08 abr 20
Como criar uma startup: perfil, ideias, execução
Os estudantes que entram agora na graduação têm uma oportunidade única que as gerações anteriores não tiveram: estudar e poder contemplar uma carreira em uma startup (ou várias delas).
Seja como o idealizador ou como uma das forças que vão levantar as paredes e criar uma companhia, essa é uma experiência única. E neste artigo vamos falar mais sobre como criar uma startup.
Não é só ter a ideia. Ou os recursos. É preciso esses dois, mas também ter um certo perfil, saber executar e conhecer muito bem o seu mercado.
Entretanto, primeiro, o que dá para definir como uma startup? É assim que começaremos a discussão.
O que é uma startup?
A palavra startup começou a ser bastante usada nesta década, às vezes de forma indiscriminada. Nem toda empresa jovem e enxuta é uma startup.
Até empresas que têm a tecnologia no centro podem não ser uma startup. Por exemplo, se alguém abrir uma lan house em 2019, isso não quer dizer que ela seja uma startup, certo?
Mas, com certeza, ser tecnológica é importante, já que com essa ferramenta ela alcança outro objetivo fundamental para uma startup: ser escalável.
Uma startup precisa oferecer uma solução para um problema, precisa ser inovadora, usar a mais alta tecnologia e ser escalável a ponto de crescer de 0 a 100 rapidamente.
Perfil para trabalhar em uma startup
Você até pode ter a ideia perfeita para montar uma startup. Saber como fazer, quando agir e ter estudado em um curso de gabarito.
Mas, como falamos antes, para trabalhar em uma startup é necessário um certo perfil, justamente porque o desafio é único.
Seja para liderar a iniciativa ou então aceitar um cargo, é necessário aceitar o risco.
A grande maioria das startups fracassa rapidamente, já que estamos falando de uma meta ambiciosa: mudar o mercado em que a empresa está inserida (disrupção).
E mesmo que dê certo, pelo crescimento ser rápido, existem muitas dores e problemas que vão surgindo. É normal fazer redirecionamentos e, por isso, o turnover de profissionais também é alto.
Portanto, o profissional que for trabalhar em uma startup precisa ser versátil, para ser útil nas diversas fases da empresa. E, claro, não ter problema com pressões e riscos.
É normal que quem trabalhe em startups rode bastante, abraçando iniciativas novas depois de um certo tempo.
Caso você não tenha esse perfil, não há problema. Ainda existem excelentes oportunidades em empresas mais sólidas, que até podem oferecer um plano de carreira e degraus a subir.
Ideias para startup: o que é necessário
O mais fascinante do mundo das startups é que as ideias surgem a todo momento e nas mais diversas áreas.
O Uber está na área de mobilidade urbana, o Spotify causou um estrondo na indústria musical, empresas como o Nubank estão mudando paradigmas no sistema financeiro, e por aí vai.
No post sobre startups no Blog da FIA, demos exemplos até em setores mais engessados, como agricultura e pagamentos.
Portanto, caso você tenha uma ideia de negócio, pense se ela pode ser uma startup.
O importante, antes de tudo, é entender o mercado e suas necessidades. O que você está trazendo vai ajudar a solucionar um problema, enfrentar uma “dor” que as pessoas têm?
O Uber, por exemplo, foi perfeito em atacar a necessidade por um transporte que fosse rápido e porta a porta, e que não custasse tão caro como um táxi.
Ao mesmo tempo, usou a frota subutilizada e criou uma possibilidade de renda para profissionais que não estavam no mercado, ou àqueles quiseram mudar de carreira.
Para ser realmente escalável é importante ter essa conjunção de fatores. E, claro, muitos outros.
Porque ter uma ideia até inovadora, mas que não tem mercado, é insuficiente. Se há mercado, mas sua ideia não acaba com um problema ou ajuda a solucioná-lo, idem.
O mesmo vale se não há recursos financeiros para tirar a ideia do chão, ou se falta organização e um plano. Aí que entra a importância do planejamento e execução.
O planejamento e a execução
Não importa quão modesta é sua ideia, ter um planejamento é vital.
Fazer um plano de negócios com objetivo, missão, metas trimestrais e anuais é algo de suma importância.
E, mais do que tudo, conhecer o mercado que você se insere, o público-alvo, as personas, suas reclamações.
Qual o potencial, alcance, necessidade de investimento. A estrutura necessária, servidores, criação de site e aplicativo…
Tudo isso precisa estar claro antes de dar os passos burocráticos, como abrir uma empresa, escolher o nome, local do escritório (caso seja necessário) e contratar os primeiros colaboradores.
Qualquer artigo sobre como montar uma startup que ignore esse momento está falhando. É nessa etapa que muitas empresas vão para a frente ou quebram. Por isso, uma a cada 4 empresas fecham antes de completar dois anos de existência.
A educação faz a diferença
Por existirem várias histórias de empreendedores que não fizeram faculdade, ou que tinham más notas no colégio, criou-se a ideia de que a sala de aula e o mundo das startups e empresas inovadoras não combinam.
Mas saiba que esses são casos específicos. E, por exemplo, Steve Jobs, que não completou sua graduação, além de ser uma mente brilhante, tinha profissionais formados a seu lado.
Saber observar tendências, estudar o público-alvo, montar um plano de negócios, convencer investidores, conhecer as pessoas certas, negociar com fornecedores, parceiros, colaboradores….
Tudo isso demanda conhecimento e acesso que bons cursos podem oferecer.
Seja uma Graduação em Administração, uma Pós específica ou até cursos de Extensão, Mestrado e MBA, é interessante que você se mantenha atualizado e não subestime a importância de aprender.
Afinal, sua ideia pode ser excelente, mas são necessárias muitas ferramentas para fazê-la acontecer. E mesmo que você seja graduado em administração, ter bom conhecimento de marketing ou saber navegar nas questões jurídicas é um diferencial enorme.
Conclusão
Saber como montar uma startup não é como seguir uma receita de bolo. Há muitos fatores envolvidos, além de ter aquela ideia de um milhão de dólares. Mas, caso você tenha interesse nesse mundo, um perfil que aceita riscos, gosta de pressão e quer inovar, uma carreira que envolva essas empresas pode ser muito indicada. Sem dúvida que oportunidades não irão faltar.