O comércio varejista, peça central da economia brasileira, revela um universo de oportunidades e desafios.
Desde suas origens até a dinâmica complexa que o caracteriza, entender o varejo é essencial para quem deseja empreender e trabalhar nesse setor.
Mas o que torna esse setor tão importante? Como ele evoluiu ao longo dos anos no Brasil e quais são suas particularidades?
Ao longo deste artigo, você vai entender o que é comércio varejista e como funciona uma das áreas que mais empregam no país.
Veja os tópicos abordados:
Leia até o final e enriqueça os seus conhecimentos sobre o comércio, sua história e perspectivas para o futuro próximo.
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O comércio varejista envolve a venda de produtos e serviços diretamente ao consumidor final, seja em lojas físicas, online, supermercados, farmácias, entre outros.
Para tanto, oferece uma variedade de bens que atendem às necessidades diárias dos clientes.
Seu principal objetivo é proporcionar conveniência e acesso rápido a produtos variados.
Aplicado ao comércio, o termo varejo remete ao francês antigo “retaillier”, que deu origem ao termo “retail” em inglês, que por sua vez significa “cortar em pequenos pedaços”.
O comércio varejista é, portanto, onde se vende em “partes” os produtos que vão parar nas casas dos cidadãos.
Fica mais simples entender o que é comércio varejista se pensarmos em uma empresa que vende em quantidades fracionadas.
Nesse caso, uma empresa varejista normalmente lucra no volume de vendas, já que o ticket médio tende a ser menor.
No Brasil, o setor de varejo é um dos mais tradicionais, sendo desde há muito tempo uma das forças motrizes da nossa economia, como veremos a seguir.
O comércio varejista existe em nosso país desde que o Brasil ainda era colônia.
Naqueles tempos, produtos agrícolas como algodão, cana de açúcar e café já podiam ser comprados em pequenas quantidades nos chamados armazéns.
O comerciante varejista era uma figura sempre presente, à frente da venda no balcão.
Em 1649, foi fundada a Companhia Geral do Comércio do Brasil pela coroa portuguesa, com o intuito de fazer frente ao avanço dos colonos holandeses.
Com a chegada da Família Real, em 1808, surgiram as primeiras lojas de luxo do Brasil e 100 anos depois seria fundada a primeira rede varejista: as Lojas Pernambucanas, em atividade até hoje.
Já em 1966, foi fundado o primeiro shopping center do país, o Iguatemi, em São Paulo.
Hoje, o varejo brasileiro está presente não só com lojas físicas, mas também na internet, com diversas cadeias operando no segmento de e-commerce.
Muitas pessoas têm dificuldade em definir o que é comércio varejista por desconhecer ou confundir suas características com outros tipos de comércio.
Veja o que se enquadra em comércio varejista:
O setor de varejo depende fortemente de uma cadeia de suprimentos muito bem coordenada.
Afinal, antes que os produtos sejam expostos nos pontos de venda, eles passam por todo um ciclo que vai desde a extração da matéria-prima até a fabricação e a distribuição.
Uma empresa varejista precisa trabalhar com fornecedores que garantam produtos de qualidade, entregas pontuais e capacidade de atender a pedidos sob demanda.
É necessário também uma gestão de estoque e compras, a fim de assegurar que haja sempre produtos disponíveis nas gôndolas e prateleiras.
Além do comércio varejista, existem também o comércio por atacado, que é uma espécie de “comércio do comércio”.
Ainda que o consumidor final possa comprar em uma loja atacadista, esse não é o foco desse segmento.
Lembrando que essa prática levou ao surgimento do que no Brasil se conhece como “atacarejo”, ou seja, um mix de atacado e varejo em uma só loja.
De qualquer forma, há diferenças consideráveis entre um modelo e outro, principalmente no perfil de cliente e no volume negociado.
Veja a seguir que diferenças são essas.
O setor de varejo trabalha invariavelmente com vendas fracionadas ou por unidade.
Nele, podemos comprar apenas uma caixa contendo creme dental, por exemplo, enquanto no varejo esse produto normalmente é vendido por lotes contendo várias dessas caixas.
Vale destacar novamente que, no atacado, as vendas são via de regra em grandes quantidades porque se vende em geral para outras empresas.
Um cliente pessoa física pode comprar?
Pode, mas talvez não seja interessante adquirir de uma só vez um produto que poderá nem ser consumido a tempo de expirar sua validade.
Quando se vende para revendedores, é praxe que os preços cobrados sejam mais altos em função dos volumes maiores.
Note que, como também destacamos, isso não quer dizer que o preço por unidade seja mais alto que no varejo.
A ideia é que, ao comprar em grandes quantidades, o atacadista ofereça um preço por unidade baixo o bastante que permita ao revendedor embutir sua margem de lucro.
Ou, se a venda por atacado for de uma matéria-prima ou insumo, o valor cobrado no volume seja compensado quando o produto final for vendido no varejo.
Enquanto o comerciante varejista lida diariamente com pessoas físicas, no atacado a venda é por “CNPJ”.
Sendo assim, o comércio varejista pode ser enquadrado no segmento B2C, enquanto o atacadista, em sua maioria, opera no nicho B2B, em que empresas vendem para empresas (business to business).
No mais, os processos de vendas são muito parecidos, ainda que a natureza de cada cliente tenha suas próprias implicações fiscais e tributárias.
Um exemplo disso é a incidência do ICMS, que se aplica em casos especiais, tanto no varejo quanto no atacado, dependendo do tipo de cliente.
O mercado varejista como um todo é representado por uma ampla gama de lojas e estabelecimentos comerciais variados.
Em comum, eles têm a característica de vender produtos diretamente para o cliente pessoa física em quantidades adequadas ao consumo individual.
De qualquer forma, cada um opera conforme sua própria dinâmica e variações, principalmente na forma de fazer marketing e em certos aspectos operacionais.
Conheça a seguir alguns dos mais conhecidos tipos de comércio varejista e entenda essas nuances.
Como vimos, entre as características do comércio varejista está a ampla variedade de produtos.
Os supermercados provavelmente são o local onde essa variedade é maior, vendendo desde alimentos até eletrodomésticos, em alguns casos.
Existem ainda os hipermercados, que são supermercados “turbinados”, onde a variedade de produtos é ainda maior, com lojas mais amplas e modernas.
É nos supermercados que encontramos produtos para a subsistência e que precisamos utilizar ou consumir no dia a dia.
Por isso, esse é um dos tipos de comércio varejista mais importantes, utilizado para medir a inflação.
Nas lojas conhecidas como outlet, o consumidor encontra produtos de marcas conhecidas a preços mais baixos que no varejo convencional.
São produtos normalmente fora de linha ou que não encontraram compradores por pequenos defeitos de fabricação.
Geralmente, esse é um tipo de comércio varejista voltado para a venda de peças de vestuário e de artigos esportivos, embora existam os outlets de eletrônicos e cosméticos.
Os outlets podem ser organizados como lojas comuns ou na forma de shoppings inteiros só com lojas dessa modalidade, podendo ser encontrados também online em lojas virtuais.
As lojas de conveniência vendem em geral produtos de consumo rápido ou que possam ser utilizados por pessoas em trânsito, como alimentos, revistas e bebidas.
Popularizaram-se nos Estados Unidos desde a década de 1950, quando caíram no gosto das pessoas por se localizarem quase sempre anexas a postos de combustíveis.
No Brasil, a modalidade só ganhou tração a partir dos anos 80 e 90, quando a variedade de redes de postos aumentou e, com ela, a demanda por certos tipos de produtos.
Nem todo mercado precisa ser super ou hiper.
Dependendo da região, parte da demanda pode ser atendida pelos minimercados.
Como o nome já entrega, são lojas como os supermercados, mas em escala reduzida e normalmente voltadas apenas para a venda de gêneros alimentícios e produtos para o lar, de higiene e limpeza.
É uma modalidade em que é comum a figura do comerciante varejista, pequeno empresário que conduz sozinho ou em família o estabelecimento, gerindo desde o ponto de venda até o estoque.
Existe também o comércio varejista especializado, em que a loja vende um gênero de produto específico ou produtos complementares.
É o caso das drogarias, nas quais o consumidor final encontra medicamentos, cosméticos e produtos com propriedades terapêuticas.
Somente nas drogarias podem ser comercializados medicamentos nas embalagens originais, podendo ser de marca ou na forma de genéricos.
Já nas farmácias, além do comércio varejista de medicamentos, podem ser vendidos remédios sob manipulação, com receita prescrita por um médico.
Já nas lojas de material de construção, o que se vende no varejo são produtos destinados a obras, reformas ou remodelagem de imóveis construídos em alvenaria.
Nesse tipo de comércio varejista, podem ser encontrados artigos como cimento para construção, pregos, parafusos e quase todo tipo de ferramenta.
Além das lojas que vendem no varejo, há também os atacadistas do ramo, voltados para o público formado por profissionais da área de construção civil e empresas.
Investir no setor de varejo oferece diversas oportunidades de crescimento e retorno financeiro.
Com a economia digital em expansão, o varejo online está em ascensão, permitindo alcance global e conveniência para os consumidores.
Além disso, o varejo físico, quando bem administrado, continua a atrair clientes através de experiências personalizadas e atendimento direto.
O setor também é resiliente, adaptando-se rapidamente às mudanças nas preferências do consumidor e inovações tecnológicas.
Com uma gestão eficiente e estratégias de marketing eficazes, o varejo pode proporcionar retornos consistentes e crescimento contínuo, tornando-se uma opção atrativa para investidores que buscam diversificação e potencial de lucros a longo prazo.
Embora seja um setor sempre sujeito a oscilações, o varejo no Brasil vai bem em 2024, registrando até abril crescimento de 6,1% e melhora de 8,2% em comparação com o ano anterior.
Além disso, é um ano marcado pela recuperação do setor, que cresceu, desde dezembro de 2023, a uma taxa de 2,8%, segundo o IBGE.
As vendas aquecidas são uma prova de que o comércio varejista segue mais vivo do que nunca, sendo sempre uma alternativa viável e lucrativa para investir.
A partir do que vimos, o mercado varejista brasileiro está em um momento de franca expansão.
Quem decidir empreender nesse contexto, investindo em uma empresa varejista, provavelmente encontrará um cenário favorável para se estabilizar e crescer rapidamente.
Como mostra um amplo estudo da FGV/IBRA sobre o varejo, os profissionais do setor estão otimistas, com 53,3% dos entrevistados prevendo um cenário positivo.
O varejo, assim como outros segmentos produtivos, não está alheio aos impactos gerados pelo avanço tecnológico.
Segundo uma matéria publicada no site da Confederação Nacional dos Diretores Lojistas (CNDL), até 2025, o varejo deverá ser diretamente influenciado pelas tecnologias em Inteligência Artificial, que deverão moldar a experiência de consumo.
Outras tendências e desafios apontados pelo artigo são:
Ser bem sucedido no mercado varejista requer uma postura arrojada, estratégica e analítica.
Todo planejamento é válido, por isso, é fundamental que, antes de empreender, o futuro varejista conte com um plano de negócios bem estruturado.
Outro aspecto fundamental para ter sucesso no ramo é contar com fornecedores de qualidade e que garantam entregas sempre pontuais e produtos diferenciados.
Você pode ser o próximo caso de sucesso no comércio varejista.
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O comércio varejista sempre existiu e deve permanecer por muito tempo como a principal referência de atividade produtiva.
Trata-se de um setor extremamente dinâmico, no qual é preciso muito planejamento e capacidade operacional para se destacar.
Quer trabalhar na área? Quem sabe empreender?
São escolhas inteligentes, dado o número de oportunidades existentes.
A dica final é seguir investindo em você.
Leia sempre os artigos do blog da FIA e tenha informação de qualidade para fazer bonito na carreira e nos negócios.
Referências:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-04/varejo-cresce-1-em-fevereiro-e-atinge-patamar-recorde-diz-ibge
https://exame.com/economia/dados-varejo-vendas-alcancam-recorde-fevereiro-IBGE
https://blogdoibre.fgv.br/posts/varejo-no-brasil-desempenho-em-2023-e-perspectivas-para-2024
https://cndl.org.br/varejosa/5-tendencias-que-impulsionarao-o-mercado-ate-2025/?city=brasil
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/o-que-e-comercio-varejista-descubra-seus-tipos-e-tendencias-para-2023,a8b65ddcb6c88810VgnVCM1000001b00320aRCRD
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