A economia circular é mais do que uma tendência ou apelo pela sustentabilidade.
Nos últimos anos, essa dinâmica vem ganhando espaço em diversos projetos industriais.
Isso se deu após lideranças e autoridades se conscientizarem sobre a importância de diminuir o descarte de resíduos e a dispersão de poluentes.
Caso contrário, o prejuízo ficará com as próximas gerações, que terão de se desdobrar para obter recursos naturais que lhes permitam viver de forma digna.
Daí a importância do pensamento cíclico a respeito da produção e consumo, construindo processos focados no reuso, transformação e reciclagem.
Redução na quantidade de lixo e maior eficiência na indústria são apenas algumas vantagens que a economia circular agrega à sociedade.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir mais benefícios e entender como funciona, além de conhecer desafios para implementação e exemplos reais de empresas que já estão ganhando com essa dinâmica.
Se o assunto lhe interessa, prossiga com a leitura.
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Economia circular é uma abordagem na qual os processos produtivos passam a utilizar em larga escala insumos e matérias-primas reaproveitadas, ou até mesmo produtos de segunda mão, com o objetivo de reduzir a demanda por recursos naturais, preservar as reservas planetárias e garantir o equilíbrio dos biomas e ecossistemas.
É um conceito que enxerga a fabricação e consumo dentro de uma lógica cíclica, estendendo a vida útil dos produtos.
Essa dinâmica está intimamente ligada à sustentabilidade, uma vez que cria formas de tornar a produção mais sustentável, ou seja, menos dependente de recursos naturais para que seja conduzida com sucesso.
Segundo define Rosemary Zamataro, integrante do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema):
“Trata-se do desenvolvimento sustentável, uma época de reinvenção, de inovação. É o tempo da ‘virada’ e de pensar em novos paradigmas, ter novas percepções de produtos, pois o sistema linear desperdiça muito material rico”.
De modo resumido, a economia circular propõe a utilização da matéria-prima até o seu esgotamento – ponto em que não puder mais ser transformada, reutilizada ou reciclada.
Assim, esse material continua sendo útil para a humanidade por mais tempo, sem recorrer ao descarte precoce e, muitas vezes, sem qualquer cuidado, que é altamente prejudicial para o meio ambiente.
O plástico, por exemplo, demora centenas de anos para se decompor.
Em vez de jogar a garrafa de plástico fora após consumir uma bebida, a economia circular faz com que esse insumo seja redirecionado para uma nova posição, começando pelo reuso para armazenar outro líquido.
Se não for possível, a garrafa pode ser enviada a uma indústria que a conserte ou recicle, mantendo-a dentro da dinâmica de consumo, sem poluir o meio ambiente.
Agora, imagine o impacto da extensão no ciclo de vida de milhares ou milhões de garrafas e outros utensílios de plástico.
Teríamos que extrair uma quantidade extremamente menor de recursos ambientais para produzir o plástico, concorda?
O efeito seria ainda melhor com uma atuação expandida para mais insumos frequentemente descartados após o uso, tais como:
Economia linear é a dinâmica que condiciona o crescimento na produção e a eficiência a um processo fechado, em que a vida útil do material possui apenas cinco etapas:
Predominante nos últimos séculos, o pensamento linear está por trás de muitos dos problemas ambientais que enfrentamos hoje.
A obtenção de água potável ficou mais onerosa e difícil por causa da poluição dos rios, questão que não estava em pauta para fábricas antigas que despejavam seus dejetos nas águas.
O aquecimento global e o efeito estufa, por sua vez, têm relação com os buracos na camada de ozônio, fruto da liberação de quantidades maciças de gases poluentes, como o CFC.
Portanto, não é exagero dizer que uma vida sustentável na Terra está condicionada à superação da economia linear, que deverá ser substituída pela economia circular para que os recursos naturais sejam preservados.
Esse movimento de transição já está sendo realizado por uma série de empresas, afinal, a conservação ambiental vem sendo cada vez mais exigida pelo público.
Nesta matéria publicada pelo portal Terra, o CEO da Boomera (que atua na transformação de resíduos em novos produtos), Guilherme Brammer, explica que:
“Economia circular é inverter a lógica da economia linear, que se baseia na extração, produção, uso e descarte de recursos naturais e insumos. Muito se questiona hoje sobre esse modelo. É preciso rever os lançamentos e a comercialização dos produtos. A reciclagem é uma das etapas do processo, apenas. Antigamente, uma empresa de sucesso era aquela que torcia para vender todo o seu estoque para faturar mais. Hoje, questiona-se mais a sustentabilidade da cadeia”.
Provavelmente você já deve ter visto em algum lugar o símbolo da reciclagem.
Ele remete justamente a um processo cíclico de produção, com três setas curvas, dispostas em formato triangular no sentido horário.
Esse símbolo serviu de inspiração para um artigo escrito em 1989 pelos economistas e ambientalistas britânicos David W. Pearce e R. Kerry Turner, quando usaram o termo pela primeira vez.
Naquele ano, eles chamaram a atenção do mundo para o desprezo das pessoas pela reciclagem de resíduos, considerada então como a base de uma economia circular.
A economia circular faz uma adequação no que seria o final do processo da economia linear, adicionando fases para estender a vida útil dos produtos.
No entanto, sua lógica começa muito antes do consumo, pois parte da consciência a respeito da importância dos recursos naturais.
Afinal, eles são indispensáveis para a vida humana e de todos os demais seres vivos do planeta, mas não são infinitos.
É preciso ter essa premissa em mente desde o design e a concepção dos bens de consumo, projetando-os para que sejam resistentes, facilmente adaptáveis e que permitam a reciclagem.
Desse modo, a adesão ao conceito de economia circular fica mais simples e tangível, tanto para as organizações quanto para os cidadãos.
Aos poucos, todos os envolvidos se acostumam à ideia de aproveitar ao máximo cada material e diminuir o lixo gerado.
Esses itens serão consumidos normalmente, porém, em seguida, passarão por processos de conserto, reuso, adequações e/ou reciclagem.
Por fim, só serão descartados quando não puderem mais ser reaproveitados, e de forma consciente, visando diminuir o impacto ambiental.
Apostar nesse sistema gera diversos impactos positivos, incluindo um aumento na oferta de recursos naturais e maior eficiência para empresas de todos os portes.
Começando pela extração e etapa industrial, a economia circular proporciona um efeito em cadeia, com ganhos para comércio, serviços e toda a população, como detalhamos a seguir.
Além de reduzir a necessidade de extrair recursos naturais, essa dinâmica elimina desperdícios em toda a cadeia produtiva, representando economia para as indústrias, seus parceiros e para o cliente final.
Empresas que investem na economia circular também melhoram sua imagem perante os funcionários, consumidores e a sociedade, sendo vistas como organizações responsáveis que zelam pelo bem-estar do planeta.
Conforme pontua a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o novo modelo econômico agrega a valorização de boas práticas que aumentam a competitividade da produção nacional:
“Uma matriz energética mais limpa e renovável, por exemplo, contribui para a valorização da indústria nacional em um mercado que demanda cada vez mais sustentabilidade”.
Em 2019, a CNI divulgou uma pesquisa que ouviu 1.261 empresas industriais no país, constatando que 76% já realizam alguma atividade no âmbito da economia circular.
Curiosamente, 70% delas nunca tinha ouvido falar no termo antes de participar do levantamento, mas praticava as iniciativas por causa das suas vantagens.
A redução de custos foi a principal motivação citada pelos empresários (75,9%), seguida pela possibilidade de gerar empregos (60%), aumento da eficiência operacional (47,3%) e oportunidade de gerar novos negócios (22,6%).
A maioria (72,4%) dos participantes acredita que as ações ajudam a fidelizar o cliente.
De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal The Economist (em inglês), desde 2016 as buscas na internet por produtos ambientalmente responsáveis aumentaram em 71%.
Essa é uma evidência de que o conceito de economia circular está ganhando tração e, para os próximos anos, ela deverá pautar as relações das empresas com os seus clientes.
Aliás, a mesma pesquisa mostra que os protestos a favor da natureza estão aumentando, com uma projeção midiática 103% maior entre 2018 e 2019.
Ou seja, as empresas que observam a questão da sustentabilidade não só se habilitam a manter seus mercados como a transmitir uma imagem mais positiva para seus públicos.
A questão ambiental é tão relevante hoje em dia que existe um índice na bolsa de valores brasileira (B3) só para listar as empresas ambientalmente responsáveis.
Desde que foi criado, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Ambiental valorizou 315%, contra 273% do Índice Ibovespa convencional.
Ou seja, as empresas sustentáveis e que aplicam os conceitos e práticas de economia circular valem mais e são mais competitivas economicamente.
Os recursos naturais são escassos e, se não forem explorados de forma sustentável, podem se esgotar rapidamente.
O petróleo, por exemplo, tem uma previsão de esgotamento para suas reservas mundiais, o que já obriga as empresas a buscarem fontes alternativas de energia.
Isso sem contar as florestas, cursos d’água e jazidas minerais, todas elas finitas e que, se exploradas predatoriamente, tendem a exaurir-se de maneira irreversível.
Adotar a economia circular é uma forma de evitar que isso aconteça, permitindo assim que o capital natural se conserve por mais tempo.
Temos observado nas últimas décadas que é possível levar espécies da flora e da fauna à extinção.
O mesmo acontece com os recursos naturais que são explorados sem qualquer reposição ou cuidado.
Um exemplo clássico é o do solo utilizado para o plantio de uma única cultura, sem ter seus nutrientes repostos ou períodos de descanso.
Em alguns anos, ele se torna infértil para qualquer tipo de plantação.
Na economia circular, os recursos naturais são valorizados em todas as etapas produtivas, pois o objetivo é reduzir sua extração e, por consequência, ampliar sua disponibilidade.
Essa lógica reconhece que é possível que a humanidade leve uma vida digna e confortável, com acesso a inovações tecnológicas, sem destruir o meio ambiente ou esgotar seus recursos.
Outro ponto de atenção é a diminuição dos resíduos lançados na natureza, que causam a destruição do habitat de animais, contaminam solo, atmosfera e oceanos, comprometendo a qualidade de vida de todas as espécies.
Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial já alertavam para uma produção média anual de 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), que deverá chegar a 2,2 bilhões de toneladas em 2024.
Mantendo esse ritmo, em 2050, haverá 9 bilhões de pessoas na Terra, gerando 4 bilhões de toneladas de lixo urbano a cada ano.
Esses poluentes provocam efeitos negativos à saúde dos próprios seres humanos, uma vez que retornam ao solo, são absorvidos por plantas e animais que servem de alimento para as pessoas.
A economia circular tem o potencial de reverter esses e outros danos ambientais, como a poluição dos rios e do solo, o aquecimento global e a derrubada de florestas.
Isso porque ela apresenta uma série de vantagens para toda a cadeia produtiva dos bens de consumo, um dos motivos pelos quais o conceito tem se tornado popular em todo o mundo.
Vamos falar mais sobre esse assunto nos próximos tópicos.
De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, uma das referências no trabalho para acelerar a transição para uma economia circular, o conceito segue três princípios, que vamos observar a seguir.
Comentamos acima que a lógica cíclica pode (e deve) começar antes mesmo da produção de um bem de consumo, atuando em seu projeto e design para favorecer a durabilidade e as adaptações.
Essa máxima serve também para a redução de resíduos, sobras e poluição, que deve ser aplicada desde a extração e transformação do recurso natural em matéria-prima.
O propósito, além de diminuir o lixo, é acabar com os desperdícios e otimizar o uso dos recursos.
Esse princípio determina que cada material seja utilizado até quando for possível.
Ou seja, sua vida útil não termina quando acaba o consumo.
Por meio de ações contínuas e sustentáveis, os atores envolvidos na economia circular contribuem para a recuperação dos ecossistemas, trabalhando pelo equilíbrio entre a produção de insumos e a preservação do meio ambiente.
A economia circular está inserida no processo de fabricação de itens.
Portanto, tem algumas etapas em comum com a economia linear.
Entretanto, seu formato cíclico possibilita um melhor aproveitamento dos insumos, gerando um impacto menor para a natureza.
Podemos descrever essa dinâmica em seis fases:
1. Extração
2. Transformação
3. Consumo
4. Manutenção e reparação
5. Reutilização
6. Reciclagem ou tratamento para descarte consciente.
Repare que as primeiras etapas são as mesmas observadas na economia linear, porém, costumam ser focadas na diminuição de desperdício e no reaproveitamento de materiais.
Assim, nem sempre é preciso extrair um novo recurso natural: ele pode resultar de um insumo reciclável, que é transformado em matéria-prima para um novo item.
Observe ainda que o consumo é seguido por manutenção e reparação, a fim de que os materiais tenham uma vida útil mais longa e possam ser reutilizados.
Na última fase, a reciclagem é a primeira opção, sendo que o descarte só acontece quando o recurso foi esgotado.
A economia circular não é apenas uma teoria.
É preciso aplicá-la no dia a dia para que, no futuro, ainda tenhamos um planeta para viver.
Faça uma experiência, começando por separar o seu lixo, e surpreenda-se ao ver a quantidade de plástico, por exemplo, que uma pessoa ou uma família produz.
Esse é só um entre tantos modos de tirar do campo das ideias as medidas que vemos o tempo todo sugeridas em reportagens, filmes e documentários.
Pessoas e empresas podem desde já começar a fazer a sua parte, por meio de outras medidas relativamente simples.
Conheça algumas a seguir.
Na economia circular, bens de consumo, principalmente os duráveis, deixam de ser propriedade do consumidor, passando a ser compartilhados.
É como se produtos passassem a ser utilizados como serviço, quando o cliente compra não o produto em si, mas o resultado que ele proporciona.
É o que se faz, por exemplo, no aluguel de máquinas e equipamentos, veículos e até de motores.
Nesse modelo, o cliente deixa de ser o responsável pelo descarte dos materiais depois do fim do ciclo de vida do produto.
Ele passa a responsabilidade 100% para as empresas, as quais se orientam por meio de políticas de Environmental, Social and Governance (ESG).
Mais difundida que o modelo de produto-como-serviço, a economia do compartilhamento é talvez o mais conhecido dos conceitos baseados em economia circular.
Afinal, é bastante provável que você já tenha usado um aplicativo de transporte ou mesmo um patinete ou bicicleta daquelas que podem ser encontradas em pontos públicos, isso para ficar apenas em soluções de mobilidade urbana.
Além de ser um modelo de negócios, o compartilhamento é também ecologicamente mais sustentável, pela clara redução que representa em termos de uso dos recursos naturais.
Como indicam as pesquisas, o consumidor hoje está muito mais consciente em relação aos métodos de produção que preservam o planeta.
Um deles é a logística reversa, em que as empresas tomam para si a responsabilidade pelo descarte e reciclagem dos materiais que colocam no mercado.
Como exemplo dessa abordagem, estão os pontos de coleta de pilhas e baterias usadas, onde as pessoas eliminam esse tipo de produto, altamente tóxico quando descartado irregularmente.
O descarte e posterior reaproveitamento de óleo usado é outro exemplo disso, contribuindo para reduzir a contaminação dos lençóis freáticos e, principalmente, dos mares.
As empresas que aderem à economia circular podem também fazer isso adotando em toda a sua cadeia produtiva insumos reutilizáveis e recicláveis como matérias-primas.
Dessa forma, elas diminuem a demanda por recursos naturais, reduzindo por extensão os danos ao meio ambiente causados pelos processos extrativistas predatórios.
Isso sem contar que muitas delas utilizam fontes de energia renováveis, como a solar, contribuindo ainda mais para perpetuar o ciclo de vida dos insumos circulares.
A vida útil de um produto não necessariamente acaba quando ele é utilizado para o fim a que foi destinado.
Nada impede, por exemplo, que um equipamento passe por um processo de remanufatura para que possa ser reutilizado em um novo ciclo.
O mesmo resultado pode ser obtido ao investir em processos de manutenção, upgrade, recondicionamento e reuso de produtos que, em tese, teriam seus ciclos de vida esgotados.
Roupas e vestuário, por exemplo, podem ser perfeitamente reaproveitadas, como fazem as grifes que promovem a chamada “moda consciente” em brechós e bazares.
Os órgãos de defesa do meio ambiente têm canais diretos para receber denúncias por parte dos cidadãos.
O Ibama, por exemplo, pode ser acionado pelos seguintes contatos:
As denúncias ambientais podem ser feitas diretamente aos órgãos que são responsáveis pela fiscalização, como o próprio Ministério da Agricultura e Abastecimento, pelo número 0800 7041995.
Além disso, as Polícias Militar e Civil também têm o dever de receber denúncias em casos de agressão ao meio ambiente, as quais são apuradas pelos respectivos batalhões e unidades de Polícia Florestal.
Toda prática nociva ao planeta pode ser mudada.
Para isso, é necessário primeiro tomar consciência de que existe um grave problema ambiental, que só será mitigado se todos fizerem a sua parte.
Cada um de nós deve assumir a obrigação de sensibilizar amigos, familiares e conhecidos a respeito dos benefícios da economia circular.
Para começar, você pode começar incentivando-os a aderir à coleta seletiva, separando os resíduos em plástico, metal, papel, vidro e orgânico.
Pode dar um pouco de trabalho, mas nada com que a pessoa não se acostume rapidamente.
Tudo que fizermos hoje terá reflexos no modo de vida das próximas gerações.
Portanto, devemos assumir a responsabilidade por nós mesmos e principalmente para que nossos filhos e netos possam usufruir dos mesmos recursos que estavam aqui quando chegamos.
Implantar o modelo circular implica em uma grande mudança e rompimento de paradigmas.
Afinal, é preciso deixar de lado o conceito linear, adotado por séculos, para abraçar um novo formato na relação entre a humanidade, a produção de insumos e a natureza.
Vale lembrar que, apesar de insustentável, o modelo linear predomina até hoje em algumas nações, em especial na América do Sul.
É simples verificar esse fato, basta observar as prioridades das companhias do continente.
Muitas ainda não manifestam preocupação ambiental a ponto de modificar sua estrutura em prol dessa causa.
Existe ainda a necessidade de organizar uma estrutura que corrija a lógica linear e, simultaneamente, premie a economia circular.
Essa premissa deve estar, por exemplo, em leis e normas dos países a respeito do meio ambiente e gestão empresarial, com incentivos para as organizações que se proponham a virar a chave e adotar o modelo cíclico.
Falando especificamente do Brasil, é vital diminuir a burocracia no setor e promover mudanças no sistema tributário, a fim de favorecer o melhor uso possível dos recursos naturais.
Como acontece em diversas questões regulatórias, o continente europeu dá o exemplo, tomando a iniciativa para ampliar a economia circular.
No Parlamento Europeu, foi aprovada uma classificação baseada em seis metas, que servem como orientação para investimentos públicos relativos à agenda ambiental.
Essas diretrizes deverão ser aplicadas nos países que estejam comprometidos em reduzir a poluição de rios, mares e em ações visando a gestão dos resíduos.
Veja quais são:
Agora que já aprofundamos os conhecimentos sobre o tema, vamos ver algumas iniciativas reais de economia circular que estão fazendo a diferença dentro das empresas.
A visão voltada à economia circular está na raiz do negócio da empresa brasileira CBPak, que atua na produção de copos, potes e bandejas usando fécula de mandioca como matéria-prima.
Ao final da vida útil, os itens servem como adubo.
Ou seja, não precisam ser descartados.
A companhia foi fundada em 2002 pelo engenheiro Cláudio Bastos e, atualmente, produz milhões de embalagens customizadas e biodegradáveis.
Famosa pelas máquinas de café e outras bebidas, a Nespresso criou uma solução própria para reutilizar cápsulas de alumínio, investindo milhões de reais em iniciativas como o Centro de Reciclagem Nespresso.
Segundo relato à revista Época, em 2019, a empresa recolhia 22% das cápsulas vendidas, através de um sistema mobilizado por carros elétricos nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Enquanto o alumínio é reciclado inúmeras vezes, o pó de café é transformado em adubo.
A gigante do ramo de bebidas possui várias iniciativas locais em direção à economia circular, como a reutilização de suas garrafas de vidro.
Em 2019, a engarrafadora Coca-Cola FEMSA Brasil celebrou a reciclagem de 100 milhões de garrafas PET em um ano, por meio do centro de coleta SustentaPET.
O local funciona em parceria com catadores de material reciclável e cooperativas, fortalecendo sua atuação e colaborando para o descarte correto de resíduos.
No exterior, um anúncio recente deu destaque à varejista de móveis sueca Ikea, que passou a comprar seus móveis usados de clientes que não os querem mais.
O objetivo é diminuir o descarte das peças, que são comercializadas como itens de segunda mão pela própria empresa, tendo como meta aderir totalmente à economia circular.
Para vender seus próprios produtos de segunda mão, a Ikea abriu uma loja de artigos usados na Suécia.
A economia circular está em voga e, nos próximos anos, deve ganhar ainda mais espaço, em razão do estado de emergência climática mundial.
Com o interesse das pessoas e das empresas sobre o assunto aumentando, crescem também as dúvidas, até porque a agenda verde é relativamente recente.
Duas das perguntas mais frequentes nesse sentido estão respondidas logo abaixo, confira!
O objetivo da economia circular é evitar a geração de passivo ambiental, tomando como ponto de partida o reaproveitamento, que pode ser de energia, insumos e matérias-primas, entre outros elementos que possam produzir impacto ambiental.
Na verdade, a economia circular se baseia em três princípios que servem como pilares:
Gostou de saber mais sobre a economia circular e seus impactos?
Como vimos, é um tema que precisa estar na pauta de empresas preocupadas com o futuro, pois isso se reverte em benefícios também para elas.
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