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Custo de capital: entenda o que é, fórmulas de cálculo e como fazer

17 de julho 2024, 16:00

Uma pilha de moedas de ouro com símbolos de porcentagem e uma seta branca apontando para cima, indicando crescimento. Ao fundo, uma pessoa utilizando um tablet com uma mesa de escritório desfocada.

O custo de capital é uma das métricas usadas para fazer a gestão da empresa.

Pelo cálculo desse indicador, é possível ter uma ideia mais exata sobre a rentabilidade de um negócio e se ele gera um custo de capital próprio dentro das expectativas.

Uma gestão que aprende como calcular o custo de capital ganha uma visão mais exata sobre a empresa, o que por si só justifica a realização periódica deste cálculo.

Como veremos neste texto, existem muitos outros bons motivos para se orientar por esse indicador.

Confira os tópicos abordados:

  • O que é custo de capital?
  • Como o custo de capital de uma empresa funciona?
  • O que define o custo de capital?
  • Como calcular o custo de capital da sua empresa? Veja a fórmula explicada
  • Como fazer a gestão do custo de capital?

Saiba quais são seus custos e agregue mais esse conhecimento de grande utilidade nos negócios.

O que é custo de capital?

O custo de capital indica o quanto a empresa deve gerar de retorno para custear suas atividades e lucrar, de modo a compensar seus investidores.

É formado por dois componentes: o custo de dívida e o custo de patrimônio líquido.

No custo de dívida, são computados basicamente os juros e taxas geradas pelo dinheiro que a empresa toma emprestado de seus credores.

Já o custo de patrimônio líquido é composto pelo retorno esperado pelos investidores e acionistas de modo que seus investimentos gerem lucro.

Agora que você sabe o que é custo de capital, veja na sequência como ele funciona e outros dois componentes fundamentais dessa métrica.

Como o custo de capital de uma empresa funciona?

Uma empresa que não conhece os seus próprios custos operacionais navega no escuro.

O custo de capital funciona como uma bússola, orientando gestores e investidores sobre o quanto o negócio precisa lucrar, jogando luz sobre a sua capacidade de produzir receita.

A lucratividade não é uma meta em si, mas uma condição para que uma empresa cumpra a missão a que se propôs.

Por isso a importância do custo de capital, um indicador de saúde financeira e de que o negócio é capaz de se manter lucrativo e no caminho certo para gerar valor.

Vamos ver outros dois componentes fundamentais dessa métrica e entender como cada uma delas é usada para medir o quanto uma empresa gera de retorno.

Custo de capital próprio

Na estrutura de custos de uma empresa, o custo de capital próprio representa o capital injetado pelos sócios ou donos do negócio para operacionalizá-lo.

Claro que esse capital é condicionado a uma expectativa de retorno, do contrário, nem faria sentido investir em um negócio.

Por isso, o custo de capital próprio é também representado pelo retorno mínimo exigido pelos investidores iniciais.

Em outras palavras, é como se fosse o menor lucro possível, tendo como referência o capital investido inicialmente.

Porém, uma empresa nem sempre depende do capital injetado pelos sócios.

Na verdade, boa parte delas depende de empréstimos e financiamentos externos, que compõem, como veremos a seguir, o custo de capital de terceiros.

Custo de capital de terceiros

Todo dinheiro que a empresa capta de fontes externas para bancar suas atividades, como bancos e instituições financeiras, compõe o chamado custo de capital de terceiros.

Embora possa parecer o contrário, normalmente, o custo de capital próprio é maior que o de terceiros.

E por uma razão simples: por estarem à frente das decisões, os donos do negócio são mais expostos aos riscos do que os que apenas injetam dinheiro.

O que define o custo de capital?

Basicamente, o custo de capital é definido pelo retorno que uma empresa deve gerar para pagar seus custos e dar retorno para acionistas e investidores.

É uma métrica implacável, porque diz para os gestores e donos da empresa, além do mercado, se o negócio está na direção certa.

Um custo de capital pouco atrativo deve ser considerado como um sinal de alerta, pois indica que a empresa está pagando para operar.

Não é de se admirar que seu cálculo seja de relativa complexidade, já que um dos objetivos é expressar a estrutura de custos de um negócio em todas as suas dimensões.

Como calcular o custo de capital da sua empresa? Veja a fórmula explicada

Um grupo de pessoas em um ambiente de escritório, apontando e discutindo gráficos em uma mesa sobre custo de capital com documentos e gráficos. Uma pessoa segura um gráfico em papel, destacando estatísticas e tendências.
Um dos propósitos da gestão do custo de capital é identificar os riscos que podem levar à diminuição dos lucros da empresa.

Para representar os custos de maneira fidedigna, a gestão precisa aprender como calcular o custo de capital em suas dimensões principais.

Assim, ela terá uma noção mais precisa do impacto dos custos sobre o negócio e o quão perto (ou longe) ela está de satisfazer as exigências em relação aos seus resultados.

Vimos anteriormente que os dois indicadores financeiros básicos para isso são o custo de capital próprio e o custo de capital de terceiros.

Agora, vamos conhecer a fórmula para calcular cada um e uma breve explicação sobre cada um dos seus elementos.

Custo de capital próprio

O cálculo do custo de capital próprio deve ser feito aplicando a fórmula:

  • Ke = Rf + β x [Rm – Rf].

Na qual:

  • Ke = Custo de capital próprio
  • β = Beta da empresa
  • Rf = Taxa livre de risco
  • Rf = Taxa livre de risco
  • Rm = Retorno esperado do mercado.

Explicando muito resumidamente cada um desses elementos:

  • Taxa Livre de Risco (Rf) representa o retorno de um investimento sem risco, como os títulos do governo, poupança e CDB, entre outros
  • Beta (𝛽) mede a sensibilidade do retorno da empresa em relação ao mercado e é calculado pela fórmula β= Var(Rm)/Cov(Re,Rm)
  • Retorno Esperado do Mercado (Rm) é a média do retorno esperado de todos os investimentos no mercado
  • Prêmio de Risco de Mercado (Rm – Rf) é a diferença entre o retorno esperado do mercado e a taxa livre de risco.

Custo de capital de terceiros

Já a fórmula para calcular o custo de capital de terceiros é:

  • Kd = (Ki x (1-IR) / Passivo Oneroso) x 100
  • Kd = Custo de Capital de Terceiros
  • IR = Alíquota do Imposto de Renda
  • Ki = Custo inicial da dívida
  • Passivo Oneroso = Passivo circulante e Passivo não circulante.

Custo médio ponderado

Para empresas que atuam no varejo ou no atacado, é preciso também calcular o custo médio ponderado (CMP), que consiste em identificar o custo de manter um estoque.

Sua fórmula é muito simples, representada por:

  • Custo Médio Ponderado = Valor total dos estoques / Quantidade de itens armazenados.

Como fazer a gestão do custo de capital?

A importância do custo de capital está em ser um indicador exato, que diz à gestão de uma empresa se ela deve otimizar sua estrutura de financiamento.

Por exemplo, se o custo da dívida é 3,73% e o custo de capital próprio é 8%, é vantajoso usar mais dívida para financiar o negócio, já que custa menos.

A gestão pode, então, tomar decisões práticas no sentido de diminuir o custo de terceiros, como refinanciar dívidas com juros altos e investir em projetos com retornos superiores ao custo de capital total.

Para isso, é necessário implementar certas medidas de controle fundamentais, as quais vamos abordar a partir de agora.

Sempre atualize os registros financeiros

O custo de capital é obtido a partir de números, ou seja, dados financeiros consolidados.

Não seria viável o seu cálculo sem que a empresa tenha um registro sempre up-to-date, ou seja, atualizado na velocidade do seu fluxo de caixa.

Lembre-se de que o custo de capital é uma métrica extremamente dinâmica, exigindo, em alguns casos, revisões semanais e até diárias.

Por isso, é necessário que a empresa tenha uma cultura orientada para dados em seus processos decisórios, até para que o cálculo do custo de capital faça sentido.

Diversifique as fontes de financiamento

Conforme a gestão vai aprendendo a avaliar a rentabilidade a partir do custo de capital, ela vai formando uma visão mais ampla sobre suas estruturas de custos.

Ela pode descobrir, por exemplo, que o custo de capital de terceiros está demasiadamente alto e tomar as medidas necessárias para combater isso.

Uma delas é a diversificação das fontes de financiamento, diminuindo assim a pressão e a dependência de um ou poucos investidores externos.

Claro que a escolha dessas fontes deve levar em conta uma série de critérios financeiros e contábeis.

Utilize ferramentas de gestão financeira

Cálculos complexos pedem ferramentas e plataformas digitais à altura para que possam ser realizados e corretamente interpretados.

Algumas das mais usadas com essa finalidade são:

  • Planilhas Financeiras (Excel)
  • Software de Planejamento e Análise Financeira (FP&A)
  • Sistemas de Gestão de Ativos (ERP)
  • Software de Modelagem e Avaliação Financeira
  • Plataformas de Informação Financeira
  • Ferramentas de Análise de Dívida
  • Sistemas de Gestão de Tesouraria.

Perceba que cada uma dessas ferramentas tem sua própria finalidade e algumas delas só podem ser utilizadas por profissionais com preparo e experiência.

Conheça os componentes do cálculo

Uma mulher em um escritório, concentrada enquanto analisa um quadro de vidro repleto de post-its coloridos, organizando informações sobre o custo de capital. Ela segura um caderno e uma caneta, parecendo estar planejando ou revisando estratégias. Ao fundo, uma vista desfocada da cidade através de grandes janelas de vidro.
Um dos propósitos da gestão do custo de capital é identificar os riscos que podem levar à diminuição dos lucros da empresa.

Se analisarmos pragmaticamente o que é custo de capital, veremos que é formado por uma série de elementos que, para serem dimensionados, demandam cálculos à parte.

Para o cálculo do custo da dívida, por exemplo, é esperado que a gestão pondere elementos como taxa de juros média ponderada da dívida da empresa, taxas de emissão e despesas financeiras, entre outros indicadores.

Eles entram no cálculo para conhecer a estrutura ideal de capital, que nada mais é do que a combinação de dívida e patrimônio líquido.

Não vamos entrar em detalhes a respeito disso, mas basta saber que, nesse caso, é preciso considerar fatores como o nível de tolerância ao risco financeiro da empresa e as condições de mercado atuais.

Avalie os riscos financeiros

Um dos objetivos da gestão do custo de capital é entender onde estão os riscos que podem fazer com que a empresa tenha seus lucros reduzidos.

É a partir da avaliação desses riscos que a gestão decidirá se financia o negócio com capitais próprios ou externos.

Cabe ressaltar, como já destacamos, que os custos de capital próprio em geral são mais altos – portanto, se a relação com o custo de terceiros for inversa a isso, é bastante provável que a estrutura de custos esteja mal gerida.

Comunique-se com os investidores

Os cálculos constantes para encontrar o custo de capital fazem com que a empresa tenha mais subsídios para explicar aos investidores se o retorno esperado vai se concretizar.

Assim, os donos do negócio ganham mais argumentos para convencê-los a manter seus investimentos ou mesmo ampliá-los.

Isso sem contar que a revisão periódica do custo de capital é como um termômetro, indicando para investidores e sócios se o negócio está com a saúde financeira em dia.

Da mesma forma que um médico informa um paciente em tratamento sobre o seu estado a partir dos exames que faz, reportar o custo de capital é parte de uma política de comunicação transparente na relação entre sócios e investidores.

Adote a cultura data-driven

Para que represente com exatidão a performance financeira de uma empresa, o cálculo do custo de capital demanda a coleta de um grande volume de dados.

Não se pode esperar sucesso nessa etapa da gestão se o negócio não tiver uma cultura de tomar decisões baseada em dados.

Aliás, a adoção de um indicador como o custo de capital pressupõe que a empresa já esteja amadurecida o bastante para trabalhar dessa forma.

Logo, se a sua empresa ainda não é orientada por dados em suas decisões, procure antes desenvolver essa valência antes de partir para o cálculo do custo de capital e suas variantes.

Monitore e ajuste

Calcular o custo de capital não é como fazer uma Demonstração Financeira ou um Balanço Patrimonial, registros que são feitos anualmente ou a cada seis meses.

Para que seja efetivo, esse indicador deve ser frequentemente monitorado, até porque as estruturas de custos estão sempre sujeitas a mudanças.

Conclusão

Temos certeza de agora você tem uma ideia precisa sobre a importância do custo de capital e de como esse cálculo impacta as decisões de negócio.

De acordo com a experiência da FIA Business School e do seu corpo docente formado por profissionais do mercado, asseguramos que esse é um indicador de extrema relevância.

Profissionais que sabem calcular e interpretar o custo de capital são muito valorizados e não raramente concorrem a posições de destaque na alta gestão.

A Pós-Graduação Certificate em Gestão de Crédito e Cobrança qualifica você para analisar não só a estrutura de custos das empresas, como outros indicadores financeiros.

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Referências:

https://labfinprovarfia.com.br/blog/o-custo-de-capital-e-sua-influencia-nas-decisoes-de-investimento/
https://www.ibevar.org.br/blog/o-que-afeta-o-custo-de-capital/
https://www.scielo.br/j/rae/a/qVyFYBCkvXn8Pd66sNtJhLv/
https://institutoassaf.com.br/wp-content/uploads/2019/07/ARTIGO_RAUSP_CUSTO_CAPITAL_NO_BRASIL.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Custo_do_capital

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Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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