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Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação

14 de junho 2021, 21:00

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Seja qual for o seu ramo de atuação, é certo que há nele uma cadeia de valor a ser identificada.

Embora ela possa ser aplicada a empresas que prestam serviços, é no segmento varejista, industrial e de manufatura que esse tipo de ferramenta de análise se aplica melhor.

Uma característica importante a ressaltar logo de cara é que ela não é a mesma coisa que a cadeia de suprimentos.

Ainda que exista uma relação entre elas, como você vai ver ao longo deste conteúdo, cada uma trata de processos distintos.

O mais importante é que, sem entender como funciona a cadeia de valor inerente às suas atividades, será difícil encontrar oportunidades e aumentar os lucros.

Neste texto, você vai saber como mapear todos os elementos envolvidos nela, bem como mensurar o papel de cada um deles para o seu negócio.

Estes são os tópicos que iremos abordar:

  • O que é uma cadeia de valor?
  • Como e quando surgiu o conceito de cadeia de valor?
  • Qual é o objetivo da cadeia de valor?
  • 5 Vantagens de implementar a cadeia de valor?
  • O que é preciso para implementar a cadeia de valor?
  • Como utilizar a cadeia de valor na prática?

Se o assunto interessa, acompanhe todas as informações até o final.

O que é uma cadeia de valor?

Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação
O que é uma cadeia de valor?

Cadeia de valor consiste nas atividades coordenadas que, por processos específicos, geram produtos com valores intangíveis e de mercado. O conceito foi criado pelo célebre professor Michael Porter, por isso, ele também é conhecido como cadeia de valor de Porter.

Então, por que é importante entender o que é a cadeia de valor?

Primeiramente, toda empresa está inserida em um mercado, no qual ela interage e do qual depende para ter acesso aos insumos necessários para produzir.

É nesse mercado que ela também encontra pessoas interessadas em seus produtos, concorda?

Assim, o conceito de cadeia de valor serve para mapear tudo que acontece da entrada dos insumos em uma fábrica, passando pela sua transformação e posterior geração de lucro.

Para entender ainda melhor, vamos ver a seguir onde e como essa ideia tomou forma.

Como e quando surgiu o conceito de cadeia de valor?

Acabamos de saber que o termo cadeia de valor foi criado por Michael Porter, o proeminente professor da escola de negócios da Universidade de Harvard.

Ele foi usado pela primeira vez em 1985, no lançamento do livro “Vantagem Competitiva”, que foi uma espécie de continuação da obra “Estratégia Competitiva”, lançada em 1980.

Por mais que esses conceitos já tenham sido revistos e atualizados sob certos aspectos, eles continuam a valer como ferramenta de análise de negócios.

Isso porque, ao mapear os elementos de uma cadeia de valor, uma empresa se torna capaz de entender as conexões entre eles e definir estratégias de forma mais certeira.

Qual é o objetivo da cadeia de valor?

Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação
Qual é o objetivo da cadeia de valor?

Você deve ter percebido a ligação da cadeia de valor com a competitividade.

Para o mestre Porter, uma empresa só se torna competitiva a partir do momento em que ela gera valor para os seus clientes a um custo mínimo.

O objetivo por trás da análise de um negócio a partir da cadeia de valor na qual está inserido é exatamente conhecer como esse valor é gerado, seus custos e despesas.

Mas, veja: não se trata apenas de um mecanismo orçamentário.

A cadeia de valor de Porter visa principalmente identificar os elos que ligam as atividades dentro de uma empresa.

Para isso, o autor subdivide essas atividades em dois tipos: as primárias e as de apoio, como vamos ver logo a seguir.

O que são atividades primárias na cadeia de valor?

Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação
O que são atividades primárias na cadeia de valor?

Uma fábrica, seja ela qual for, precisa sempre de uma linha de produção, na qual os produtos que distribui “ganham vida”.

Esse é um exemplo de atividade primária, que, na hierarquia proposta para a cadeia de valor, está na etapa “Operações”.

Em resumo, atividades primárias são essenciais para a geração de valor para o cliente, sem as quais não é possível uma indústria continuar a produzir.

Vamos conhecê-las melhor agora.

Acompanhe!

Atividades Primárias

Um detalhe importante sobre as atividades primárias é que elas estão sempre dispostas na mesma ordem:

  • Logística de entrada → Operações → Logística de saída → Marketing e Vendas → Serviços → MARGENS

No caso, as margens se referem basicamente ao lucro gerado para a empresa a partir do valor que ela gera para seus clientes.

Confira, então, como cada uma dessas atividades se caracteriza e os elos que as unem em uma cadeia de valor.

Logística interna ou de entrada

Você deve ter observado que a cadeia de valor trata de processos.

Sendo assim, ela avalia basicamente as entradas em uma linha de produção, o que acontece nessa linha e o resultado final.

Contudo, antes dos processos ganharem forma, existe toda uma rede de logística acionada para que eles se tornem possíveis.

Lembra o que dissemos no início, sobre as diferenças entre cadeia de valor e a de suprimentos?

Pois é aqui que está a distinção entre elas.

A supply chain, na verdade, é um dos objetos de análise da logística de entrada, uma das atividades primárias em uma cadeia de valor.

Operações

Já as atividades de operações dizem respeito ao “miolo” da cadeia de valor.

É por elas que os insumos obtidos pela logística de entrada têm seu valor transformado pelos processos produtivos.

É nas operações que as máquinas, equipamentos, embalagens e outros recursos indispensáveis entram em ação.

Também é onde as atividades relacionadas à criação tomam forma, a fim de agregar valor a materiais inacabados.

No entanto, o término da operação de fabricação é apenas o começo de outra sequência de processos, desta vez de distribuição.

Mas essa é uma atribuição das pessoas e infraestrutura que compõem a logística de saída, como veremos na sequência.

Logística externa ou de saída

Embora seja possível e algumas fábricas façam isso (a expressão “a preço de fábrica” vem daí), a maioria das indústrias depende de uma rede distribuidora para levar seus produtos ao consumidor final.

O papel das atividades de logística de saída ou externas é justamente o de distribuir o que é fabricado nas linhas de montagem.

Como em todas as outras atividades, isso deve ser feito levando sempre em conta as estratégias competitivas tão defendidas por Michael Porter.

Ou seja, buscando o menor preço para obter o maior lucro.

Marketing e vendas

Não basta desenvolver um bom produto se as pessoas não sabem para o que ele serve, suas características e, principalmente, o valor que ele agrega.

Essa é a função das pessoas que trabalham em marketing e vendas.

Suas atividades têm como foco a promoção, publicidade e a otimização do lucro por meio da prospecção e fidelização de consumidores.

Digamos, por exemplo, que uma linha de produção fabrica 100 unidades de uma mercadoria.

A partir disso, caberá aos que estiverem envolvidos no marketing e vendas realizar esforços para que todas essas unidades sejam vendidas no menor tempo possível ao melhor preço que puder ser praticado.

Serviço

As atividades de serviço têm como escopo agregar ainda mais valor aos produtos ou serviços depois de sua aquisição.

Além disso, não seria nada inteligente vender produtos e, em seguida, abandonar as pessoas que venham a ter dúvidas ou problemas com o seu uso.

Um exemplo dessa atividade são os serviços de pós-venda, indispensáveis em segmentos que oferecem bens de alto valor agregado, como eletrodomésticos e veículos.

Nesse sentido, uma montadora que disponibiliza para seus clientes uma rede de oficinas autorizadas investe em atividades de serviço.

Compõem esse tipo de atividade primária serviços como SAC, ouvidoria e suporte técnico, entre outras.

Atividades de apoio

Uma linha de montagem não poderia funcionar sem uma infraestrutura que provesse mão de obra, material de trabalho e um ambiente limpo e seguro.

Essa é a atribuição básica das atividades de apoio na cadeia de valor.

Enquanto as pessoas envolvidas nas atividades primárias lidam diretamente com as mercadorias, sua produção e venda, as de apoio se responsabilizam pelo suporte a essas atividades.

Ainda que os profissionais que apoiam as atividades primárias não se envolvam com a produção em si, eles são tão importantes quanto os que estão na linha de frente.

Na cadeia de valor, suas atividades são subdivididas em quatro categorias.

Veja a seguir quais são.

Infraestrutura

As rotinas das atividades primárias dependem de uma série de serviços de retaguarda para que possam continuar.

Embora o termo infraestrutura possa remeter à parte de máquinas, veículos e equipamentos, na verdade, ele serve mais para designar atividades de gestão e controle.

Dessa forma, todas as atividades administrativas e de apoio a setores como financeiro, jurídico e contábil devem ser elencadas.

Uma fábrica ou empresa prestadora de serviços não poderia se manter ativa sem uma contabilidade que cuidasse dos seus impostos e encargos trabalhistas.

Da mesma forma, empresas precisam de gestores para apoiar os processos decisórios, bem como apontar eventuais falhas ou sugerir melhorias nos níveis operacional e gerencial.

Gestão de RH

Se as pessoas são o recurso mais importante de toda empresa, não seria nada exagerado dizer que as atividades de RH também estão entre as de maior importância.

Seu foco é desenvolver estratégias de contratação e retenção de talentos, bem como apoiar na definição de programas de cargos e salários.

Também cuida dos processos admissionais e demissionais, bem como das políticas relacionadas a benefícios e pagamentos.

Profissionais de RH atuam em sinergia com todos os que compõem as atividades primárias, atendendo às suas demandas e sugerindo soluções conforme suas metas.

Desenvolvimento tecnológico

Processos de fabricação mudam o tempo todo, ainda mais agora, em pleno movimento de transformação digital.

Assim sendo, é necessário que uma indústria conte com profissionais capazes de acompanhar os avanços da tecnologia.

Isso se aplica a todos os setores de uma empresa, não importa o tipo de atividade com os quais se relacionam.

Da infraestrutura aos serviços, todos precisam dispor de recursos e ferramentas alinhadas ao que há de mais moderno no mercado.

Identificar tendências, sugerir soluções e novos recursos na forma de softwares e sistemas é uma das missões dos profissionais de atividades de desenvolvimento tecnológico.

Aquisição/compras

Não haveria logística de entrada se ela não dispusesse de profissionais qualificados para ir ao mercado e adquirir os melhores insumos.

Essa é a atribuição básica das atividades de compras, nas quais a empresa identifica as melhores oportunidades e os fornecedores com preços mais competitivos.

Dessa maneira, a empresa pode ganhar um diferencial competitivo que vai refletir em preços mais agressivos.

Por ser uma atividade que se relaciona diretamente com as entradas dos processos de fabricação, ela tem um peso decisivo para a performance das outras atividades.

Seus profissionais também trabalham em sinergia com os setores de vendas, estoque e de operações, que podem fornecer dados no sentido de facilitar a busca por insumos mais baratos e de qualidade.

5 vantagens de implementar a cadeia de valor

Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação
5 vantagens de implementar a cadeia de valor

A essa altura, parece não restar dúvidas sobre a importância de mapear toda a cadeia de valor envolvida no seu negócio, certo?

Repare que, para isso, é de grande importância utilizar ferramentas como a matriz SWOT e as 5 Forças de Porter.

Afinal, a cadeia de valor abrange elementos internos à empresa, assim como fatores externos.

Por esse motivo, ao mapear sua cadeia de valor, você terá um verdadeiro instrumento de análise para posicionar seu negócio em vantagem.

Conheça quais são as vantagens competitivas que uma empresa passa a ter quando sabe exatamente como funciona a sua cadeia de valor.

1. Vantagem competitiva sobre a concorrência

Não é por acaso que o termo cadeia de valor surge no livro “Vantagem competitiva”.

Afinal, uma das ideias em identificá-la é que, ao fazê-lo, a empresa poderá saber exatamente onde reduzir custos e despesas sem prejuízo na qualidade dos produtos.

Nem é preciso ir muito longe para concluir que produzir mais com menos é sempre algo desejável e positivo, não?

Por isso, quando os processos geram valor a um custo mínimo, surge o que o mestre Porter chama de vantagem competitiva sobre a concorrência.

Nesse contexto, a empresa ganha algo muito valioso e que ninguém mais poderia oferecer: o autoconhecimento de suas próprias atividades.

2. Mais conhecimento sobre o contexto do negócio

Disse o filósofo Sócrates “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.

Não é exagero dizer que conhecer a cadeia de valor que permeia o ciclo de vida de produtos e serviços é uma forma de dominação.

Repare que as empresas mais bem-sucedidas são as que melhor aproveitam as oportunidades que vêm de fora sem abrir mão de sua essência.

Do contrário, não existiriam gigantes centenárias no mercado até hoje, como a Coca-Cola e as brasileiras Gerdau, Matte Leão e Hering.

Certamente, todas elas souberam aproveitar as vantagens competitivas que as acompanham desde suas fundações e isso inclui a cuidadosa arquitetura da cadeia de valor.

3. Controle orçamentário mais preciso

Vimos que controlar a cadeia de valor é, de certa forma, manter a disciplina sobre os custos e despesas de um negócio.

Ao reconhecer quais são as atividades primárias e de apoio, bem como as que estão vinculadas a cada uma delas, é possível definir orçamentos mais precisos.

Também se torna possível cortar gastos de maneira que não haja perda na qualidade, nos prazos de entrega e no relacionamento com fornecedores e parceiros.

Voltando ao que destacamos no início, embora a cadeia de valor pareça com um método de controle orçamentário, na verdade, pode ser um caminho para ajudar em sua elaboração.

4. Decisões menos sujeitas a erros

No contexto da transformação digital e de conceitos como Big Data, a tomada de decisão passa a depender como nunca de dados.

Assim, quem está à frente de uma cadeia de valor precisa de informação para decidir o que fazer, como, quando, onde e com quem.

Um excelente exemplo disso é o da gigante de entregas UPS que, com o apoio da tecnologia e de dados em massa, conseguiu um feito incrível em suas operações.

Em resumo, ela descobriu que, para poupar combustível, seus veículos jamais deveriam virar à esquerda em seus percursos.

Já pensou se você pudesse fazer o mesmo em sua empresa?

5. Seu negócio menos sujeito a imprevistos

O exemplo da UPS serve para ilustrar como a cadeia de valor pode ser controlada e reverter em vantagem competitiva para uma empresa.

Ao cortar gastos drasticamente, a UPS não só aumentou sua margem de lucro, como se protegeu de eventuais oscilações do mercado.

Imagine, nesse caso, que um aumento no preço do barril de petróleo jogasse os preços dos combustíveis lá para cima.

Quando diminui a demanda por insumos, a empresa de entregas ganha recursos e, acima de tudo, reduz a exposição aos fatores externos.

O que é preciso para implementar a cadeia de valor?

O primeiro passo para implementar com sucesso a cadeia de valor é contar com braços e mentes capazes de mapeá-la corretamente.

Você pode, por exemplo, contratar serviços de auditoria e consultoria para avaliar a qualidade dos seus serviços e para identificar quais são as entradas e saídas em seu negócio.

Vale contar, ainda, com profissionais certificados pela Association of Business Process Management Professionals International (ABPMP International), a principal referência global em gestão de processos.

Como utilizar a cadeia de valor na prática?

Cadeia de Valor: O que é, atividades, vantagens e implementação
Como utilizar a cadeia de valor na prática?

Como vimos, mapear a cadeia de valor equivale a identificar processos, quantificá-los e, com base nisso, encontrar meios para sua melhoria.

É o que fazem empresas que modelam seus processos para em seguida automatizar parte deles ou sua totalidade.

Para tal, elas montam diagramas de processos, pelos quais reconhecem possíveis pontos fracos e possíveis oportunidades de melhoria.

Conclusão

Não se pode entregar valor para o cliente quando a cadeia na qual produtos são fabricados não está totalmente mapeada.

Como se vê, é um trabalho que demanda alta capacidade de gestão, liderança e visão estratégica.

Se você gostou da ideia de trabalhar nessa área, por que não começar agora mesmo uma trajetória de sucesso?

Conte com a FIA, seja um profissional top e entregue mais valor para empresas, clientes e parceiros de negócio!

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