Se você ainda não está familiarizado com o conceito de ecoeficiência, esteja preparado para isso.
Cada vez mais, esse é um termo que ganha destaque em estratégias de negócios e políticas de governo.
Basta nos lembrarmos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), atualmente uma das grandes bandeiras do mundo moderno.
Pois é justamente para ajudar a implementar as metas da Agenda 2030 que um dos principais pilares é a ecoeficiência.
Afinal, produzir mais com menos é uma forma de definir esse conceito e, convenhamos, que tem tudo a ver com sustentabilidade.
Empresas de diferentes setores têm se mobilizado para desenvolver soluções que vão ao encontro dos ODS.
É o que demonstra o relatório Contribuições da Rede Brasil do Pacto Global para a Agenda 2030.
Segundo o levantamento, 51,25% das 142 participantes da pesquisa e que são signatárias do Pacto Global estão comprometidas com o desenvolvimento sustentável, sendo que 26,88% já estão em fase final de planejamento para a aplicação das soluções.
Outro dado interessante é que, entre os 17 objetivos firmados na Agenda 2030, “trabalho decente e crescimento econômico”, “consumo e produção responsável” e “cidades e comunidades sustentáveis” foram apontados como prioridades.
Mais uma vez, a ecoeficiência sendo pauta.
Mas, afinal, o que quer dizer esse conceito, seus principais objetivos e benefícios e, o mais importante, como implementá-lo nas empresas?
Essas e outras perguntas vão ser respondidas neste conteúdo, que vai trazer os seguintes tópicos:
Se o tema é do seu interesse, acompanhe até o final.
A ecoeficiência é uma das bases para a construção de um futuro mais sustentável.
Na prática, o conceito tem a ver com uso mais racional dos recursos naturais não renováveis na produção de bens e serviços.
Isso deve ocorrer de modo a diminuir os impactos causados ao meio ambiente sem comprometer a qualidade do produto e sem privar os seres humanos de terem suas necessidades sanadas.
Em outras palavras, produzir mais e melhor, gerando um faturamento maior e utilizando uma quantidade menor de matéria-prima.
Ainda que a ecoeficiência esteja muito associada às empresas, principais responsáveis pela geração de riqueza a partir da exploração da natureza, qualquer indivíduo pode adotar práticas mais conscientes.
Mas isso é assunto para ser trazido mais à frente.
A definição empregada pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CEMDS) não é muito diferente da trazida anteriormente.
Segundo a instituição, desenvolver com ecoeficiência é conseguir produzir e entregar mercadorias competitivas sem consumir de maneira exagerada os recursos naturais e sem poluir o meio ambiente.
Da mesma forma, a qualidade de vida e as necessidades humanas não podem ser deixadas de lado ou ficarem em segundo plano.
Ou seja, é preciso encontrar o equilíbrio entre se manter pujante economicamente e conservar o planeta saudável para as próximas gerações.
Ecoeficiência, portanto, nada mais é do que a tentativa de aliar o desempenho econômico com o ambiental e alcançar o tão sonhado desenvolvimento sustentável.
É difícil estabelecer com precisão quando o termo ecoeficiência nasceu.
Ao que tudo indica, suas primeiras aparições ocorreram na década de 1980, quando ativistas, ONGs e outras entidades começaram a cobrar as grandes empresas a diminuírem os prejuízos que estavam causando ao meio ambiente.
Não por acaso, o período foi marcado por alguns dos principais desastres ambientais no Brasil e no mundo, como, por exemplo:
Apesar desse contexto, foi somente em 1992, na Conferência Rio-92, que o termo começou a ser usado com o sentido que conhecemos hoje.
Ou seja, que busca equilibrar o aumento da rentabilidade com a redução dos impactos ecológicos.
Na ocasião, foi criada a Agenda 21, um embrião da Agenda 2030, que propunha o desenvolvimento sustentável como a solução para atenuar os problemas socioambientais da época.
O Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável definiu três objetivos principais para alcançar o equilíbrio entre o desempenho econômico e ambiental.
São eles:
Aqui, entram as iniciativas que buscam diminuir o uso de matéria-prima e também de energias não renováveis.
A melhoria da capacidade de reciclagem, assim como o desenvolvimento de mercadorias que tenham uma vida útil maior, que fujam da obsolescência programada, por exemplo, são alguns exemplos de soluções.
Utilizar preferencialmente recursos renováveis e, ainda assim, de maneira mais consciente, diminuindo assim os impactos nocivos ao meio ambiente.
Cuidar como são feitos os descartes de determinados materiais que não são biodegradáveis e buscar o selo de carbono neutro são boas saídas aqui.
Cuidar dos dois objetivos acima não pode significar deixar a experiência do cliente comprometida.
Afinal, ela ainda é um fator de compra imprescindível.
Mas existem maneiras de manter um equilíbrio, como, por exemplo, substituir a embalagem dos seus produtos por recipientes mais sustentáveis ou oferecer serviços de suporte adicionais.
Os indicadores de ecoeficiência podem variar de empresa para empresa.
Basicamente, eles têm a missão de avaliar o desempenho sob o ponto de vista ecológico/sustentável e lucrativo.
Para isso, as empresas têm como parâmetro iniciativas e programas relevantes, como, por exemplo:
É impossível vislumbrar um futuro sem ecoeficiência.
Afinal, como vimos, esse conceito tem por objetivo buscar o equilíbrio entre o desempenho ambiental e financeiro.
Se não houver o investimento em iniciativas ecoeficientes, caminhamos para tornar ainda mais difícil a vida humana no planeta.
Afinal, o meio ambiente e os ecossistemas já estão bastante comprometidos e é preciso cuidar deles para não chegarmos a uma situação irreversível.
Para isso, no entanto, não é possível pausar todas as máquinas e frear o crescimento das empresas.
Até porque sem a iniciativa privada e a geração de riqueza que as grandes corporações proporcionam não haverá capital para fazer os investimentos ecológicos necessários.
Investir em ecoeficiência significa viver em um mundo melhor nos mais diferentes aspectos.
Além disso, podemos citar que isso significa usufruir de benefícios como:
Apesar de não serem sinônimos, ecoeficiência e desenvolvimento sustentável são conceitos intimamente ligados.
Podemos dizer que a ecoeficiência é um passo além do desenvolvimento sustentável.
Afinal, enquanto o segundo mostra que evoluir sem prejudicar o meio ambiente é economicamente viável, a ecoeficiência expõe que o desempenho através do equilíbrio pode ser ainda mais rentável financeiramente.
Se, por esse lado, a ecoeficiência é um avanço em relação ao desenvolvimento sustentável, também é possível afirmar que o segundo é um conceito um pouco mais amplo.
Afinal, ele aborda outras questões que vão além do viés ecológico, como equidade de gênero, diminuição das desigualdades sociais e por aí vai.
Existem várias iniciativas que podem ser desenvolvidas por empresas que desejam se tornar ecoeficientes.
Para ajudar você, dividimos as ações em três grandes áreas: recursos hídricos, energia e recursos sólidos.
Acompanhe!
O Brasil tem o seu próprio conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável, que responde ao CEMDS.
Se valendo dos três objetivos principais trazidos pela entidade mundial, o CEBDS enumerou quais são os pré-requisitos básicos para uma empresa criar um sistema ecoeficiente ou ser considerada uma organização ecoeficiente.
Confira quais são estes sete elementos fundamentais:
Assim como as empresas podem desenvolver ações ecoeficientes, você, enquanto cidadão, também pode mudar seus hábitos e adotar iniciativas como:
É importante reciclar os resíduos sólidos, mas você já pensou em fazer algo semelhante com o seu lixo orgânico?
Com a compostagem, você estará estimulando a decomposição desse tipo de material e, assim, melhorando a qualidade do seu solo.
Existem diversas fontes de energia que não a elétrica, que você pode utilizar na sua casa.
Dentre todas as possibilidades, a solar tende a ser a alternativa mais viável.
Apesar de ter um custo relativamente alto para a sua implementação, por conta da instalação dos painéis, no médio prazo, ela se paga.
Portanto, além de ajudar o planeta, você estará economizando na sua conta de luz.
“Todo homem deve fazer três coisas na vida: ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore”.
São os diferentes legados que, segundo o poeta cubano José Martí, deveriam ser deixados por todos os seres humanos antes de morrer.
Deixando as duas primeiras lições um pouco de lado, você pode iniciar a sua própria política de reflorestamento.
Afinal, se cada um dos cerca de 8 bilhões de habitantes da Terra plantasse uma árvore, a situação estaria bem melhor.
Parece óbvio dizer, mas medidas simples, como fechar a torneira enquanto lava a louça e escovar os dentes e tomar banhos mais rápidos, já ajudam no uso mais consciente da água.
Você também pode ajudar a dar um melhor tratamento aos resíduos sólidos.
Enquanto boa parte do seu lixo orgânico vai para a sua composteira, latas, vidros, plásticos e papel podem ser separados e levados para os centros de reciclagem.
A ecoeficiência, nos dias de hoje, nada mais é do que uma ferramenta estratégica para a vencer a competitividade em um mercado repleto de alternativas.
Muitas vezes, ao falar sobre o conceito, acabamos focando muito no “eco” e esquecendo da “eficiência”.
Ao gerir um negócio pautado pela ecoeficiência, o gestor não está apenas preocupado em diminuir os impactos causados ao meio ambiente, mas sim em reduzir seus custos de produção, entregar um produto de qualidade para o cliente e, por consequência, aumentar o seu lucro.
Por isso, a relação entre gestão de negócios e ecoeficiência é cada vez mais um caminho obrigatório para aquelas empresas que desejam se destacar em seus segmentos.
No relatório trazido no início deste artigo, o Contribuições da Rede Brasil do Pacto Global para a Agenda 2030, são apresentadas alguns cases com iniciativas ecoeficientes de empresas brasileiras.
Confira os três exemplos que separamos para você:
A CPFL Energia desenvolveu o programa Arborização + Segura, que tem como objetivo gradativamente substituir árvores de porte com risco de queda ou com estado fitossanitário inadequado.
No lugar delas, são escolhidas espécies que se encaixem melhor com as estruturas do contexto urbano atual.
A iniciativa tem parceria com a iniciativa pública e, até 2018, já tinha investido mais de 400 mil reais, substituindo quase 800 árvores por 13 mil novas mudas.
Vale lembrar que a queda ou a falta de manutenção periódica das áreas verdes é uma das principais responsáveis pela interrupção ou comprometimento da qualidade do serviço de abastecimento de energia no Brasil.
A Votorantim S.A. é responsável por financiar dois projetos de uso sustentável do capital natural: o Legado das Águas e o Legado Verdes do Cerrado.
Essas duas ações disseminam conhecimento sobre a importância de preservar biomas que são fundamentais para o ecossistema do Brasil.
Somadas, essas duas áreas têm 63 mil hectares, divididos em São Paulo e Goiás, e são geridos pela Reservas Votorantim.
O propósito é buscar o uso sustentável de recursos naturais, fomentar cadeias produtivas inclusivas e incentivar a manutenção da reserva.
Até 2018, a Votorantim investiu mais de 40 milhões nos dois projetos, além de fomentar o ecoturismo, fazer parcerias com universidades e entidades de pesquisa que ajudaram a mapear mais de 1700 espécies de fauna e flora e a criar o maior banco genético de espécies da Mata Atlântica do Mundo.
A Natura é quase um sinônimo de ecoeficiência.
Não à toa, é uma das duas únicas empresas brasileiras a aparecem no ranking mundial das 100 companhias mais sustentáveis, edição de 2021, da Corporate Knights.
Ao lado do Banco do Brasil, a empresa de cosméticos também estava classificada na publicação de anos anteriores.
A Natura é uma das poucas companhias brasileiras a ser certificada pelo selo da B-CORP, que une lucro com benefícios sustentáveis.
Ao lado do MapBiomas e do InfoAmazônia, criou o programa PlenaMata, que monitora a Floresta Amazônica em tempo real, inclusive, com um contador de árvores derrubadas por minuto e uma previsão para o desmatamento em 2021.
Tudo isso, com o intuito de reunir o maior número de informações em um só lugar e mobilizar a sociedade para lutar contra a destruição do maior bioma tropical do mundo.
A ecoeficiência deve ser o “Norte” para qualquer negócio, um elemento diferencial de análise para os clientes que escolhem uma marca e uma obrigação para todo o cidadão.
Afinal, todos nós devemos levar em conta os impactos socioambientais na hora de produzir, comprar ou fazer algo.
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