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Design Thinking: tudo o que você sempre quis saber

30 de setembro 2020, 10:00

Design Thinking

Design thinking é uma metodologia que combina planejamento e prática, e que tem ganhado bastante visibilidade nos últimos anos. O crescimento de popularidade tem suas razões: é uma abordagem criativa com diferenciais inegáveis para o design de produtos, serviços e para a resolução de problemas em geral.

Felizmente, essa não é uma daquelas modas originadas no Vale do Silício e restrita aos “bambas” do empreendedorismo digital. Neste artigo, explicaremos as motivações, as finalidades e a substância do design thinking.

O que é e de onde veio o design thinking

Em primeiro lugar, o que é design thinking, literalmente? Em inglês, “thinking” é pensar. Por outro lado, “design” pode ser traduzido de algumas formas: projetar, desenhar, esboçar ou planejar são algumas das opções.

Apesar das traduções variantes para “design”, todas apontam para um ato de planejar algo antes de criar.

Embora todo design sempre envolva a necessidade de pensar, o nome design thinking identifica um processo multidisciplinar e inovador de projetar coisas – desde embalagens de produtos a processos empresariais.

Nos anos 1970, já se usava o termo em áreas diversas como engenharia, arquitetura, educação e pesquisa acadêmica para nomear abordagens criativas para a solução de problemas.

Porém, os responsáveis por fazer dessa abordagem um método são Tim Brown e os irmãos Tom e David Kelley. Os três estão ligados à reconhecida consultora de design IDEO: os Kelley a fundaram em 1991 e Brown é o atual CEO e presidente da empresa.

Não deixe de ver a apresentação de Tim Brown no TED de 2009: afinal, trata-se de uma explicação sobre a metodologia de design feita por um de seus maiores especialistas!

Três princípios do design thinking

A metodologia é norteada por três princípios básicos: inspiração, empatia e criatividade. Parece mais um grupo de chavões corporativos à primeira vista, mas não é.

Em primeiro lugar, a inspiração é material, e não aquela convencional dos poetas. Consiste em reunir a maior quantidade de dados úteis para entender o problema e as oportunidades do projeto em questão.

Informações detalhadas sobre o problema, estudos de possiblidades, da concorrência e do comportamento do público-alvo são alguns exemplos desses dados.

Em segundo lugar, a empatia é instrumental. É a ação de ouvir pessoas de diversas áreas da empresa, consumidores em potencial e outros interessados que podem ter a contribuir para a formulação de um projeto eficiente. Essa empatia como instrumento aplicado numa empresa evidencia o olhar multidisciplinar da metodologia.

O terceiro princípio é a criatividade. Nesse contexto, é a capacidade de fazer conexões entre todas essas informações obtidas e processadas. Essas conexões são catalisadas de maneira prática, como veremos a seguir.

As cinco etapas

As cinco fases da metodologia não são uma receita de bolo, pois podem variar de projeto para projeto. No entanto, costumam ser as seguintes.

1.     Imersão

É a fase do entendimento do problema em questão e da capacidade de solução dele. Muito material de estudo é gerado para definir o escopo e os limites do projeto, incluindo a captação de diferentes pontos de vista.

Pesquisas exploratórias e de referência, trabalhos de campo e entrevistas são conduzidos para gerar material útil para todos os passos posteriores.

Na avaliação das próprias capacidades, a empresa poderá realizar a análise SWOT e outros métodos assertivos.

2.     Análise e Síntese

Este é o momento de “enxugar” os insumos captados no passo anterior, chegando ao essencial. As conclusões formuladas na imersão passam por uma análise e organização racional para identificar padrões e categorizar ideias.

Tomar decisões e excluir possibilidades não é um processo simples em equipes multidisciplinares. Portanto, representações gráficas fazem parte dessa etapa de “filtragem”, que pode levar a respostas e a novas perguntas. Nessa etapa são definidos público-alvo e uma linha de trabalho.

3.     Ideação

A etapa de criação de uma solução é composta pela elaboração de diversas soluções pelos colaboradores. Frequentemente, são usados métodos para estimular a capacidade criativa dos envolvidos no processo.

Esse é o momento do “brainstorm”, no qual erra-se e levam-se em conta até ideias excêntricas, sem tanto julgamento, pois muitas vezes podem levar a inusitados resultados interessantes.

4.     Prototipagem

Elaborar produtos, serviços e processos é algo que depende de muitas variáveis. Por maior que seja a equipe empenhada, é praticamente impossível prever tudo. Em suma, é necessário ver o resultado passar por testes práticos para avaliar e fazer modificações.

A maior parte das empresas, produtos e serviços lançados no mercado falham, conforme indicam diversas pesquisas relevantes.

Esta etapa do método é voltada a testes preliminares da solução em elaboração, criando um protótipo. O protótipo ou Mínimo Produto Viável (MVP) é uma versão simples e barata do produto, que pode ser reproduzida facilmente para testar se atende às necessidades do consumidor ou empresa.

A partir da coleta de dados do protótipo em ação, é possível aprimorar o produto até que se aproxime do ideal. Podem ser desenvolvidos vários protótipos até que se chegue a esse ponto.

5.     Implementação final

Depois que a solução é validada pelo(s) teste(s) de protótipo, a equipe pode seguir para a implementação. É a etapa de ajustes para o lançamento do produto ou serviço em questão.

Claramente, empresas conscientes seguem aperfeiçoando as soluções que desenvolvem mesmo depois que elas são lançadas no mercado. No entanto, podemos considerar que esse é o final convencional do processo de design.

Principais ferramentas de design thinking

Além das etapas de desenvolvimento, podem ser usadas ferramentas de reorganização do espaço e da dinâmica de trabalho para implementar o pensamento criativo do design thinking. Eis alguns exemplos dessas ferramentas:

Gamificação

Consiste em aplicar uma mecânica lúdica, de jogo, a um processo de trabalho. O objetivo é tornar uma atividade útil mais prazerosa e, portanto, com aumentar as chances da pessoa empenhada chegar a resultados eficientes.

Brainstorming

Citado anteriormente, esse recurso é uma reunião dedicada a pensar ideias, apresentá-las e discuti-las – sem freios. A ideia aqui é ousar e não julgar de maneira prática, ao menos de início, qualquer ideia.

Parece uma loucura total, mas tende a levar a soluções criativas, pois o pensamento criativo se desenvolve por meios muito menos previsíveis do que a lógica e a prática do dia a dia.

World café

Para “driblar” hierarquias e divisões por setores numa equipe, dividem-se grupos de áreas diferentes em várias mesas (como num café) para discutir determinado problema.

De tempo em tempo, um membro é trocado em cada mesa, assumindo a conversa de onde parou. Isso obriga os participantes a interagir com pessoas que não são de sua “panelinha” e repensar as discussões, nem que seja para explicá-las aos novos interlocutores.

Mapa da empatia

Trata-se de entrevistar clientes e estruturar o conhecimento obtido num mapa – o mapa da empatia. Assim, é possível responder o que o cliente fala, vê, escuta e sente – sem entrar em atritos desnecessários.

Conclusão

O design thinking não é exatamente um mapa da mina para o sucesso. Mas é um método que reconhecidamente traz resultados em organizações de diversos portes, especialmente quando seus conceitos são incorporados em sua cultura organizacional.

Num mundo de crescente inovação e competição, é necessário sair da zona de conforto e os passos e ferramentas desse método são recursos muito interessantes para gerar esse tipo de estímulo.

Para conhecer mais sobre o design thinking e temas relacionados, acompanhe os artigos do blog da Graduação da FIA. Não deixe de comentar abaixo ou entrar em contato conosco para compartilhar dúvidas ou opiniões.

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