Equilíbrio emocional é uma ferramenta poderosa, capaz de influenciar relacionamentos, mudar padrões de conduta e gerar comportamentos mais positivos.
Essa competência parte de soft skills como a empatia, autoconhecimento e assertividade, culminando em um maior domínio sobre as reações que temos no dia a dia.
Construir uma relação harmônica com as próprias emoções não significa que os sentimentos vão ficar represados, e, sim, que serão liberados no momento oportuno, da melhor forma possível.
O resultado é a manutenção da saúde emocional e psíquica, com efeitos diretos sobre a produtividade, criatividade e relacionamento interpessoal no trabalho.
A boa notícia é que todos podemos aprender e aprimorar o equilíbrio emocional aos poucos, realizando ações simples e contínuas.
Neste artigo, vamos explicar quais são elas, seus impactos e como podem ser usadas para melhorar o desempenho na carreira.
Veja os tópicos abordados a partir de agora:
- O que é o equilíbrio emocional?
- Qual a importância do equilíbrio emocional?
- As 4 principais causas do desequilíbrio emocional
- Como desenvolver equilíbrio emocional em 6 passos
- Quais são os malefícios em não buscar equilíbrio emocional
- Como adquirir equilíbrio emocional no trabalho.
Siga com a leitura para entender tudo sobre o tema!
O que é o equilíbrio emocional?
Equilíbrio emocional é uma competência comportamental que permite reconhecer a influência das emoções e, em resposta, exercer o autocontrole sobre elas, a fim de obter reações mais centradas, racionais e harmônicas, mesmo quando diante de situações extremas, como as crises.
O equilíbrio emocional é alcançado através de investimento em técnicas de gestão da emoção e inteligência emocional.
Isso implica em combinar o conhecimento de si próprio à compreensão sobre as motivações das outras pessoas para atingir o domínio do nosso comportamento.
Pessoas equilibradas emocionalmente conseguem alterar padrões de conduta nocivos, como as reações impulsivas após receber uma crítica.
Dependendo de como a crítica é expressa, nossa tendência é responder no mesmo tom ou adotar uma postura agressiva, atacando uma característica da outra pessoa para nos defender.
Essa dinâmica costuma ser desencadeada de modo automático, quando não tomamos consciência sobre nossas emoções, deixando que elas assumam o comando da mente em momentos estressantes.
Porém, é possível quebrar esse e outros padrões ao incluir, por exemplo, um instante de reflexão antes de respondermos ou tomarmos qualquer atitude precipitada.
Compreender o que está por trás do comportamento – nosso e de quem nos cerca – é a chave para potencializar o equilíbrio emocional.
Qual a importância do equilíbrio emocional?
Para falarmos sobre a importância do equilíbrio emocional, vamos a uma reflexão.
Retirado do artigo “O equilíbrio emocional na vida pessoal e profissional”, escrito pelo administrador e coach Carlos Barros, o trecho abaixo aponta para a dinâmica por trás das reações humanas:
“Aprimorar e fortalecer o equilíbrio das emoções proporciona controle dos pensamentos, sentimentos e ações que determinam o seu comportamento diante de situações adversas, dando clareza e foco na solução de problemas, buscando-se melhores alternativas, levando-se a tomar decisões mais assertivas, com consciência, calma e ponderação.”
Por mais racional que uma decisão pareça, sempre há um contexto e influência emocional, que pode ser maior ou menor.
Daí a necessidade de entendermos os processos que desencadeiam estados emocionais positivos ou negativos, e tudo começa no pensamento.
Você, provavelmente, já despertou de um sonho ruim com emoções negativas, o que acabou afetando seu humor nas primeiras horas do dia.
Ao pensar sobre o que o deixou mal-humorado, não conseguiu identificar nada, fora o pesadelo, o que mostra a forte ligação entre pensamentos e emoções.
Quando estamos nos sentindo bem, temos pensamentos positivos em mente.
No entanto, tudo pode mudar a partir de uma notícia ou lembrança ruim, ou até mesmo diante do medo de que um novo projeto não dê certo.
Se vivemos concentrados no passado ou no futuro, corremos maior risco de ficar ansiosos e desanimados com frequência, favorecendo o aparecimento de males como a depressão e crises de ansiedade.
Portanto, o equilíbrio emocional é uma medida preventiva que ajuda a evitar o adoecimento da mente.
Também auxilia em nosso autoconhecimento, com efeito sobre o relacionamento intrapessoal (interno) e interpessoal (com outras pessoas).
O raciocínio é simples: quem se conhece melhor toma ciência de suas forças e fraquezas, o que lhe dá a oportunidade de aperfeiçoamento e correção das falhas.
Por consequência, passa a admirar seus pontos fortes, usando-os para minimizar os pontos fracos e melhorar a autoimagem.
Essa melhora se reflete no exterior, pois a autoconsciência permite compreender que os demais seres humanos também possuem forças e fraquezas.
Assim, competências como a empatia e a comunicação são aprimoradas, o que melhora a capacidade de relacionamento interpessoal em todas as esferas da vida.
As 4 principais causas do desequilíbrio emocional
O desequilíbrio emocional ocorre quando deixamos o comando das ações, liberando sentimentos automaticamente.
Vale lembrar que as emoções são reações, ou seja, são geradas de modo automático diante de estímulos ou gatilhos. Por isso, não é sábio deixar que elas controlem nossas atitudes.
No entanto, tenha em mente que sentir raiva pela demora na fila do banco, por exemplo, é totalmente normal e até saudável.
Essa reação só se torna um problema se decidirmos descontar a raiva nas pessoas que nos rodeiam, em vez de pensar soluções para a situação em si – pois é o cenário que nos incomoda, e não os indivíduos.
A seguir, citamos 4 fatores que costumam estar na raiz do desequilíbrio emocional.
Impulsividade
Cada pessoa tem seu perfil, que a faz naturalmente mais ou menos impulsiva.
Essa característica não é necessariamente um defeito, pois pode fazer com que esse indivíduo não tenha medo de correr riscos, seja criativo e espontâneo.
Entretanto, a impulsividade tem um lado prejudicial, já que aumenta as chances de altos e baixos – em outras palavras, de desequilíbrio.
Pressões externas
Uma das situações que ilustra bem a influência que as pressões externas podem ter sobre nosso comportamento é o luto.
Enfrentar a morte de uma pessoa querida é bastante doloroso, o que acaba levando a momentos de fragilidade e até posturas incomuns.
Quem é calmo pode ter reações explosivas enquanto tenta aceitar a perda. Quem gosta de eventos sociais pode se isolar por algum tempo, e assim por diante.
Claro que esse é um cenário extremo, mas, diariamente, enfrentamos pressões que, se potencializadas, têm a capacidade de acabar com a harmonia nas emoções.
Rotina estressante
Há períodos da vida em que precisamos nos esforçar e dedicar bastante a uma área.
É o caso do cuidado com um familiar doente, do nascimento de um filho, de um grande projeto no trabalho ou da elaboração de um trabalho de conclusão de curso (TCC).
A questão é que a demanda maior em um segmento não elimina a atenção que precisamos dar aos demais, o que resulta em sobrecarga constante e, muitas vezes, em uma rotina estressante.
Alguns tipos de carreira e ambientes de trabalho têm esse mesmo efeito, levando à sobrecarga e descontrole emocional.
Mudanças repentinas
Ter segurança é uma necessidade básica de todo ser humano.
Essa é uma das razões para temermos as mudanças, que tiram de nós a segurança da zona de conforto e nos expõem ao desconhecido.
Compreender isso é fundamental para sermos mais pacientes com as emoções em períodos de mudança, tendo em mente que logo eles vão passar.
Ou serão substituídos pelo cenário anterior, ou vamos nos acostumar com a mudança, tornando-a nossa nova zona de conforto.
Como desenvolver equilíbrio emocional em 6 passos
Vimos, acima, fatores capazes de nos levar ao desequilíbrio e a episódios explosivos.
Embora não seja saudável viver em constante desarmonia e acessos de raiva ou choro, é comum nos descontrolarmos de vez em quando – principalmente quando enfrentamos cenários extremos.
A sobrecarga em casa, no trabalho ou em outras esferas acaba elevando o nível de irritabilidade e diminuindo a tolerância, o que é uma receita eficaz para fazermos “tempestade em copo d’água”.
Nessas horas, é bom tomar alguns momentos para que a calma retorne e nos direcione a decisões ponderadas.
Outra dica de ouro é trabalhar pelo desenvolvimento do equilíbrio emocional, cultivando ações que fortalecem essa competência.
Afinal, ninguém nasce dominando essa habilidade, portanto, quanto mais treino, melhor o resultado.
Comece pelos 6 passos que explicamos a seguir.
1. Conheça a si mesmo e seus limites
Nos tópicos acima, falamos sobre a importância do autoconhecimento, que é o início de qualquer transformação interior.
Sem saber quais são nossos interesses, preferências, gatilhos e do que não gostamos, fica impossível para o “Eu” assumir o comando em situações de crise.
Então, inicie sua jornada em busca do equilíbrio emocional observando a si mesmo para compreender o que te impulsiona e o que te paralisa.
Até porque, muitas vezes, comportamentos destrutivos são provocados pela insatisfação com o rumo que nossa vida está tomando, sem nos darmos conta disso.
Todavia, as ferramentas para alterarmos essa trajetória estão dentro de nós mesmos.
Outro benefício do autoconhecimento é saber quais limites devemos traçar para nossas relações e atividades, prevenindo o esgotamento físico, psíquico e emocional.
Um exemplo é deixar de frequentar ambientes que tiram nossa energia ou conversar com pessoas que adotam posturas tóxicas, sufocando nossas ideias e projetos.
2. Tome consciência das suas emoções
Existem indivíduos que têm algum autoconhecimento, mas deixam de lado os processos ligados à gestão das emoções.
Acontece que as emoções não funcionam de maneira lógica. Elas são desencadeadas por estímulos internos e externos que nem sempre fazem sentido.
O medo, por exemplo, é uma emoção básica ligada ao instinto de autopreservação.
Quando estamos diante de um perigo, como um animal feroz, o medo dispara um tipo de alarme interno, liberando adrenalina e aguçando nosso foco para lutar ou correr da fera.
No entanto, essas mesmas reações podem ser provocadas por perigos irreais ou preocupação excessiva, levando a crises de ansiedade ou síndrome do pânico.
Sabendo como funciona o processo, podemos interferir para evitar esses episódios, diminuindo estímulos estressantes e melhorando a qualidade de vida.
3. Desenvolva a autoconfiança
Se ainda não compreendemos o funcionamento da mente, é normal ter a impressão de que não somos capazes de controlar os eventos que ocorrem nesse campo.
Porém, essa é uma crença equivocada, facilmente questionável quando investimos em autoconhecimento e inteligência emocional.
Afinal, se pensarmos bem, já manipulamos as emoções algumas vezes.
Isso aconteceu quando, em vez de discutir, saímos da frente de uma pessoa que nos insultou.
Ou naquele dia em que estávamos nos sentindo desmotivados para fazer faxina em casa, mas mudamos essa condição colocando uma música animada.
Obviamente, há ocasiões em que é mais simples evocar as emoções positivas, e outras em que é mais complicado.
As complexas exigem um conhecimento maior de sua dinâmica, gatilhos e processos de ressignificação, que se beneficiam da ajuda de um profissional capacitado – psicólogo, terapeuta, coach, etc.
4. Eduque os pensamentos
Emoções e pensamentos estão ligados, por isso, um influencia o outro.
Se deseja controlar as emoções, invista em uma mudança no padrão de pensamentos, priorizando os positivos e estimulantes.
No instante em que identificar um pensamento negativo, coloque-o em dúvida e abra espaço para hipóteses positivas e lembranças agradáveis.
Com o tempo, essa dinâmica vai virar hábito, preenchendo sua mente com pensamentos inspiradores.
5. Cultive relações seguras e saudáveis
Em outras palavras: mantenha por perto aqueles que te ajudam a melhorar e fazem com que se sinta bem.
Aproxime-se dessas pessoas e construa laços com base na fidelidade e confiança, pois essas relações te darão força para alcançar seus objetivos e manter a harmonia internamente.
6. Tenha válvulas de escape
Atualmente, tendemos a acumular funções, culminando em uma rotina agitada, cheia de pressão, estresse e sobrecarga emocional.
A dica para contornar essa rotina é estabelecer válvulas de escape, ou seja, momentos e atividades prazerosas que aliviem a tensão mental.
Separe um tempo para um hobby saudável, como um esporte, caminhada, dança, luta, cozinhar, costurar, pintar ou para um curso que sempre quis fazer.
Diariamente, quebre a rotina com um tempo de leitura, uma volta na praça perto de casa, pausa para um café na padaria ou assistindo uma série de que gosta.
Quais são os malefícios em não buscar equilíbrio emocional?
Abaixo, reunimos 5 efeitos negativos desencadeados pela falta de equilíbrio emocional.
Confira.
Autoimagem distorcida
A desarmonia no âmbito da mente pode afetar a imagem que temos de nós mesmos, levando a nos identificar como a emoção que sentimos em determinado momento.
No entanto, as emoções são passageiras, podendo mudar a qualquer instante, enquanto nosso “Eu” e personalidade são permanentes.
Sintomas físicos
Maior propensão a distúrbios emocionais é um grande problema para quem não consegue controlar os sentimentos, ou tenta represá-los.
Lembre-se de que ter equilíbrio não implica em renegar ou esconder o que sente e, sim, em expressar as emoções no momento adequado, de forma assertiva para não magoar a si mesmo e a outras pessoas.
Caso não sejam liberadas, as emoções podem levar a quadros de insônia, dores no corpo e estresse constante, conforme alerta, em reportagem, o doutor em psicologia Roberto Banaco:
“Tais condições alteram a concentração para enfrentamento dos problemas, piorando gradativamente o quadro em um círculo vicioso muitas vezes só possível de se vencer com ajuda terapêutica.”
Estresse
Um dos fatores que levam ao desequilíbrio é ter uma rotina estressante, sem instantes de calmaria para reorganizar as ideias e os sentimentos.
Mas o estresse também acaba sendo causado pela falta de comando quanto às emoções.
Como esse é um estado de alerta constante, leva mente e corpo à exaustão, contribuindo para que a imunidade baixe e abra espaço para doenças como inflamações e dores de cabeça.
Dificuldades nos relacionamentos
A desarmonia e a falta de filtro ao expressar as emoções submetem os relacionamentos interpessoais a altos e baixos, levando a uma sensação de insegurança frequente.
Isso porque nunca se sabe se haverá explosões ou brigas que, aparentemente, não têm motivo.
Queda na produtividade
Estresse e exaustão mental tendem prejudicar o rendimento no trabalho, acabando com a produtividade por causa da instabilidade emocional.
Em casos críticos, o desequilíbrio favorece o aparecimento de males como a síndrome de burnout, fruto de esgotamento psíquico e emocional diante das demandas profissionais.
Como adquirir equilíbrio emocional no trabalho
Manter a harmonia é ainda mais relevante no ambiente de trabalho, seja para construir um clima organizacional acolhedor ou para fechar negócio com clientes que só conhecemos de modo superficial.
Para simplificar as relações e agregar equilíbrio, vale seguir as dicas que listamos abaixo:
- Foque no trabalho e resultados
- Não se importe tanto com críticas ou opiniões dos outros. Elas dizem mais sobre eles do que sobre você
- Aplique o autoconhecimento no trabalho, aprendendo mais sobre seu perfil para elevar a produtividade
- Pratique sempre a empatia, colocando-se no lugar do outro para entender a perspectiva dele
- Diante de crises ou conflitos, procure não responder no mesmo tom. Respire e, se possível, faça uma pausa para encontrar a melhor solução
- Comunique-se de um jeito assertivo, retirando a carga emocional do seu comentário.
Conclusão
Equilíbrio emocional é uma competência necessária para manter relacionamentos saudáveis, mudar comportamentos destrutivos e assumir o protagonismo na carreira.
Além disso, contribui para uma sensação de bem-estar interno, com benefícios na qualidade de vida, autoconfiança e maior satisfação.
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