A área de finanças corporativas é uma das mais importantes em um negócio — e não é por acaso que isso acontece.
Empresa que não cuida do caixa se expõe a sérios riscos, entre eles o endividamento e a insolvência.
Esse é um problema particularmente mais agudo nas PMEs, pois 58% delas não têm qualquer controle de custos e 51% não fazem planejamento financeiro, segundo dados do Sebrae citados em estudo.
Não surpreende que a taxa de mortalidade das empresas brasileiras seja considerada alta.
As maiores taxas são registradas no comércio, em que 30,2% das empresas encerram em cinco anos, além das microempresas, cuja taxa é de 21,6% para o mesmo período.
Problema para alguns, solução para outros.
Quem trabalha com finanças corporativas têm pela frente um vasto mercado para trabalhar.
Oportunidades não faltam, mas é preciso estar preparado.
Avance na leitura e entenda como dar os primeiros passos na área de finanças empresariais.
Veja os tópicos que serão abordados:
Leia até o final, entenda o que são finanças corporativas e como dominar essa área.
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As finanças corporativas englobam tudo que diz respeito à gestão financeira de empresas, abrangendo decisões relacionadas a investimentos, financiamentos, dividendos e custos.
Os profissionais de finanças corporativas trabalham para maximizar o valor da empresa, equilibrando a relação entre risco e retorno.
Para isso, utilizam análises de demonstrações financeiras, com as quais montam planejamentos orçamentários e fazem captação de recursos e avaliação de investimentos.
O objetivo é garantir a saúde financeira do negócio, podendo assim traçar um diagnóstico organizacional.
Até mesmo organizações filantrópicas e sem fins lucrativos precisam de algum tipo de gestão financeira, já que suas atividades também geram custos.
Da mais simples ONG até organizações de grupos de ajuda mútua precisam em algum momento pagar funcionários, arcar com despesas operacionais ou expandir.
Nesse contexto, as lideranças empresariais assumem uma série de responsabilidades, tendo que decidir sobre o uso do dinheiro em três esferas, como vamos ver a seguir.
As decisões relacionadas ao operacional referem-se à administração diária das atividades da empresa.
Nesse aspecto, o foco recai sobre a gestão dos recursos, visando maximizar a rentabilidade e reduzir custos.
Os gestores financeiros lidam com aspectos como fluxo de caixa, controle de custos, otimização de processos, gestão de estoques e a eficiência operacional como um todo.
Já as decisões de investimentos são aquelas em que a gestão precisa escolher quais são os ativos que geram retorno futuro.
Os gestores financeiros avaliam as oportunidades de investimento, projetos de expansão e eventuais aquisições.
A análise de riscos e retornos é parte desse processo, uma vez que as decisões de investimento influenciam a sustentabilidade da empresa, considerando que parte desses investimentos é reaplicada no negócio.
As decisões de financiamento concentram-se na obtenção de recursos necessários para apoiar as decisões de investimento.
Os gestores financeiros consideram fontes de financiamento como empréstimos, emissão de títulos e financiamento próprio.
O equilíbrio entre dívida e patrimônio é sempre levado em conta, com o objetivo de otimizar a estrutura de capital e minimizar custos.
São decisões que impactam a saúde financeira da empresa e sua capacidade de financiar projetos estratégicos em prazos que podem chegar a décadas.
Se até antes de ir a um supermercado precisamos fazer cálculos para poder comprar o que precisamos, então imagine o que é preciso ao gerir um negócio.
Controlar as finanças empresariais é a única maneira de garantir que haverá capital de giro para custear as atividades e para assegurar que as decisões tomadas nas três esferas sejam levadas adiante.
A organização financeira está, portanto, no centro de todos os movimentos realizados no contexto empresarial.
Vamos ver a importância disso ao analisarmos alguns dos benefícios e possíveis consequências.
A organização financeira provê a gestão de informações para a tomada de decisões estratégicas.
Assim, ela se habilita a alocar melhor os recursos, podendo também identificar oportunidades de investimento enquanto faz a gestão de riscos financeiros.
Lembrando que, por decisão estratégica, entende-se todas aquelas que tenham relação com os grandes objetivos de um negócio.
Seria o caso, por exemplo, de uma empresa cuja alta gestão decidisse levar seus produtos para outros países e continentes.
Empresas bem organizadas financeiramente têm mais facilidade em obter financiamento.
Investidores e credores costumam analisar a saúde financeira de uma empresa antes de injetar recursos, por exemplo.
Isso para não falar de outras questões em que as finanças corporativas são usadas como parâmetro para avaliação, como em processos de M&A (fusões e aquisições) e abertura de capital.
Uma gestão financeira bem azeitada ajuda a otimizar os processos operacionais, reduzindo custos e melhorando a eficiência.
Isso contribui para a rentabilidade no longo prazo, já que, ao conhecer os custos gerados pelas suas atividades, a empresa pode reduzi-los ou realocar para outras áreas.
Imagine, por exemplo, uma empresa que depende de suas operações logísticas para distribuir a produção.
Conhecendo os custos gerados nessa área, seus gestores poderiam decidir com mais segurança sobre eventuais mudanças em relação a frotas, modais de transporte e armazenamento, entre outras questões.
A organização financeira garante que a empresa cumpra seus compromissos financeiros, como o pagamento de fornecedores, salários e obrigações tributárias.
Essa postura financeiramente responsável garante a credibilidade nos negócios e ajuda a elevar a reputação da marca perante seus stakeholders.
Pode parecer algo até “básico”, mas, no caso do Brasil, uma empresa que cumpre seus compromissos já larga na frente, considerando que 6,5 milhões de PJs estão endividadas.
Sabendo o que são finanças corporativas e tomando as informações do caixa como base, uma empresa pode desenvolver planos de contas no longo prazo.
Ela pode expandir os negócios, investir em novas oportunidades e preparar-se melhor para enfrentar desafios futuros.
Pode também se antecipar a possíveis crises em escala macroeconômica, blindando-se contra disparadas na taxa de juros, da inflação e do descontrole cambial.
Ou seja, quando as finanças corporativas estão em ordem, a empresa fica menos exposta às “intempéries” econômicas, podendo até tirar vantagem dos momentos de crise.
Trabalhar com finanças corporativas implica lidar diariamente com os chamados Indicadores Chave de Performance (KPI).
Em outras palavras: ao decidir sobre assuntos que envolvem as finanças, é preciso saber como tirar proveito dos dados.
Os KPIs são a forma como esses dados são organizados, de maneira a indicar o desempenho em determinado quesito.
Confira a partir de agora quais os mais utilizados em análises de finanças corporativas e como eles influenciam no processo decisório.
O lucro líquido representa a diferença entre as receitas e os custos totais, sendo um indicador fundamental da rentabilidade da empresa, sendo usado para avaliar a rentabilidade e a saúde financeira.
Por esse indicador, a gestão ganha uma visão clara de quanto dinheiro a empresa realmente ganhou durante um determinado período.
Além disso, o lucro líquido é frequentemente usado para calcular outros indicadores financeiros, como margens de lucro, retorno sobre investimento (ROI) e ganhos por ação.
Os custos fixos são despesas que permanecem constantes, independentemente do volume de produção ou vendas da empresa.
Entre os mais comuns, estão aluguéis, salários de funcionários, seguros e depreciação de ativos fixos.
Já os custos variáveis estão diretamente relacionados à produção ou à quantidade de vendas.
Eles flutuam à medida que a produção aumenta ou diminui, como acontece quando se gasta com matéria-prima, mão de obra direta e comissões de vendas.
Calculada como a porcentagem do lucro líquido em relação às receitas, a margem de lucro ajuda a dimensionar a eficiência operacional e a lucratividade da empresa.
Trata-se de um indicador financeiro essencial, já que reflete a capacidade de um negócio gerar excedente financeiro a partir de suas vendas.
Uma margem de lucro saudável indica que a empresa está gerando lucro significativo em comparação com suas receitas totais.
O indicador conhecido como EBITDA ou LAJIDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) é um dos mais utilizados para avaliar a saúde financeira de um negócio.
Ele é especialmente importante em empresas pesadamente tributadas, como as que obedecem aos regimes fiscais Lucro Real e Lucro Presumido.
Com esse KPI financeiro, mede-se também a capacidade operacional da empresa, excluindo os efeitos de juros, impostos e outros fatores não relacionados às operações principais.
O Retorno sobre Investimento (ROI) é uma métrica fundamental em finanças empresariais que avalia a eficiência e a lucratividade de um investimento.
Calculado como a razão entre o ganho líquido do investimento e o custo do investimento, o ROI é expresso como uma porcentagem.
Sua fórmula básica é:
Por esse indicador, é possível medir o sucesso relativo de diferentes investimentos, permitindo que gestores e investidores comparem o desempenho de projetos ou ativos.
Um ROI positivo indica que o investimento gerou lucro, enquanto um ROI negativo sinaliza prejuízo.
Indicador financeiro fundamental que avalia a eficiência com que uma empresa utiliza seus ativos para gerar lucro, o ROA (Retorno Sobre o Ativo) é calculado dividindo o lucro líquido pelo total de ativos da empresa.
Um ROA mais elevado indica uma utilização lucrativa dos ativos, enquanto um ROA mais baixo sugere que a empresa pode não estar utilizando adequadamente seus recursos.
Comparar o ROA ao longo do tempo ou em relação a empresas do mesmo setor ajuda a contextualizar o desempenho, o que a torna uma métrica fundamental para decisões que envolvam investimentos.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) avalia a eficiência com que uma empresa utiliza o seu patrimônio líquido para gerar lucro.
Calculado dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido, o ROE traz insights valiosos sobre o desempenho financeiro e a rentabilidade da empresa em relação aos investimentos dos acionistas.
De qualquer forma, o ROE deve ser interpretado em conjunto com outras métricas e considerar o contexto do setor.
Uma empresa pode, por exemplo, alcançar um ROE alto aumentando seu endividamento, o que aumenta o risco financeiro.
Poderíamos estender a lista de KPIs ainda mais, considerando indicadores como:
Por ser um setor com alta demanda por profissionais, o de finanças corporativas tem um mercado de trabalho sempre aquecido.
Quem se forma nessa área trabalha em empresas de todos os portes, além do setor financeiro e fintechs.
Os salários de um analista financeiro explicam em parte o aquecimento desse ramo, com uma média de R$ 21.850,00 mensais, de acordo com o site Glassdoor.
Prepare-se para ser um especialista em finanças corporativas em uma das melhores escolas de negócios da América Latina.
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As finanças corporativas estão no coração das decisões tomadas pela gestão.
Erros nesse quesito custam muito caro, comprometendo a performance no curto, médio e longo prazo.
Isso quando não são irremediáveis do ponto de vista da imagem e reputação.
Agora, você está bem informado sobre o assunto, mas não pare por aqui.
Acompanhe o blog da FIA e aprofunde-se nos temas que fazem parte da vida de quem empreende.
Referências:
https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Palmeira-2/publication/227432917_Gestao_financeira_das_microempresas/links/54db44eb0cf233119bc5a947/Gestao-financeira-das-microempresas.pdf
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/a-taxa-de-sobrevivencia-das-empresas-no-brasil,d5147a3a415f5810VgnVCM1000001b00320aRCRD
https://www.moneytimes.com.br/brasil-uma-nacao-endividada-nos-lares-e-nas-empresas-tambem/
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