O mundo não será mais o mesmo depois de enfrentar o novo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença batizada de Covid-19.
Com origem no interior da China, ela logo se alastrou, culminando em uma epidemia e, após alguns meses, em pandemia que afeta centenas de nações.
Além de impactar a saúde física e mental da população, a contenção do vírus exige uma série de adaptações por parte das empresas e funcionários, como a digitalização e o home office.
Ao mesmo tempo, companhias de diferentes setores têm implantado soluções criativas, fortalecendo o espírito de equipe e reduzindo prejuízos.
Se também está trabalhando para se adaptar à essa nova realidade, este artigo é para você.
Nele, apresentamos um panorama completo, com informações para prevenir o contágio pelo coronavírus, ser produtivo trabalhando em casa e as alternativas legais para que as empresas continuem funcionando com eficiência.
Afinal, toda crise esconde oportunidades.
Veja só os tópicos que você vai conferir a partir de agora:
- O que é o coronavírus?
- Como surgiu o coronavírus?
- Sintomas
- Perfil de risco para o coronavírus
- Como prevenir o contágio?
- Impactos da epidemia na sociedade
- Teste de coronavírus
- Quem deve fazer?
- Como funciona o exame?
- O que é o período de quarentena?
- Diferença entre quarentena, distanciamento e isolamento social
- Impactos do período de quarentena na sociedade
- Protocolo de Manejo Clínico para o coronavírus
- Legislação aplicada à Covid-19
- Impactos na economia e nos negócios
- Como as maiores empresas do mundo estão lidando com a epidemia
- Quais estratégias podem ser adotadas para que a empresa possa minimizar danos e prejuízo?
- Como as empresas podem trabalhar em home office
- Como ensinar seus colaboradores a trabalhar remotamente
- Estratégias mais adotadas
- Estudos de casos sobre o coronavírus e as empresas
- Estudos de casos de grandes empresas brasileiras
- Estudos de casos de empresas do mundo
- Alternativas legais para as empresas.
Se o assunto interessa, acompanhe até o final. Boa leitura!
O que é o coronavírus?
O novo coronavírus, chamado SARS-CoV-2, é o agente que causa a Covid-19 – doença infecciosa que pode levar a complicações no sistema respiratório.
Trata-se de uma nova cepa (ou tipo) de coronavírus, identificado formalmente por autoridades chinesas.
O SARS-CoV-2 é um dos sete coronavírus reconhecidos atualmente.
Além dele, a Organização Mundial da Saúde já constatou a existência de:
- HCoV-229E
- HCoV-OC43
- HCoV-NL63
- HCoV-HKU1
- SARS-COV (provoca a síndrome respiratória aguda grave)
- MERS-COV (provoca a síndrome respiratória do Oriente Médio).
A maioria desses vírus causa apenas resfriados comuns em seres humanos.
Como surgiu o coronavírus?
Segundo o site oficial da OMS, a entidade recebeu, em 31 de dezembro de 2019, um alerta quanto aos muitos casos de pneumonia na cidade de Wuhan, metrópole chinesa comparável a cidade de São Paulo em número de habitantes.
Uma semana mais tarde, houve a confirmação de que o surto foi causado por uma nova cepa de coronavírus, até então desconhecida.
Meses depois, a origem do novo coronavírus ainda é um mistério, mas cientistas acreditam que o agente tenha surgido a partir de uma mutação de coronavírus que, antes, infectava apenas animais.
Essa teoria encontra base no estudo de outras formas de coronavírus – SARS-COV e MERS-COV – que se modificaram e chegaram aos seres humanos através de animais.
No caso do SARS-CoV-2, é possível que morcegos ou pangolins (mamíferos que possuem escamas) tenham servido como hospedeiros e contaminado seres humanos que tiveram contato com sua carne.
Segundo um estudo publicado na revista Nature no fim de março, uma forma de coronavírus geneticamente semelhante ao SARS-CoV-2 foi encontrada em pangolins malaios que morreram bem antes da pandemia, em 2017.
Já os morcegos são conhecidos portadores de diversos tipos de coronavírus.
Sintomas
Os principais sintomas do novo coronavírus são:
- Febre
- Cansaço
- Tosse seca.
Com menos frequência, pessoas infectadas apresentam também:
- Dores no corpo
- Congestão nasal
- Corrimento nasal
- Dor de garganta
- Diarreia
- Dificuldade para respirar
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda grave
- Insuficiência renal.
Perfil de risco para o coronavírus
Cerca de 81% das pessoas que desenvolvem a Covid-19 experimentam uma versão leve ou moderada da doença, enquanto outros 14% evoluem para a forma grave, e 5% para a crítica.
Nos casos mais graves, onde o paciente tem como sintoma a falta de ar e tosse, a Covid pode ser identificada através da leitura da saturação no oxímetro, aparelho verifica o nível de oxigênio no sangue do usuário.
O perfil de maior risco de sofrer os sintomas graves inclui idosos e indivíduos que tenham doenças pré-existentes – a exemplo de câncer, pressão alta e outros males cardiovasculares, doenças pulmonares e diabetes.
Como prevenir o contágio?
Medidas simples podem evitar o contágio pelo novo coronavírus, começando por seguir as orientações de autoridades de saúde, cumprindo o distanciamento social.
Como o agente é transmitido pelo contato com secreções ou superfícies contaminadas, é extremamente importante lavar as mãos com água e sabão ou, quando não for viável, usar produtos à base de álcool 70%.
Evite tocar olhos, boca e nariz com as mãos.
Em locais públicos, mantenha ao menos um metro de distância entre você e as outras pessoas.
Quando espirrar ou tossir, cubra boca e nariz com a parte interna do cotovelo ou com um lenço descartável, que deve ser jogado fora em seguida.
Higienize superfícies que possam estar contaminadas com álcool 70% ou água sanitária.
O uso de máscaras é exigido de pacientes que testam positivo para a Covid-19, mas algumas cidades brasileiras têm orientado todos cidadãos a utilizarem, já que muitos infectados se revelam assintomáticos e não sabem que possuem a doença. Diante da escassez dessa produto empreendedores estão voltando seus esforços para disponibilizar máscaras personalizadas no mercado.
Teste de coronavírus
Diante da pandemia e medidas como a quarentena, é natural que haja uma corrida para fazer o teste que detecta a Covid-19.
Porém, o Ministério da Saúde alerta que não há kits de testes para todos, em especial se não tiverem sintomas da doença.
Outra dificuldade tem sido o período de análise em laboratório, estendido devido ao grande número de casos suspeitos.
Quem deve fazer?
Somente indivíduos que tiverem sintomas graves, como febre alta e falta de ar, são elegíveis para passar pelo exame.
Eles devem procurar atendimento médico para a avaliação clínica inicial e, só então, ter sua secreção coletada para o teste.
Por terem contato com pessoas infectadas, profissionais das áreas de saúde e segurança vêm passando por uma triagem através de testes rápidos.
Como funciona o exame?
Até meados de abril, o Brasil contava com duas modalidades de testes para detectar a Covid-19: RT-PCR e testes rápidos.
O RT-PCR é mais específico, partindo da análise minuciosa, em laboratório, da secreção nasal e da garganta para identificar o material genético do coronavírus.
Em condições normais, o processo costuma levar oito horas para ser concluído.
Há, também, testes rápidos, que mostram a quantidade dos anticorpos IgG e IgM no organismo, e ficam prontos entre 10 e 30 minutos.
No entanto, esses exames são menos assertivos, pois os anticorpos podem não estar presentes em quantidade suficiente quando o paciente é testado.
O que é o período de quarentena?
Período de quarentena é uma medida que restringe a circulação de pessoas em determinado local, com o objetivo de reduzir o contágio e a velocidade de transmissão do novo coronavírus.
Essa medida precisa ser decretada por meio de ato administrativo formal, editada por Secretário de Saúde do Estado, do Município, do Distrito Federal ou Ministro de Estado da Saúde, e comunicada à sociedade.
Conforme a legislação vigente, o período de quarentena dura até 40 dias, mas pode ser estendido se houver a necessidade de diminuir o contágio e garantir a manutenção dos serviços de saúde no território.
Diferença entre quarentena, distanciamento e isolamento social
As três medidas dizem respeito a restrições para evitar a circulação do novo coronavírus.
A mais branda é o distanciamento social, que visa diminuir a interação entre as pessoas de uma cidade, estado ou país.
Para tanto, as autoridades podem determinar o fechamento de locais em que há aglomerações, como escolas, clubes e igrejas, além de incentivar a população a permanecer em casa.
Pequenas caminhadas ou compras não são proibidas, porém, é aconselhável se manter distante de outras pessoas.
Quarentena é a separação de grupos que tiveram contato com indivíduos doentes, mas não apresentam sintomas.
Eles podem estar saudáveis ou em período de incubação do vírus, que pode durar entre um e 14 dias.
A quarentena pode ser individual ou coletiva (quando, por exemplo, uma cidade decreta o período de quarentena, restringindo a circulação de pessoas).
Já o isolamento social serve para separar casos suspeitos ou indivíduos que testaram positivo para o coronavírus do restante da população, prevenindo a transmissão do vírus.
O isolamento dura até 14 dias e pode ser feito tanto em casa quanto em uma unidade de saúde, dependendo do estado clínico e sintomas do paciente.
Impactos do período de quarentena na sociedade
Nas cidades e estados em que foi decretado período de quarentena, a população precisou fazer adequações em todas as esferas da vida.
Locais em que costumavam se reunir com familiares, amigos e conhecidos foram fechados, sendo que apenas os serviços essenciais continuam funcionando.
Assim, a maioria dos trabalhadores precisou adaptar sua rotina para praticar o trabalho remoto (home office), muitas vezes, junto aos filhos e outros familiares.
As saídas de casa foram bastante reduzidas ou eliminadas, graças à possibilidade de comprar mantimentos online.
Em alguns locais, houve escassez ou elevação no preço de produtos de higiene, de cesta básica e os que auxiliam no combate ao coronavírus, a exemplo do álcool em gel.
Outro impacto significativo vem da falta de contato físico, que fez aumentar as interações virtuais, como através das redes sociais.
A sociedade também passou a dar maior atenção para a saúde mental, que pode ser prejudicada em momentos de solidão.
Protocolo de Manejo Clínico para o coronavírus
O Protocolo de Manejo Clínico do Novo Coronavírus é o principal documento de orientação para que os profissionais da saúde básica identifiquem, façam a triagem e encaminhem os casos suspeitos de Covid-19 para acompanhamento.
Publicado em 20 de março pelo Ministério da Saúde, ele detalha as medidas para organizar as unidades de saúde, lidar com os casos suspeitos e proteger trabalhadores e outros pacientes do contágio pelo vírus.
Legislação aplicada à Covid-19
O Brasil começou a legislar sobre a doença em 3 de fevereiro, através da Portaria nº 188, que declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus.
Três dias depois, saiu a Lei nº 13.979, que estabeleceu as medidas para enfrentamento da emergência.
Desde então, a União publicou uma série de resoluções, leis, portarias e instruções normativas para reger as adaptações necessárias durante a pandemia.
A Portaria nº 356, de 11 de março, especifica medidas de isolamento social e quarentena, enquanto a Medida Provisória nº 927, de 22 de março, flexibiliza normas trabalhistas durante o estado de calamidade pública devido à Covid-19.
Clique aqui para acessar a lista completa de atos normativos referentes à pandemia.
Impactos na economia e nos negócios
Segundo relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 14 de março, a pandemia vai provocar uma recessão na economia global em 2020, fazendo o Produto Interno Bruto (PIB) despencar para -3%.
Antes da crise, a expectativa era um crescimento de 3,3%.
No Brasil, o impacto deverá ser ainda maior, com retração de 5,3%, de acordo com o FMI.
Mesmo as projeções mais otimistas, como a do relatório Focus, do Banco Central, preveem forte queda no PIB nacional, que deve fechar o ano de 2020 em -1,96%.
Empresas de setores como turismo, entretenimento e alimentação fora de casa estão entre as mais prejudicadas pela atual crise econômica.
O cenário é de ameaça ao emprego de mais de 1 bilhão de trabalhadores em todo o mundo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em contrapartida, a demanda por serviços de entretenimento online, delivery e internet, aumentou, com a maioria das pessoas evitando qualquer deslocamento.
Como as maiores empresas do mundo estão lidando com a epidemia
Se o prejuízo econômico é esperado, o que as empresas têm feito ao redor do planeta é estabelecer ações para reduzir as perdas e proteger seus colaboradores.
Nesse sentido, grandes companhias estão adotando boas práticas para impedir a disseminação do novo coronavírus e garantir a continuidade das operações, a exemplo de:
- Cancelamento de viagens e eventos
- Trabalho remoto
- Apoio com equipamentos de trabalho
- Adoção de ferramentas digitais para fazer reuniões, entrevistas e contatar colegas
- Promoção de atividades de integração a distância.
Quais estratégias podem ser adotadas para que a empresa possa minimizar danos e prejuízo?
O momento é desafiador para quem está à frente de uma organização, principalmente se for micro ou pequena empresa, que contam com menos recursos para se manter em tempos de crise.
Pensando nisso, listamos algumas estratégias propostas por especialistas para enfrentar a crise.
Confira a lista:
- Preserve o capital de giro, dispensando gastos que não sejam essenciais
- Peça mais prazo para o pagamento de contas como aluguel e luz
- Renegocie os contratos junto a fornecedores, se possível, suspendendo os pagamentos por alguns meses
- Conte com a ajuda de especialistas na área contábil e tributária
- Adote o home office
- Verifique as alternativas para reduzir custos trabalhistas
- Conheça e desfrute do pacote de medidas anunciado pelo governo, que suspende a cobrança de pagamento do FGTS e do Simples Nacional
- Invista em qualificação com aulas remotas e educação a distância.
- Aproveite para conhecer seu público e reforçar sua estratégia de vendas com o marketing digital.
Como as empresas podem trabalhar em home office
Conforme a MP nº 927, o teletrabalho é permitido para qualquer empresa, mesmo que não haja acordo coletivo ou individual, inclusive para estagiários e aprendizes.
Basta que o trabalhador seja avisado com 48 horas de antecedência, por escrito ou por meio eletrônico.
Empresa e funcionários devem decidir, juntos, quem vai arcar com a infraestrutura necessária para o trabalho remoto, e registrar o que ficar combinado em um contrato escrito.
Como ensinar seus colaboradores a trabalhar remotamente
Caso sua equipe esteja acostumada a trabalhar presencialmente, será necessário um tempo de adaptação ao home office.
Por isso, é útil fazer uma webconferência para explicar como vai funcionar o trabalho a distância, esclarecendo dúvidas iniciais.
Deixe claro, por exemplo, se os funcionários vão precisar ficar online, se haverá reuniões periódicas de avaliação ou relatórios de performance.
Você também pode compartilhar a própria experiência com os colaboradores, mostrando soluções que encontrou para um home office produtivo.
Estratégias mais adotadas
Tanto grandes quanto pequenas organizações utilizam ferramentas online para se comunicar em tempos de trabalho remoto.
Zoom, Skype, Google Hangouts e o próprio WhatsApp facilitam essa comunicação, permitindo a troca de mensagens em tempo real.
Se precisar de ajuda para organizar as demandas diárias, vale a pena utilizar plataformas como a Trello e Basecamp, mas cuidado para não aderir a diversas ferramentas.
Lembre-se de que os funcionários terão de aprender a usar cada uma delas, portanto, a palavra-chave é simplicidade.
Nesse contexto, mantenha, ainda, seu planejamento funcionando, com metas e ações a serem cumpridas diariamente.
Isso ajuda a equipe a não se perder com as entregas e dispensa a necessidade de cobranças constantes.
Estudos de casos sobre o coronavírus e as empresas
Observar boas práticas de outras empresas é sempre inspirador.
Por isso, neste tópico, trazemos alguns estudos de caso que podem ajudar você a implantar novas ideias em seu negócio.
Acompanhe!
Estudos de casos de grandes empresas brasileiras
Em meio a uma onda de demissões, milhares de empresas brasileiras se comprometeram a não cortar funcionários pelos próximos dois meses.
Seus nomes estão no site Não demita!, que começou com 40 organizações e, pouco tempo depois, alcançou quase 4 mil.
A Bibi Calçados faz parte desse movimento, optando por colocar funcionários em férias coletivas e reduzir jornadas.
Já a Cultura Inglesa, que também aderiu à iniciativa, adaptou as aulas, passando de presenciais para online, e complementou as ações com trabalho remoto e licença remunerada.
Estudos de casos de empresas do mundo
Como era de se esperar, gigantes da tecnologia se adiantaram para minimizar os efeitos da crise.
A Apple é um exemplo disso.
Com dinheiro em caixa, a companhia manteve os pagamentos dos funcionários e, ao mesmo tempo, avaliou políticas internas para adotar acordos de trabalho flexíveis.
Outro case interessante é o do Twitter, que forneceu todo o suporte e infraestrutura para que seus empregados trabalhem em casa.
Além de equipamentos e reembolso de despesas, a companhia preparou um guia com boas práticas para facilitar a transição para o home office.
Alternativas legais para as empresas
Resumindo tudo o que vimos até aqui, se você está à frente de uma empresa, as principais opções com as quais conta neste momento para enfrentar a crise do coronavírus são:
- Teletrabalho
- Antecipar férias individuais, com pagamento do adicional após a pandemia
- Conceder férias coletivas
- Antecipar os feriados
- Compensar o banco de horas ou fazer com que os funcionários acumulem horas e paguem nos próximos anos
- Reduzir a jornada de trabalho dos funcionários.
Conclusão
Chegando ao final deste artigo, você está bem informado sobre o novo coronavírus e seus principais impactos na sociedade, economia e negócios.
Ao longo do texto, acompanhou dicas para diminuir prejuízos na sua empresa, empregando ferramentas digitais para o trabalho remoto e qualificação.
Este é um momento de se reinventar para enfrentar um cenário sem precedentes na história recente.
Exige criatividade, inspiração e empatia, seja para não colocar pessoas em risco de contrair a doença, seja para proteger o emprego de seus colaboradores.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário abaixo.
Para ficar por dentro de outros assuntos atuais, acesse o site e o blog da FIA.