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Ética na inteligência artificial: relação e como construir um futuro responsável?

25 de novembro 2024, 16:00

O debate sobre a ética na inteligência artificial está na ordem do dia.

Em razão dos desafios éticos da inteligência artificial, existe uma preocupação com as consequências que o uso não regulamentado dessa ferramenta pode vir a trazer.

Até mesmo o visionário Elon Musk já se mostrou preocupado com essa questão, chegando a assinar uma petição pedindo que se pare com as pesquisas por um tempo.

A questão principal, segundo o manifesto, é que não há mecanismos de governança que limitem a IA e que definam responsabilidades sobre o seu uso.

Esses são apenas alguns dos pontos que precisam ser melhor debatidos, a fim de que a inteligência artificial seja um instrumento a serviço da humanidade.

Os principais deles você vai conhecer neste conteúdo, em que vamos abordar:

  • O que é ética na inteligência artificial?
  • Desafios éticos da inteligência artificial
  • Importância de práticas éticas em IA
  • O papel da capacitação em ética na IA
  • Como implementar práticas éticas em sua empresa
  • O futuro da ética na inteligência artificial.

Avance na leitura e entenda as principais implicações de ética na inteligência artificial.

O que é ética na inteligência artificial?

A ética na inteligência artificial diz respeito ao conjunto de princípios e práticas que guiam o desenvolvimento e uso responsável das tecnologias de IA.

Ela aborda questões como transparência, privacidade, justiça e a minimização de vieses para proteger os direitos humanos e promover impactos positivos na sociedade.

Também se relaciona com limites morais, legais e técnicos que deveriam pautar as diferentes maneiras de empregar essa tecnologia.

Não se discute que a IA é um dos maiores avanços da história recente da humanidade, assim como ela veio para ficar.

O que a comunidade científica propõe é que, antes de dar o próximo passo, primeiro consideremos as implicações da inteligência artificial.

A ideia é prevenir o uso indiscriminado da tecnologia, que inclusive já vem sendo utilizada com fins sombrios, como mostram os episódios de deepfake recentes.

Assim, a ética busca garantir que a IA funcione de maneira segura, confiável e equitativa, considerando tanto os benefícios quanto os possíveis riscos associados ao seu uso.

Desafios éticos da inteligência artificial

Como dito na carta publicada no site da Future of Life Institute, é preciso desde já criar instituições capazes de confrontar as “dramáticas perturbações econômicas e políticas (especialmente para a democracia) que a IA causará”.

De fato, os regimes democráticos já estão tendo que lidar com essas perturbações, como mostram os episódios de manipulação nas eleições dos Estados Unidos e em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

Assim como em todo avanço, nem todos que usufruem das benesses da tecnologia têm boas intenções.

Vamos ver, então, quais os desafios que se impõem nesse cenário e porque a ética na inteligência artificial deve ser a prioridade das empresas que a desenvolvem e também nos governos.

Transparência

As lideranças mundiais estão preocupadas, e com muita razão, com a atribuição de responsabilidades pelo uso indevido da IA.

Embora as IAs generativas mais populares sejam bastante diligentes em relação à não propagação de conteúdos sensíveis ou ilícitos, nada está garantido.

Ninguém pode dizer que, em um futuro próximo, não possam ser criadas tecnologias com intenções ilícitas.

Assim como existe a dark web, onde todo tipo de conteúdo e prática criminosa é divulgada e estimulada, é uma possibilidade real que um dia venha a existir uma “dark IA”.

Por isso, quanto mais transparência houver nos processos de desenvolvimento dessa tecnologia por parte das empresas, maior a capacidade de controle sobre essa questão.

Viés algorítmico

Há quem pense que a IA pode vir a se rebelar um dia, tal como fez a rede Skynet no filme “O Exterminador do Futuro” (1984).

Exageros à parte, até aqui, não temos motivos para crer que isso possa acontecer, até porque a própria IA já disse que os robôs nunca vão dominar o mundo.

Por outro lado, existe o chamado viés algorítmico (ou discriminação algorítmica) que seria uma espécie de “preconceito” em relação aos humanos por parte das IAs.

Esse é um problema mais frequente em mecanismos de detecção facial, alguns dos quais não têm uma base de dados robusta o bastante para identificar certos tipos de rosto.

Privacidade de dados

A ética na inteligência artificial, em especial nas IAs generativas, parece ter hoje um foco muito maior na questão da privacidade.

Um dos desafios éticos da inteligência artificial que se colocam desde já é o acesso que certas IAs têm a dados pessoais e se esses dados podem vir a ser divulgados sem consentimento.

Novamente, até aqui, nada faz acreditar que as plataformas de inteligência artificial estejam desrespeitando os limites da privacidade alheia.

Ainda assim, é preciso pensar em uma forma de coibir a divulgação de informações pessoais, antes que a prática comece e saia do controle.

Outra questão a ser enfrentada é a possibilidade de que, com o tempo, pessoas mal intencionadas usem o poderio da IA para exercer algum tipo de vigilância.

Responsabilidade

Perfil humano integrado a ícones digitais, representando debates sobre ética na inteligência artificial e tecnologia.
Ética na inteligência artificial: o equilíbrio entre inovação, privacidade e responsabilidade social.

Falar sobre ética na inteligência artificial é falar sobre responsabilidades.

Se um crime ou ato ilegal vier a ser cometido com a ajuda de uma IA, quem seria o responsável, além da pessoa que perpetrou o ato?

Da mesma forma que o Google e as redes sociais podem ser responsabilizadas por propagar discurso de ódio, a IA pode vir a ser um meio de obter informação para fins escusos.

Discriminação

O viés algorítmico é uma preocupação real, ainda que, no momento, essa seja uma questão que parece não ser tão problemática.

O que precisa ser discutido e controlado desde já, a fim de que prevaleça a ética na inteligência artificial, é como evitar que sejam desenvolvidas IAs que permitam ou estimulem qualquer tipo de discriminação.

Como vimos, as tecnologias de IA de reconhecimento facial ainda são falhas nesse aspecto, o mesmo podendo acontecer com outras aplicações.

Privacidade e vigilância

As IAs generativas são criadas e treinadas a partir da inserção de volumes de dados colossais.

Toda essa informação, como era de se esperar, levanta suspeitas sobre como a ética na inteligência artificial pode ser respeitada quando temos uma tecnologia em constante atualização e capaz de tomar decisões.

Com isso, existe um claro potencial de as IAs virem a violar o direito à privacidade, mesmo que não haja dolo.

Autonomia e tomada de decisões

A IA já vem sendo usada para auxiliar em processos judiciais, com muitas vantagens para os profissionais e órgãos do judiciário.

Também é possível ver a IA empregada na área da saúde, ajudando profissionais a realizar tratamentos e diagnósticos.

É verdade que existem ganhos consideráveis em termos de eficiência e capacidade de processamentos de dados.

Por outro lado, sem um aparato legal que garanta a ética na inteligência artificial, quem seria responsabilizado caso a máquina tome uma decisão equivocada?

Transparência e explicabilidade

Uma dificuldade que vem sendo levantada com muita pertinência é como definir responsabilidades sobre a IA quando os modelos são difíceis de entender até mesmo por especialistas.

A ética na inteligência artificial fica mais difícil de ser delimitada nesse caso, já que não se pode saber como e porque uma IA toma certas decisões.

Ou seja, a falta de transparência pode dificultar a compreensão de como funciona o processo decisório de uma IA.

Empregos e substituição da força de trabalho

Entre os muitos desafios éticos da inteligência artificial, o da substituição da força de trabalho é talvez o que mais desperte polêmicas.

É fato que profissões como designer, redator, secretária e até professor estão sendo impactadas negativamente, com a perda de postos de trabalho.

Por mais que a IA também esteja gerando oportunidades, esse ainda é um mercado que parece não ter se expandido o bastante para absorver a mão de obra ociosa que vem se formando.

Segurança e controle

As implicações da inteligência artificial são inimagináveis, caso um dia uma IA com fins ilícitos venha a ser desenvolvida.

Se isso acontecer, os riscos para a segurança pública serão incalculáveis, já que uma IA poderia, entre outras coisas, ser usada para produzir armas ou para treinar criminosos.

Por isso, a ética na inteligência artificial precisa ser uma prioridade urgente, do contrário, poderão ser criadas ameaças sem precedentes, principalmente para as camadas mais vulneráveis da população.

Manipulação e desinformação

Como vimos, um dos desafios que já estão tendo que ser superados é a propagação de deepfakes nas eleições.

A divulgação de conteúdos falsos, como vídeos, áudios e imagens podem corromper os processos eleitorais seriamente, colocando em risco a própria democracia.

As autoridades precisam discutir meios de se respeitar a ética na inteligência artificial para que a tecnologia não venha a ser usada para manipular a opinião pública.

O mesmo vale para o uso indevido da IA para divulgar informações falsas travestidas de fatos.

Impacto ambiental

Outra questão a ser tratada com urgência em relação à IA é o consumo energético demandado no treinamento de certas tecnologias.

O Google, por exemplo, sozinho consome a mesma quantidade de energia elétrica que uma cidade de 200 mil habitantes.

Tamanho consumo levou a empresa a desenvolver dois parques de energia eólica só para abastecer seus servidores.

O que dizer, então, dos servidores utilizados para manter as IAs atualizadas, os quais em tese devem ser muito mais robustos que os do próprio Google?

Por isso, o impacto ambiental é uma questão a ser tratada desde já, a fim de regulamentar a ética na inteligência artificial também sob esse aspecto.

Dependência e desumanização

Nem só de ética na inteligência artificial vive o debate sobre o uso dessa tecnologia.

Como revela uma matéria da Veja, o isolamento e a falta de contato físico são alguns dos sintomas da “pandemia” do uso excessivo de redes sociais.

Os problemas vão desde a falta de uma vida sexual ativa até a sensação de solidão, que atinge mais da metade (54%) das pessoas da geração Z, entre 8 e 23 anos.

Esse é também um risco iminente trazido pela IA, que, para uma parte dos jovens, já é considerada como uma companhia, alguns até chegando ao ponto de “namorar”.

Importância de práticas éticas em IA

As implicações da inteligência artificial, a partir do que vimos, se estendem para o campo não apenas legal e da ética, como para as próprias relações humanas.

Práticas éticas em IA são essenciais para proteger os direitos dos cidadãos, garantir a segurança e minimizar vieses que possam prejudicar indivíduos ou grupos.

Elas promovem a confiança pública nas tecnologias, assegurando transparência, justiça e responsabilidade no desenvolvimento e uso da IA.

A ética na IA ajuda a prevenir impactos negativos e a maximizar benefícios sociais, econômicos e ambientais, garantindo que a tecnologia seja usada de maneira responsável e que contribua para o bem-estar coletivo.

É preciso desenvolver um corpo de conhecimento e estimular o debate sobre a ética na inteligência artificial para extrair o melhor da tecnologia e prevenir o seu mau uso.

Quanto antes começarmos a discutir e mais aprofundadas forem essas questões, mais cedo encontraremos respostas aos dilemas que começam a surgir.

O papel da capacitação em ética na IA

Mulher usando óculos de realidade virtual interage com hologramas digitais, simbolizando ética na inteligência artificial.
Viés, privacidade e transparência: os desafios da ética na inteligência artificial hoje.

Sem ética na inteligência artificial, estamos sujeitos a ter que lidar em um futuro não muito distante com uma série de consequências imprevistas.

Para que isso não aconteça, é fundamental que as instituições de ensino comecem já a preparar as lideranças que vão orientar em relação ao uso responsável da tecnologia.

Com uma base ética sólida, desenvolvedores e usuários de IA podem tomar decisões mais conscientes, criando soluções que respeitem os direitos humanos e promovam benefícios sociais, garantindo o uso responsável e confiável da tecnologia.

A FIA, claro, está atenta a isso, formando em seu Advanced MBA Analytics e Inteligência Artificial – Data Science os melhores profissionais que vão moldar o mercado nos próximos anos.

Como implementar práticas éticas em sua empresa

É possível desenvolver uma postura ética na inteligência artificial com algumas medidas estratégicas no âmbito dos recursos humanos e do uso de dados.

Veja a seguir:

  • Criar um código de ética que defina diretrizes claras sobre o uso responsável da tecnologia
  • Realizar auditorias de IA regulares para identificar e corrigir vieses nos algoritmos
  • Promover a transparência em processos automatizados, explicando decisões de IA aos usuários
  • Investir em diversidade para reduzir vieses inconscientes
  • Garantir a privacidade dos dados dos clientes com políticas rigorosas
  • Fomentar a responsabilidade social ao usar IA para o bem da comunidade.

O futuro da ética na inteligência artificial

A IA é, certamente, um dos avanços mais impressionantes e bem-vindos dos últimos tempos, com impactos talvez maiores do que o advento da própria internet.

Esse é mais um motivo para pensarmos no que queremos para essa tecnologia, de modo que ela venha a ser uma força a serviço do bem.

O futuro da ética na inteligência artificial deve ser marcado por regulamentações robustas e colaborativas, envolvendo governos, empresas e sociedade para definir padrões éticos globais.

Com o avanço rápido da IA, espera-se que práticas de transparência e responsabilidade se tornem obrigatórias, incentivando auditorias e avaliações constantes para mitigar riscos e proteger direitos.

A ética deve ser integrada ao desenvolvimento de IA desde o início, com foco em segurança, justiça e privacidade.

A capacitação e o debate ético contínuo serão essenciais para adaptar os princípios às novas realidades tecnológicas, garantindo que a IA contribua de maneira positiva e inclusiva para a sociedade.

Se cada um fizer a sua parte, a tendência é que, daqui para frente, a IA seja o braço tecnológico que vai nos levar a uma nova era de realizações.

Conclusão

A ética na inteligência artificial precisa ser debatida para que sejam encontradas soluções para os desafios inerentes a todo processo evolutivo.

A FIA está na vanguarda desse debate, levantando temas da maior relevância aqui no blog para que você esteja sempre a par dos acontecimentos.

Leia, compartilhe e salve em seus favoritos para ter sempre à disposição uma fonte de conhecimento útil para a vida e para a carreira.

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Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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