Você já ouviu falar sobre lifelong learning?
Este conceito tem tudo a ver com o cenário em que vivemos, que é de grande competitividade – afinal, está relacionado à educação continuada.
Como você sabe bem, atualmente, para se destacar no mercado, é preciso dominar uma série de conhecimentos e habilidades.
E o lifelong learning vai ao encontro dessa demanda.
No Brasil, talvez, a prática ainda esteja caminhando em passos lentos, justamente pelo pouco conhecimento sobre ela.
Porém, no resto do mundo, sobretudo nos países desenvolvidos, ela é bastante popular.
Para se ter ideia, uma pesquisa da Pew Research Center revelou que 73% dos americanos se consideram lifelong learners (adeptos do lifelong learning).
Se você quer descobrir o que é esse conceito, para o que serve e como aplicar, é só continuar lendo este artigo.
No decorrer do texto, você confere os seguintes tópicos:
Siga com a leitura para saber tudo sobre o tema!
Lifelong learning é um termo inglês que, em tradução livre, significa “aprendizado ao longo da vida”. Trata-se de um conceito que preconiza a educação contínua. Ou seja, sustenta a ideia de que os estudos devem ser permanentes, e não apenas durante um curto período da vida.
Cumprir somente os anos escolares e encerrar os estudos após a graduação é uma prática que vai contra o lifelong learning.
De acordo com a teoria, a educação formal é apenas uma parte – ainda que muito importante – da qualificação.
O desenvolvimento é um processo que supera a conquista do diploma.
Na verdade, ele nunca acaba.
Afinal de contas, sempre é tempo de aprender algo novo e de aperfeiçoar habilidades.
O lifelong learning tem um objetivo bastante claro: estimular a continuidade dos estudos.
E não estamos falando de incluir novos anos na educação básica ou mais etapas na formação profissional.
Isso porque, segundo o conceito, a expansão do aprendizado não é uma responsabilidade atrelada às instituições de ensino, mas, sim, à vontade do próprio indivíduo.
Como disse Aristóteles, “a alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais”.
A busca pela educação permanente deve acontecer de maneira voluntária e proativa.
E é fácil entender uma das razões para querer se desenvolver cada vez mais – basta observar o cenário corporativo.
Se, há algumas décadas, ter disposição era atributo suficiente para conseguir uma oportunidade de emprego, hoje, as coisas são bem diferentes.
O mercado é altamente competitivo e requer profissionais competentes e qualificados.
Quanto mais habilidades um funcionário possui, mais bem-visto e requisitado ele é.
As próprias consultorias de Recursos Humanos validam essa premissa.
Um estudo da CareerBuilder, por exemplo, mostrou que, para 77% dos empregadores, as soft skills – um dos tipos de competência que podem ser desenvolvidos – são tão importantes quanto os conhecimentos técnicos.
Ou seja, ainda que a formação profissional tenha um peso significativo, outras habilidades também são equivalentes na balança.
O lifelong learning levanta um ponto importante a ser discutido: o papel e a situação das instituições de ensino nesse ecossistema.
Diante disso, é oportuno destacar que o conceito não é uma afronta à educação formal.
Está longe disso, na verdade.
O lifelong learning é um aliado das instituições de ensino, uma vez que representa mais um estímulo aos estudos.
Quem é ou já foi estudante sabe que a sala de aula é indispensável para o aprendizado, mas também tem consciência de que os esforços extracurriculares ampliam o conhecimento e a qualificação.
É como se essas atividades fora da classe turbinassem tudo o que é assimilado dentro dela.
Dessa forma, a teoria do lifelong learning é essencial para as instituições que querem formar alunos preparados para os desafios futuros.
Além de, é claro, uma oportunidade de incluir cursos e outras formações que atendam às necessidades dos profissionais e do mercado de trabalho.
Até aqui, ficou claro que o lifelong learning é um conceito que visa um estilo de vida baseado no aprendizado contínuo.
Mas, afinal, quais benefícios tem o indivíduo que decide aplicar o lifelong learning?
Confira a seguir as principais vantagens:
Sem dúvida, o desenvolvimento de novas habilidades está entre os motivos mais relevantes para adotar o lifelong learning.
Isso porque as competências ajudam a proporcionar resultados expressivos nas atividades, especialmente as que são relacionadas ao trabalho.
Quer ver um exemplo?
Vamos supor que um analista de marketing precise fazer um cronograma com as datas de todas as ações da nova campanha.
Por desconhecer os segredos do Excel, a primeira atitude seria inserir manualmente as datas em cada coluna.
Entretanto, ele pode decidir, voluntariamente e proativamente, buscar uma forma mais fácil de fazer.
Com uma simples pesquisa no YouTube, o profissional consegue encontrar uma fórmula que resolve tudo em poucos segundos.
Assim, além de ganhar tempo e solucionar o problema, esse conhecimento fará diferença nas próximas vezes em que precisar executar uma tarefa semelhante.
Esse é um exemplo de capacidade técnica adquirida.
Mas o lifelong learning também estimula o desenvolvimento de habilidades comportamentais.
A criatividade, por exemplo, é uma habilidade comportamental.
Em muitas pessoas, trata-se de uma característica inata.
Ou seja, um talento natural.
Mas ela também pode ser desenvolvida com esforço e dedicação.
Além disso, até mesmo quem possui a aptidão de berço pode sofrer com bloqueios que impedem as ideias de surgirem.
Por isso, um estímulo é sempre bem-vindo.
O lifelong learning, por sua vez, é eficaz para a impulsionar a capacidade de pensar fora da caixa e propor novas soluções.
Estamos vivenciando a Quarta Revolução Industrial ou, como também é conhecida, indústria 4.0 e era da tecnologia.
Há algumas décadas, muitas inovações tecnológicas eram impensáveis.
O fato é que, para chegar nesse patamar, foi preciso que estudiosos e inventores dessem o primeiro passo, certo?
Ou seja, eles tiveram a iniciativa de pensar em novas ideias e propor soluções diferenciadas para problemas existentes.
Hoje, certamente, não conseguimos imaginar como seria viver sem tamanho avanço e tampouco vislumbramos como o mundo será daqui a algum tempo.
Acontece que os lifelong learners são capazes de descobrir novas tecnologias.
A sede por conhecimento contínuo é que impulsiona a transformação digital e, consequentemente, a evolução da nossa sociedade.
É difícil mensurar a quantidade de oportunidades que o lifelong learning pode proporcionar.
Afinal, cada conhecimento adquirido tem potencial de abrir muitas portas.
Na carreira, se você desenvolve uma nova habilidade, por exemplo, há outros cargos e funções que podem ser exercidas.
Um novo saber também pode despertar o desejo por uma atividade que, até então, parecia pouco atrativa.
É só deixar o conhecimento guiar os rumos.
Até aqui, vimos uma série de benefícios que o lifelong learning oferece para os indivíduos.
Além dos resultados significativos no âmbito pessoal, a prática também é muito importante para o desenvolvimento profissional.
Do total de americanos que se consideram lifelong learners e responderam à pesquisa que mencionamos na introdução deste artigo, 87% disseram ter aderido ao conceito para manter ou melhorar habilidades no trabalho.
Mas o lifelong learning não dispõe de vantagens apenas para pessoas e suas formações.
As empresas também podem se beneficiar (e muito!) da prática do conceito.
Uma vez que a cultura é estabelecida, os funcionários assumem uma postura mais ativa para buscar conhecimento.
Dessa forma, ao adquirirem novas competências e saberes, tornam-se mais preparados para os desafios encontrados no ambiente.
O resultado disso é umarotina organizacional muito mais estratégica e produtiva.
O lifelong learning, embora tenha surgido na década de 70, só ficou mais evidente a partir dos anos 90, com o avanço dos estudos sobre educação.
Mas foi em 2010, com a publicação de um relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da Unesco, que o conceito começou a ser difundido com mais intensidade.
Isso fez com que uma organização chamada Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ) passasse a representar o lifelong learning no mundo todo.
De acordo com a instituição, o conceito é baseado em quatro pilares:
Que o conhecimento é parte indispensável do aprendizado, todo mundo sabe.
Mas este pilar do lifelong learning não se limita à busca por sabedoria baseada em métodos tradicionais.
Decorar o conteúdo estudado, por exemplo, é uma técnica milenar, entretanto, não ultrapassa a necessidade do saber.
Aprender a conhecer é, na verdade, ter prazer por esse processo.
Isso requer curiosidade, reflexão, postura questionadora e pensamento crítico.
Só assim é possível construir o conhecimento autônomo.
Existe uma metodologia de aprendizagem chamada 70:20:10.
Ela foi desenvolvida em 1990 pelos professores Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo, do Center for Creative Leadership, na Carolina do Norte (EUA).
Os estudiosos concluíram que a expansão da aprendizagem ocorre por circunstâncias distintas.
Apenas 10% do aprendizado é adquirido de cursos, 20% resulta da interação com outros indivíduos e 70% vem de experiências próprias.
Ou seja, a maior parte do aprendizado se deve ao fazer.
A aprendizagem on-the-job, como também é chamada, provém da vivência, seja por meio de tarefas rotineiras, responsabilidades ou desafios.
Essas atividades estimulam o desenvolvimento de habilidades comportamentais, como comunicação interpessoal, proatividade, inteligência emocional e trabalho em equipe, entre outras.
Em resumo, a prática faz com que o conhecimento se torne um hábito.
Podemos dizer que o terceiro pilar que sustenta o lifelong learning está relacionado à parcela de 20% do modelo 70:20:10.
A interação com outras pessoas permite aprimorar o conhecimento.
Mas isso vai além de observar o trabalho alheio ou de receber feedbacks construtivos.
Aprender a conviver, como o nome sugere, é o aprendizado por meio da convivência.
Isso significa que qualquer tipo de troca tem o poder de promover o aprendizado.
O último pilar suporta a ideia de que é preciso aprender a ser.
Em outras palavras, se trata de desenvolver autonomia para aprender coisas novas.
O indivíduo deve formar autorresponsabilidade sobre o seu aprendizado.
E não há outra maneira de fazer isso sem que seja descobrindo o seu próprio potencial.
Agora que você já sabe onde aplicar o lifelong learning e os pilares que sustentam a prática, está na hora de descobrir como fazer isso.
Cada indivíduo tem a liberdade de estabelecer os seus métodos com base em suas características e necessidades.
Além disso, muita coisa depende do ponto de partida.
Mas, no geral, alguns passos podem ser usados como direção para se tornar um lifelong learner.
Vamos conhecer quais são eles agora.
O que você espera aprender?
O seu aprendizado pode estar conectado à sua carreira, mas, também, a outros aspectos da sua vida.
Fazer uma reflexão sobre as suas intenções ajuda a traçar o melhor caminho para adotar o conceito.
Vale também considerar os assuntos do seu interesse.
Afinal, no lifelong learning, é preciso ter prazer pelo aprendizado e, se você não gosta do conteúdo, dificilmente vai desenvolver esse entusiasmo.
Não dá para ser lifelong learner até atingir um objetivo específico ou por um período determinado.
O lifelong learning é um estilo de vida e deve perdurar para sempre.
Assim como acontece com quem decide levar uma vida mais saudável.
A mudança é permanente, e não apenas até perder alguns quilos, por exemplo.
Por isso, certifique-se de que isso é realmente o que você quer, e vá trabalhando a sua mente para não desistir da meta.
Lifelong learning requer planejamento.
É preciso ter clareza do que se espera aprender e plano de ações para alcançar o aprendizado.
Além do mais, é com base na prática que tudo se torna hábito.
No começo, pode ser mais difícil, mas, com determinação e constância, os processos fluem naturalmente.
Acompanhar o seu progresso é uma maneira de não desanimar e manter a motivação sempre em alta.
Avalie os seus conhecimentos e mensure o aprendizado em relação ao seu planejamento.
Aproveite para celebrar cada conquista.
Faça isso com frequência e perceba como o lifelong learning vai se encaixar com mais facilidade na sua vida.
Lembre-se sempre de que o lifelong learning é para sempre.
Então, quando você alcançar o aprendizado que foi traçado no seu plano, novos conhecimentos devem ser perseguidos.
Garanta que os seus objetivos estejam presentes durante todo o tempo.
Além disso, procure alinhar as suas expectativas de acordocom os momentos da sua vida.
A falta de tempo ocupa o topo das desculpas para adotar o lifelong learning.
Tudo bem, nem sempre é uma desculpa.
De fato, esse é um dos grandes desafios da sociedade moderna, e, sem dúvida, uma das barreiras para o lifelong learning.
Outro obstáculo comum é a falta de dinheiro.
Para esses e os demais entraves, há formas de superá-los.
Com relação à falta de tempo, é possível aproveitar as horas que, normalmente, são desperdiçadas, como os períodos de trajeto.
Em vez de jogar no celular enquanto anda de transporte público, por que não ler um livro?
Ao dirigir, uma opção é trocar a música por um podcast.
O importante é aproveitar o tempo que sobra no seu dia.
Para o problema do investimento, a alternativa é recorrer a conteúdos gratuitos ou com custos muito baixos.
Hoje, é possível encontrar muito material de qualidade por preços bastante acessíveis.
Atualmente, com a tecnologia, o acesso à informação é facilitado.
Em poucos segundos, principalmente com o auxílio do smartphone, é perfeitamente viável adquirir um novo conhecimento.
O aparelho celular e outras ferramentas que temos à nossa disposição são facilitadoras do lifelong learning.
E não apenas em relação ao acesso a materiais de estudo.
O networking também é promovido pelas soluções tecnológicas.
Uma reunião por Skype ou uma conversa via LinkedIn viabilizam o aprendizado por troca de experiências.
Viu só?
Essas são apenas algumas das utilidades que a tecnologia oferece para o lifelong learning.
É só parar e olhar à sua volta que você encontrará diversas oportunidades de aplicar o conceito.
E, então, ficou claro o que é e como funciona o lifelong learning?
Pode até ser que você seja um adepto do conceito, ainda que inconsciente.
Talvez a sua mentalidade e o seu estilo de vida já sigam as práticas do lifelong learning, mesmo que o conceito fosse desconhecido até esse momento.
Agora, se a aplicação da teoria ainda estiver muito distante da sua realidade, é hora de pensar em implementá-la, não acha?
Afinal, além de atender às necessidades atuais dos indivíduos e das empresas, o lifelong learning tem tudo para pegar de vez.
Então, quanto antes você se preparar, mais rápido você irá se destacar.
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