O ano de 2023 começa com um novo governo e, com ele, aumenta o interesse do público em saber como está a economia do Brasil.
A despeito das turbulências políticas pelas quais o país vem passando, a expectativa é de que haja estabilidade econômica.
Também é possível até que a economia surpreenda, apesar do crescimento modesto, como aponta o economista Alberto Ramos, da Goldman Sachs, em entrevista para o portal UOL.
Independentemente do cenário interno, o fato é que o Brasil continua a ser um país com alta dependência do contexto externo em termos econômicos.
Um indicador disso é a composição da balança comercial brasileira, historicamente atrelada ao agronegócio e ao setor extrativista.
Ainda assim, há o que celebrar ao analisar como está a economia do Brasil atualmente.
Na primeira semana de janeiro, por exemplo, a agropecuária registrou 17,1% de aumento nas exportações e a indústria, 16,1%.
Porém, a balança comercial não é a maior das preocupações.
Como destaca Alberto Ramos, entre os desafios do governo para este ano há o controle da inflação e das taxas de desemprego, enquanto sustenta uma política monetária restritiva, com juros altos.
Como veremos neste artigo, existem motivos para preocupação e ao mesmo tempo alguns indícios para otimismo a respeito do futuro próximo quando analisamos a perspectiva para a economia do Brasil.
Confira os tópicos abordados:
Leia até o final e forme a sua própria opinião sobre a situação econômica do Brasil.
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Para saber como está a economia do Brasil, precisamos considerar sempre o cenário interno, no qual o PIB é o indicador principal, e o externo, medido pela balança comercial.
Um equívoco frequentemente cometido é confundir PIB com o saldo das importações e exportações, como se só o comércio exterior fosse suficiente para medir a riqueza do país.
Como o nome já diz, Produto Interno Bruto é a soma de tudo que foi produzido em nosso território, incluindo produtos e serviços.
Portanto, o PIB sinaliza para o nível de atividade econômica do país e é o seu principal termômetro.
Nesse quesito, segundo o IBGE, o crescimento em 2022 foi de 3% em comparação com 2021.
Como de costume, São Paulo foi o estado que mais produziu, com um PIB de mais de R$ 2 bilhões, seguido do Rio de Janeiro, que produziu mais de R$ 753 milhões.
Vale destacar que, nacionalmente, o agronegócio é o setor que mais contribuiu para engordar o PIB e a situação econômica do Brasil.
Em 2022, 27% de tudo que o país produziu se deve a esse setor, embora essa não seja uma opinião partilhada por todos, como veremos mais à frente.
Boa parte dessa produção é destinada à exportação, o que confirma um traço da nossa economia que vem desde os tempos coloniais: a produção voltada ao mercado externo.
Faz ainda mais sentido quando se constata que a produção agropecuária brasileira é responsável por alimentar nada menos que 10% da população mundial.
Dessa forma, não seria exagero dizer que a economia hoje não mudou muito em relação ao que sempre foi, ou seja, voltada para a exportação e fortemente influenciada pelo agronegócio.
Como aponta Alberto Ramos na já citada entrevista ao portal UOL, a perspectiva para a economia do Brasil em 2023 é de que o PIB aumente em modesto 1%.
Mais modesto ainda é o crescimento segundo o Relatório Focus, do Banco Central do Brasil (BCB), segundo o qual em 2023 nossa produção de riquezas deverá aumentar somente 0,78%.
Detalhe: essa projeção é uma revisão de uma feita anteriormente, em que o BCB sugeria um crescimento de 0,8%.
A mesma revisão foi feita pelo banco BTG Pactual, que estimou em 0,7% o crescimento do PIB, contra 0,9% previstos anteriormente.
Considerando então três fontes distintas, o PIB brasileiro em 2023 deverá crescer em torno de 0,7% a 1%.
Há as previsões mais otimistas, como a da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta para um crescimento de 1,6% no PIB para 2023.
Parte dessa taxa acanhada se deve à manutenção da Taxa Selic em 13,75% a.a., um patamar de juros considerado muito alto.
Com os juros mais altos, a atividade econômica desacelera, já que os preços ficam mais altos e a oferta de crédito passa a ser menor.
Essa é uma estratégia que os governos adotam para frear a inflação, que é o processo econômico em que a moeda perde poder de compra e os preços disparam.
Assim, o PIB se relaciona com outro indicador muito importante, o índice de desemprego.
Para esse indicador, a resposta para como está a economia do Brasil é outra.
Dá até para dizer que ela vem se recuperando bem, depois de alguns anos patinando com altas taxas.
Hoje, a taxa se mantém estável, por volta de 8%, segundo o IBGE – o que dá um total de 9,5 milhões de brasileiros desocupados.
Para entender de fato como está a economia do Brasil atualmente, é importante antes entender como ela funciona.
Uma dica é imaginar o país como um grande mercado.
Para que esse mercado se mantenha abastecido, ele precisa contar com o apoio de fornecedores, que, no caso, são os setores primários da economia.
Agropecuária e indústria extrativista são os principais deles.
Para conseguir vender os seus produtos, o mercado precisa de compradores que realmente tenham poder de compra.
Esses compradores, por sua vez, ganham o dinheiro que vão usar para fazer compras vendendo sua força de trabalho nos setores primário, secundário (indústria de transformação) e terciário (serviços).
Os três setores podem também negociar com outros países, gerando divisas e recursos extras, considerando principalmente as vendas em moedas mais valorizadas perante o real.
No meio desse mercado está o governo, que controla a atividade econômica por meio de entidades como o Banco Central, que responde ao Ministério da Economia.
As decisões tomadas pelo governo podem acelerar ou retardar o crescimento econômico, de acordo com a estratégia adotada.
Digamos, por exemplo, que determinado governo priorize a livre iniciativa e o empreendedorismo, por entender que isso fará com que a economia cresça.
Nessa linha, ele poderia reduzir a taxa de juros, injetando dinheiro na economia por meio da facilitação ao crédito.
Por outro lado, isso poderia gerar uma alta na inflação, em razão da maior demanda por papel moeda, o que levaria à desvalorização do dinheiro.
Como se vê, em política econômica, toda ação gera uma reação, o que só reforça a necessidade de um planejamento sólido para que nada saia do controle.
Depois de dois anos de declínio da atividade econômica por causa da pandemia, 2022 foi o ano em que a economia brasileira e mundial retornaram ao ritmo normal.
O agronegócio puxou a recuperação do PIB brasileiro, respondendo por um quarto de todos os bens produzidos no país, como vimos.
Outro destaque da atual situação econômica do Brasil é o setor de serviços, que também apresentou uma melhora expressiva, registrando crescimento de 4,2% no ano passado, segundo o IPEA.
A mesma pesquisa mostra que, em 2023, o agronegócio deverá crescer 11,6%, contra 0,4% da indústria e 0,6% dos serviços.
A propósito, o setor de serviços é o que mais emprega no Brasil, respondendo por 75% dos postos de trabalho criados.
Vale destacar que o peso do agronegócio na economia brasileira não é uma unanimidade.
Nas contas do Banco Mundial, por exemplo, o setor na verdade só contribui com 5,9% do PIB, apesar de ser o responsável por 40,1% das exportações.
Para essa entidade, o setor de serviços tem a maior participação no PIB, respondendo por 59,4% de tudo que o Brasil produz.
Nesse quadro, os serviços são responsáveis por uma fatia de 70,9% das vagas criadas.
Mesmo com a expectativa por um crescimento modesto, para certas áreas o mercado deve estar aquecido ao longo de 2023.
É o que se pode deduzir pela leitura do Guia Salarial Robert Half 2023, que mostra como está a economia do Brasil atualmente e as profissões que deverão estar em alta nesse ano.
De acordo com o levantamento, deverão ser destaques nos próximos meses os segmentos de:
Outras áreas que devem passar por crescimento são as de engenharia, finanças, mercado financeiro e recursos humanos, além de seguros e marketing.
O Guia Robert Half 2023, que citamos acima, traz um panorama completo sobre as projeções para o mercado de trabalho no Brasil.
Veja abaixo quais profissões devem ser destaque ao longo do ano e a faixa salarial para cada uma delas:
A Taxa Selic e a inflação são os mais importantes indicadores econômicos, assim como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Não há como falar em perspectiva para a economia do Brasil sem passar por eles.
Aliás, IPCA e inflação são índices praticamente sinônimos, pois medem a variação dos preços dos bens de consumo mais relevantes.
A soma do IPCA mensal é usada como referência para determinar o quanto a economia inflacionou em um ano.
Em dezembro de 2022, por exemplo, o IPCA geral foi de 0,62%, que é o percentual de aumento dos preços para todos os bens de consumo, segundo o IBGE.
Nesse mesmo mês, os segmentos que registraram os maiores aumentos foram os de Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 1,6%, e Vestuário, cujo aumento foi de 1,52%.
Já a Taxa Selic é a taxa básica, ou seja, é a partir dela que todas as instituições financeiras e de crédito estipulam os juros praticados em suas operações.
Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um mecanismo de controle do Banco Central, pelo qual títulos públicos federais são negociados.
É da taxa média das operações feitas todos os dias nesse sistema que deriva a Taxa Selic, atualmente em 13,75% (início de 2023).
Para 2023, o IPCA projetado é de 5,3%, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom/BCB), enquanto a taxa Selic deve baixar para 12,5%, de acordo com o Relatório Focus.
A seguir, vamos seguir falando sobre como está a economia do Brasil atualmente, agora focando nos desafios do país.
O ano de 2023 deve ser de grandes desafios para a economia brasileira, com destaque para a baixa produtividade e a questão fiscal, como sugere a Fecomércio-SP.
A produtividade, no caso, tem a ver com o uso inadequado da capacidade produtiva, seja por falta de planejamento, seja pela baixa qualificação da mão de obra.
Assim, esse é um desafio cuja solução está nas mãos principalmente das instituições de ensino, já que é delas a responsabilidade por educar e formar profissionais.
Nesse aspecto, a FIA Business School está fazendo a sua parte, não apenas ao estruturar cursos de excelência, como ao conduzir projetos sociais como o CAP Jovem e o CAP Executivo.
Já a questão fiscal passa principalmente pela reforma tributária, uma pauta que se arrasta há anos em Brasília e que neste ano deve ganhar um novo impulso.
Curioso para entender como está a economia do Brasil e as perspectivas para o ano?
A verdade é que 2023 deverá ser de baixo crescimento.
Apesar disso, existem segmentos mais otimistas, como o mercado financeiro, no qual a projeção é de um aumento de 125 mil pontos no índice Ibovespa.
Na parte do consumo das famílias, parece consenso que ele deve aumentar pouco ou desacelerar, como no caso dos bens duráveis, principalmente pelas restrições de crédito.
As estimativas são do Relatório Focus.
Outro setor que deve passar por uma situação semelhante é o de serviços, em que se espera uma retração no consumo.
As mesmas projeções cautelosas valem para o comércio exterior, já que muitos dos parceiros comerciais do Brasil também estão passando por dificuldades.
Na Europa, por exemplo, ainda não se sabe como as economias vão reagir aos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem encarecendo o preço do gás natural.
Saber como está a economia do Brasil não é apenas uma maneira de estar informado, mas também uma manifestação de cidadania.
Entendendo como funciona nossa economia, podemos nos posicionar mais criticamente para exercer nossos direitos e cumprir nossos deveres com consciência.
Assim, podemos influenciar as pessoas à nossa volta, chamando-as à responsabilidade.
Dessa forma, é possível cobrar das autoridades as medidas que se façam necessárias para o país prosperar e resolver seus principais problemas sociais.
Estaremos sempre atentos a esse assunto, trazendo para você informações atualizadas.
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