Share

O que é governança pública, como funciona e por que importa?

01 de setembro 2025

A governança pública é a base para transformar políticas em resultados com eficiência, transparência e integridade.

Ela orienta decisões, distribui responsabilidades e cria mecanismos de controle que reduzem desperdícios e elevam a qualidade dos serviços públicos.

A governança pública interessa a gestores, servidores, órgãos de controle, fornecedores do Estado e cidadãos que desejam melhores entregas governamentais.

Ao fortalecer processos, dados e incentivos, a governança pública melhora a execução orçamentária, diminui riscos e amplia a confiança social nas instituições.

Este guia explica o que é governança pública, como funciona na prática e por que impacta diretamente a vida das pessoas.

Veja os tópicos abordados no texto:

  • O que é governança pública e qual o seu papel no setor público?
  • Qual é a diferença entre governança pública e governança corporativa?
  • Quais são as três funções básicas da governança?
  • Como a transparência e a integridade são aplicadas na governança pública?
  • O que é governança multipartite e por que ela importa para o setor público?
  • Quais são os principais desafios da governança pública hoje?
  • Como avaliar se uma política de governança pública está funcionando?
  • Quais métricas e indicadores são usados na governança pública?
  • Quais são os melhores exemplos de boas práticas em governança pública no Brasil?

Siga a leitura para entender conceitos e ver exemplos brasileiros de alta performance em governança pública.

O que é governança pública e qual o seu papel no setor público?

Governança pública é o sistema pelo qual o setor público é dirigido, monitorado e avaliado para entregar valor à sociedade com integridade, transparência, responsabilidade e foco em resultados.

Ao responder o que é governança pública, convém destacar a articulação entre liderança, estratégia, gestão de riscos, controles internos e prestação de contas.

A governança pública serve para alinhar prioridades, reduzir assimetrias de informação, coordenar órgãos e contratos, e assegurar continuidade das políticas além de mandatos.

Sua importância cresce quando programas exigem cooperação entre entes federativos, parcerias com o setor privado e participação social estruturada.

Entre quais são os princípios da governança pública no Brasil, destacam‑se legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, transparência, integridade, participação e prestação de contas.

Esse conjunto orienta decisões mais justas, reduz arbitrariedades e fortalece o controle social.

A governança pública tem papel de integração entre planejamento, orçamento e execução, conectando metas com indicadores e incentivos de desempenho.

Quando bem desenhada, ela acelera entregas, estabiliza processos e cria previsibilidade regulatória para investimentos de interesse público.

Qual é a diferença entre governança pública e governança corporativa?

A diferença central está no propósito, pois a governança pública busca valor público para cidadãos, enquanto a governança corporativa prioriza valor econômico para acionistas e partes interessadas privadas.

Na governança pública, o centro do sistema é a sociedade, a legalidade e a prestação de contas ampliada, com controles internos e externos, participação social e avaliação de políticas públicas.

Na governança corporativa, o foco recai sobre propriedade, conselho de administração, proteção a acionistas, disclosure financeiro e gestão de riscos voltada à competitividade e continuidade do negócio.

Ambas compartilham pilares como liderança responsável, integridade, transparência e gestão de riscos, ainda que respondam a stakeholders e métricas diferentes.

A governança pública se beneficia de práticas corporativas como conselhos independentes, auditoria e compliance, adaptadas ao interesse coletivo e à lei.

Empresas estatais e organizações sociais exigem arranjos híbridos que conciliam eficiência gerencial com deveres públicos.

Quais são as três funções básicas da governança?

Grupo diverso de pessoas em trajes formais discutindo em uma mesa com microfones, simbolizando debate, tomada de decisão e participação em conselhos ou assembleias.

A governança, seja governança pública ou corporativa, cumpre três funções básicas que estruturam a tomada de decisão e a entrega de resultados.

Essas funções orientam desenho institucional, processos e comportamentos para que políticas e estratégias saiam do papel com efetividade.

Liderança

Liderança define direção, promove valores e assegura coerência entre estratégia, prioridades orçamentárias e execução do dia a dia.

Na governança pública, liderança implica estabelecer visão de longo prazo, patrocinar reformas, mobilizar redes intersetoriais e cultivar uma cultura de dados e integridade.

É importante porque previne a captura de agendas, sustenta decisões impopulares porém necessárias e protege a continuidade de políticas públicas.

Manifesta‑se na prática por meio de comitês estratégicos, cartas de compromissos, patrocínio executivo a projetos críticos e ritos de acompanhamento periódico com indicadores claros.

Compromisso

Compromisso é o pacto institucional que transforma diretrizes em responsabilidades verificáveis para cada órgão, programa e gestor.

Na governança pública, compromisso aparece em contratos de gestão, termos de metas, acordos de desempenho e matrizes de responsabilidade solidária entre áreas.

É importante porque diminui zonas cinzentas, evita sobreposição de esforços e torna previsível a entrega ao cidadão.

Na prática, compromisso se materializa em planos de ação com prazos, indicadores, orçamentos vinculados e mecanismos de correção quando metas divergem do planejado.

Integração

Integração coordena atores, processos e informações ao longo do ciclo de políticas, do planejamento à avaliação.

Na governança pública, integração liga planejamento plurianual, leis orçamentárias, execução financeira, gestão de riscos, logística de compras e prestação de contas.

É importante porque reduz gargalos, acelera decisões e promove visão sistêmica das cadeias de valor público.

Manifesta‑se por meio de plataformas de dados compartilhadas, governança multipartite, comitês intersetoriais e protocolos para decisões que cruzam secretarias e níveis de governo.

Como a transparência e a integridade são aplicadas na governança pública?

Transparência e integridade são pilares que sustentam confiança, legitimidade e eficácia na governança pública.

Transparência significa disponibilizar dados, critérios e decisões de modo acessível, tempestivo e auditável, permitindo controle social e aprendizado institucional.

Na governança pública, transparência envolve portais de dados abertos, relatórios de desempenho, trilhas de auditoria, audiências públicas e linguagem cidadã para explicar escolhas de políticas.

Um exemplo é publicar matrizes de indicadores, cronogramas de obras e contratos em painéis interativos que permitem rastrear execução e resultados.

Integridade é o conjunto de valores, normas e mecanismos que previnem fraudes, conflitos de interesse e desvios éticos, garantindo que decisões sirvam ao interesse público.

No contexto de governança pública, integridade inclui códigos de conduta, gestão de riscos de integridade, canais de denúncia, proteção ao denunciante e respostas sancionatórias proporcionais.

Um exemplo concreto é o programa de integridade institucional com avaliação periódica, planos de mitigação e relatórios de monitoramento divulgados ao público.

Comitês de governança, controladorias, corregedorias e auditorias internas colocam esses pilares em prática ao auditar processos, recomendar melhorias e acompanhar planos de ação.

O que é governança multipartite e por que ela importa para o setor público?

Governança multipartite é o arranjo decisório que reúne governo, sociedade e mercado para coproduzir diagnósticos, prioridades e soluções de interesse público.

Ela importa porque problemas públicos são complexos, atravessam secretarias e exigem coordenação com atores fora do Estado para alcançar escala e legitimidade.

Os elos dessa governança incluem atores com papéis complementares e responsabilidades distintas. São eles:

  • Poder público: define diretrizes, regula, coordena políticas e presta contas à sociedade
  • Órgãos de controle e justiça: asseguram legalidade, integridade, transparência e responsabilização por falhas
  • Setor privado e terceiro setor: aportam investimento, capacidade técnica, inovação e atuação territorial
  • Academia e institutos de pesquisa: produzem evidências, metodologias, avaliações e formação de capacidades
  • Cidadãos e mídias: fiscalizam, coproduzem dados, definem preferências e participam de consultas e conselhos.

Essa arquitetura melhora a governança pública ao ampliar repertório de soluções, reduzir vieses decisórios e acelerar aprendizado em políticas complexas.Quando bem regrada, a governança multipartite estabelece objetivos compartilhados, regras de engajamento, transparência de dados e devolutivas públicas com metas e papéis definidos.

Quais são os principais desafios da governança pública hoje?

Bancada de madeira com documentos e microfones dispostos, representando um ambiente formal de reunião ou sessão legislativa.

Há desafios relevantes na governança pública e ignorá‑los compromete desempenho, credibilidade e continuidade de políticas.

Preparar‑se com diagnóstico, priorização e capacidade de execução permite sair na frente e reduzir riscos de implementação.

Quem ignora esses desafios enfrenta atrasos, desperdícios, judicialização e perda de confiança social.

Fragmentação institucional

É a existência de silos entre órgãos, sobreposição de competências e baixa coordenação intersetorial.

Acontece por estruturas legadas, disputas orçamentárias e ausência de instâncias de decisão colegiada.

A solução passa por comitês executivos, portfólios integrados, ritos de decisão e plataformas de dados compartilhadas que conectem a governança pública.

Baixa capacidade de execução

É a distância entre o planejado e o entregue, com projetos atrasados, contratos mal geridos e metas sem lastro operacional.

Surge por falta de priorização, escassez de competências críticas e burocracias excessivas.

Superar tal desafio exige gestão por portfólio, contratos de desempenho, capacitação e apoio técnico transversal para fortalecer a governança pública.

Riscos de integridade e compliance

São vulnerabilidades a fraudes, conflitos de interesse e captura regulatória.

Acontecem por controles internos frágeis, baixa segregação de funções e cultura permissiva.

Para enfrentar, é preciso dispor de programas de integridade, gestão de riscos, auditorias internas independentes e prestação de contas ativa na governança pública.

Dados dispersos e baixa qualidade informacional

É a dificuldade de monitorar políticas por falta de padrões, sistemas legados e registros incompletos.

Acontece quando não há governança de dados, catálogo unificado e interoperabilidade.

A solução inclui arquitetura de dados, indicadores rastreáveis e painéis de desempenho que alimentem decisões de governança pública.

Rotatividade e descontinuidade

É a perda de memória institucional e de priorizações ao trocar gestões.

Acontece por carreiras desestruturadas e baixa institucionalização de ritos de governança pública.

Reage‑se com planos de transição, trilhas de capacitação e marcos regulatórios que preservem políticas de Estado.

Como avaliar se uma política de governança pública está funcionando?

Monitorar e medir resultados em governança pública é necessário para corrigir rotas, sustentar decisões e legitimar escolhas perante a sociedade.

A avaliação precisa seguir etapas claras que conectem insumos, processos, produtos e resultados com indicadores verificáveis.

Tudo começa por definir escopo, objetivos e hipóteses de mudança com base na teoria da política e no que é governança pública para o órgão.

Em seguida, alinham‑se fontes de dados, linhas de base e metas temporais, garantindo rastreabilidade e comparabilidade.

Por fim, realizam‑se análises periódicas, devolutivas públicas e incorporações de lições aprendidas.

Aqui está um resumo com etapas, dicas e boas práticas:

  • Delimitar objetivos e resultados esperados: descreva mudanças pretendidas e desenhe indicadores aderentes à governança pública e ao ciclo de política
  • Construir linha de base e metas: meça o ponto de partida, defina prazos e estabeleça metas factíveis e ambiciosas
  • Planejar coleta e qualidade dos dados: padronize fontes, crie dicionários de dados e garanta interoperabilidade entre sistemas
  • Executar monitoramento contínuo: acompanhe indicadores, riscos, custos e marcos críticos com ritos periódicos de decisão
  • Conduzir avaliações independentes: avalie processos e resultados por auditorias internas ou avaliadores externos
  • Publicar resultados e corrigir rotas: divulgue achados, justifique ajustes e atualize planos com transparência e foco na governança pública.

Quais métricas e indicadores são usados na governança pública?

Há métricas e indicadores que apoiam o acompanhamento da execução e dos resultados em governança pública.

Usá‑los dá previsibilidade, melhora a priorização e sustenta prestação de contas perante órgãos de controle e sociedade.

Conheça os principais:

  • Entrega de projetos prioritários: percentuais de marcos concluídos, atrasos médios e valor entregue na carteira estratégica
  • Eficiência orçamentária: execução por programa, custo por resultado e reprogramações justificadas
  • Integridade e controles: grau de implementação de controles internos, incidentes de integridade e tempo de resposta a não conformidades
  • Transparência ativa e passiva: cobertura de dados abertos, tempo de resposta a pedidos e qualidade dos relatórios públicos
  • Satisfação do usuário de serviços: NPS de serviços prioritários, tempo de atendimento e taxa de resolução na primeira interação
  • Capital humano e continuidade: vacâncias em posições críticas, rotatividade, horas de capacitação e sucessão planejada na governança pública.

Esses indicadores devem refletir quais são os princípios da governança pública no Brasil e variar conforme a maturidade e as prioridades de cada órgão.

Quais são os melhores exemplos de boas práticas em governança pública no Brasil?

Existem bons exemplos de governança pública no Brasil que inspiram desenho institucional, transparência e foco em resultados.

O Ceará, o Espírito Santo e Minas Gerais ocupam a primeira posição na Escala Brasil Transparente 360º da CGU com nota 10, demonstrando alto padrão de transparência ativa e passiva.

O Governo do Espírito Santo opera um modelo de gestão para resultados denominado Realiza+, com indicadores, metas e escritório de projetos que foi reconhecido como o melhor do país em 2024.

Já em âmbito municipal, Curitiba venceu o 5º Prêmio Rede Governança Brasil em 2024 na categoria Municípios, reconhecendo avanços em eficiência, transparência e integridade.

Por sua vez, Campinas elevou sua nota na já citada Escala Brasil Transparente 360º de 4,02 para 9,04, mostrando evolução consistente em transparência e governança pública local.

Conclusão

A governança pública é uma disciplina prática para transformar prioridades em resultados com integridade, transparência e foco no cidadão.

Neste texto, você viu conceitos, diferenças, funções, pilares, desafios, avaliação, indicadores e casos que ilustram caminhos de melhoria.

Se sua instituição deseja estruturar ou acelerar iniciativas de governança pública, conte com a consultoria da FIA para diagnóstico, desenho e implementação de soluções personalizadas.

Explore outros conteúdos do blog da FIA para aprofundar o tema da governança pública, tecnologia e gestão.

Referências:

https://mbt.cgu.gov.br/publico/avaliacao/escala_brasil_transparente/66

https://www.es.gov.br/Noticia/escritorio-de-projetos-do-governo-do-espirito-santo-e-considerado-o-melhor-do-pais

https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/curitiba-ganha-premio-nacional-por-boas-praticas-de-governanca/75192

https://campinas.sp.gov.br/noticias/campinas-sobe-no-ranking-da-escala-brasil-transparente-360-84859

xhttps://agencia.ac.gov.br/integridade-publica-pilar-essencial-da-boa-governanca

https://tvtnews.com.br/governanca-e-comunicacao-na-administracao-publica-2/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

SEM TEMPO PARA LER AGORA?
Sobre a FIA Business School:

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

CATEGORIAS
POSTS EM DESTAQUE

Condições de parcelamento

Valor do curso

Valor do curso para empresa parceira

à vista

R$ 45.400,00

R$ 31.780,00

12 x

R$ 3.910,00

R$ 2.736,33

18 x

R$ 2.653,00

R$ 1.856,76

24 x

R$ 2.025,00

R$ 1.417,25

30 x

R$ 1.649,00

R$ 1.153,78