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Empoderamento: o que é, origens e mercado de trabalho

20 de novembro 2018, 01:13

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Temos ouvido muito falar em empoderamento. Não é exagero dizer que essa é uma das palavras da moda.

Por essa razão é natural que, às vezes, o termo seja usado de modo indiscriminado e sem muito critério.

Mas em vez de implicar com a palavra, que tal fazer um esforço para compreender o que está por trás dela?

Ao longo deste artigo, vamos ajudar você justamente a entender qual é a ideia do empoderamento, focando no empoderamento feminino.

Logo de cara, já alertamos que a ideia de se empoderar não é buscar vantagens e privilégios. Na realidade, é muito mais o contrário.

Confira os tópicos que farão parte desta leitura:

  • O que é empoderamento?
  • De onde vem o termo empoderamento feminino?
  • Empoderamento Feminino
  • Os princípios do empoderamento das mulheres
  • Empoderamento das feminino no mercado de trabalho
  • Um bom gestor pensa em empoderar sua equipe
  • O que é empoderamento masculino?
  • O que é exatamente se empoderar
  • Divergências e polêmicas no Brasil sobre o Empoderamento Feminino
  • Entrevistas sobre o Empoderamento Feminino.

O tema lhe interessa? Então, não deixe de acompanhar este artigo até o fim.

empoderamento o que é
A palavra empoderamento nem sempre é bem usada

O que é empoderamento?

Empoderamento é o processo em que o poder é tomado ou concedido a uma pessoa ou um grupo delas.

Essa definição, porém, é muito simples e não dá conta da complexidade do significado por trás desse termo.

Para começar, não é possível entender de verdade o que significa empoderamento sem questionar qual o tipo de poder sobre o qual estamos falando.

Diferentemente do que muitos pensam, o poder não está sempre relacionado à dominância.

Você não precisa subjugar ninguém para exercer o poder.

O poder pode ser exercido sobre si próprio, ou sobre o contexto opressor e excludente da sociedade.

O dicionário Michaelis traz, como significados de poder enquanto substantivo, a “capacidade ou habilidade de executar algo” e a “força física ou moral”.

Mas talvez a definição do Michaelis que mais se encaixa no que estamos falando é esta aqui: “disposição natural ou adquirida para exercer qualquer atividade“.

A partir daí, podemos concluir que, em um processo de empoderamento, a pessoa entende que tem soberania sobre a sua vida, de que pode fazer o que quiser, sem limitações.

Ou seja, o empoderamento não é a concessão do poder da maneira mais óbvia, com distribuição de cargos, privilégios ou poder econômico.

Mas sim a tomada de consciência por parte de uma pessoa ou grupo.

É por isso que, geralmente, o empoderamento está relacionado a estratos da sociedade que sofrem preconceito ou não têm acesso às mesmas oportunidades que os demais.

Nesse sentido, o objetivo do empoderamento costuma ser a promoção de mudanças de ordem social visando a igualdade de direitos entre todos.

Reside aí a razão para falarmos que a palavra não tem a ver com a concessão de vantagens a determinado grupo, mas sim com acabar com as vantagens de outros para que não haja discriminação, nem qualquer tratamento desigual.

O termo também pode ser usado no ambiente de trabalho

De onde vem o termo empoderamento?

Empoderamento é um neologismo – quando é criada, em determinada língua, uma palavra que antes não existia, ou quando é atribuído um novo sentido a uma palavra.

De acordo com matéria publicada no Nexo Jornal sobre a origem da palavra, os primeiros picos de buscas na web por “empoderamento” ocorreram no ano de 2013.

Em 2017, um acontecimento que gerou grande repercussão nas redes sociais contribuiu para um aumento significativo no interesse dos usuários pelo termo.

Foi a entrevista que a BBC Brasil fez com o publicitário Washington Olivetto, em que ele afirmou que o “empoderamento feminino” se tornou um “clichê constrangedor”.

Mais adiante, falaremos mais sobre essa entrevista e, no tópico seguinte, sobre empoderamento feminino.

Enquanto a palavra da língua portuguesa é usada no contexto de causas sociais, de lutar pelos direitos iguais entre todos os grupos, o termo empowerment também pode ser utilizado no mundo dos negócios.

Entre os teóricos da administração, a palavra já foi muito usada para fazer referência ao processo em que o colaborador de uma empresa ganha autonomia e liberdade para tomar decisões.

É um conceito parecido com o de autogestão: mesmo que não tenha um cargo avançado na hierarquia da companhia, a pessoa assume mais responsabilidades, mas também os riscos e recompensas que as acompanham.

O empoderamento feminino é um tema bastante debatido na atualidade

Empoderamento Feminino

Até agora, tratamos o empoderamento de maneira mais genérica. Porque, afinal, qualquer pessoa pode tomar a consciência e dar poder a si própria.

E isso ocorre independentemente de seu gênero, idade, etnia ou classe social.

Mas, como já dissemos, a palavra faz mais sentido quando vinculada a grupos sociais que sofrem algum tipo de preconceito e discriminação.

Entre as causas que usam a palavra empoderamento, a mais comum é a do movimento feminista.

Empoderamento feminino é o processo em que as mulheres se posicionam de maneira ativa contra a desigualdade de oportunidades e de direitos entre os gêneros.

A diferença entre o feminismo e o empoderamento das mulheres é que o primeiro é a ideia de que deve haver equidade social, política e econômica entre homens e mulheres.

Já o empoderamento é o ato de tomar consciência disso e expressá-la em ações.

Os princípios do empoderamento das mulheres

Uma das principais lutas relacionadas ao empoderamento feminino é por condições iguais no mercado de trabalho.

Pensando nisso, a ONU Mulheres, junto com o Pacto Global, criou os princípios de empoderamento das mulheres.

Segundo a organização, trata-se de um “conjunto de considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à equidade de gênero e ao empoderamento de mulheres”.

Veja abaixo quais são esses princípios:

  1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
  2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
  3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
  4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
  5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
  6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
  7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Se você é homem, repare que não há motivo para temer, já que nenhum dos princípios fere seus direitos.

Todos eles são no sentido de educar o público empresarial – e a comunidade em geral – sobre a importância de tratar as mulheres de forma justa e sem prejuízos em relação ao tratamento que os homens recebem.

É necessário discutir o empoderamento feminino no mercado de trabalho

Empoderamento feminino no mercado de trabalho

Quando o assunto é trabalho, essa é uma das principais bandeiras das mulheres engajadas

Porque os números comprovam que não há igualdade de oportunidades e condições entre mulheres e homens no mercado.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres têm menos espaço no mercado de trabalho e maior participação no serviço familiar não remunerado.

No mundo todo, a taxa de desemprego é maior entre as mulheres.

No Brasil, a tomada de consciência tem ajudado.

Segundo o Ministério do Trabalho, a presença feminina no mercado de trabalho brasileiro era de 40,8% em 2007 e subiu para 44% em 2016.

O percentual de ocupação nos postos de trabalho por gênero é um indicador importante, mas há outros fatores em que a desigualdade se manifesta.

O principal deles é a disparidade nos salários.

Isso sem contar a dificuldade em conciliar o emprego com a maternidade e o trabalho doméstico, atividades que ainda são vistas por muitos como uma responsabilidade exclusiva das mulheres.

A luta é por equilibrar a relação, distribuindo melhor as tarefas e também as recompensas.

Um bom gestor pensa no empoderamento de seus colaboradores

A palavra empoderamento abre um guarda-chuva e pode ser aplicado também ao mundo das empresas.

Primeiro, pensando no empoderamento de equipes. O bom gestor não sufoca com suas demandas. Ele dá liberdade para seus colaboradores pensarem e darem sugestões sobre os rumos da empresa e dos seus projetos.

Não entenda isso como ausência de liderança ou de cobrança, mas sim a abertura para a criatividade e o pensamento coletivo.

O empoderamento de sua equipe significa que eles terão mais poder no processo. E com esse envolvimento, podem demonstrar maior vontade e motivação para entregar um trabalho superior em comparação com um projeto onde eles só seguiram ordens.

Ainda vai caber a um líder decidir quais são as melhores opções, tomar para si a responsabilidade e pensar no produto final, no end game.

Podemos pensar em empoderamento também quando um gestor persegue a ideia de dar oportunidades a diferentes pessoas para alcançar maior igualdade e representatividade na sua empresa.

Hoje é comum que empresas busquem profissionais com diferentes origens, gêneros e classes sociais para integrar equipes mais heterogêneas.

Vivência e experiências de vida diferentes podem trazer novas abordagens e ideias, algo que sempre é positivo em qualquer ambiente.

Ter isso em mente ao contratar não pode ser encarado como um ato de boa vontade ou bondade por parte do gestor e sim como algo inteligente a ser feito, que irá trazer resultados positivos.

A abertura de discussões sobre gênero e poder é benéfica para todas as pessoas

Existe empoderamento masculino?

Por um lado, falar em empoderamento masculino é uma falácia, assim como o “racismo reverso” (a ideia de que há racismo de negros contra brancos).

Isso porque estamos falando de ideias vinculadas a grupos que são, historicamente, oprimidos de alguma maneira.

As mulheres, assim como os negros, estão em desvantagem em relação a vários aspectos da vida social e profissional.

Nesse sentido, o homem não precisa se empoderar pelo simples motivo de que ele já tem um poder maior que o das mulheres.

Se o empoderamento masculino se manifestasse na prática, a relação ficaria ainda mais desigual.

Mas podemos pensar na questão de outra maneira se encararmos o empoderamento como um processo individual.

Por que não pensar no empoderamento masculino como uma maneira de se libertar de determinados padrões do gênero?

Se as mulheres sofrem com as expectativas que os outros têm para que cuidem da casa e dos filhos, os homens sofrem pressão para sustentar uma família e ter uma carreira sólida.

Isso sem contar os meninos que aprendem que ser homem é demonstrar masculinidade e libido, se impor e ser agressivo – enquanto a sensibilidade é um valor relacionado ao feminino.

Se considerarmos a destruição de ideias limitantes como empoderamento masculino, pode-se dizer que esse é um conceito que vai ao encontro do empoderamento feminino.

Empoderar é o abandono da passividade e o ganho em protagonismo

O que é exatamente se empoderar?

Se o empoderamento consiste no processo de tomar consciência e poder, empoderar é o verbo, a ação, o momento em que isso acontece.

Principalmente na categoria do empoderamento feminino se fala na importância da mulher “se empoderar”.

Empoderar-se, seja qual for a causa, é ter as rédeas da situação em vez de aguardar passivamente que as coisas mudem.

As discussões sobre empoderamento já geraram polêmicas no Brasil

Divergências e polêmicas no Brasil sobre o Empoderamento Feminino

No Brasil, a maior polêmica envolvendo o conceito de empoderamento feminino foi a já citada entrevista do publicitário Washington Olivetto ao site da BBC Brasil.

A matéria foi publicada no dia 24 de julho de 2017, sob o título de “‘Empoderamento feminino’ é clichê constrangedor, diz Washington Olivetto”.

Você pode conferir o texto completo aqui.

O entrevistador perguntava a opinião de Olivetto sobre a adoção pela publicidade de temas relacionados aos movimentos sociais.

A fala em que o publicitário cita o empoderamento feminino como um clichê é a seguinte:

Outra coisa insuportável que a publicidade cria ciclicamente, que a sociedade cria, são clichês constrangedores do tipo ‘pensar fora da caixa’, ‘quebrar paradigmas’, ‘desconstruir’, agora o ‘empoderamento feminino’. Que são todos primos-irmãos de um baixo nível intelectual, são primos-irmãos do ‘beijo no seu coração’. A gente tem que fugir desses clichês.

Na pergunta seguinte, ele explica melhor: “Empoderamento feminino se pratica, não se prega.”

Olivetto afirma que o problema é usar o termo sem mostrar o que ele é, o que torna a mensagem pobre.

Ou seja, não foi uma crítica ao processo em que as mulheres tomam o poder para si, mas sim com o uso indiscriminado do termo na publicidade sem a preocupação em transmitir um conteúdo de qualidade.

Apesar disso, o publicitário recebeu severas críticas em blogs, redes sociais e canais do Youtube.

O empoderamento de um certo grupo visa equilibrar a balança, nunca gerar privilégios

Conclusão

Empoderamento é, sem dúvida, uma das palavras da moda.

Se você leu o artigo até o fim, fez a coisa certa: em vez de torcer o nariz para o termo, buscou se informar melhor sobre o que ele significa.

Agora que você sabe mais sobre o assunto, tome consciência também sobre o desequilíbrio nas condições e oportunidades que diferentes grupos da sociedade têm.

O que você pode fazer no dia a dia para contribuir com uma sociedade mais igualitária?

Como criar ambientes de trabalho mais plurais, com maior diversidade e visões de mundo?

Deseja saber mais sobre a aplicação do conceito de empoderamento no ambiente corporativo? Então, deixe um comentário abaixo ou entre em contato conosco.

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