Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física, até porque a segunda depende da primeira para estar em dia.
Já diz o provérbio latino: “Mens sana in corpore sano” – ou seja, “mente sã, corpo são”.
Apesar da fama dessa citação que atravessa os séculos, as estatísticas sugerem que as pessoas não estão se cuidando como deveriam.
O site Our World in Data (OWD) revela (em inglês) que 10,7% da população mundial sofre de algum distúrbio da mente, ou seja, uma em cada dez pessoas têm problemas comportamentais.
A boa notícia é que, para manter a saúde da mente em dia, na maioria das vezes não é necessário recorrer a tratamentos caros.
Algumas ferramentas para fazer isso sem custo nós vamos apresentar neste texto.
Prossiga na leitura até o fim para conferir:
Leia também:
Não existe um consenso científico em torno de um conceito de saúde mental.
Na falta de uma definição específica, vamos ver a ideia da definição de saúde em geral apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”.
Note que, de acordo com a maior autoridade em saúde do mundo, a saúde mental é parte integrante do processo.
Não somos totalmente saudáveis se a nossa mente não se encontra em equilíbrio.
Isso nos leva à conclusão que esse é um aspecto da saúde que, se negligenciado, pode levar a consequências danosas no curto, médio e longo prazo.
Você já ouviu falar das doenças psicossomáticas?
Esse é o termo usado para definir as enfermidades que nascem de distúrbios como ansiedade e depressão, para ficar só nos mais conhecidos.
Uma pesquisa publicada pela Royal Australian and New Zealand College of Obstetricians and Gynaecologists (em inglês) revela que, nos Estados Unidos, cerca de 6% da população sofre de algum tipo de doença psicossomática.
Esse é um dado que reforça a importância de estar em equilíbrio na parte mental, considerando os riscos do acometimento de doenças.
Isso sem contar os prejuízos sociais, na carreira e nos relacionamentos causados por distúrbios que impedem a pessoa de interagir normalmente e de ter uma vida produtiva.Quem pode ter a saúde mental afetada?
A pesquisa da Royal Australian College revela também que as mulheres são as que mais sofrem com as doenças psicossomáticas.
Essa tendência é confirmada pela OWD, segundo a qual, 11,9% da população feminina sofre de doenças mentais, enquanto na masculina, esse percentual é de 9,3%.
A população mais jovem, entre 15 e 49 anos, está entre a mais acometida por esse tipo de enfermidade.
Dados da OWD apontam para o aumento no número de casos entre 1990 e 2019, enquanto na população acima de 50 anos, a prevalência diminuiu.
Um dos desafios enfrentados pelos órgãos de saúde públicos e privados é vencer o estigma associado às doenças mentais.
As pessoas que sofrem de distúrbios como ansiedade e depressão e outros mais graves, como transtorno bipolar ou esquizofrenia, temem ser excluídos socialmente ou serem chamados de “loucos”.
Porém, jogar para baixo do tapete um problema grave só piora a situação.
Talvez por isso o Brasil é hoje considerado o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo, e um dos que mais registram casos de depressão.
É preciso superar o preconceito, algo que só é possível por meio da educação e informação.
Para isso, é fundamental conhecer os tipos de problemas de saúde da mente mais recorrentes, como eles se manifestam e como tratá-los.
Qualquer pessoa pode se sentir eventualmente ansiosa em razão de algum tipo de expectativa.
Ou seja, a ansiedade em si não é uma doença.
Ela começa a se tornar um distúrbio quando se prolonga ou quando aparece sem que haja um motivo para isso.
Pessoas ansiosas estão em um estado de permanente tensão, acreditando que, a qualquer momento, algo de ruim pode acontecer.
Elas sofrem de autoestima baixa, o que gera reflexos negativos na parte social, afetiva e no trabalho.
O tratamento da ansiedade envolve em geral psicoterapia e métodos de reabilitação sociais e alternativos, como a prática de mindfulness.
Nos casos mais graves, podem ser prescritos ansiolíticos controlados.
Quando se agrava, a ansiedade pode levar a ataques de pânico, em que os medos (muitos deles irracionais) surgem de forma repentina e muito intensa, afetando fortemente o corpo.
Ataques sucessivos caracterizam a Síndrome do Pânico, um estado em que a pessoa passa a se preocupar de maneira doentia com o futuro e com o que está ao seu redor.
Normalmente, ataques de pânico estão associados a outros distúrbios comportamentais e são mais frequentes nas pessoas ansiosas ou depressivas.
Eles se manifestam também com uma série de reações físicas, como sudorese, taquicardia, tonturas e dores localizadas.
Além da psicoterapia, podem ser prescritos benzodiazepínicos, em muitos casos por longos períodos de tempo.
O governo federal estima que a prevalência de depressão ao longo da vida do brasileiro seja de 15,5%.
Ainda que esteja em muitos casos associada à ansiedade, trata-se de um problema distinto, cuja principal característica é a falta de disposição até para tarefas simples.
Dessa forma, a depressão é um potencial agente de incapacitação para o trabalho, já que impede seu portador de levar uma vida normal.
Ela leva à falta de energia, de apetite e de libido, com consequências diretas na qualidade de vida.
Assim como a ansiedade, ela também pode ser tratada com psicoterapia ou, nos casos mais agudos, podem ser prescritos antidepressivos.
Enquanto a ansiedade e a depressão em muitos casos não têm uma causa primária aparente, no Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TSPT), a origem é mais clara.
Nesse tipo de transtorno de ansiedade, o estado ansioso surge em razão de um evento específico e de forte impacto emocional.
É o caso de pessoas que não conseguem superar a perda de familiares, que sofreram acidentes, veteranos de guerra ou vítimas de sequestro, entre outras causas.
Outro distúrbio com causas específicas é a Síndrome de Burnout, ou esgotamento.
No contexto laboral, ela via de regra acomete pessoas submetidas a constantes situações de estresse ou que sofrem exigência demasiada sobre suas performances (pressão às vezes infligida por si próprias).
No Brasil, esse também é um problema que afeta uma parcela expressiva da população, com 32% dos brasileiros diagnosticados com essa síndrome.
Os transtornos comportamentais podem ser causados por fatores como genética, uso de medicamentos ou lesões neurocerebrais.
Nesses casos, o tratamento farmacológico é o mais indicado para controlar os sintomas.
Contudo, boa parte dos pacientes que sofrem de algum desses distúrbios pode ser tratado com métodos de baixo risco, como psicoterapia e terapia de grupo, entre outras abordagens.
Tanto que, nos quadros mais brandos, basta apenas realizar mudanças no estilo de vida para que a saúde da mente seja restabelecida.
Veja a seguir algumas ideias efetivas para combater e prevenir os males que afetam a saúde da mente.
A medicina já tem mais que comprovados os benefícios à saúde proporcionados pela prática de esportes.
No nível físico, a atividade desportiva faz com que o sistema nervoso libere hormônios ligados ao prazer, como a endorfina e a serotonina.
É como se fosse um “doping” natural, quando o corpo produz de forma autônoma substâncias que elevam o bem-estar e, em consequência, melhoram a saúde da nossa mente.
Com a prática regular, a pessoa consegue voltar a um estado equilibrado e ter uma rotina produtiva em suas atividades.
Da mesma forma, médicos e cientistas sabem que, sem uma rotina de sono regular, o risco de desenvolver problemas relacionados à saúde da mente aumenta consideravelmente.
Como destaca um artigo da Universidade de Harvard (em inglês), a privação de sono afeta diretamente a parte mental e cognitiva, com prejuízos emocionais e no rendimento profissional.
Não surpreende, portanto, que pessoas ansiosas sofram de sintomas como insônia ou sono irregular.
De qualquer forma, é preciso investigar com um médico as reais causas da falta de sono, a fim de encontrar o tratamento adequado.
Você provavelmente já deve ter observado que a boa saúde depende de uma soma de fatores que precisam estar em equilíbrio.
Um dos mais importantes é a dieta, ou seja, aquilo que comemos e a frequência com que nos alimentamos.
Artigo da Mental Health Foundation (em inglês) realça a relação entre alimentação e saúde mental, destacando os benefícios de comer de forma equilibrada para o nosso bem-estar.
Prática ainda pouco difundida entre boa parte dos brasileiros, a meditação é uma das maneiras mais simples de cuidar da saúde mental.
Isso porque ela promove benefícios na parte respiratória que, ao ser controlada, leva a um estado mais relaxado e de atenção plena.
Meditar é, sobretudo, um caminho para o autoconhecimento e autocontrole.
Pessoas que estão em contato com seus próprios sentimentos, expectativas e afeições, são naturalmente mais seguras e, com isso, as desordens mentais deixam de existir.
A terapia de grupo é uma das atividades que podem ser recomendadas no tratamento da ansiedade ou da depressão.
Ela ajuda a pessoa com problemas de saúde mental a se reintroduzir em uma comunidade por meio de atividades lúdicas e tarefas reais.
Dessa forma, ela recupera o sentido de pertencimento, voltando a se sentir útil e produtiva.
Essa é também uma abordagem usada para recuperar relacionamentos em crise, como acontece nas terapias entre casais.
Como já destacamos, os problemas de saúde que atingem a área mental podem ter causas orgânicas.
Há pessoas, por exemplo, que têm uma tendência crônica para se sentirem infelizes em razão de fatores genéticos.
Para outras, a saúde da mente é prejudicada por disfunções hormonais ou neurológicas, entre outras patologias.
Nesses casos, o tratamento mais indicado deve ser prescrito e acompanhado por médicos psiquiatras, neurologistas e psicólogos.
Somente esses especialistas são habilitados para prescrever medicamentos de uso controlado, muitos dos quais devem ser administrados em longo prazo.
É consenso entre terapeutas e médicos que o controle da ansiedade e outros transtornos passa por uma profunda reformulação interna.
Para isso, o melhor caminho para alcançar um estado mental mais saudável é mudar os próprios hábitos.
Essa mudança tem a ver com evitar tudo que for nocivo para a saúde da mente.
Confira na sequência quais hábitos podem retardar o seu desenvolvimento pessoal e, se repetidos, levar a problemas de ordem psicossocial.
Ninguém contesta que a internet é uma conquista da humanidade, facilitando as comunicações e as relações de trabalho.
Ela tornou-se o meio de comunicação hegemônico, desbancando o reinado de décadas da televisão.
Assim como já existiam pessoas que passavam muito tempo vendo TV, com o tempo surgiram os “viciados em internet”, principalmente via smartphone.
Esse é um distúrbio já identificado, com prevalência de 1,5% na população americana e de 8,2% entre os europeus.
Uma solução para isso é controlar a quantidade de horas online, o que pode ser monitorado inclusive com a ajuda dos próprios aplicativos para celular.
O uso abusivo de drogas, medicamentos e álcool pode ser mais que um vício e se caracterizar como uma doença.
No caso das bebidas alcoólicas, os riscos são ainda maiores em razão de ser uma substância socialmente aceita e tolerada.
Contudo, a experiência mostra que o alcoolismo é um problema de saúde com graves consequências para seus portadores e as pessoas ao redor.
Isso sem falar do uso de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, todas elas com altíssimo potencial para destruir vidas e famílias.
O principal desafio para quem sofre de transtornos depressivos, fobias, compulsões ou ansiedade é controlar os próprios pensamentos.
Essas pessoas simplesmente não conseguem se livrar de ideias autodestrutivas e do sentimento de que tudo vai dar errado.
Em boa parte dos casos, é a mudança de hábitos e de rotina que vai levar à mudança de pensamento.
Portanto, a partir da mudança do que fazemos, nos habilitamos a mudar o que pensamos e, com isso, mudamos o nosso jeito de ser.
Relações pautadas pelo egocentrismo, intolerância ou competição excessiva são também potenciais causadoras de problemas de saúde mental, como a Síndrome de Burnout.
A terapia de casal é uma alternativa nesse sentido, já que tem como objetivo jogar uma lente de aumento sobre o relacionamento e seus focos de tensão.
O acompanhamento profissional também é importante porque costuma ser muito difícil romper relacionamentos tóxicos.
O autoconhecimento é também um caminho, já que, ao conhecer suas próprias limitações, é possível conviver com elas, modificar o que estiver errado e aceitar o outro como ele é – ou sair da relação.
Já que a prática de exercícios é fundamental para estar mentalmente equilibrado, o sedentarismo causa o efeito oposto, ou seja, prejudica a saúde da mente.
Isso sem contar as doenças e condições metabólicas que se desenvolvem em razão da falta de atividade, como a diabetes, obesidade e elevação nos níveis de colesterol.
Quanto mais ativa fisicamente uma pessoa está, menos exposta a problemas mentais.
Quem nunca deixou para amanhã um trabalho que era para ser entregue hoje?
Todos nós estamos sujeitos a imprevistos que tomam o nosso tempo, mas, quando isso se torna mais frequente que o normal, pode sinalizar para algum processo mental falho.
Assim, a pessoa se torna uma procrastinadora sem nem se dar conta disso.
Desculpas como “estou cansado”, “é trabalho demais” ou simplesmente “amanhã termino”, geram um estado mental preguiçoso que, lá na frente, cobrará o seu preço.
O melhor a fazer é se organizar para dar conta das tarefas no dia em que elas tenham que ser feitas.
Assim, ficamos em paz com a consciência, com o trabalho e com a família.
A alta prevalência de problemas de saúde mental, principalmente depressão e ansiedade, levam a um alto volume de buscas na internet sobre o assunto.
Para tirar suas possíveis dúvidas, selecionamos algumas das mais frequentes, confira:
Saúde mental é um aspecto da saúde que se caracteriza pelo equilíbrio das emoções, sentimentos e expectativas em torno de si, dos outros e da vida.
Saúde física é tudo que diz respeito ao bem-estar do corpo e suas funções.
Já a mental está relacionada com aspectos intangíveis, emocionais, psicológicos e até espirituais.
Via de regra, o especialista que cuida dessa área é o psicólogo.
Ele pode ser assessorado por médicos psiquiatras, neurologistas e, dependendo do caso, por nutricionistas e endocrinologistas.
Saúde mental é coisa muito séria.
Embora a sociedade esteja aos poucos evoluindo no entendimento sobre o assunto, há um caminho a ser percorrido até que os problemas mentais sejam enfrentados como se deve.
Aqui no blog da FIA, você fica sempre a par de assuntos que dizem respeito à sua trajetória profissional e cursos que fazem você ir mais longe.
Um deles é o de Psicologia para não psicólogos no ambiente organizacional, feito para você que tem interesse no assunto mas não é profissional da área.
Confira!
Está considerando a possibilidade de começar no empreendedorismo digital, mas não sabe como? Confira dicas…
Conhecer os conceitos de custo fixo e variável é algo que todo gestor ou dono…
O fluxo de caixa é uma ferramenta que funciona como base de toda organização voltada…
Sem pensar muito, você saberia dizer qual a diferença entre custo e despesa? Não tem…
As práticas ESG estão entre as mais valorizadas no mercado, pautando até mesmo o grau…
A experiência comprova que saber como fazer um orçamento é uma competência essencial para os…