Praticamente todas as atividades do nosso dia a dia geram algum impacto ambiental.
Por exemplo, para você ler este artigo no seu computador ou celular, é preciso que o dispositivo tenha sido carregado com energia elétrica.
Essa energia é gerada no Brasil principalmente pelas usinas hidrelétricas, que demandam o alagamento de extensas áreas florestais.
Portanto, em última análise, a simples presença humana é, por si só, geradora de impacto ambiental.
Essa talvez seja a principal razão que explica o conceito de impacto ambiental como o resultado das ações do ser humano sobre o meio em que vive.
Mas há também o chamado impacto ambiental positivo, embora tenhamos nos acostumado com a visão negativa de nossas ações sobre o meio ambiente.
E os números atestam que há boas razões para uma postura pessimista sobre o tema.
Como vamos ver ao longo deste conteúdo, muitas ações causam impactos profundos, alguns caminhando para consequências praticamente irreversíveis.
Então, se o tema preocupa você de alguma forma, essa é uma leitura importante.
Siga em frente, saiba como os impactos ambientais se manifestam e o que fazer para reduzi-los.
Veja os tópicos abordados no texto:
Acompanhe até o final para entender o conceito de impacto ambiental e suas aplicações!
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Impacto ambiental é toda e qualquer modificação em um ecossistema ou bioma que tenha como causa a intervenção humana.
Embora se associe o impacto ambiental às consequências negativas, ele também pode ser positivo.
Portanto, os impactos ambientais existem desde que a humanidade descobriu o fogo e a roda.
Uma forma de entender o que é impacto ambiental é medindo e quantificando os resultados das ações humanas.
Antes de instalar uma planta industrial, por exemplo, deve ser feita uma minuciosa Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), a fim de antecipar riscos e analisar a viabilidade.
Isso se aplica para quase todas as atividades produtivas que se dizem sustentáveis, já que, direta ou indiretamente, todo empreendimento gera algum tipo de impacto sobre o local que ocupa.
O conceito de impacto ambiental se divide em dois tipos: os negativos, quando as ações humanas contribuem para degradação ambiental, e os positivos.
No caso, será considerado impacto ambiental positivo toda ação que ajude a reverter ou a melhorar as condições ambientais.
Embora os impactos negativos sejam mais sentidos, existem diversos exemplos de ações que estão contribuindo para a recuperação de biomas e ecossistemas no Brasil e no mundo.
No Brasil, por exemplo, estão em andamento ou são concluídas diariamente uma série delas, como na cidade de Cabo Frio e no Vale do Jari, no Amapá.
Então, o impacto ambiental positivo existe, embora seja mais raro.
O impacto ambiental negativo acontece quando o prejuízo fica todo para o planeta, um ecossistema ou um bioma.
Cabe destacar que nem sempre as causas dos impactos ambientais negativos são tangíveis.
Isso porque até mesmo as atividades que acontecem no ambiente virtual podem gerar consequências ruins para o meio ambiente.
Uma delas é a mineração de criptomoedas, um processo que envolve cálculos matemáticos de altíssima complexidade realizados por computadores.
Para isso, é consumida uma quantidade de energia elétrica enorme, que força a queima de combustíveis fósseis e de outras fontes não renováveis.
Tanto que, nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden propôs a taxação da atividade de mineração (notícia em inglês), tendo em vista os impactos ambientais causados.
Assim, toda atividade humana precisa ser avaliada cuidadosamente sob o ponto de vista dos impactos ambientais, inclusive as que se passam na internet ou na blockchain.
Se não existisse o ser humano, a Terra continuaria sua marcha evolutiva e seus ecossistemas pouco seriam afetados.
Por isso, ainda que catástrofes naturais possam levar à degradação ou extinção de biomas inteiros, a ação humana sempre será a principal das causas dos impactos ambientais.
Pode parecer insignificante, mas só a descoberta do fogo, como citamos, já pode ser considerada o primeiro grande impacto ambiental da história da humanidade.
Afinal, com o fogo veio a queima da madeira, o que levou aos primeiros focos de desmatamento.
Isso para não falar das emissões de gás carbônico (CO2), o principal composto tóxico responsável pela degradação da camada atmosférica.
Já que a maioria das ações humanas gera algum tipo de impacto ambiental, é muito fácil perceber no dia a dia como isso acontece na prática.
Afinal, não faltam exemplos de impactos ambientais – e logo vamos comentar sobre eles.
Uma simples observação das ruas já aponta para uma das práticas mais nocivas, que é a queima de combustíveis fósseis por veículos.
Um olhar mais atento pode revelar ainda outras ações humanas tão prejudiciais ao meio ambiente quanto essa, como o lançamento de lixo nas ruas e a não segregação dos resíduos para coleta.
O desperdício de água é também um problema, considerando o aumento na demanda por água potável, um recurso que, ainda que não pareça, é extremamente escasso.
Os exemplos de impactos ambientais acima podem ser considerados leves quando não temos uma perspectiva mais ampla do conceito.
Em casa, por exemplo, é importante separar os tipos de lixo para descarte, mesmo em meio à correria do dia a dia.
Vejamos como esse impacto pode ser medido em números.
Segundo a WWF Brasil, 100 toneladas de plástico reciclado evitam a extração de uma tonelada de petróleo.
De acordo com a pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos, cada brasileiro gasta por ano 64 quilos de plástico.
Isso significa que, a cada ano, só o Brasil gera mais de 13 bilhões de toneladas de plástico – que, como se sabe, é um dos materiais que mais levam tempo para se decompor, cerca de 400 anos.
E esse é apenas um exemplo.
Como veremos a seguir, existem diversas maneiras de intervir no equilíbrio dos ecossistemas, cada qual com um tipo de consequência preocupante.
As consequências do impacto ambiental são relativamente conhecidas, principalmente graças aos avanços das tecnologias de exploração e uso do espaço sideral para monitoramento.
Esses avanços são fundamentais para monitorar os estragos causados pelas queimadas, uma das mais primitivas e devastadoras práticas que se conhece.
Embora não seja sempre esse o motivo, em geral as queimadas são o recurso utilizado para expansão da fronteira agrícola, estando diretamente ligada à grilagem de terras.
Seus impactos, no Brasil, são monitorados pelo INPE ,o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em um país no qual 16% da população ainda não tem acesso à água tratada e 47% é privada do acesso à rede de esgoto, a poluição das águas por esgoto não tratado é uma consequência triste, mas esperada.
O impacto ambiental, nesse caso, recai sobre os cursos d’água, lagos e nos trechos marítimos em que esses dejetos são lançados.
Infelizmente, a falta de gestão causa esse quadro, agravado pela capacidade ociosa nas centrais de tratamento de efluentes.
O resultado é lastimável, considerando que rios inteiros ficam tomados por esgoto, assim como grandes extensões marinhas.
A esperança está em projetos de recuperação, como os que levaram à revitalização de rios antes condenados, como o Tâmisa, em Londres, e o Sena, em Paris.
A degradação dos biomas é o impacto ambiental mais severo de todos, considerando que ele é o resultado final de diversos processos degenerativos do meio ambiente.
Afinal, só a prática das queimadas é capaz de degradar biomas inteiros.
No caso brasileiro, todos os 6 biomas conhecidos estão seriamente ameaçados.
No Pantanal, além das queimadas, os biomas encontram-se ameaçados também pelo desmatamento e a mineração.
Quadro não muito diferente encontra-se na Amazônia, cuja degradação já começa a afetar a sobrevivência de espécimes inclusive de outros biomas brasileiros.
O impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de lixo também não chega a ser novidade.
Esses impactos são sentidos não apenas nos biomas, mas também nas próprias cidades.
Quando lançado nas ruas, o lixo vai parar nas galerias de esgoto, impedindo assim o escoamento das águas pluviais.
Sem ter por onde fluir, essa água acaba se acumulando, levando a enchentes e inundações, algumas agravadas pelo transbordamento de rios.
Isso para não falar dos aterros sanitários sem controle, verdadeiras fábricas de gases tóxicos como o metano e de chorume, um líquido de alta toxicidade que se infiltra no solo, contaminando os lençóis freáticos.
As consequências do impacto ambiental, como é de se esperar, afetam não apenas os animais selvagens, peixes e espécimes vegetais.
O ser humano também paga o preço pela exploração irresponsável dos recursos naturais, por não dar a destinação correta aos resíduos e por poluir o ar.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nada menos que 7 milhões de pessoas morrem todo ano por causa de problemas de saúde causados pela poluição atmosférica.
Lembrando que, em 2016, esse número era de 5,5 milhões, portanto, em um período de sete anos, tivemos um aumento na quantidade de mortes de quase 30%.
Como vimos, o desmatamento está entre as principais razões para a degradação de biomas.
O impacto ambiental dessa prática (que pode ser feita de maneira controlada) é dos mais difíceis de reverter, considerando o tempo que leva para recuperar uma área que perdeu sua cobertura vegetal original.
Com uma boa dose de paciência e trabalho árduo, é possível virar o jogo a favor da natureza.
Um belo exemplo disso é a revitalização conduzida pelo fotógrafo Sebastião Salgado e sua esposa Leila W. Salgado, que conseguiram em 20 anos recuperar totalmente a vegetação nativa da propriedade da família em Minas Gerais.
Não é de hoje que a exploração predatória dos recursos naturais é notícia, como comprova uma reportagem de 2005 da Agência Brasil.
Passados quase 20 anos, o desmatamento para extração principalmente de madeira continua a todo vapor, como mostra outra matéria, da revista Piauí.
Outra atividade humana que gera graves impactos ambientais em função da sua natureza predatória é a mineração.
Aliás, essa é uma prática que já foi denunciada até na forma de poesia, como nos versos “Lira itabaiana”, do célebre Carlos Drummond de Andrade.
Escrito em 1984, embora jamais publicado, o poema é uma denúncia contra a Vale S.A., que já naquela época colocava em risco o equilíbrio ambiental nas áreas que explorava para a extração de minério de ferro.
Já a pesca predatória se caracteriza pela retirada de peixes dos mares e cursos d’água em grandes volumes, a ponto de comprometer a existência de espécies inteiras.
Também é marcada pela não observância das boas práticas pesqueiras, de modo a colocar em risco os biomas marinhos e a desova de cardumes nos períodos críticos.
Portanto, o maior impacto ambiental causado por essa prática é a ameaça de extinção de espécimes considerados chave na cadeia alimentar.
Nesse sentido, o documentário Seaspiracy (2021) traz denúncias chocantes contra a pesca predatória, com destaque para a do atum e do salmão.
No mundo, a pesca predatória segue fazendo vítimas, sendo essa prática apontada pela ONU como um dos cinco maiores desafios ambientais que temos pela frente.
A caça sem autorização é proibida no Brasil, nos termos do artigo 29 da Lei de Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
Como destaca uma matéria na revista Fapesp, o impacto ambiental da caça predatória vai muito além da retirada de espécies nativas dos seus habitats.
Fora a redução de indivíduos de mamíferos, marsupiais, aves e répteis, a caça ilegal coloca em risco a própria biodiversidade e, por consequência, o equilíbrio ambiental.
Lembrando que os caçadores que agem contra a lei são atraídos não apenas pelo tráfico de animais silvestres, como pelo comércio de peles, couro e carne de animais exóticos.
O impacto ambiental dos vazamentos de petróleo é ainda mais preocupante porque, em muitos casos, o problema acaba sendo acobertado pelos governos.
Afinal, a indústria petrolífera é uma fonte de divisas importantíssima e nenhum governante quer ter que paralisar suas plataformas e refinarias para investigar crimes ambientais.
Exemplos da impunidade são noticiados com frequência preocupante, como o caso da tragédia no litoral paraibano em 2019, que atingiu 130 municípios nas regiões Nordeste e Sudeste.
Tudo indica que o caso foi varrido para baixo do tapete, como aponta uma matéria publicada no site da WWF Brasil um ano depois.
Felizmente, nem tudo são más notícias quando se trata de meio ambiente.
O já abordado exemplo do fotógrafo e ambientalista Sebastião Salgado é uma das provas de que iniciativas aparentemente pequenas podem significar muito, se forem levadas adiante no longo prazo.
A Embrapa conduz projetos de recuperação, como este na Caatinga, em parceria com a Petrobras, a Fundação Guimarães Duque e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Há ainda o processo de recuperação realizado por meio da reintrodução em seus habitats de espécies animais e vegetais ameaçados de extinção.
Em Campinas, por exemplo, um projeto da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO) já celebrou a marca de 20 mil mudas plantadas em um ano na mata de Santa Genebra.
As iniciativas também contemplam a maior floresta urbana do mundo.
No Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, o projeto Refauna reintroduziu na mata espécies como o bugio ruivo, guaxinim e cutia, entre outras.
O Brasil é um dos países líderes mundiais na questão ambiental, graças à sua enorme biodiversidade e por abrigar a maior floresta do mundo, a amazônica.
Portanto, todo impacto ambiental em nossos biomas causa preocupação, não apenas no âmbito doméstico, como em todo o planeta.
As consequências do impacto ambiental na região da Amazônia, por exemplo, chegaram a um ponto que tornaram essa imensa área em um possível celeiro de novas doenças.
Signatário da Agenda 2030, o Brasil está comprometido com uma série de medidas para conter as emissões de carbono e reduzir o impacto ambiental das atividades humanas em seu território.
O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, já declarou que vai cumprir as metas de desmatamento na Amazônia até 2030, o que é considerado um objetivo chave para a agenda ambiental.
No cenário internacional, vale destacar iniciativas como as apresentadas pela Energy Globe Foundation, que premia as ações de destaque mundial na preservação e defesa do meio ambiente.
Os governantes brasileiros têm se mobilizado para reduzir o impacto ambiental em todos os sentidos.
Em São Paulo, por exemplo, foram anunciadas uma série de medidas sustentáveis em razão da COP 27, com o objetivo de recuperar áreas degradadas e revitalizar a nascente do Rio Tietê.
O atual presidente vem se mostrando empenhado em reforçar a agenda ambiental, inclusive cobrando dos líderes de outros países mais apoio para a preservação dos ecossistemas.
O impacto ambiental em todos os seus níveis pode ser reduzido, não só pela ação dos governos, mas também pela participação popular.
Você pode fazer a sua parte, reciclando o lixo e poupando água e energia elétrica.
Quer ajudar o meio ambiente? Cada esforço conta muito!
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