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Mulheres no agro: conheça quem são e perfil da liderança feminina

08 de dezembro 2025

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As mulheres no agro ocupam, com cada vez mais visibilidade e posições estratégicas na transformação do setor que move grande parte da economia brasileira.

Em um cenário em que o agronegócio responde por cerca de um quarto do PIB brasileiro, com participação de 23,8%, fica evidente o peso estratégico desse segmento para o país.

E nada disso seria possível sem elas.

Hoje, as mulheres estão à frente de propriedades rurais, cooperativas, agroindústrias, áreas de pesquisa, tecnologia e finanças voltadas ao campo.

Tal crescimento da liderança feminina no agro revela uma mudança importante nos padrões históricos de ocupação dos espaços de decisão, antes quase sempre masculinos.

Com visão de negócio, capacidade de inovação no agronegócio e gestão eficiente, as mulheres no campo ampliam sua influência e fortalecem a competitividade do agro nacional.

Vale dizer ainda que o protagonismo feminino traz impactos que vão além da produtividade.

Ele influencia modelos de liderança, valoriza a diversidade nas organizações e contribui para práticas mais sustentáveis e humanas.

Compreender melhor quem são essas mulheres, como atuam e que desafios ainda enfrentam é fundamental para executivos, instituições e empresas que desejam estar alinhados com os rumos contemporâneos do setor.

Neste artigo, apresentamos um panorama sobre o perfil da participação feminina no campo, com dados, reflexões estratégicas e exemplos inspiradores.

Veja os tópicos abordados a partir de agora:

  • Mulheres no agro: as estatísticas sobre liderança feminina no Brasil
  • Como as mulheres no agro vem contribuindo com o crescimento do setor?
  • Qual é o perfil da liderança feminina no agronegócio?
  • 5 mulheres do agro que fazem a diferença
  • Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres no agro?
  • Iniciativas e movimentos que impulsionam a liderança feminina no agro.

Acompanhe a leitura e entenda por que o futuro do agro também passa, cada vez mais, pela força e inteligência das mulheres que o constroem todos os dias.

Mulheres no agro: as estatísticas sobre liderança feminina no Brasil

Mulher no agronegócio fechando acordo com um senhor com mais idade
As mulheres no agronegócio são notadas por ocupar posições de grande destaque

É inegável que a presença feminina em setores-chave da economia brasileira é cada vez mais marcante. E, no agro, elas se fazem notar em posições de grande destaque.

Os mais recentes censos disponíveis no setor, feitos pelo IBGE em 2006 e 2017, comprovam isso.

Nesse período de 11 anos, a liderança feminina no agronegócio aumentou em seis pontos percentuais, chegando a 18,7%.

Na ocasião, já havia mais de 947 mil mulheres à frente de propriedades rurais, em um universo de mais de 5 milhões de gestores.

Estudos recentes mostram que a presença feminina no campo vai além da figura da produtora à frente da fazenda e se espalha por diferentes funções de gestão.

Levantamento do Sebrae, com base em dados do Mapa, Embrapa e IBGE, aponta que mulheres já administram mais de 30 milhões de hectares no Brasil, o equivalente a 8,4% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais.

Outro estudo indica que mais de 6 milhões de mulheres hoje movimentam a economia rural.

Isso impulsiona especialmente a agricultura familiar, responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no país. 

Além disso, 16% dos estabelecimentos familiares já eram comandados por mulheres em 2017, proporção que segue em expansão. 

Também vale destacar uma pesquisa da Cortex, que mediu a participação feminina nos principais setores da economia.

Confirmando o aumento da proporção de mulheres liderando empresas do campo, 33,06% das empresas do agronegócio contam com sócias em seus quadros.

Portanto, o agro pode se orgulhar da excelente performance e por ser um dos setores mais inclusivos em relação às mulheres.

Como as mulheres no agro vem contribuindo com o crescimento do setor?

Embora ainda seja em essência um setor conservador, o agronegócio vem se modernizando, e boa parte desse processo se deve à participação feminina no campo.

O arrojo das mulheres no agro abre por si só oportunidades de dar ideias e implementar melhorias que sequer eram cogitadas anteriormente.

Muitas vão para o agronegócio munidas de conhecimentos adquiridos em cursos em que são abordadas pautas recentes no setor, como é o caso da nutrição vegetal.

Há menos de duas décadas, ninguém pensaria, por exemplo, no papel de minérios como o manganês nas lavouras.

Pesquisa realizada pela Quiddity em parceria com a Bayer mostra que produtoras rurais desempenham papel importante na modernização sustentável do agro brasileiro, liderando a adoção de tecnologias, boas práticas ambientais e ações ligadas à ESG.

Premiações recentes, como o Prêmio Mulheres do Agro, têm destacado projetos liderados por elas em áreas como manejo sustentável do solo, uso eficiente de insumos, agricultura de baixo carbono e inovação em gestão.

Tudo isso evidencia que o protagonismo feminino está diretamente ligado à agenda de futuro do setor.

Outra importante contribuição das mulheres é no sentido de dar mais visibilidade ao que se faz no campo.

Muitas profissionais que atuam no agronegócio são também influencers e usam as redes sociais para mostrar um pouco das suas rotinas.

Perfis no Instagram como o da Taty Coelho, por exemplo, têm dezenas de milhares de seguidores, que curtem e comentam seus conteúdos educativos e curiosidades sobre a lavoura.

Outra página de sucesso é a Ela é do Agro, onde a influencer Aretuza Nigri conta as novidades do setor.

Elas também estão ajudando a mudar para melhor a cultura das empresas rurais na parte de marketing e vendas.

Com uma mentalidade mais digital, as mulheres no agronegócio estão ajudando a introduzir novas práticas, principalmente ao utilizar os canais online para agilizar os processos comerciais.

Qual é o perfil da liderança feminina no agronegócio?

Liderança feminina no agronegócio com mulher trabalhando no campo
Mulheres no agronegócio que fazem a diferença

As mulheres no agro se destacam por um perfil de liderança cada vez mais estratégico, diversificado e conectado às transformações do setor.

Elas atuam em diferentes elos da cadeia, indo da gestão direta de propriedades rurais à ocupação de cargos de direção em cooperativas, agroindústrias, tradings, agrotechs e instituições financeiras ligadas ao campo.

Do ponto de vista das características profissionais, sobressaem a forte capacidade de gestão, a visão de longo prazo, o foco em resultados e a habilidade de conciliar inovação com cuidado nas relações com equipes, fornecedores e comunidades.

É comum encontrar lideranças femininas que combinam olhar analítico com elevada sensibilidade para pessoas.

Isso favorece ambientes colaborativos, comunicação assertiva e tomada de decisão responsável.

Em termos de formação, muitas dessas profissionais são graduadas em Medicina Veterinária, Engenharia Agronômica, Zootecnia, Administração, Economia, Contabilidade, Direito, Tecnologia e Gestão Ambiental.

Cresce também o número de mulheres com MBA, pós-graduações e cursos de especialização em gestão, finanças, marketing, sustentabilidade e inovação no agronegócio, o que reforça a qualificação técnica da liderança feminina no agro.

Nas propriedades rurais, elas assumem o papel de gestoras completas, decidindo sobre investimentos, organizando equipes, planejando safras, negociando com fornecedores e compradores e liderando a adoção de tecnologia e boas práticas de manejo.

Já nas empresas do agro, ocupam funções de gerência, diretoria e coordenação, influenciando estratégias comerciais, políticas de crédito, desenvolvimento de produtos, projetos de ESG e iniciativas de transformação digital.

Muitas utilizam de forma intensa os meios digitais, tanto para gerir dados e processos quanto para se comunicar com clientes, parceiros e sociedade, fortalecendo a imagem do setor.

Há ainda um número crescente de empreendedoras rurais e executivas que se tornam referência em suas regiões, servindo de inspiração para novas gerações de mulheres no campo.

5 mulheres do agro que fazem a diferença

Um artigo apenas é pouco para exaltar o trabalho de extrema competência que fazem as mulheres no agro.

Elas vêm se destacando de tal maneira que já são em número suficiente para formar uma admirável lista de 100 mulheres poderosas na prestigiosa revista Forbes.

A FIA Business School, a par de tudo que acontece de mais relevante no cenário empresarial brasileiro, não poderia deixar de dar a sua contribuição.

Apresentamos aqui 5 mulheres do agro que estão deixando a sua marca no campo e um pouco das suas trajetórias profissionais.

1. Marcia Piatti Bordignon

Marcia Piati agachada em uma plantação representando as mulheres do agronegócio
Marcia Piati é um exemplo de sucesso das mulheres do agro

Não é de estranhar que, em um segmento ainda predominantemente masculino, as mulheres acabem por atuar por força das circunstâncias.

Assim aconteceu com a gestora Marcia Piati Bordignon, uma ex-professora que teve que abandonar as aulas de matemática em uma escola em Céu Azul, no Paraná, para se dedicar à lavoura da família.

Sua carreira como docente seguia estável, até que o falecimento do pai, quando ela tinha 27 anos, fez com que voltasse os olhos para o empreendimento.

Detalhe: sem o patriarca, a família ficou 100% feminina, com Márcia ao lado de sua mãe e mais três irmãs, todas empenhadas em ajudá-la a gerir o negócio.

Não foram poucos os desafios que ela teve de enfrentar para tomar a frente das rotinas, a começar pela resistência da mão de obra, que relutava em seguir ordens de uma mulher.

Marcia provou com muita competência e conhecimento que ela sabia o que estava fazendo.

Para não deixar “pontas soltas”, ela foi buscar formação na área, fazendo todos os cursos que estavam ao seu alcance.

Assim, aprendeu sobre administração rural, plantio direto, uso de insumos e mecânica, com um resultado impressionante: 40% de aumento na produtividade na fazenda da família.

O sucesso é tanto que Marcia Piati passou a ser consultada por vizinhos e donos de outras fazendas locais sobre o que fazer para melhorar suas respectivas produções.

Um belo exemplo de sucesso entre as mulheres no agronegócio.

2. Adriane Lermen Zart

Adriane, um exemplo de mulheres do agro, abraçando um cavalo de corrida
Um grande exemplo de liderança feminina no agronegócio

A presença feminina no setor agropecuário vem ajudando o setor a levar adiante melhorias e a mudar certas práticas de cultivo e criação.

Uma das figuras brasileiras mais importantes nesse sentido é a médica veterinária e mestre em Ciência Animal Adriane Lermen Zart.

Não é por acaso que ela lidera a lista de 100 mulheres mais poderosas do agro, já que é a principal responsável por introduzir nas fazendas de gado brasileiras a técnica Nada nas Mãos.

Trata-se de uma maneira de lidar com os bovinos em que são dispensadas as máquinas, deixando o criador e animal em contato direto.

Os tradicionais apetrechos para a lida com o gado são deixados de lado, com o ser humano transitando livremente entre os animais.

Com isso, os bovinos se sentem menos estressados, gerando resultados positivos tanto para o gado de corte quanto para a produção leiteira.

Neste vídeo, ela mostra como é feito o manejo do gado com essa técnica que, além de muito mais barata, é 100% sustentável e eco friendly.

3. Michele Guizini

Michele Guizini, uma das mulheres no agronegócio, segurando produtos como milho
Michele Guizini é uma expoente de liderança feminina no agronegócio

As mulheres no agro não “caíram de paraquedas”.

Para estar à frente das empresas, elas se prepararam muito bem, como a engenheira agrônoma Michele Guizini.

Esse é um caso típico de vocação que desconhece as barreiras de sexo, já que, desde a infância, Michele mostrava sua habilidade para trabalhar no campo.

Segundo a engenheira, o que mais a deixa encantada é que, “no agro, não há rotina. Todo dia é dia de aprender algo novo”.

Mas Michele não se contenta em lidar com as intensas rotinas de plantio, pulverização e colheita.

Além da parte operacional, também se dedica a divulgar o trabalho que faz no campo, por meio de suas redes sociais.

Por isso, é uma expoente de liderança feminina no agronegócio.

Michele é uma agroinfluencer com mais de 200 mil seguidores em sua página no Instagram, que usa para educar e mostrar sua rotina de empreendedora rural, além de inspirar meninas a seguirem seus passos.

O perfil é eclético, com postagens que abordam desde técnicas de plantio até fotos em momentos de descontração.

Mudando paradigmas, Michele usa em seu perfil uma frase que sintetiza bem o tema deste artigo e o momento do agro no Brasil: “Quando o homem do campo é uma mulher”.

4. Aline Maldonado Locks

Aline Maldonado sendo uma representação da importância das mulheres no agronegócio
Existem números expressivos conquistados pela liderança feminina no agronegócio

Outra engenheira de grande destaque no país é Aline Maldonado.

Ela é formada em engenharia ambiental e CEO da Produzindo Certo, plataforma criada a partir da experiência da Aliança da Terra e que hoje se consolidou como referência em inteligência socioambiental no agro.

Aline também está na lista das 100 mulheres poderosas do agro da Forbes, graças aos números para lá de expressivos do seu trabalho.

Com a Produzindo Certo, ela vem ajudando produtores rurais e grandes empresas a monitorar mais de 8,5 milhões de hectares em todo o país, conectando informação de campo, dados de satélite e indicadores de sustentabilidade para apoiar decisões de negócio responsáveis.

O foco é apoiar os agricultores, de modo que suas propriedades produzam em um regime de equilíbrio ambiental.

Segundo o site da empresa, a Produzindo Certo oferece soluções para empresas preocupadas em garantir uma rede de fornecimento verificada dentro de rígidos padrões de compromisso social e ambiental.

Na prática, a plataforma alia ações presenciais ao uso de tecnologia para propor mudanças no ambiente rural, oferecendo desde diagnóstico e orientação até a gestão completa de redes de fornecimento.

Entre os resultados alcançados sob sua liderança estão mais de 10 mil propriedades monitoradas e a conservação de mais de 3,5 milhões de hectares de vegetação nativa, reforçando o impacto da liderança feminina em escala no agronegócio brasileiro.

5. Aline Oliveira Pezente

Foto de Aline Oliveira, exemplo de mulher do agro muito bem capacitada
Mulheres do agro muito bem preparadas

No top 3 da lista da Forbes está Aline Oliveira Pezente, que até 2022 foi head global da Indigo, especializada no comércio de grãos e produtos biológicos.

No Brasil, a startup norte-americana atua desde 2018 e chegou a ser avaliada em cerca de US$ 3,5 bilhões em suas principais rodadas de investimento.

Aline tem no currículo um mestrado em Tecnologia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e passagens por gigantes do agronegócio, como a Cargill.

O sucesso na carreira não é recente, pois já em 2018 ela já despontava na lista anual do MIT Tech Review de inovadores “35 Under 35”, ou seja, 35 pessoas abaixo de 35 anos a se destacarem.Em 2022, ela foi nomeada Chief AI and Product Officer da Traive, empresa que fundou em 2018, depois de algumas temporadas de sucesso no agronegócio.

Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres no agro?

Mulher no agronegócio interagindo com notebook no meio do campo
As mulheres no agro vieram para ficar, mas enfrentam alguns desafios

Apesar dos avanços recentes, ainda existem obstáculos importantes à atuação feminina no agronegócio.

Muitos desses desafios são fruto de estruturas históricas que privilegiaram a liderança masculina e limitaram o acesso das mulheres a recursos, formação e espaços de decisão.

Na prática, isso se traduz em mais dificuldade para acessar crédito, tecnologia, assistência técnica, cargos de gestão e participação em conselhos.

As consequências aparecem na forma de menor visibilidade, sobrecarga de trabalho, barreiras à sucessão familiar e aproveitamento parcial do potencial feminino no campo.

Enfrentar essas questões passa por mudanças culturais, políticas públicas, iniciativas privadas e redes de apoio que reconheçam o protagonismo das mulheres no agro.

Barreiras estruturais

As barreiras estruturais dizem respeito a normas sociais, arranjos familiares e modelos de governança que historicamente deixaram as mulheres à margem das decisões no campo.

Em muitos casos, a terra está em nome de homens da família, o que dificulta o acesso a crédito, garantias e programas oficiais.

A divisão tradicional de tarefas também concentra nas mulheres o trabalho doméstico e de cuidado, limitando tempo e energia para formação e gestão dos negócios.

Superar esse cenário exige revisão de práticas sucessórias, inclusão de mulheres como titulares de propriedades, políticas específicas e apoio institucional consistente.

Desigualdade de gênero

A desigualdade de gênero se manifesta em preconceitos, estereótipos e na tendência de subestimar a competência técnica das mulheres no agro.

Ainda é comum que decisões estratégicas sejam concentradas em figuras masculinas, mesmo quando elas já assumem grande parte da gestão cotidiana.

Essas distorções impactam autoconfiança, reconhecimento profissional, remuneração e acesso a oportunidades de crescimento.

Combater a desigualdade passa por sensibilização, educação, fortalecimento de lideranças femininas e criação de ambientes em que a participação das mulheres seja incentivada e respeitada.

Acesso a crédito, tecnologia e gestão

Outro desafio importante está no acesso desigual a crédito, tecnologias e ferramentas de gestão.

Sem titularidade da terra, informações completas ou histórico formalizado, muitas produtoras encontram dificuldade para contratar financiamentos ou aderir a programas de apoio.

Além disso, nem sempre as soluções tecnológicas são desenhadas levando em conta a realidade e as rotinas das mulheres no campo.

Iniciativas de capacitação, atendimento especializado, fintechs do agro e programas públicos que priorizem produtoras ajudam a reduzir essas distâncias.

Segurança no campo

A segurança no campo é uma preocupação crescente para as mulheres que vivem e trabalham em áreas rurais.

Elas podem enfrentar situações de vulnerabilidade em deslocamentos, visitas a propriedades isoladas, atividades noturnas ou em contextos de conflitos fundiários e violência doméstica.

Esse cenário afeta a liberdade de atuação, a participação em espaços coletivos e o bem-estar das famílias.

Medidas de prevenção, redes de apoio, fortalecimento das políticas de proteção e canais de denúncia acessíveis são fundamentais para garantir a integridade física e emocional das mulheres no agro.

Iniciativas e movimentos que impulsionam a liderança feminina no agro

Felizmente, cresce no Brasil o número de ações estruturadas para impulsionar o protagonismo feminino no agronegócio.

São programas de formação, redes de apoio, premiações, projetos corporativos de diversidade e movimentos associativos que dão visibilidade às mulheres, fortalecem competências e abrem portas para novas oportunidades.

Essas iniciativas ajudam a acelerar mudanças culturais, ampliar a participação feminina em espaços de decisão e inspirar novas gerações de mulheres no campo.

Incentivar, divulgar e apoiar esse tipo de ação é essencial para que a liderança feminina no agro deixe de ser exceção e se torne parte natural da governança do setor.

Programas de formação

Programas de formação são iniciativas estruturadas de capacitação técnica, gerencial e de liderança voltadas às mulheres do agro.

Podem ser disponibilizados por escolas de negócios, universidades, cooperativas, empresas privadas, entidades de classe ou órgãos públicos.

Envolvem cursos, trilhas de aprendizagem, mentorias coletivas, encontros presenciais e online que abordam gestão, inovação e sucessão familiar.

A Comissão Nacional das Mulheres do Agro, da CNA, oferece trilhas de capacitação voltadas ao fortalecimento de lideranças femininas ligadas ao sistema sindical rural, com foco em gestão, sucessão e representação setorial.

Redes de apoio e mentorias

Redes de apoio e mentorias conectam mulheres do agro em diferentes regiões, perfis e estágios de carreira.

São grupos formais ou informais em que produtoras, executivas, consultoras e pesquisadoras trocam experiências, compartilham desafios e constroem soluções em conjunto.

A mentoria aproxima lideranças mais experientes de mulheres em desenvolvimento, acelerando aprendizado, ampliando networking e gerando referências positivas.

Entre as redes de apoio, destacam-se movimentos como o Missão Mulheres do Agro, que produzem conteúdo técnico, organizam encontros presenciais em eventos como o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio e estimulam o networking entre produtoras, executivas e profissionais do setor.

Também vale citar grupos regionais, como o Mulheres de Raça do Agro, citado pela Forbes.

São organizados cursos, palestras e mentorias para produtoras em diferentes estados, mostrando como redes estruturadas ajudam a compartilhar conhecimento, ampliar contatos e acelerar a trajetória de mulheres no campo.

Projetos corporativos

Projetos corporativos são ações de empresas do agro voltadas a promover diversidade, equidade de gênero e inclusão em seus quadros e cadeias de valor.

Incluem metas de presença feminina em cargos de liderança, programas de trainee voltados a mulheres, políticas de apoio à maternidade, trilhas de desenvolvimento e comitês de diversidade.

Além disso, muitas empresas apoiam projetos de campo focados em produtoras rurais, oferecendo capacitação, assistência técnica, crédito orientado e acesso a mercados diferenciados.

Essas iniciativas fortalecem a liderança feminina em toda a cadeia, geram reputação positiva e alinham o negócio a agendas ESG cada vez mais relevantes.

Entre os projetos corporativos, um destaque é a parceria entre Corteva Agriscience, ABAG e FIA Business School na Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio (ALMA), que integra educação executiva, agendas de ESG e fortalecimento da liderança feminina em grandes cadeias do agro.

Outro exemplo é o projeto Conexão Mulheres, da Bayer, uma estratégia que reúne diferentes iniciativas para fortalecer a presença feminina no campo.

Perguntas Frequentes

A seguir, reunimos respostas rápidas para algumas dúvidas comuns sobre a presença e a liderança das mulheres no agro.

O que é o movimento de mulheres no agro?

É o conjunto de iniciativas formais e informais que reúne mulheres ligadas ao agronegócio para fortalecer sua atuação, troca de experiências, representatividade e liderança no setor.

Qual é a importância da liderança feminina no agronegócio?

A liderança feminina amplia a diversidade de perspectivas, melhora a gestão de pessoas, impulsiona a inovação e contribui para práticas mais sustentáveis e responsáveis em toda a cadeia do agro.

Qual o papel da mulher no surgimento da agricultura?

Historicamente, as mulheres tiveram papel central na domesticação de plantas, no manejo de alimentos e na organização da vida comunitária, sendo fundamentais para o surgimento e a consolidação da agricultura.

Como incentivar mais mulheres a atuarem no campo?

É preciso oferecer acesso à educação, ao crédito, à tecnologia e às redes de apoio, além de combater estereótipos de gênero, dar visibilidade a exemplos inspiradores e criar ambientes seguros e acolhedores para atuação feminina no agro.

Conclusão

As mulheres no agro vieram para ficar e, daqui para frente, a tendência é de que haja uma participação cada vez maior das lideranças femininas nas decisões.

Como vimos, existem ainda uma série de obstáculos para serem removidos, a começar pela cultura machista predominante.

Apesar disso, nós estamos plenamente convencidos de que isso vai mudar e, dentro de alguns anos, tudo isso não vai passar de história.

A FIA encoraja as mulheres a se tornarem líderes, não apenas no campo, mas nas empresas em geral.

Para isso, indicamos nossos cursos de extensão, como o Agronegócio e ESG: da Teoria à Prática.

Outro curso que vai ajudar você a liderar com muito mais conhecimento de causa é a extensão Aplicações de Estatística e Inteligência Artificial para o Agronegócio.

Também indicamos o MBA Finanças Aplicadas ao Agronegócio, ideal para quem quer aprofundar sua atuação e assumir posições estratégicas no agro.

E, para quem busca uma formação ainda mais completa e alinhada às transformações do setor, a FIA Online oferece o MBA em Gestão de Agronegócios: Estratégia, Transformação e Tecnologia, uma especialização que integra visão estratégica, inovação e uso de tecnologias emergentes no agro.

Com a FIA, você chega mais longe na carreira!

Referências:

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/387898-agro-cresce-em-comercializacao-mas-gastos-faz-pib-do-setor-ter-queda-diz-levantamento-do-ibpt.html

https://censoagro2017.ibge.gov.br

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/a-presenca-da-mulher-no-agronegocio%2C00bfd967936ef710VgnVCM100000d701210aRCRD

https://agro.estadao.com.br/gente/mais-de-6-milhoes-de-mulheres-movem-a-economia-rural-no-brasil

https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2022/03/21/apenas-18percent-das-empresas-tem-so-mulheres-como-socias-veja-setores-mais-desiguais.ghtml

https://www.bayer.com.br/pt/midia/pesquisa-inedita-revela-produtoras-rurais-tem-papel-importante-inovacao-sustentabilidade-agro

https://www.mulheresdoagro.com.br/premio-mulheres-do-agro-2025-revela-iniciativas-sustentaveis-no-agronegocio

https://cnabrasil.org.br/paginas-especiais/comissao-mulheres-representantes

https://mulheresdoagrobrasil.com.br

https://forbes.com.br/forbesagro/2022/10/lista-forbes-50-grupos-de-mulheres-do-agro-brasil

https://www.corteva.com/br/quem-somos/ALMA.html

https://www.agro.bayer.com.br/nossa-bayer/conexao-mulheres-?

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