Se você é uma pessoa sedenta por conhecimento, mas também pela possibilidade de experimentar na prática o que aprendeu, o mestrado profissional pode lhe proporcionar o melhor dos dois mundos.
Esse tipo de curso parte de duas premissas muito interessantes:
Essas premissas têm em comum uma ideia bastante difundida no Brasil: da desconexão entre o ensino acadêmico e o que acontece no mercado.
Por um lado, existe o preconceito dos profissionais dos setores produtivos, que creem que o que se aprende em cursos de mestrado e doutorado não tem relevância e que falta vivência prática nos pesquisadores, professores e intelectuais em geral.
Por outro lado, muitos programas de pós-graduação, até mesmo das mais respeitadas universidades, por vezes são, de fato, muito fechados, isolam e evitam influências externas.
É nesse contexto que cresce o mestrado profissional, modalidade que surgiu declarando de forma clara sua motivação, para que não haja esse conflito entre academia e mercado.
Para entender mais sobre o assunto, confira os tópicos que vamos abordar ao longo deste artigo:
Boa leitura!
Mestrado profissional é um tipo de mestrado no qual o objetivo principal é a transferência do conhecimento técnico-científico da universidade para o mercado.
Ou, na definição da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mestrado profissional é “a designação do Mestrado que enfatiza estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um alto nível de qualificação profissional”.
Por conta dessa característica, a matriz curricular, condução das aulas e os eixos de pesquisa costumam estar mais alinhados com as demandas de organizações privadas ou públicas.
Pois o aluno do mestrado profissional é formado para atuar profissionalmente nessas instituições, e não para seguir uma carreira na pesquisa acadêmica ou docência.
Nesse ponto, percebemos que é difícil conceituar o mestrado profissional sem relacioná-lo com o mestrado tradicional, o acadêmico.
Mais adiante, detalharemos as diferenças entre ambos. Antes disso, porém, é importante ressaltar que ambos os tipos estão no mesmo nível de ensino.
O mestrado é, assim como o doutorado, um curso de pós-graduação stricto sensu, palavra latina que significa “sentido específico”.
O termo faz oposição à expressão lato sensu, ou “sentido amplo”, e é usada para caracterizar um grau de especialização maior sobre o assunto estudado.
A característica mais significativa dos cursos stricto sensu é o foco na pesquisa, um processo sistemático para a produção de conhecimento.
O aluno define um problema, que é seu objeto de pesquisa, e conduz uma investigação científica, com determinada metodologia e a orientação de um professor.
Dessa investigação resultam artigos científicos e um trabalho final, exigido para a aprovação no curso.
Isso tudo vale tanto para o mestrado acadêmico quanto para o profissional.
A diferença é que o primeiro é voltado para a formação de pesquisadores e docentes, e o segundo para a qualificação de profissionais do mercado.
O objetivo principal e básico do mestrado profissional é, como falamos, fortalecer a ponte entre o ensino acadêmico e o mercado.
Essa motivação pode ser melhor compreendida se estudarmos os demais objetivos vinculados a esse.
Esses objetivos estão listados no artigo 4º da Portaria nº 17/2009 do Ministério da Educação (MEC):
“Art. 4º São objetivos do mestrado profissional:
I – capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho;
II – transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas e de arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento nacional, regional ou local;
III – promover a articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração e aplicação de processos de inovação apropriados;
IV – contribuir para agregar competitividade e aumentar a produtividade em empresas, organizações públicas e privadas.”
E por que a regulamentação dessa categoria de mestrado é uma preocupação do governo federal?
Porque, como podemos notar na lista de objetivos, esse tipo de curso cumpre um papel importante na sociedade.
Não apenas porque o conhecimento produzido por ser aplicado em organizações privadas e porque um dos objetivos é “transferir conhecimento para sociedade”.
Mas também porque a maior competitividade das empresas brasileiras pode resultar em mais emprego, renda e em uma situação econômica mais favorável para o país.
Podemos citar, ainda, um trecho da Portaria Nº 80/1998 da Capes, que reconheceu os mestrados profissionais no Brasil.
Segundo o documento, uma das motivações para o reconhecimento da categoria foi:
“a necessidade da formação de profissionais pós graduados aptos a elaborar novas técnicas e processos, com desempenho diferenciado de egressos dos cursos de mestrado que visem preferencialmente um aprofundamento de conhecimentos ou técnicas de pesquisa científica, tecnológica ou artística;”
O mestrado profissional é recomendado para quem deseja aprofundar conhecimentos teóricos e práticos da sua área de atuação.
É uma formação que permite ao aluno alcançar o mais alto nível profissional.
Ela proporciona uma sólida formação intelectual e a possibilidade de testar teorias, desenvolver ferramentas, experimentar o intercâmbio de ideias e muito mais.
Se você está interessado, é importante que entenda que, em um curso de mestrado profissional, assim como o acadêmico, a exigência sobre o aluno é alta.
Portanto, é preciso se dedicar, o que faz com que o curso não seja recomendado para quem quer apenas um diploma a mais para qualificar seu currículo.
É possível cursar um mestrado profissional ao mesmo tempo que se mantém um emprego em turno integral.
Para quem não possui muito tempo livre para estudar, porém, talvez a melhor opção seja um curso de pós-graduação lato sensu, como as especializações e cursos de MBA, que possuem menor carga horária.
Aliás, outra dica é não ingressar no mercado profissional logo após a graduação, e sim após já ter adquirido alguma maturidade com a experiência profissional.
Se você acabou de se formar na graduação e não deseja parar de estudar, a recomendação é, novamente, experimentar uma especialização ou MBA, além dos cursos de extensão.
Vale ressaltar novamente que, para quem deseja seguir a vida docente ou carreira acadêmica, o mais indicado é um mestrado tradicional, não o profissional.
Tanto no mestrado profissional quanto no mestrado acadêmico, o comum é que o aluno se forme em quatro semestres, ou dois anos de curso.
A carga horária não costuma ser grande, podendo variar de 400 a 500 horas/aula.
Se fizermos a conta, mesmo desconsiderando os dias das férias no verão e inverno, o número de horas de aula por semana não é alto.
Isso não quer dizer que o que falamos antes, sobre o mestrado exigir bastante tempo e dedicação, seja mentira.
O que acontece é que, fora da sala de aula, há bastante trabalho a ser feito: muita leitura, pesquisa e redação de artigos e da dissertação (ou outro tipo de trabalho de conclusão, que é permitido no mestrado profissional).
Além disso, é comum que alunos do mestrado participem de congressos e outros eventos acadêmicos, para compartilhar seus estudos e entrar em contato com as pesquisas de outros mestrandos.
No caso de quem deseja seguir a carreira acadêmica, a participação nos eventos, redação ou colaboração em artigos científicos e publicações em revistas é importante para se destacar na área.
Já no mestrado profissional, como o foco do aluno é o mercado de trabalho tradicional, outros critérios são mais importantes para seu currículo.
Isso não quer dizer que ter uma prolífica produção científica não seja relevante – pelo contrário, colabora para seu posicionamento como uma referência em sua área.
A opção mais barata é, evidentemente, cursar o mestrado profissional em uma universidade pública.
Nesse caso, o processo seletivo pode ser mais rigoroso, mas não é necessário pagar mensalidade.
No Brasil, as universidades públicas costumam ter mais destaques em áreas como ciências humanas, ciências da saúde e alguns ramos das ciências exatas.
No caso de cursos da área da administração, porém, as melhores graduações e pós-graduações são de universidades privadas.
O investimento para cursar um mestrado profissional em uma instituição de ensino particular pode variar de acordo com a qualidade da estrutura, do corpo docente e do ensino.
Em uma boa universidade, o custo total costuma ficar entre R$ 80 mil e R$ 100 mil, valores que podem ser parcelados em 24 vezes – algumas instituições permitem financiamentos mais longos.
Desse modo, a mensalidade de um bom mestrado profissional pode variar entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.
Vale lembrar que existe a possibilidade de concorrer a bolsas de estudo, ofertadas pela própria universidade ou pelo governo federal.
Como já explicamos no início do texto, a grande diferença do mestrado profissional, na comparação com o acadêmico, é o foco na aplicação do conhecimento no mercado de trabalho.
Enquanto o mestrado acadêmico tem o objetivo de formar professores e pesquisadores que seguirão carreira em instituições de ensino.
Nos dois tipos de mestrado o aluno recebe o título de mestre.
É importante deixar claro novamente que as duas modalidades estão no mesmo nível de ensino. Nenhuma, portanto, é melhor, mais difícil ou mais digna que a outra.
A própria Capes deixa claro isso. Segundo o órgão, o mestrado profissional não “se constitui em uma alternativa para a formação de mestres segundo padrões de exigência mais simples ou mais rigorosos do que aqueles tradicionalmente adotados pela pós-graduação”.
As avaliações anuais e trienais que a Capes faz dos cursos de pós-graduação stricto sensu são reconhecidamente rigorosas.
O mesmo rigor se aplica ao mestrado profissional, com a única diferença que as equipes de avaliação costumam conter também profissionais técnicos da área avaliada.
Outros diferenciais do mestrado profissional na comparação com o acadêmico:
MBA é a sigla para Master Business Administration, uma pós-graduação lato sensu direcionada ao mundo dos negócios.
Os cursos de MBA mais comuns são nas áreas de administração, finanças e marketing.
A princípio, o formato aparenta não ser tão diferente, pois a carga horária e duração do MBA pode ser bem parecida com a de um mestrado profissional.
As duas modalidades, porém, funcionam de maneiras distintas. O MBA tem uma maior aplicação prática, pois os alunos são mais estimulados a tomar decisões e criar projetos de gestão realistas.
No mestrado profissional, por outro lado, os temas são mais aprofundados, por meio de pesquisas estatísticas, empíricas, com muita leitura, problematização e levantamento de hipóteses.
O mestrado profissional é uma modalidade que tem se tornado cada vez mais comum nas universidades brasileiras.
Afinal, esse tipo de curso atende a um nicho que não é atendido pelas pós-graduações lato sensu e tampouco pelo mestrado acadêmico tradicional.
De certa forma, fica no meio termo entre os dois: é mais aprofundado que um MBA ou especialização e tem uma aplicação mais prática que o mestrado acadêmico.
Tem sido comum encontrar mestrados profissionais nas mais diversas áreas, mas a modalidade ainda é mais popular nos segmentos abaixo descritos.
A procura pelo mestrado profissional em administração cresce em um momento em que o mercado está muito complexo, principalmente devido ao avanço da tecnologia e da globalização.
Esse cenário demanda novas abordagens para as empresas.
Desse modo, gestores capazes de se aprofundar no estudo dos desafios enfrentados ganham destaque.
O mestrado profissional em economia confere ao gestor uma maior capacidade para analisar o ambiente econômico no qual a empresa está inserida, um conhecimento fundamental para qualificar sua tomada de decisão.
A ineficiência da gestão pública é um problema enfrentado na maioria das países do globo, e o Brasil é um grande case nesse sentido.
O mestrado profissional em políticas públicas existe justamente para formar servidores que levem organização e eficiência à gestão do Estado.
Para ser admitido como aluno do mestrado profissional, o aluno deve passar por um processo seletivo.
A instituição de ensino tem certa liberdade para definir como será essa seleção, mas geralmente ela ocorre com as seguintes etapas:
Se você ficou interessado em cursar um mestrado profissional na área da administração, a melhor escolha é a Fundação Instituto de Administração (FIA), uma das instituições mais bem avaliadas em rankings nacionais e internacionais de educação.
Seu mestrado profissional integra teoria, aplicabilidade prática, conhecimento e excelência.
As disciplinas da grade curricular formam três grupos funcionais:
A área de concentração é gestão de negócio, e o aluno poderá escolher entre duas linhas de pesquisa:
Todos os professores são doutores, com experiência profissional prática e acadêmica, e integram o quadro permanente da FIA.
Acesse a página do Mestrado Profissional da FIA para saber mais.
Todo mundo sabe que ter um diploma superior é uma necessidade para quem deseja ter um bom emprego no mercado de trabalho atual.
Há muito tempo, porém, esse deixou de ser um diferencial. Para se destacar, o profissional precisa continuar estudando.
Não apenas para acumular diplomas e fazer peso no currículo, mas principalmente para aumentar seu conhecimento e suas capacidades intelectuais e técnicas.
Pessoas que desejam construir uma carreira no mercado de trabalho tradicional muitas vezes olham torto para os cursos de mestrado, preferindo especializações e MBAs.
Faz algum sentido, pois os mestrados são direcionados para formar docentes e pesquisadores acadêmicos.
Pelo menos era assim até surgir a modalidade de mestrado profissional, mais voltada para a aplicação do conhecimento universitário no mercado.
Portanto, se a sua intenção é se aprofundar na sua área de atuação sem perder de vista o lado prático de seu ofício, vale a pena se matricular em um curso desse tipo.
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