O metaverso é uma nova realidade, na qual o mundo físico e o mundo virtual estarão definitivamente integrados.
Dessa forma, será possível ter experiências imersivas e aprofundar as interações sociais, utilizando tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial e óculos inteligentes.
Nessa nova etapa da era digital, poderemos jogar, aprender, conversar, fazer compras, praticar esportes e fazer várias atividades online que não são possíveis no mundo físico.
Neste artigo, você vai entender o que é o metaverso, como ele funciona e como participar dessa revolução tecnológica que está ocorrendo nesse momento a partir destes tópicos:
- O que é metaverso?
- Qual a origem do metaverso?
- O que é o metaverso do Facebook?
- Como funciona o metaverso?
- As tecnologias do metaverso
- Um panorama sobre o mercado bilionário do metaverso
- Exemplos de empresas que têm apostado no metaverso
- Qual o impacto do metaverso na internet como conhecemos hoje?
- Como entrar no metaverso?
- Como investir no metaverso?
- O que os especialistas dizem sobre o metaverso?
- Afinal, o metaverso é perigoso?
- Os principais livros sobre metaverso.
Continue lendo e entenda o que está por vir.
O que é metaverso?
O metaverso é um novo ambiente virtual imersivo, focado em interações sociais e formado por tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada, óculos inteligentes e inteligência artificial.
Na definição da Meta, a nova empresa criada a partir do Facebook, Instagram e WhatsApp, o conceito significa:
“Uma combinação híbrida das experiências sociais online atuais, às vezes expandido em três dimensões ou se projetando no mundo físico”.
Esse metaverso permitirá que pessoas compartilhem experiências imersivas pela internet, desenvolvendo novas atividades a distância que não eram possíveis no mundo físico.
Logo, ele irá proporcionar uma sensação presencial, mesmo que todas as suas dinâmicas sejam online.
Dessa forma, os mundos virtual e físico serão perfeitamente combinados, quebrando as barreiras entre o online e o offline.
Dentro do metaverso, será possível encontrar pessoas, participar de aulas coletivas, jogar games com diversos competidores, fazer compras, experimentar produtos e serviços, colaborar em projetos profissionais e muito mais.
A ideia é que ambientes e dispositivos que usamos atualmente, como TVs e smartphones, sejam transformados em hologramas, substituindo produtos físicos por criações digitais em realidade aumentada.
Qual a origem do metaverso?
O termo metaverso foi usado pela primeira vez em 1992 na série de ficção científica Snow Crash.
Trata-se da junção das palavras “meta” e “universo”.
Dentro do seriado, o metaverso é uma cidade virtual criada por uma grande corporação e que pode ser acessada por meio de terminais de realidade virtual, a partir de óculos inteligentes.
Nesse universo digital, as pessoas se transformam em avatares, podendo customizar a aparência e as características.
Esse conceito inicial de metaverso é muito parecido com o de plataformas famosas como o Second Life, que permite ao usuário criar um avatar e interagir com outras pessoas em um universo completamente virtual que replica a realidade física.
Outra empresa seminal do metaverso foi a VRchat, uma plataforma online de mundos virtuais criada pela VRChat Inc. em 2014.
O jogo permitia interação direta entre os usuários através de voz e gestos.
Como se tratava de uma plataforma de realidade virtual, era possível ter uma maior imersão com o uso de óculos de realidade virtual e por meio da criação de seu próprio mundo ou avatar.
Assim, jogadores podiam criar avatares semelhantes a eles próprios na vida real ou destoando da realidade, tendo a liberdade de atuar por meio de personagens fictícios, monstros, heróis, dentre outros, como também criar mundos que simulem um ambiente real, como um bairro ou escritório.
De modo geral, é a interação social entre pessoas reais que move o metaverso – e os universos se tornam mais complexos conforme a tecnologia avança a cada ano.
O que é o metaverso do Facebook?
O metaverso do Facebook é um novo passo na jornada de conexões que a empresa de Mark Zuckerberg propõe.
Para representar essa nova era, o fundador renomeou a empresa como “Meta”.
A ideia é transformar as redes sociais que conhecemos hoje em espaços 3D de interação social onde será possível conversar, aprender, colaborar e jogar a distância, mas com a mesma intensidade de uma experiência presencial.
Para isso, o Facebook pretende criar uma série de tecnologias e equipamentos que irão viabilizar essas experiências no metaverso.
Como funciona o metaverso?
O metaverso funciona a partir de tecnologias que criam ambientes virtuais 3D que simulam perfeitamente o mundo físico e conectam pessoas online e offline.
Uma das práticas mais comuns nessa nova realidade é o uso de óculos inteligentes de realidade virtual que permitem visualizar esses novos espaços e interagir dentro deles com avatares, sempre com uma visão de primeira pessoa.
A Meta, inclusive, já lançou seu óculos no mercado, o Quest, que é usado para jogar games multiplayer online, fazer exercícios físicos e encontrar amigos e familiares em ambientes virtuais.
Outro exemplo de metaverso na prática é o uso de hologramas que substituem equipamentos físicos, como é esperado que aconteça com dispositivos de telas que utilizamos hoje.
Além disso, o novo ambiente figital (união do físico e digital) trará consigo novas tecnologias digitais que ampliam a experiência, como veremos a seguir.
As tecnologias do metaverso
O metaverso é construído a partir de uma série de tecnologias que vêm evoluindo cada vez mais.
Confira as principais:
Blockchain e criptomoedas
As criptomoedas que são negociadas em redes blockchain são parte essencial do metaverso e devem dominar as transações monetárias realizadas nesse ambiente.
No caso, uma criptomoeda é uma moeda digital, ou seja, uma moeda que não existe na forma física – somente digital.
Para que essas moedas possam ser criadas e transacionadas, foi criada uma tecnologia chamada blockchain, que funciona como um “livro razão” público e descentralizado onde são registradas e movimentadas as criptomoedas.
O termo “blockchain” significa “cadeia ou corrente de blocos” em português.
Isso porque cada registro de transação com criptomoeda é um “bloco” e o livro pode ser acessado por todos os envolvidos na rede, como um grande banco de dados público administrado por diversos usuários simultaneamente.
Além disso, toda a informação que circula na blockchain está fortemente protegida pela criptografia, que transforma os dados em códigos e funções matemáticas praticamente impossíveis de decifrar.
Resumidamente, são partes de códigos validados e conectados em blocos que se ligam continuamente, formando um grande livro-razão de transações digitais à prova de interceptações.
Logo, essa tecnologia é perfeita para garantir transações seguras e anônimas dentro do metaverso.
NFTs
Um NFT é (Non-fungible Token) é um token não fungível, ou seja, um tipo de certificado criptográfico que confere autenticidade a um produto digital.
Para começar, um token é um registro de um ativo em formato digital, que funciona como um contrato que garante sua propriedade.
Logo, o NFT é um tipo especial de token que se diferencia por ser não fungível, ou seja, não pode ser reproduzido de forma alguma.
A partir dessa tecnologia, desenvolveu-se todo um mercado de NFTs, que se tornaram ativos valiosos, únicos e colecionáveis.
Um exemplo clássico é o Nyan Cat, um meme de um gato voando em um arco-íris criado em 2011 e que foi vendido por impressionantes R$ 3 milhões em um leilão de uma plataforma de criptoarte.
Desde então, vários NFTs têm sido negociados por valores milionários, dando origem a um mercado lucrativo e promissor dentro do metaverso.
Realidade Virtual
A realidade virtual (RV) é a tecnologia por trás dos óculos inteligentes que permite criar experiências imersivas em qualquer sistema.
Nesse caso, são as pessoas que adentram esse universo digital por meio de avatares.
No metaverso, essa será uma das experiências mais comuns, que permitirá que pessoas se encontrem, pratiquem esportes, joguem, passeiem por novas realidades, façam compras juntas, além de várias outras possibilidades de interação digital.
Realidade Aumentada
A realidade aumentada (RA) é uma tecnologia que permite sobrepor elementos virtuais ao mundo físico.
Por meio de uma câmera digital, um usuário pode posicionar objetos digitais sobre uma imagem real de um ambiente, como se ambos fossem uma coisa só.
Se você digitar o nome de uma espécie de animal no Google, como “leão”, por exemplo, terá uma opção para ver um leão africano de perto por meio da realidade aumentada.
Uma imagem 3D do animal é projetada na sua sala em segundos, permitindo uma visualização mais rica.
Essa tecnologia será uma das bases do metaverso, pois permite mesclar o mundo real ao mundo virtual de forma eficiente e dinâmica.
Um panorama sobre o mercado bilionário do metaverso
De acordo com uma análise (em inglês) da Bloomberg, o mercado do metaverso deve movimentar quase US$ 800 bilhões até 2024.
Os negócios que devem gerar mais lucros são os jogos online multiplayer com experiências 3D e os eventos esportivos imersivos, que, sozinhos, devem ser responsáveis por quase triplicar o faturamento do metaverso.
Além disso, o estudo destaca os shows, exibições de filmes e festas dentro do metaverso.
Exemplos de empresas que têm apostado no metaverso
A Meta é o principal exemplo de empresa que apostou no metaverso, pois investiu nada menos que US$ 10 bilhões nessa nova realidade em 2021.
Outras empresas que se destacam nessa categoria são as companhias de e-sports (games), tais como Roblox, Microsoft, Activision Blizzard, Electronic Arts, Take-Two, Tencent, NetEase e Nexon.
No ambiente corporativo, já existem empresas criando metaversos para agilizar processos rotineiros.
É o caso da PushStart, que lançou uma plataforma para recrutamento e seleção que oferece experiências imersivas.
No sistema, os candidatos se conectam com avatares e conseguem, a distância, explorar ambientes e características da empresa – e podem até mesmo fazer dinâmicas em grupo no ambiente 3D.
Qual o impacto do metaverso na internet como conhecemos hoje?
A expectativa é que o metaverso mude a maneira como lidamos com a internet hoje, transformando experiências com telas em vivências imersivas.
Como disse Mark Zuckerberg, não é sobre passar mais tempo na frente das telas, mas sim sobre utilizar melhor o tempo que já passamos conectados atualmente.
Em vez de visualizar objetos em uma interface, nós poderemos interagir de fato em um mundo virtual com pessoas reais, vivenciando atividades que não seriam possíveis no mundo físico.
Consequentemente, o digital não será mais uma realidade “à parte” ou distante de nossas interações presenciais, mas sim uma extensão natural da vida cotidiana.
Como entrar no metaverso?
A forma mais acessível de entrar no metaverso hoje é por meio de jogos online, como o Second Life e o Roblox.
Outra maneira é adquirindo um óculos inteligente como o Quest da Meta ou o VR Box.
Para empresas, a dica é buscar desenvolvedores de metaversos, uma vez que já existem diversos fornecedores de realidades virtuais feitas sob medida para otimizar processos corporativos.
Como investir no metaverso?
Hoje, existem algumas maneiras de investir no metaverso e obter retorno financeiro com essa nova realidade.
Confira algumas dicas:
Adquirindo terrenos virtuais
Os terrenos virtuais já estão sendo comercializados e podem ser investimentos bastante rentáveis.
Um exemplo foi uma transação milionária envolvendo a compra de um espaço virtual no metaverso Decentraland, onde pessoas podem construir sua própria casa e interagir em uma cidade virtual.
Da mesma forma que no mundo real, os terrenos variam de preço conforme seu tamanho e localização, tendo grande potencial de valorização com o passar do tempo.
Comprando criptomoedas
As criptomoedas são o ativo mais popular do metaverso e já têm um mercado financeiro amplo em funcionamento.
Atualmente, existem mais de 4 mil moedas digitais diferentes em circulação.
As mais famosas são Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Binance Coin (BNB), Ripple (XRP) e Dogecoin (DOGE).
Lembrando que as criptomoedas são ativos de alto risco, pois estão sujeitas a uma alta volatilidade no mercado, tendo altas e baixas de preços constantes.
Então, antes de investir dinheiro, é bom conhecer muito bem esse mercado.
Aplicando em fundos de investimentos
Já existem fundos de investimentos especializados em ativos do metaverso como criptomoedas, terrenos virtuais e NFTs.
Ao investir em cotas desses fundos, você ganha o direito à participação nos resultados (positivos ou negativos) e conta com a gestão de um profissional do mercado financeiro.
Mas, como em outros produtos financeiros de renda variável, o risco pode ser alto – daí a importância de estudar os fundos de investimento disponíveis, considerando rentabilidade, risco e liquidez.
O que os especialistas dizem sobre o metaverso?
Segundo o especialista em TI Gabriel Marques Cavalcanti, o metaverso é uma evolução da já conhecida realidade virtual, em que as funcionalidades serão ampliadas, com novas perspectivas e objetivos.
Em entrevista ao SBT, ele diz que essa nova realidade vai agregar muito mais possibilidades de interação entre pessoas.
Além disso, o metaverso é uma tendência que surge como uma solução para problemas encontrados no dia a dia e para as dificuldades impostas pela pandemia, como a necessidade de maior conexão entre pessoas em ambientes remotos de trabalho e estudo.
No entanto, o especialista também aponta um dos principais obstáculos para a implementação do metaverso: a acessibilidade, uma vez que são tecnologias ainda distantes de grande parte da população.
Por isso, não basta desenvolver novas tecnologias e experiências com a realidade virtual: é preciso, também, garantir que equipamentos e recursos sejam acessíveis às pessoas de diversas realidades socioeconômicas.
Afinal, o metaverso é perigoso?
O metaverso tem seus riscos como qualquer outra realidade virtual e deve apresentar novos desafios a serem superados.
Uma das principais questões é como será garantida a privacidade de dados e a segurança dos usuários nesses ambientes, uma vez que o controle é complexo.
A ação de um cibercriminoso, por exemplo, poderia ser catastrófica, pois há propriedades, investimentos e identidades envolvidas na construção do metaverso.
Um único golpe na rede poderia levar bilhões em criptomoedas, roubar dados de bilhões de pessoas e comprometer sistemas inteiros.
Por isso, os desenvolvedores dos ambientes 3D têm a segurança como uma das prioridades para as novas tecnologias disponibilizadas.
Além disso, também preocupa a possibilidade de que o metaverso se torne uma rede de disseminação de desinformação e teorias da conspiração, que hoje já se espalham pelo mundo agravando crises políticas, econômicas e sociais.
Os principais livros sobre metaverso
Se você quer aprofundar seus conhecimentos sobre o metaverso, confira os principais livros publicados sobre o tema:
- Metaverso: Um guia para iniciantes para a nova fronteira e como investir no novo mundo virtual em Blockchain, Criptomoeda, Arte Digital, NFT (NON-FUNGIBLE TOKEN) e Terra Virtual – Alessandro Hoffman (2020)
- Your Life In The Metaverse: Everything you need to know about the virtual internet of tomorrow – Gideon Burrows (2022)
- Metaverse Made Easy: A Beginner’s Guide to the Metaverse – Everything you need to know about Metaverse, NFT and GameFi – Dr. Liew Voon Kiong (2022)
- The Metaverse: And How It Will Revolutionize Everything – Matthew Ball (2022).
Conclusão
Esperamos que você tenha entendido o essencial sobre o metaverso para acompanhar os desdobramentos dessa tendência que promete revolucionar a internet e o mercado.
Como vimos, essa nova realidade que mescla o virtual e o físico deve dominar as relações e transações nos próximos anos, se tudo ocorrer como esperam os gigantes da tecnologia.
Então, é importante que você esteja preparado para esse novo cenário, do ponto de vista pessoal e profissional.
Para se manter sempre atualizado sobre gestão, negócios e tecnologia, você pode recorrer aos cursos de extensão, graduações e pós-graduações da FIA.
E, para ampliar ainda mais seu conhecimento sobre o presente e o futuro, leia nosso artigo sobre inovação aberta.