Em um mundo em que smartphones se tornaram indispensáveis, o mobile learning se apresenta como solução para um dos entraves enfrentados pelo EaD.
O Ensino a Distância ampliou as possibilidades de aprendizagem, porém, encontra barreiras entre alunos que não dispõem de um computador ou de um local adequado para realizar as atividades propostas.
É natural que tentem utilizar, então, seus dispositivos móveis para acompanhar aulas e fazer as tarefas.
Porém, se deparam com problemas como o tamanho dos materiais e a demora para o carregamento de páginas na web.
Pensando nisso, especialistas em tecnologia e educação começaram a criar capacitações personalizadas, considerando as limitações e os recursos de celulares, tablets e outros aparelhos.
Nasceu, assim, o mobile learning, formato que veio para revolucionar os processos de ensino-aprendizagem.
Se quer saber mais sobre quando ele foi criado, seu funcionamento, benefícios e uso para proporcionar educação continuada nas organizações, continue lendo este artigo.
Veja todos os assuntos comentados ao longo do conteúdo:
- O que é mobile learning?
- Quando surgiu o mobile learning?
- Como funciona a metodologia mobile learning?
- Qual a relação do mobile learning com o Estudo a Distância (EaD)?
- Qual a diferença entre m-learning e e-learning?
- Quais são os benefícios da metodologia mobile learning?
- O mobile learning também pode ser utilizado na educação corporativa?
- A importância do mobile learning na Era Digital?
Se tem interesse pelo tema, avance na leitura!
O que é mobile learning?
Mobile learning ou m-learning é uma metodologia de aprendizado que utiliza dispositivos móveis para facilitar as interações, treinamentos e capacitações de diversos tipos.
Traduzido como aprendizagem móvel, o termo mobile learning se refere tanto às formações feitas totalmente por meio de smartphones e tablets, quanto aquelas que recorrem a esses aparelhos como um complemento para atividades específicas.
Em outras palavras, ao utilizar um aplicativo para aprender idiomas, consumir uma videoaula por celular ou até entregar uma atividade via ambiente virtual de aprendizagem (AVA) de uma instituição de ensino, você está utilizando o m-learning.
Quando surgiu o mobile learning?
O mobile learning surgiu no contexto de expansão da Educação a Distância intermediada por Tecnologias de Informação e Comunicação Móveis e Sem Fio (TIMS), por volta dos anos 2000.
Na ocasião, o desenvolvimento de soluções capazes de suportar navegadores e outros recursos da internet em dispositivos móveis já sinalizava o potencial desses equipamentos para aprimorar o ensino.
Palmtops, laptops e opções de internet sem fio, como o wireless, tornaram possível o conceito de aprender a partir de qualquer local e em qualquer horário, usando apenas um pequeno aparelho portátil.
Embora só tenha se concretizado no início do século 21, essa ideia é bem mais antiga.
Na década de 1970, o especialista em informática Alan Kay havia descrito um aparelho que serviria como livro portátil para facilitar o aprendizado de crianças.
Nomeado de Dynabook, o projeto não chegou a se concretizar na época, contudo, serviu para disseminar a premissa de uma aprendizagem com maior comodidade e agilidade, que pudesse ser conduzida durante momentos de espera, otimizando o tempo.
A tendência do mobile learning na educação
Segundo o texto “M-learning ou Aprendizagem com Mobilidade: Um Estudo Exploratório sobre sua Utilização no Brasil”:
“Aprendizagem com Mobilidade ou m-learning se refere a processos de ensino e de aprendizagem que ocorrem, necessariamente, apoiados pelo uso de TIMS, envolvendo a mobilidade de atores humanos que podem estar fisicamente/geograficamente distante de outros atores e também de espaços físicos formais de educação, tais como salas de aula, salas de treinamento/formação/qualificação ou local de trabalho.”
A rotina agitada que vem se tornando comum na atualidade, junto à necessidade de aprendizado constante para que os profissionais e empresas se mantenham competitivos, fez surgir a demanda por mobilidade nos processos de ensino.
De forma simultânea – e não por acaso – houve crescimento na produção e nas vendas de telefones celulares inteligentes, chamados smartphones, enriquecidos com ferramentas cada vez mais eficientes para o uso na educação.
Para se ter uma ideia, 79,3% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm seu próprio celular, sendo que 88,5% destes usa o aparelho para acessar a internet, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD Contínua TIC) 2018.
Entre os brasileiros que possuem acesso à web, 98,1% entram na rede através de seus dispositivos móveis, contra 50,7% que empregam computadores para a tarefa.
Portanto, se o objetivo é democratizar o acesso à educação, faz mais sentido investir em formações otimizadas para os smartphones do que priorizar os computadores.
Como funciona a metodologia mobile learning?
O mobile learning pode ser adaptado a uma série de contextos, empregando ferramentas tecnológicas para conectar professores e instrutores e/ou reforçar a dinâmica de ensino-aprendizagem.
Geralmente, essa metodologia funciona a partir de um ponto de interações, que pode ser tanto online quanto offline, apesar de a maioria deles precisar de internet para, por exemplo, baixar um app que vai viabilizar o acesso remoto.
Uma das maiores vantagens dos recursos em versão offline é que não consomem dados do usuário, nem exigem conexões rápidas (banda larga) para que sejam visualizados com qualidade.
Uma vez instalados, eles permitem a aprendizagem a qualquer hora e lugar, ainda que não haja dados móveis ou outra conexão disponível.
Seja qual for a ferramenta de m-learning empregada, ela costuma ser bastante simples e customizável, a fim de simplificar a rotina de aprendizado.
Conheça, abaixo, alguns dos recursos mais populares nesse campo.
Gamificação
A gamificação corresponde ao uso de elementos comuns dos games em situações de não jogo, incluindo a educação.
Não significa, então, que jogos serão criados para o mobile learning – embora isso possa ser feito – e, sim, que um ou mais componentes deles serão empregados para tornar o aprendizado mais prazeroso, lúdico e divertido.
Aproveitando que boa parte dos usuários de smartphones têm o hábito de jogar, itens como a narrativa, grandes desafios para encerramento de um capítulo (boss) e pontuações são usados para facilitar a aquisição de competências úteis.
Mapas também podem servir para que o estudante acompanhe sua performance e saiba em que ponto da capacitação ele se encontra, o que permite a otimização de sua rotina para finalizar uma ou mais etapas em prazos determinados.
Videoaulas
Em vez de seguir os padrões das aulas expositivas na modalidade presencial, as videoaulas costumam ser adaptadas ao contexto mobile, ou seja, são mais dinâmicas, simples e abordam um assunto por vez.
Por isso, é comum que o conteúdo de uma aula tradicional seja desmembrado em uma série de videoaulas, ministradas em períodos curtos para que o aluno possa acompanhá-las sem precisar fazer pausas.
Afinal, é complicado manter a atenção por muito tempo em um vídeo em tela, especialmente em um celular, por onde chegam notificações de vários outros programas instalados.
As videoaulas podem ter, ainda, marcações de tempo para que o estudante planeje o melhor momento em que podem ser assistidas, e sugerir complementos com outros materiais, sejam eles produzidos pela instituição de ensino ou por terceiros.
Livros digitais
Desde os e-books mais simples até os repletos de recursos multimídia, livros digitais são opções baratas e interessantes, principalmente para introduzir ou reunir os conceitos básicos sobre determinado assunto.
Servem também para expandir o conteúdo explorado durante as aulas, com leituras complementares que agregam a vantagem de busca automática dentro do livro, marcações e compartilhamento a partir de alguns cliques.
Imagens, links, vídeos, áudios, infográficos e outros mecanismos interativos deixam a leitura mais atraente e dinâmica, ajudando a construir e solidificar o conhecimento.
Por vezes, os e-books contam, ainda, com leitores ou versões em audiolivro, facilitando o consumo de seu conteúdo durante outras atividades do dia a dia, como exercícios físicos ou organização da casa.
Aplicativos
Os apps talvez sejam as ferramentas mais representativas do mobile learning, uma vez que são pensados para o uso em dispositivos móveis.
Criados para telas menores e acompanhamento em fases, muitos aplicativos dão suporte para que os estudantes ampliem os horizontes de um jeito simples e lúdico, englobando recursos de gamificação.
Um exemplo conhecido é o aplicativo para ensino de línguas Duolingo, formatado como um jogo em que o aluno recebe pontos por cada etapa concluída.
Mas existe uma infinidade de outros apps dedicados ao processo de aprendizagem em uma série de áreas do conhecimento, inclusive as versões mobile para sistemas criados para instituições de ensino (AVA e outros LMS – Learning Management System).
Plataformas
As plataformas são, comumente, acessadas via navegador do smartphone, mediante login e senha.
Uma de suas vantagens é que, ao contrário dos apps, o sistema não requer download ou atualizações, funcionando como um SaaS (software as a service) adequado para o acesso via celular e tablet.
Para tanto, suas páginas são responsivas, ou seja, se adaptam automaticamente a diferentes tamanhos de tela, e os conteúdos são leves para facilitar sua abertura no celular.
Os botões e caixas de diálogo aparecem em destaque e tamanho grande, a fim de permitir cliques na modalidade touch, sem entraves.
Qual a relação do mobile learning com o Estudo a Distância (EaD)?
O mobile learning costuma ser visto como um tipo de Ensino a Distância, e isso faz sentido, pois muitas vezes esses métodos andam de mãos dadas.
É o caso do desenvolvimento de apps para conferir capacitações na modalidade EaD, o que possibilita que os estudos sejam feitos sem a necessidade de um computador.
Ambas as abordagens se prestam, ainda, a questionar o modelo tradicional de ensino-aprendizagem, caracterizado por aulas expositivas e pouca participação dos alunos.
No entanto, o m-learning compreende um campo mais extenso que a Educação a Distância, e vice-versa.
A EaD não se vale, necessariamente, das ferramentas de aprendizado com mobilidade, podendo se restringir ao acesso por computador pessoal ou a partir de um único terminal equipado com os documentos do curso.
O mesmo raciocínio serve para o mobile learning, que vai além da EaD quando é empregado na sala de aula, por exemplo, para tornar os encontros pessoais mais dinâmicos através de uma competição.
Qual a diferença entre m-learning e e-learning?
Contamos, nos tópicos acima, que o m-learning surgiu no contexto do e-learning – daí a forte ligação entre esses dois conceitos.
Mas eles são diferentes, em especial porque o e-learning corresponde ao ensino estruturado, ou seja, formal, baseado em planos de aula, sequências e limites bem delineados.
Portanto, descreve principalmente os cursos e treinamentos elaborados e oferecidos por instituições de ensino, dispondo de tutores, professores e outros profissionais qualificados para orientar a jornada do aluno e aplicar avaliações periódicas.
O mobile learning pode se desenvolver em ambientes semelhantes, contudo, não exige uma estrutura formal para existir.
Isso significa que o m-learning pode se dar de forma totalmente voluntária, autodidata, sem que o estudante recorra a um especialista ou processo institucionalizado.
Ele mesmo pode acessar uma plataforma ou aplicativo, compreender sua proposta, estudar nos dias e horários mais convenientes e se autoavaliar, ainda que não exista uma ferramenta própria para fazer isso.
Digamos que o propósito do aluno seja aprimorar os conhecimentos sobre gestão de equipes.
Ele pode escolher um e-book, apostila, série de vídeos, games ou outro formato de mobile learning, estudar as técnicas, colocá-las em prática no próprio ambiente de trabalho e analisar quais delas foram bem-sucedidas.
Pode, também, pedir feedback ao time que está gerindo ou aos seus superiores para descobrir pontos de melhoria e aperfeiçoamento.
Quais são os benefícios da metodologia mobile learning?
Acompanhe, abaixo, os 5 principais benefícios de investir no m-learning.
Facilidade de acesso
Nos dias de hoje, é raro ficarmos sem o celular por algumas horas.
O pequeno dispositivo concentra opções para nos informarmos, nos comunicarmos com o mundo e solicitar uma série de produtos e serviços.
Portanto, dispor de formatos de aprendizagem mobile facilita muito o acesso a esses conteúdos, conferindo comodidade a todo o processo e estimulando a construção do conhecimento com agilidade.
Estimula o engajamento do aluno
A atual cultura do imediatismo e os estímulos que recebemos a todo momento nos deixaram acelerados, dificultando a concentração em qualquer tipo de aula ou tema.
Por mais interessante que seja o assunto, ele precisa ganhar a atenção de indivíduos cada vez mais dispersos para que seja assimilado, o que pede maior participação dos estudantes.
Acostumados a interagir em diferentes plataformas mobile, eles são impelidos a se envolver (ou engajar) por meio do m-learning.
Diversificação da aprendizagem
Outra vantagem relevante é que o mobile learning possibilita a integração com outros sistemas instalados no celular, como as plataformas de vídeo Youtube e Spotify, ou as redes sociais.
Dessa maneira, acabam incluindo conteúdos diversificados, tanto quanto ao formato tanto quanto à linguagem e autoria, o que enriquece o processo de aprendizado.
Também podem incluir ferramentas como jogos, quiz, realidade virtual e aumentada, com ganhos na imersão e concentração por parte dos estudantes.
Melhoria na eficiência do ensino
Uma vez que estejam atentos e participativos durante a trajetória de ensino, os alunos aprendem mais, o que torna o processo eficaz.
Entretanto, o m-learning tem o poder de ir além e potencializar os investimentos e resultados, proporcionando experiências ricas com o emprego de menos recursos.
Os usuários também podem assimilar conteúdos gastando menos dinheiro e tempo, organizando sua rotina para aproveitar ao máximo as aulas e atividades.
Favorece a aprendizagem contínua
Um dos melhores conselhos de carreira e vida é: nunca pare de aprender.
Daí o sucesso das metodologias que proporcionam aprendizagem contínua, contribuindo para a formação e reciclagem de profissionais de alta performance, que mantêm a empregabilidade, mesmo em momentos de crise.
O mobile learning exige apenas um smartphone, curiosidade e disposição para seguir adquirindo conhecimento, por vezes, até de forma gratuita.
O mobile learning também pode ser utilizado na educação corporativa?
Sim.
A metodologia tem sucesso ao agregar flexibilidade e comodidade aos treinamentos e outras táticas de desenvolvimento de pessoas.
Por isso, é uma boa pedida para modernizar a educação corporativa, adotando uma postura inclusiva quanto às novas tecnologias.
Em vez de cercear o uso do smartphone durante a jornada de trabalho, as empresas podem fomentar seu emprego para o crescimento profissional e pessoal dos colaboradores.
Além do mais, o m-learning facilita a conclusão de cursos longos, que podem ser divididos em conteúdo seriado e acompanhados durante alguns minutos do dia, até que terminem.
A importância do mobile learning na Era Digital
A era digital levou à popularização de dispositivos que ampliaram a comodidade no dia a dia, especialmente os smartphones.
Pequenos, leves e personalizados, esses aparelhos já fazem parte da rotina da maior parte da população mundial, transformando diversos hábitos e alcançando a educação.
Sabemos que o conhecimento se dá a partir de algo que conhecemos para, então, construirmos uma ponte rumo ao desconhecido, até que também se torne conhecido.
E os celulares modernos são equipamentos conhecidos, o que já elimina barreiras e favorece a adesão a cursos, treinamentos, aulas e outros tipos de capacitação.
Portanto, os dispositivos móveis – e o mobile learning – podem e devem ser vistos como facilitadores e aliados na democratização do acesso à educação, à medida em que ganham espaço entre pessoas de todas as idades, nacionalidades, origens e culturas.
Conclusão
Neste artigo, falamos sobre a importância, vantagens e funcionalidades do mobile learning.
Essa metodologia vem ganhando relevância graças às facilidades que disponibiliza, já que os smartphones estão sempre ao nosso lado e estamos familiarizados com suas ferramentas.
E você, já experimentou a aprendizagem móvel? Conte sua experiência no espaço para comentários, abaixo.
Se gostou deste conteúdo, compartilhe! Acesse o blog da FIA para se manter atualizado sobre educação, empreendedorismo, gestão de pessoas e de empresas.