As demonstrações financeiras servem como base para todo tipo de diagnóstico patrimonial em uma empresa e são referência para a tomada de decisão entre gestores.
No contexto dos negócios, ninguém faz nada (ou não deveria fazer) sem antes saber se dispõe de meios para ir até o fim.
Por isso, o conhecimento sobre as finanças é indispensável, pois será a partir disso que a gestão saberá o que pode e o que não pode realizar.
Como aponta o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), entre as principais razões para o fechamento de um negócio, estão a perda de dinheiro e o excesso de impostos e taxas.
São evidências que sugerem que, em certos casos, não faltam oportunidades para empreender, mas sim preparo para conduzir um negócio.
Mais ainda, o que parece faltar para alguns gestores de negócios é conhecimento para lidar com a parte mais crítica, ou seja, os recursos materiais.
Quem está dando os primeiros passos ou está à frente de uma empresa precisa da mesma forma entender o mínimo da parte financeira para prosperar.
É disso que vamos tratar neste artigo, focado na importância de uma das ferramentas mais usadas para conhecer a saúde econômica de um negócio: as demonstrações financeiras.
Veja os tópicos abordados:
Acompanhe até o final e use os números para melhorar a sua capacidade de gestão.
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As demonstrações financeiras, no contexto empresarial, revelam a saúde e a vitalidade da empresa por meio de dados.
Elas contam a história da performance ao longo do tempo, gerando insights para a tomada de decisões estratégicas.
Além disso, são essenciais para a prestação de contas a partes interessadas, como investidores, credores e órgãos reguladores.
Trata-se de uma ferramenta de gestão conhecida desde a antiguidade, já que os primeiros demonstrativos financeiros de que se tem registro foram descobertos na antiga Mesopotâmia.
Ao analisar os dados, é possível identificar tendências, medir a eficácia operacional e mensurar os recursos financeiros.
Não por acaso, sua interpretação é uma habilidade a ser trabalhada por todos que estão envolvidos na gestão de negócios.
Especialmente porque é uma área em constante evolução.
Atualmente, a tecnologia transformou a maneira como esses dados são preparados e compartilhados, o que se dá por meio da automação e o uso de softwares de contabilidade.
A propósito, a FIA Business School tem um curso de pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking, com o qual você pode compreender a administração financeira de uma corporação e as ricas oportunidades abertas pelo mercado de capitais.
A finalidade das demonstrações financeiras é mostrar um retrato claro da saúde financeira de uma empresa em um determinado período de tempo.
Como citamos antes, essas informações são fundamentais para diversas partes interessadas, como acionistas, investidores, credores, órgãos reguladores e gestores.
Os demonstrativos financeiros desempenham um papel de extrema importância na prestação de contas, permitindo que se avalie o desempenho da empresa para a tomada de decisão.
Para os credores, as demonstrações ajudam a determinar a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações financeiras.
Além disso, elas permitem que os gestores avaliem a eficácia de suas estratégias e tomem decisões com base em dados concretos.
O demonstrativo financeiro por elas gerado também serve como base para o planejamento financeiro e a identificação de áreas que precisam de melhoria.
Ainda, funciona como uma forma de mostrar transparência, por meio de um repositório de dados essenciais para apoiar a tomada de decisões e o desenvolvimento de estratégias.
A falta de informações financeiras claras é como navegar em águas desconhecidas sem um mapa.
Ou seja, oferecem o risco de se perder e tomar decisões enganosas e precipitadas.
Quando faltam dados, empresas e investidores correm o risco de seguir apenas o seu feeling, a famosa intuição.
Nem precisamos ir longe para concluir que isso leva normalmente a decisões ruins, investimentos arriscados demais e estratégias de negócios falhas.
Isso para não falar da falta de transparência, que pode prejudicar a confiança dos acionistas e investidores quando não há clareza sobre a performance financeira.
Nesse sentido, as demonstrações financeiras oferecem tranquilidade à gestão.
Elas são como um guia, evitando as consequências de atuar em um mercado sem orientação.
Revelam dados sobre os seus ativos, passivos, receitas e despesas, permitindo que as partes interessadas avaliem o desempenho e a capacidade financeira de um negócio.
Isso ajuda a tomar decisões com alta margem de confiabilidade e segurança, mitigando riscos de negócio e orientando quanto ao que fazer ou não.
É um cenário muito diferente de outro no qual a intuição guia as ações de gestores.
Para diferentes finalidades, há demonstrativos financeiros mais ou menos indicados.
Isso ocorre em função do tipo de informação que destacam ou da maneira como são organizados.
Digamos, por exemplo, que uma empresa precisa gerar um documento mais abrangente para efeitos de comprovação fiscal.
Nesse caso, a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) provavelmente é o tipo de demonstrativo financeiro mais indicado.
Porém, pode ser que o gestor dessa empresa esteja interessado apenas em saber quanto dinheiro a empresa movimentou em um dia.
Para isso, ele deverá recorrer a um outro tipo de ferramenta: o fluxo de caixa, que por sinal também pode ser montado de diferentes maneiras.
Perceba, então, que há demonstrações financeiras para todos os fins, cada uma com suas próprias características.
Conheça agora as principais delas, como são elaboradas e em que casos são indicadas.
Por analogia, o balanço patrimonial é como um espelho que expõe a composição de uma empresa, revelando sua saúde financeira em um momento específico.
Trata-se de uma das demonstrações financeiras mais importantes, servindo como um retrato instantâneo dos ativos, passivos e patrimônio líquido de uma organização.
O balanço patrimonial é relativamente simples de entender, já que funciona como uma equação:
Os ativos representam tudo o que a empresa possui, enquanto os passivos são suas obrigações financeiras e o patrimônio líquido é o valor residual após a quitação de dívidas.
Portanto, essa é uma equação que deve sempre se manter equilibrada.
Para montar um balanço patrimonial, a empresa lista todos os ativos em ordem de liquidez — ou seja, quão facilmente podem ser convertidos em dinheiro — seguidos pelos passivos em ordem de vencimento.
O patrimônio líquido então é calculado, subtraindo os passivos dos ativos.
O balanço patrimonial se enquadra como uma demonstração financeira porque espelha as finanças de uma empresa em um momento específico, complementando outras demonstrações, como a já citada DRE.
Ele pode ser usado por acionistas, investidores e credores para fazer análises, pois permite avaliar a solidez financeira e a capacidade de pagamento de uma empresa, dando insights para a tomada de decisões.
Voltamos a falar sobre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Ela já tem um propósito um pouco diferente, pois esse documento contábil conta a história das receitas e despesas de uma empresa durante um período específico.
Assim, a DRE serve para desvendar o desempenho financeiro e para avaliar a lucratividade de uma organização, entre outros usos.
Traz ainda um detalhamento das receitas geradas pela empresa, como vendas de produtos ou serviços, juntamente com as despesas incorridas, como custos de produção, despesas operacionais e impostos.
A diferença entre as receitas e despesas resulta no lucro ou prejuízo líquido, que é a essência da DRE, fazendo deste um dos mais importantes indicadores financeiros.
Em sua montagem, a empresa lista suas receitas e despesas, tal como no balanço patrimonial e, no final, calcula o lucro líquido.
É importante observar que a DRE se refere a um período específico, geralmente um trimestre ou um ano.
Essa é uma demonstração financeira indispensável, pois dá informações detalhadas sobre a capacidade de uma empresa de gerar lucro a partir de suas operações.
Assim como o balanço patrimonial, ela é fundamental para investidores, acionistas e gestores, pois ajuda a avaliar o desempenho financeiro, identificar áreas de eficiência e avaliar a viabilidade do negócio.
Como parte integrante das demonstrações financeiras, a DRE complementa o BP, proporcionando uma visão abrangente da saúde financeira de uma empresa.
Todo negócio que opera em uma base diária vai precisar de um registro rápido, preciso e confiável para gerir essa movimentação.
É aqui que entra o fluxo de caixa, uma forma de rastrear a entrada e saída de dinheiro em uma empresa.
São registradas nele todas as transações financeiras, incluindo recebimentos e desembolsos, ao longo de um período específico.
O objetivo é proporcionar clareza sobre a liquidez da organização, ou seja, sua capacidade de cumprir obrigações financeiras no curto prazo.
Junto ao registro do fluxo de caixa, deve ser feita também a conciliação bancária, que consiste na comparação entre o saldo registrado do caixa com o das contas bancárias.
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é parte das demonstrações financeiras de uma empresa.
Por ela, são apuradas informações sobre como os lucros ou prejuízos ao longo do tempo afetam o patrimônio líquido da organização.
A DLPA destaca o saldo inicial dos lucros ou prejuízos acumulados, detalhando as adições e subtraindo as deduções para chegar ao saldo final.
Essa demonstração é importante para acionistas e investidores, pois ajuda a entender como a empresa tem gerenciado seus resultados ao longo do tempo.
O foco não é tanto nos números, mas em entender como a empresa lida com as suas finanças, evidenciando como os resultados foram efetivamente aproveitados.
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) compõe as demonstrações financeiras, aumentando ainda mais a transparência sobre como a riqueza é distribuída entre diferentes partes interessadas.
Ela revela o valor gerado pelas atividades da organização e como esse valor é alocado entre funcionários, governo, acionistas e reinvestido no negócio.
A DVA detalha as receitas e os custos relacionados à produção, mostrando a contribuição da empresa para a economia.
Além disso, ela ressalta a importância da responsabilidade social corporativa e da distribuição equitativa de valor.
Essa é uma ferramenta essencial para a prestação de contas e a avaliação do impacto econômico de uma empresa na sociedade, sendo considerada uma das mais importantes demonstrações financeiras.
As notas explicativas estão sempre presentes nas demonstrações financeiras.
Elas trazem informações adicionais e esclarecimentos que complementam os dados apresentados nas demonstrações.
Nelas, encontram-se detalhes sobre políticas contábeis, estimativas, eventos subsequentes e outras questões relevantes.
As notas explicativas aumentam a transparência e ajudam os usuários a compreender melhor os números, por isso, são valiosas para a conformidade regulatória e a prestação de contas.
Também enriquecem as demonstrações financeiras, aprimorando a compreensão e a confiabilidade das informações para eventuais stakeholders.
A otimização da geração e análise das demonstrações financeiras depende da habilidade da gestão em utilizar os melhores recursos, principalmente os tecnológicos.
Afinal, o que são demonstrações financeiras, se não um esforço coordenado de gestão compartilhado entre pessoas e máquinas?
A automação do processo contábil, nesse caso, é imprescindível, a fim de reduzir erros e poupar tempo.
Afinal, toda empresa precisa manter um registro financeiro organizado e consistente ao longo do ano para facilitar a consolidação dos dados e prestar contas
Claro que contar com profissionais qualificados em contabilidade também é fundamental, até para garantir a conformidade com as normas.
Por fim, vale utilizar sistemas de gestão integrada, os ERPs, para alimentar diretamente os bancos de dados financeiros.
Neste texto, você viu o que são demonstrações financeiras, para que servem, por que são importantes e como usar na prática.
Esse tipo de documento é como uma radiografia, que mostra como uma empresa está “por dentro”.
Por suas características, traz dados de enorme relevância para a tomada de decisão, seja na parte financeira ou contábil.
Cabe sempre lembrar que empresa que não cuida dos seus recursos materiais se expõe a todo tipo de ameaça, interna ou externa.
Gostou de somar mais esse conhecimento?
Então, continue acompanhando as atualizações do blog da FIA e expanda seus horizontes sobre gestão empresarial e negócios!
Referências:
https://www.gemconsortium.org/reports/latest-global-report
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/230/edicao-1/demonstracoes-financeiras-
https://www.uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170802100924.pdf
https://conube.com.br/blog/analise-financeira/
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