evoluído por causa de ações empreendedoras.

Basta recordar o trabalho de antigas civilizações, como a egípcia, que culminou na construção das pirâmides sem as máquinas e recursos tecnológicos de que dispomos atualmente.

O século 15, época das Grandes Navegações, também foi marcado por façanhas protagonizadas por indivíduos com espírito empreendedor, nascidos em diferentes nações (Holanda, Portugal, Inglaterra, França, Espanha).

Dois séculos mais tarde, o economista irlandês Richard Cantillon utilizou pela primeira vez a palavra entrepreneur, da qual deriva “empreendedor”.

O termo descrevia, inicialmente, uma pessoa que assume riscos.

O conceito de empreendedorismo só foi explorado mais a fundo em 1942, quando outro economista, o austríaco Joseph A. Schumpeter, citou o empreendedor como uma figura essencial para o desenvolvimento da economia capitalista.

No livro “Capitalismo, socialismo e democracia”, Schumpeter afirma que o capitalismo é influenciado por uma força chamada processo de destruição criativa, fundamental para extinguir velhos produtos, metodologias e mercados e substituí-los por coisas novas.

O autor afirma que o empreendedor é o responsável por esse processo, sendo um agente de transformação.

Qual é o dia do empreendedorismo feminino?

Em 2014, 19 de novembro foi estabelecido como o Dia do Empreendedorismo Feminino pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Já em seu ano de criação, a data foi celebrada durante a Semana Global de Empreendedorismo, com atividades realizadas em mais de 150 países.

A ideia é atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento, fortalecendo o protagonismo feminino.

O Dia do Empreendedorismo Feminino é uma das iniciativas coordenadas pela ONU Mulheres, braço da entidade que tem como objetivo unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.

A fim de diminuir a desigualdade de gênero, a ONU Mulheres atua em seis áreas prioritárias:

  • Liderança e participação política das mulheres
  • Empoderamento econômico
  • Fim da violência contra mulheres e meninas
  • Paz e segurança e emergências humanitárias
  • Governança e planejamento
  • Normas globais e regionais.

A importância do empreendedorismo feminino

Empreendedorismo feminino é parte importante de uma sociedade mais justa

O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres.

Embora elas representem 52% da população brasileira, só ocupam posições de destaque em 13% das 500 maiores empresas no país.

Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento e ascensão para cargos de liderança, com o potencial de mudar a realidade das empreendedoras.

É o caso de Cleusa Maria da Silva, fundadora da Sodiê Doces – famosa franquia de bolos artesanais.

Quando jovem, Cleusa trabalhou cortando cana de açúcar e como empregada doméstica.

Sua empreitada rumo ao sucesso começou quando, diante de um problema de saúde, a esposa de seu empregador, que fazia bolos sob encomenda, adoeceu e pediu que a ajudasse.

A experiência deu muito certo e, em 1997, Cleusa assumiu o negócio, inaugurando a Sodiê Doces em um imóvel de 20 metros quadrados na cidade de Salto, interior de São Paulo.

Anos mais tarde, a rede alcançou o status de maior franquia especializada em bolos artesanais do país, com mais de 300 lojas em 13 estados brasileiros.

Outro ponto que mostra a relevância do empreendedorismo feminino aparece em um levantamento do Sebrae, que revela que as brasileiras empreendem, principalmente, devido à necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira.

Ou seja, os ganhos com o próprio negócio ajudam as mulheres a sustentar suas famílias, diminuindo ou acabando com sua dependência financeira quanto aos companheiros, por exemplo.

Quais desafios que mulheres empreendedoras ainda enfrentam?

Mulheres empreendedoras ainda enfrentam muito preconceito no seu dia a dia

Enquanto os empreendedores em geral apontam a liberdade como principal motivo para abrir seu negócio, as mulheres brasileiras acabam tomando essa decisão por necessidade, para complementar a renda ou alcançar a independência financeira.

Isso porque, muitas vezes, elas precisam assumir o sustento da família.

Como mencionamos acima, as empreendedoras ainda recebem menos que os homens e, segundo o Sebrae, têm menor acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio.

Outros desafios estão relacionados à maternidade, que exige maior flexibilidade no trabalho.

Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) revelam que 53% das empreendedoras brasileiras são mães, sendo que a maioria busca por horários flexíveis que permitam conciliar as tarefas domésticas e a vida profissional.

Muitas empreendedoras também tomam esse caminho devido ao pouco espaço em cargos de chefia no mercado tradicional.

Conforme o estudo “Women in The Boardroom – Uma Perspectiva Global”, elas estão presentes em somente 16,9% dos assentos de conselhos de grandes empresas no planeta – número que cai para 8,6% no Brasil.

No meio corporativo, elas ainda enfrentam assédio e preconceito, partindo de ideias retrógradas como a de que são muito emotivas ou de que não poderão se comprometer com a empresa se tiverem filhos.

Discriminação

O preconceito de gênero está presente na sociedade como um todo, nos mais diversos cenários, e no empreendedorismo não é diferente.

Além de receberem salários inferiores para exercer a mesma função de um homem, quando empreendem, as mulheres esbarram em discriminação vindas de todas as partes, desde bancos até clientes.

Mulheres empreendedoras têm mais dificuldade de conquistar linhas de crédito e financiamento para seus negócios, e existem áreas do mercado que são dominadas por homens, como engenharias, tecnologia e informática.

Nesses campos, uma mulher enfrenta ainda mais resistência para se firmar no mercado.

Jornada exaustiva

Uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que o número de homens donos de empresas com mais de 3,5 anos é superior ao de mulheres e que a jornada múltipla que elas enfrentam pode ser uma das razões.

Homens empreendedores têm o privilégio de colocar seus negócios em primeiro plano, enquanto mulheres empreendedoras são responsáveis também pelas atividades de trabalho não remunerado.

O número de horas que as mulheres da América Latina dedicam diariamente a tarefas ligadas à casa e cuidados com a família é três vezes maior que as dedicadas pelos homens.

Somando as horas investidas em atividades remuneradas e não remuneradas, enquanto os homens no Brasil trabalham cerca de 49,7 horas por semana, as mulheres trabalham 53,3 horas.

Como as horas de um dia são as mesmas 24, tanto para homens quanto para mulheres, essa sobrecarga se torna exaustiva, fazendo com que muitas acabam por adiar suas carreiras e seus empreendimentos.

Barreiras financeiras

Como mencionamos, ter acesso ao crédito é mais difícil para mulheres empreendedoras do que para homens, e elas ainda pagam taxas de juros maiores.

Segundo pesquisa do Sebrae, os homens pagam 31,1% de juros ao ano, enquanto as mulheres pagam 34,6%.

A discriminação por parte dos bancos e agências de crédito fica ainda mais evidente quando constatamos que a inadimplência é de 4,2% entre homens e de 3,7% entre mulheres.

Embora América Latina e Caribe tenham o maior número de mulheres autônomas, apenas 30% dos pequenos e médios negócios que solicitam empréstimo são aprovados.

Desigualdade salarial

Mulheres no empreendedorismo e a desigualdade salarial

Ainda no âmbito financeiro, mulheres empreendedoras também lidam com a desigualdade salarial.

Embora tenham um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens em média, as mulheres donas de negócios ganham 22% a menos.

Enquanto 49% das mulheres empreendedoras têm rendimento mensal de até um salário mínimo, o percentual dos homens nessa faixa de remuneração é de 35%.

Assédio

O assédio é mais um dos desafios que o empreendedorismo feminino enfrenta.

Um mapeamento da Laudes Foundation mostrou que cerca de 76% das mulheres que trabalham já sofreram algum tipo de assédio, moral ou sexual.

Destas, 36% já foram expostas a situações de constrangimento, preconceito, discriminação, violência, abuso ou assédio pelo fato de serem mulheres.

Ideias de negócios para mulheres empreendedoras

As mulheres podem iniciar qualquer tipo de negócio para o qual tenham conhecimento e experiência.

Aqui vão algumas ideias para inspirar os seus planos.

Programação

O empreendedorismo feminino pode ser digital, e um dos caminhos é a programação.

Mulheres que são programadoras ou desenvolvedoras podem atender empresas e startups, oferecendo soluções de software, venda de plugins ou criação de templates, por exemplo.

Loja de Cosméticos

Produtos para a pele, cabelos, pernas e pés, área dos olhos, perfumes, para todas as idades e todos os gêneros.

Esse é um universo amplo que pode ser explorado ao empreender com uma loja de cosméticos, física ou digital, e quem sabe até oferecer serviços junto à venda de produtos, como aula de maquiagem, por exemplo.

Livrarias

Você pode empreender com a venda de livros novos ou usados, abrindo uma livraria ou um sebo, uma loja especializada em um determinado tema ou abrangendo todos os gêneros.

Seu negócio pode ainda unir serviços como cafeteria, saraus, espaço para cursos, lançamentos e sessões de autógrafos, entre outros.

Imobiliária

O empreendedorismo feminino pode estar presente no mercado imobiliário e, para isso, a inovação é bem-vinda.

Aposte no uso de fotos e vídeos de drone para proporcionar visitas virtuais, além de aplicativos, nuvem e até assinatura eletrônica para facilitar o gerenciamento de dados e o fechamento de negócios.

Loja de Joias e Bijuterias

O mercado de joias e bijuterias requer pesquisa de mercado e acompanhamento de tendências, movimentando um alto volume financeiro em uma atmosfera de glamour.

Você pode iniciar desde uma loja de bijuterias ou semijoias até uma joalheria que trabalhe apenas com materiais preciosos e designs exclusivos.

Agência de modelos

Com uma agência de modelos, você representa os mais variados perfis de pessoas que desejam fazer comerciais para televisão, veículos impressos, participar de campanhas, desfiles e eventos.

Além disso, irá lidar com agências de publicidade, emissoras e outros canais de comunicação, fotógrafos e até caça-talentos.

Restaurantes

Para quem é da área de gastronomia ou nutrição, ou simplesmente sabe e gosta de cozinhar, abrir um restaurante pode ser um ótimo jeito de empreender.

Pode ser um local de almoço executivo apenas durante os dias da semana em uma região de muitas empresas, a la carte ou buffet, ou um café ou bistrô charmoso unindo pratos elaborados a drinks.

Você pode até oferecer serviço para eventos ou vender pratos congelados.

Produção de conteúdo

Existem muitas oportunidades para o empreendedorismo feminino

Cada vez mais em alta, a produção de conteúdo é uma necessidade para todos os tipos e tamanhos de empresa.

Você pode escrever textos sobre os mais variados assuntos para sites, blogs, redes sociais, materiais impressos, além de produzir vídeos, podcasts e até fazer a arte que vai acompanhar os posts, por exemplo.

Decoração de interiores

Se você é da área de arquitetura, decoração ou design, pode considerar empreender no ramo de interiores.

Sejam casas, apartamentos, escritórios, consultórios, restaurantes, lojas, shoppings, hotéis, spas e tantos outros ambientes, todos requerem decoração de interiores.

Maquiadora

Como maquiadora, você terá flexibilidade, tanto de horários quanto de local, pois pode criar um espaço para receber seus clientes, atuar em salões ou ir até eles.

Também pode focar em maquiagem para festas, eventos e passarelas ou mesmo trabalhos para produções teatrais, cinema e TV, podendo oferecer cursos e vender os produtos de beleza com os quais trabalha.

Fotografia

Todo mundo arrisca fazer fotografia com seus celulares, mas são poucos os que sabem fazer arte com uma câmera, e este é um nicho que você pode explorar.

Imortalizar momentos especiais como casamentos, o primeiro aninho do bebê ou uma formatura, fazer ensaios de noivos, de grávidas, de Natal ou de 15 anos são apenas alguns dos trabalhos que você pode oferecer como fotógrafa.

Pode se especializar na área de arquitetura, em imagens aéreas, ter um estúdio próprio ou até mesmo uma galeria.

Ideias de negócios para mães empreendedoras

Empreendedorismo feminino é uma ótima oportunidade para flexibilizar o tempo entre a carreira e os filhos

O empreendedorismo feminino é uma excelente oportunidade para mães que precisam dividir seu tempo entre carreira e filhos, com flexibilidade de horários e a possibilidade de trabalhar de casa.

Muitos dos negócios que vimos anteriormente podem ser oportunidades neste sentido, como produção de conteúdo, programação ou maquiagem.

Existem outras opções que ainda não citamos e vamos ver agora:

Revendedora

Mães empreendedoras podem investir no universo de revendas, representando marcas de roupas, de produtos de beleza, de alimentação e saúde, de sapatos, de joias e tantas outras.

Você pode investir em uma marca já consolidada, receber treinamento e não se preocupar com pesquisa de mercado e desenvolvimento de produtos.

Como revendedora, pode ter um mostruário virtual, além do físico, e agendar visitas na sua casa ou na casa de seus clientes.

Loja virtual

Mães empreendedoras também podem investir no e-commerce com um brechó online, representando uma marca já existente ou mesmo lançando a sua.

Uma loja virtual precisa de um catálogo e um ambiente seguro de pagamento, mas pode começar com encomendas por WhatsApp ou redes sociais e pagamentos via Pix.

Marketing digital

Não há empresa, por menor ou maior que seja, que não precise de marketing digital para manter sua presença no ambiente virtual.

Você pode oferecer esse serviço de casa, mas é preciso se manter atualizada e ter conhecimento de diferentes ferramentas e estratégias de atração, relacionamento, conversão e análise.

Por que é fundamental estimular o empreendedorismo feminino?

A sociedade e a economia precisam de mulheres no empreendedorismo

Estimular o empreendedorismo feminino é necessário porque a presença das mulheres em cargos de liderança resulta em melhorias na sociedade, economia e nas empresas.

A seguir, detalhamos os impactos em cada um desses segmentos.

Para a sociedade

Como mencionamos anteriormente, o empreendedorismo feminino desempenha um papel importante para reduzir as diferenças entre as oportunidades de ascensão na carreira para homens e mulheres.

Mas não é só isso.

O movimento ainda favorece a diversidade de negócios no mundo, destacando perspectivas inovadoras identificadas pelas empreendedoras.

Um exemplo é a empresa Lady Driver, que funciona por meio de um aplicativo de transporte com um time de motoristas composto apenas por mulheres.

A empresa foi pensada por Gabryella Correa depois que ela vivenciou uma experiência ruim com um motorista de aplicativo.

Durante a viagem, Gabryella foi assediada e temeu denunciar o profissional, já que ele sabia onde ela morava.

A empresária, então, decidiu transformar o episódio ruim em um impulso para forjar um serviço especialmente desenvolvido para mulheres.

Percebendo que amigas, familiares e conhecidas passavam pelo mesmo problema, ela fundou o Lady Driver, que reuniu mais de 50 mil motoristas até 2019, sem registrar casos de assédio.

Para a economia

Além de oxigenar as ideias de negócio, a inclusão de novas empreendedoras provoca um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

De acordo com um estudo divulgado no final de 2019 pelo Boston Consulting Group, diminuir a diferença de gênero em altos cargos executivos poderia elevar o PIB entre US$ 2,5 trilhões e US$ 5 trilhões.

Shalini Unnikrishnan e Cherie Blair, autoras do estudo, afirmam que os benefícios de apoiar a liderança feminina não se restringem ao incremento na receita global.

Elas explicaram, em reportagem da Forbes, que:

“Diminuir a lacuna de gênero no empreendedorismo e alimentar o crescimento de empresas pertencentes a mulheres lançará novas ideias, serviços e produtos em nossos mercados. E, no final, essas forças podem redefinir o futuro”.

Para as empresas

Mulheres com comportamento empreendedor são parte importante para a estratégia das empresas.

Conforme aponta o consultor, empreendedor e palestrante César Souza, as mulheres têm mais facilidade para desenvolver as competências comportamentais ou soft skills, extremamente valorizadas em um mercado que exige flexibilidade.

Souza afirma, em sua coluna no site Istoé Dinheiro:

“Na Era dos Serviços, do Intangível e do Compartilhamento que vivemos, a matéria-prima básica é composta por imaginação humana, criatividade e inovação. As organizações que desejam sobreviver nesse novo cenário não podem mais se dar ao luxo de selecionar apenas uns poucos para pensar, enquanto engaiolam a maioria da sua força produtiva na execução. Também fica inviável prescindir do emocional das pessoas e contar apenas com seu lado racional no dia a dia do trabalho.”

Apostar na liderança feminina auxilia no aproveitamento dos talentos de toda organização, além de estabelecer uma proximidade com a clientela de grande parte das marcas, afinal, as mulheres são maioria no Brasil.

No cenário mundial, uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho evidencia que empresas preocupadas com o impacto da diversidade de gênero na liderança contam com funcionários mais engajados e crescimento de 5% a 20% nos lucros.

Principais dados do empreendedorismo no Brasil

Novos negócios podem estimular o empreendedorismo feminino no brasil

Embora a taxa de empresas iniciais tenha caído para 21% em 2021, em comparação aos 23% do ano anterior, o Brasil tem a mais alta taxa de negócios novos entre todas as economias participantes do GEM com populações acima de 50 milhões.

Quando o relatório analisa os empreendimentos já estabelecidos, a taxa aumenta para 10% e coloca o país em segundo lugar entre as economias de nível C e países com mais de 50 milhões de habitantes.

Isso significa 14 milhões de adultos brasileiros, entre 18 e 64 anos, comandando seus próprios negócios, o que torna o Brasil a sétima economia em empreendedorismo no mundo.

Dados do empreendedorismo feminino

Uma pesquisa sobre empreendedorismo feminino realizada pelo Sebrae indica a existência de 25,6 milhões de negócios no Brasil, sendo que as mulheres estavam à frente de 33,6% deles.

Em termos de MEI, eles representam 48% e os principais campos de empreendimento são moda, beleza e alimentação.

Em comparação aos homens, elas são mais jovens, têm maior grau de escolaridade e ganham menos.

Veja a demografia empreendedora por gênero, idade e escolaridade no Brasil:

Quais são as maiores empreendedoras do Brasil?

Todos conhecemos a história de Luiza Trajano, que começou a trabalhar na loja do tio na década de 50 e hoje é dona do império Magazine Luiza, e a de Camila Farani, que começou a empreender aos 21 anos e hoje é uma das maiores investidoras do Brasil.

Existem muitas outras mulheres que são exemplos de empreendedorismo feminino no Brasil, como Rachel Maia, primeira mulher negra a ocupar um cargo de CEO em uma multinacional.

Ela comandava a famosa marca Lacoste, já chefiou as joalherias Tiffany e Pandora no Brasil e hoje está à frente do próprio negócio, a RM Consulting.

Rachel é membro do Conselho Geral do Consulado Dinamarquês e da Câmara de Comércio Dinamarquesa, do Comitê do Presidente da Câmara de Comércio Americana e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Outro exemplo de grande empreendedora brasileira é Alcione Albanesi, que montou seu primeiro negócio aos 16 anos e aos 25 entrou para o ramo energético, ao fundar a FLC Lâmpadas e ficar no comando por 20 anos.

Atualmente dedica-se integralmente à ONG Amigos do Bem, fundada por ela em 1993, ajudando mais de 150 mil pessoas com projetos educacionais, de geração de renda e trabalho.

Principais dados do empreendedorismo no mundo

Economias e comunidades ao redor do mundo foram atingidas pela pandemia de Covid-19, que impacta nos números do empreendedorismo global e na forma como os negócios são conduzidos.

Segundo pesquisa da GEM, citada anteriormente, há uma intenção maior de uso das tecnologias digitais na venda de produtos ou serviços, com 84% para o Brasil.

O relatório também mostrou uma queda na taxa de atividade empreendedora entre 2019 e 2021, sendo que essas iniciativas estão mais presentes entre adultos de 18 a 35 anos.

Há atualmente cerca de 582 milhões de empreendedores no mundo, e a tendência é de ascensão, estimulada pela pandemia.

Dados do Grupo Banco Mundial indicam o número de empresas em mais de 170 economias, apontando para 405 mil novas empresas no Brasil em 2020 e um total de mais de 4,2 milhões de negócios no país.

Se olharmos para o empreendedorismo feminino no mundo, veremos que a proporção de mulheres empreendedoras tende a ser inferior à de homens.

Exemplos e ideias de empreendedorismo feminino para você se inspirar

Você pode se inspirar em negócios de sucesso de outras mulheres empreendedoras

Reunimos duas histórias de coragem e inovação para servir de inspiração para você embarcar na jornada do empreendedorismo feminino.

Confira!

A iniciativa de Alcione Albanesi

Fundadora da FLC, líder no segmento de lâmpadas no país, Alcione sempre teve uma veia empreendedora.

Tanto que, ainda durante a adolescência, criou uma confecção de roupas de sucesso, que foi vendida alguns anos mais tarde.

Em viagem aos Estados Unidos, em 1992, Alcione se deparou com uma lâmpada fluorescente vendida a preço muito baixo, importada da China.

Na época, o produto era novidade e custava caro no Brasil, o que levou a empreendedora a viajar para a China para entender como as lâmpadas eram fabricadas.

De volta ao Brasil, ela inaugurou a FLC, fruto de muita pesquisa e investimento em tecnologia.

O pioneirismo de Alice Ferraz

Outro destaque vai para Alice Ferraz, CEO e fundadora do Fhits – plataforma com um time de influenciadores digitais de moda e lifestyle.

Em 2019, Alice, que criou um novo modelo de negócio, foi citada pela Revista Forbes entre as mulheres mais poderosas e influentes do Brasil.

A empresa também foi reconhecida como uma das mais inovadoras no mundo pela Fast Company.

Perguntas frequentes sobre empreendedorismo feminino

Se você ainda tem dúvidas sobre empreendedorismo feminino, veja respostas para algumas das perguntas mais frequentes a seguir.

Qual foi a primeira mulher empreendedora?

No século 19, houve a madame Clicquot Ponsardin, que tornou-se uma grande empresária francesa do ramo de bebidas, à frente da champagne Veuve Clicquot.

Antes, porém, no século 18, Eliza Lucas Pinckney mudou a forma de administrar a agricultura no tempo colonial dos Estados Unidos.

Qual é a realidade das mulheres empreendedoras no Brasil?

O empreendedorismo feminino no Brasil ainda se depara com preconceitos, discriminação e elevadas taxas de juros, embora as mulheres tenham nível superior de escolaridade e sejam melhores pagadoras.

Mesmo assim, muitas delas conseguem superar todos estes obstáculos e já estão à frente de um terço dos negócios (33,6%) no país.

Como estimular o empreendedorismo feminino?

Mulheres empreendedoras trazem impactos significativos para suas comunidades e é preciso estimular essa prática com políticas que respeitem suas habilidades e aspirações, com foco no crescimento dos negócios e uso de tecnologias digitais.

Conclusão

Ao longo deste artigo, trouxemos dados, conceitos e histórias do empreendedorismo feminino, tanto dentro como fora do Brasil.

Apesar dos desafios, muitas mulheres estão tomando a dianteira e fazendo a diferença no mundo, através da criação de negócios de impacto social e econômico.

Por isso, o movimento está crescendo e deve ser apoiado para diminuir as desigualdades de gênero e aumentar a diversidade.

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