Empreendedorismo é uma qualidade que, ao mesmo tempo, indica uma postura intelectual e uma capacidade de ter iniciativa.
O empreendedor tem afeição pelo novo. Por resolver problemas, pensar em soluções inovadoras e mobilizar pessoas em torno de um propósito.
Mas não adianta ficar eternamente no campo das ideias, pois o empreendedorismo não está nos criativos e idealizadores, mas sim em quem faz acontecer – ou pelo menos tenta.
Porque nessa jornada há muitos riscos e poucas garantias, e a disposição para aceitar essas condições é outro diferencial da personalidade empreendedora.
Ao longo deste artigo, falaremos mais sobre as características de um empreendedor.
E também sobre o que motiva alguém a empreender e qual é a contrapartida positiva de assumir tantos riscos.
No texto, você vai ler sobre:
Ficou interessado em conhecer melhor o universo do empreendedorismo? Então, siga em frente!
Empreendedorismo é a capacidade de criar e implementar novos negócios ou inovar, explorando novos mercados em empresas já consolidadas.
Quem empreende mobiliza e gerencia recursos para gerar algum tipo de valor.
Esses recursos podem ser dinheiro, matéria-prima, mão de obra e máquinas, entre outros.
Já o valor gerado pode ser um produto – primário ou manufaturado – ou serviço, quando o valor é o trabalho feito por uma ou mais pessoas.
Se uma pessoa decide abrir uma indústria de móveis, por exemplo, precisará de recursos como ferramentas, máquinas, pessoas e madeira.
O valor gerado a partir deles será o móvel, vendido ao cliente por um preço que pague as despesas que o empreendedor teve, de modo que ainda sobre um pouco (o lucro).
Pense agora em um programador que decide fundar uma empresa que fornece soluções em tecnologia da informação.
Os recursos mobilizados podem ser apenas outros programadores, e o valor gerado será o serviço de criar códigos de acordo com as demandas dos clientes.
É bom ressaltar que o lucro, que mencionamos antes, não é uma regra do empreendedorismo.
Existem muitos exemplos de empreendedorismo sem fins lucrativos.
Quem cria uma ONG, por exemplo, certamente busca resolver um problema, mobiliza recursos e gera um valor. Mas não visa o lucro.
Para finalizar esse tópico, em que tentamos explicar o que é empreendedorismo, vale a pena abordar a distinção entre ser empreendedor e ser empresário, termos que muitos acham que são sinônimos.
O empreendedor, como falamos aqui, é aquele que identifica um problema ou oportunidade e cria um negócio a partir daí.
Já empresário não é uma característica ou uma ação, e sim uma profissão: a de quem é dono e administra uma empresa e trabalha para mantenha-se sustentável.
Existem empreendedores que se tornam empresários, mas também aqueles que são só empreendedores (criam um negócio para depois vendê-lo) ou só empresários (adquirem um negócio criado por outro).
O empreendedorismo tem uma grande importância das pessoas que se dedicam a explorar essa capacidade de criar e colocar em prática soluções novas.
Vamos falar mais sobre esses benefícios e motivações mais adiante.
Aqui, vamos citar alguns dos principais fatores que dão grande importância socioeconômica ao empreendedorismo.
Em um país com o empreendedorismo bastante difundido são criados negócios inovadores com significativa frequência.
Isso resulta em mais emprego e renda para o país e, consequentemente, maior poder aquisitivo na população.
O que qualifica o público consumidor e estimula a abertura de novas empresas, realimentando o ciclo.
Quando há várias empresas disputando determinado mercado, é comum que haja consequências positivas para os consumidores.
Porque uma marca tenta diferenciar de outra em dois fatores principais: o preço baixo e a qualidade de seus produtos.
Muitos empreendedores focam na criação de soluções melhores ou inexistentes para problemas.
A Mercedes-Benz, por exemplo, implementou o airbag em seus automóveis para melhorar a segurança de motoristas e passageiros.
O que é, aliás, um ótimo case de empreendedorismo que acontece dentro de uma empresa, e não com a criação de uma nova, como veremos depois.
A palavra empreender deriva do latim, com a junção do prefixo “em” (para dentro) e a raiz prehendere, conjugação do verbo prehendo, que significa pegar, capturar, ter a posse de.
Essa é, curiosamente, a mesma origem de preneur, palavra do francês antigo usada para compor entrepreneur, termo que a língua inglesa pegou emprestado para se referir à figura do empreendedor.
A etimologia pode ser meio confusa, pois o significado em latim não parece explicar muita coisa.
Mas a história nos mostra que os valores atribuídos às palavras se transformam como tempo.
No século 18, o Dictionnaire Universel de Commerce, compilado por Jacques des Bruslons, trazia a primeira menção à palavra entrepreneur.
Na época, as pessoas chamadas de empreendedores eram vistas como aventureiras, pela disposição de assumir riscos.
Eles atuavam investindo recursos de terceiros em determinadas empreitadas, na esperança de obter futuramente um lucro que poderia não chegar.
O paralelo, hoje, é a pessoa que toma um empréstimo bancário para abrir uma empresa. Se der certo, paga seu débito e fica com o lucro. Se não der retorno, fica com a dívida.
Somente no século 20, porém, foi cunhada a expressão entrepreneurship, ou seja, empreendedorismo em inglês.
Quem a utilizou pela primeira vez foi o economista austríaco Joseph Schumpeter, que caracterizou o empreendedor como uma pessoa disposta a converter uma nova ideia em uma inovação de sucesso.
Antes de tentar responder a essa pergunta, é importante deixar claro que qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor.
Dizer que apenas quem tem determinado perfil e certas características vai ter sucesso criando uma empresa é um mito.
Mas existem, sim, características que ajudam bastante. Quem as possui naturalmente pode ter mais vantagem.
Quem não as possui pode perfeitamente desenvolvê-las, ou compensar com outras virtudes.
Abaixo, falamos um pouco sobre essas características.
Já mencionamos várias vezes a palavra “riscos” aqui como um aspecto inerente ao empreendedorismo. O que pode assustar muitos leitores.
Eles realmente existem, porém podem – e devem – ser minimizados com pesquisa de mercado e muito empenho em fazer um produto melhor que o da concorrência.
O risco não vai sumir. Mas vai diminuir e, se colocado na balança com as vantagens de ter a própria empresa, não assusta mais tanto assim.
É sobre essas vantagens que vamos falar agora.
É um problema que muita gente enfrenta: gosta de determinada atividade, mas o mercado de trabalho da área não é dos melhores, seja em oportunidade ou em remuneração.
Nesses casos, empreender pode ser a melhor oportunidade de fazer o que gosta em uma condição melhor.
Há quem faça o que gosta, mas não do jeito que gosta, por conta das condições impostas pelos seus empregadores.
Que solução melhor para isso do que ser dono do próprio negócio?
Isso sem contar a possibilidade de trabalhar no lugar que quiser e nos horários em que achar mais conveniente.
Como empregado, o salário de um trabalhador sempre será limitado.
Ele pode receber promoções e aumentos, mas raramente pode sonhar muito alto.
Já a renda de um empreendedor, por outro lado, não encontra limites.
Se sua empreitada der certo, ele terá uma vida muito mais confortável.
Outro motivo que leva muitas pessoas a explorarem o empreendedorismo é a vontade de ser útil, trazer uma contribuição positiva para sua comunidade e para o mundo.
É uma motivação comum em empreendedores sociais, fundadores de ONGs e naqueles que abrem negócios ligados ao meio ambiente.
Entre as características que elencamos antes, alguns empreendedores têm algumas mais fortes e outras mais inibidas.
As pessoas são diferentes, todo mundo sabe disso, e ocorre o mesmo com os agentes do empreendedorismo.
Por isso, existe mais de um tipo de empreendedor.
Conheça os mais comuns abaixo, lembrando que a mesma pessoa pode se enquadrar em mais de um grupo.
É aquele que começa a empreender sozinho, assumindo todas as funções do negócio, seja para diminuir o risco, para aprender na prática as atividades ou por querer fazer tudo do seu jeito.
É um estilo que demanda muito empenho.
Enquanto o chefe é aquele que manda, líder é quem inspira.
Um empreendedor líder tem grande capacidade de extrair o máximo de seus parceiros e colaboradores.
É o empreendedor que gosta de participar do operacional do negócio.
O lado positivo é que essa postura é um ótimo exemplo para os colaboradores.
O negativo é que pode acontecer de o empreendedor dedicar-se menos do que deveria a tarefas mais estratégicas.
O empreendedor criativo tem muita facilidade para chegar a soluções que ninguém pensou antes.
Empreendedores conservadores têm pouca disposição para assumir riscos e promover transformações na empresa.
O arrojado é aquele com o perfil contrário do conservador: gosta de arriscar, surpreender e promover transformações.
Empreendedor cooperado é aquele que está vinculado a alguma cooperativa.
Cooperativas são organizações nas quais todos os membros atuam em conjunto, de forma democrática, com os mesmos direitos e deveres e em benefício comum.
É uma forma de organização comum principalmente no agronegócio, em que há cooperativas agrícolas que agregam vários produtores rurais cooperados.
Esses produtores somam os esforços de sua produção para conseguir vantagens em negociações, e os lucros e benefícios obtidos são divididos entre todos.
Desse modo, pode-se dizer que o cooperado está no meio do caminho entre a posição de funcionário ou fornecedor e de empreendedor.
Porque, ao mesmo tempo em que ele possui certa independência, submete-se às condições da cooperativa e decisões tomadas em conjunto.
Como a cooperativa envolve a união do esforço de vários trabalhadores, o empreendedor cooperado assume menos riscos e não precisa dispor de tantos recursos para começar.
O empreendedor do conhecimento é aquele que se posiciona no mercado como uma referência em determinada área.
Referência técnica, ou seja, é alguém que entende muito do assunto, por ter estudado muito ou por ter uma larga experiência profissional fazendo aquilo.
É esse conhecimento que o habilita para empreender, na maioria das vezes abrindo um CNPJ para prestar o serviço no qual se especializou.
Um redator, por exemplo, é especialista em escrever, e pode aplicar esse conhecimento estando empregado em um veículo de jornalismo ou agência de comunicação.
Ou então trabalhar de forma autônoma, prestando o serviço de forma independente para clientes, estruturando-se como pessoa jurídica.
Enquanto outros empreendedores podem empreender apenas se preocupando com a gestão dos recursos que mobilizam e não com um conhecimento específico, o empreendedor do conhecimento deve ter esse perfil de especialista.
Nos últimos anos, tem crescido muito o número de empreendedores do conhecimento que ganham dinheiro compartilhando o que sabem.
Eles fazem isso por meio de sites, blogs, canais no Youtube e cursos online.
Como já sinalizamos aqui, o empreendedorismo não se manifesta apenas na criação de uma empresa nova.
Também é possível empreender dentro de uma empresa já consolidada, estimulando a independência e autogestão nos colaboradores.
É o chamado intraempreendedorismo: a capacidade de funcionários atuarem na criação de novos produtos, serviços, técnicas, tecnologias e processos dentro de uma empresa.
Empresas que promovem o intraempreendedorismo costumam ter ótimos níveis de satisfação interna e ficam muito mais pertos de desenvolver soluções inovadoras.
A seguir, confira sete dicas para incentivar o espírito empreendedor nos funcionários de uma organização.
Em tempos de crise e desemprego, o empreendedorismo informal costuma disparar no país. Muito mais por uma questão de necessidade do que de praticidade.
As pessoas assumem o risco de empreender porque não conseguem uma boa colocação no mercado de trabalho.
Embora nem sempre seja possível, o cenário ideal é empreender com tranquilidade, preparando-se e adquirindo todo o conhecimento necessário.
O primeiro passo é esse que você acabou de dar, lendo este artigo e entendendo melhor o que é empreender e qual é o perfil necessário para se aventurar nesse universo.
Lembrando novamente que qualquer um pode experimentar o empreendedorismo, mesmo que pense que não se enquadra nesse perfil.
Você pode compensar características que não possui com outras que tem de sobra ou, então, procurar se desenvolver nas suas fraquezas.
O importante é não ficar eternamente no campo das ideias, e sim tomar a iniciativa e dar o primeiro passo.
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