Um dos setores que mais cresceu na última década foi o mercado fitness.
E uma boa explicação para isso está na crescente conscientização sobre hábitos saudáveis para a prevenção de doenças e maior qualidade de vida,
A partir desse movimento, o setor tomou fôlego e, mesmo diante de crises, segue como uma alternativa interessante para quem deseja investir ou abrir seu próprio negócio.
Seja no modelo tradicional ou de franquias, existem diversas opções quanto ao modelo de negócio, além de segmentos variados que atendem à demanda de cuidados com o corpo.
Se quiser saber mais sobre a área, continue lendo este artigo.
A partir de agora, vamos falar sobre conceitos, progressos, tendências e insights para superar os desafios de um mercado tão promissor quanto competitivo.
Veja os tópicos abordados ao longo do texto:
Se o tema é do seu interesse, siga em frente e boa leitura!
O mercado fitness é uma área ampla que contempla negócios voltados à saúde e bem-estar de modo geral.
Emprestada do inglês, a palavra fitness está relacionada tanto ao bom condicionamento físico quanto às práticas que levam a esse estado, ou seja, à ginástica.
Portanto, academias que contemplam atividades aeróbicas e musculação, junto a centros esportivos, são os representantes mais comuns desse mercado.
No entanto, empresas que trabalham com alimentação saudável, suplementação, orientação para perda ou ganho de peso, moda específica para se exercitar e estética também vêm ganhando relevância nesse segmento.
Até mesmo academias de dança e luta podem se enquadrar dentro do mercado fitness, afinal, oferecem preparação e condicionamento para seus alunos.
No contexto mundial, o mercado fitness é dominado pelos Estados Unidos – país que, até 2019, faturava cerca de US$ 30 bilhões por ano com negócios na área.
Os EUA e os outros 9 maiores mercados no setor respondem por 71% da receita total do setor, que corresponde a US$ 64,9 bilhões, conforme levantamento da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA).
Divulgado em 2019, o estudo revelou o top 10 de nações que possuem os maiores mercados fitness:
Em faturamento, o mercado fitness nacional alcançou a marca de US$ 2,1 bilhões em 2019, sendo o terceiro maior das Américas, atrás apenas dos EUA e do Canadá (com receita de quase US$ 3 bilhões), ainda de acordo com a IHRSA.
Outro número que chama a atenção é a quantidade de academias presentes no país.
São 35 mil unidades oficiais, o que coloca o Brasil como a segunda nação com mais academias do mundo – a primeira é novamente os Estados Unidos, com 40 mil unidades.
Quando avaliamos o mercado sob o prisma do número de clientes, o Brasil aparece em quarto lugar, com 9,6 milhões de usuários contabilizados.
EUA (mais de 62 milhões), Alemanha (11 milhões) e Reino Unido (9,9 milhões) estão no pódio da categoria, correspondendo, respectivamente, ao primeiro, segundo e terceiro lugar.
Apesar de expressiva, a fatia da população brasileira que utiliza as academias e centros esportivos não passa dos 5%, o que dá uma ideia sobre o potencial de crescimento do setor fitness no país.
Mas nem tudo são flores.
Vale lembrar que a área sofreu impacto da crise sanitária e econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, portanto, a expectativa quanto aos dados de 2020 é de queda nesses números.
Uma estimativa inicial da startup de gestão de fitness Tecnofit constatou que 65% dos alunos pararam de treinar durante os primeiros meses de pandemia no país.
Entretanto, o mercado fitness sinaliza uma recuperação rápida, pois 88% das assinaturas dos desistentes foram reativadas logo que as academias reabriram, em agosto de 2020.
É interessante voltarmos ao ranking dos maiores mercados fitness do planeta, que citamos acima.
Alguns anos atrás, o Brasil fazia parte dessa lista, figurando como o décimo maior mercado em 2016, com faturamento de US$ 2,4 bilhões anuais.
Na época, o setor começava a se consolidar no país, diante da maior procura por opções de locais para malhar, alcançar objetivos de saúde e conquistar a aparência desejada.
Porém, o mercado fitness nacional vinha se expandindo já desde o final da década de 2010, com a entrada de grandes players, como as academias Bodytech e SmartFit – que alcançou milhares de clientes com seus planos a partir de R$ 50.
Além da estratégia agressiva nos preços, o setor evoluiu quanto ao tipo de serviço ofertado.
No início, as modalidades ficavam restritas ao tradicional, englobando musculação, aulas de aeróbica e funcionais, realizadas junto a vários alunos nas academias.
Os negócios tinham, então, uma abordagem de massa, com o objetivo de atrair a maior quantidade de clientes possível para garantir os lucros.
Já nos últimos anos, uma onda iniciada nos EUA chegou ao Brasil, tornando populares as empresas menores e segmentadas, conforme relata esta reportagem da Exame.
Surgiram marcas como Spin n’Soul (focada em aulas de spinning) e a Action 360, que oferece aulas de ginástica funcional e pilates.
Outro movimento interessante se deu com o lançamento de uma novidade pela rede Gympass, em 2012: planos que, através de uma mensalidade única, permitem o acesso a uma rede de academias parceiras.
À medida em que a prática de exercícios físicos aumentava, também crescia o interesse por produtos e serviços ligados ao setor, como restaurantes, itens para suplementação, cosméticos, moda e nutrição.
Fruto dessa gama de soluções, houve modernização nos modelos de negócios, com destaque para as franquias voltadas à vida saudável.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), elas passaram de 3% do total de franquias no país, em 2013, para 8% em 2016, ou 6 mil negócios nesse formato.
O mercado funciona com base em três modelos de negócio: novas empresas, licenciamento e franquia.
Para quem decide se aventurar e empreender no setor, existem opções variadas, o que faz muitos seguirem em sua área de formação.
Essa escolha é interessante, afinal, já se começa com conhecimentos especializados sobre educação física, nutrição, moda ou gastronomia, por exemplo.
Mas, sozinha, a formação técnica nesses segmentos não é suficiente para gerenciar uma companhia.
Daí a importância de aprender sobre administração e gestão empresarial, buscar um sócio que detenha esses saberes ou o apoio de consultores especializados.
A opção de licenciamento tem como principais vantagens a possibilidade de adaptação do negócio e o fato de trabalhar com marcas consolidadas no mercado, eliminando etapas no processo de conquista de clientes.
Quando a marca ainda não é conhecida, é preciso um esforço maior de marketing para divulgá-la e se aproximar do público-alvo, enquanto aquelas consolidadas já têm uma reputação e presença na mente do target.
No modelo de franquias, é preciso seguir as determinações do dono da marca, que planeja o design, produtos e serviços ofertados, e também assume a comunicação e o marketing.
Como você deve imaginar, há uma série de setores que movimentam o mercado fitness.
Listamos os mais populares a partir de agora.
Representantes tradicionais do setor, as academias seguem como opção para treinos regulares, principalmente nas cidades, onde espaços ao ar livre são escassos.
Atualmente, muitas redes têm feito adaptações para atrair mais clientes, incluindo aulas diferenciadas, preços competitivos e maior orientação por parte de educadores físicos.
Existem, ainda, os negócios altamente segmentados, que focam em determinados tipos de treino para potencializar os resultados e atender a um público seleto.
Pessoas que têm rotinas agitadas e desejam uma atenção maior podem preferir contratar um personal trainer ou até um consultor, caso precisem de atendimento especializado.
O personal trainer é um profissional que atende em diferentes locais, desde a casa do cliente até parques ou academias, a fim de motivar e acompanhar os treinos de perto.
Assim, fica mais fácil seguir a agenda e obter os resultados esperados.
Já o consultor costuma ser um profissional experiente que, após anos de carreira, adquiriu conhecimentos aprofundados para orientar treinos de alta performance.
Também pode trabalhar junto a equipes interdisciplinares, formadas por profissionais como nutricionistas, endocrinologistas e nutrólogos.
Inclui as marcas e lojas que produzem e vendem roupas e acessórios próprios para a malhação.
Cada detalhe é pensado para garantir o conforto, diminuir a transpiração e não atrapalhar os movimentos, além de representar um estilo de vida saudável.
Manter a saúde do corpo requer uma combinação entre uma dieta balanceada, suplementação e atividade física.
Por isso, o mercado fitness possui serviços e produtos voltados para a nutrição.
Consultorias e suplementação são exemplos dessas soluções, que têm como propósito potencializar o rendimento e o efeito dos treinos.
A estratégia digital e crescimento acelerado faz com que a empresa paulistana Integralmédica se destaque nesse mercado, referência em produtos como creatina e glutamina. Vale a pena conferir!
Procedimentos e produtos que se dedicam a melhorar a aparência são outro segmento que integra o setor fitness.
Peeling facial, limpeza de pele, depilação, tratamentos para varizes, estrias e celulites são alguns dos procedimentos mais comuns.
Em geral, esses processos utilizam cosméticos, que também podem ser comprados diretamente pelo consumidor.
Comer bem e de forma saudável não significa abrir mão do prazer durante a alimentação, concorda?
Foi com essa premissa que nasceram os restaurantes especializados em pratos balanceados, coloridos e saborosos.
Existem desde locais focados na alta gastronomia, com pratos gourmet de baixas calorias, até estabelecimentos que preparam comida para o dia a dia – as famosas marmitas fitness.
No momento atual, grandes desafios estão relacionados aos efeitos da pandemia pelo novo coronavírus.
Enquanto parte dos estabelecimentos do universo fitness seguem fechados, outros reabriram, mas precisam seguir as medidas de segurança para evitar o contágio dos alunos.
Entre os negócios que permanecem de portas fechadas, a questão mais urgente é manter o contato com os alunos e impedir o cancelamento dos serviços.
É um objetivo que exige a digitalização dos treinos, aulas e condições especiais para a fidelização dos consumidores.
Quem pode voltar a funcionar enfrenta barreiras como a necessidade de manter o ambiente arejado, o distanciamento entre as pessoas e a realização a limpeza dos equipamentos com frequência.
A incerteza atinge todo o mercado fitness, pois a pandemia ainda não foi controlada, o que significa que os locais podem ser fechados novamente, caso a situação se agrave.
Portanto, o desafio é se planejar financeiramente e garantir a oferta de serviços online de qualidade.
Atender a nichos específicos, como a população idosa, é outra questão em pauta, além da valorização dos serviços e manutenção do interesse do aluno nas atividades físicas realizadas.
Entre as grandes companhias que integram o mercado fitness no Brasil, vale citar:
Sob a influência de fatores internos e externos, o mercado fitness deverá registrar crescimento conforme as restrições devido ao coronavírus forem relaxadas e as pessoas voltem a se sentir seguras em ambientes públicos.
Contudo, o setor deverá seguir com os aprendizados e o aprimoramento exigidos para se manter de pé em 2020, a exemplo da digitalização, atenção às necessidades do consumidor e planejamento para sobreviver a crises.
Acompanhe, a seguir, detalhes sobre 7 tendências que deverão impactar esse mercado nos próximos anos.
Fisicamente distantes dos locais onde costumavam se exercitar, muitas pessoas recorreram a planos de aula e conteúdos online que as orientassem durante o treino.
Parte desses conteúdos é facilmente encontrada de forma gratuita, mas um planejamento completo se beneficia de aplicativos.
Pensando nisso, surgiram apps dedicados a disseminar informações, conectar profissionais a clientes, vender alimentos, roupas e acessórios, entre outras funções.
Essa tecnologia tende a permanecer ativa, agregando serviços de interesse para o público-alvo dos negócios fitness.
Como mencionamos acima, a digitalização é uma realidade que vem alcançando diversos setores e foi acelerada pela pandemia, inclusive nas empresas voltadas para saúde e bem-estar.
Aquelas que trabalham com vendas estavam mais acostumadas à dinâmica online, criando lojas virtuais e marketplaces para aumentar o alcance e as receitas.
O mesmo não podia ser dito das academias, habituadas ao contato pessoal com os clientes.
Mesmo esses locais tiveram que se adaptar a uma nova dinâmica, com a maioria dos indivíduos em casa para preservar a saúde e, paradoxalmente, buscando reforçar a imunidade.
Uma saída inteligente para continuar entregando os serviços foram as aulas online, na modalidade gravada ou ao vivo.
Inclusive, se multiplicaram os perfis em redes sociais que transmitem aulas ao vivo para engajar os clientes e conseguir novos interessados.
Devido à comodidade e alcance, essa rotina online deverá se manter e até se expandir no curto prazo.
A necessidade de se proteger de um vírus respiratório também popularizou os passeios ao ar livre, que permitem momentos de relaxamento mantendo a distância recomendada por autoridades de saúde.
Então, por que não usar esses locais para as atividades físicas?
Antes da pandemia, eles já serviam para encontros de alunos de academias, por exemplo, ou para dias de atividades aeróbicas, orientadas pelo personal trainer.
Agora, é provável que academias, centros esportivos e personal trainers sigam marcando encontros em lugares abertos e próximos à natureza, como praças e parques, que garantem maior segurança aos clientes.
Em vez de oferecer apenas planos fixos, empresas e profissionais do mundo fitness estão aprendendo a adaptar os serviços a diferentes contextos, disponibilidade de tempo e espaço por parte dos usuários.
Abordagem preventiva e uma visão integrada sobre corpo e mente estão em alta, direcionando consumidores a locais que fornecem medicina integrada, consultorias em saúde e orientações personalizadas através do coaching.
A ideia desses serviços é ir além das questões fisiológicas, trabalhando as emoções para melhorar a performance nos treinos e a satisfação pessoal.
Dessa forma, é possível, por exemplo, tratar distúrbios alimentares, criar dietas customizadas e adaptáveis, prevenir lesões e potencializar o aproveitamento de alimentos.
À medida em que se habituam a ter aulas online e treinar com orientações a distância, os clientes se tornam empoderados, adquirindo autonomia para escolher os serviços que mais lhes convêm.
Também estão mais bem informados sobre as vantagens e modalidades de treino, reeducação alimentar e procedimentos para melhorar a aparência.
Nesse cenário, empresas que se dediquem a ouvir o consumidor e adequar suas soluções conforme esse feedback saem na frente.
Planos formados apenas por treinos básicos, aulas online, pacotes que permitem mesclar diferentes serviços ou produtos.
Esses são exemplos de soluções flexíveis, pensadas para atrair vários perfis de alunos.
Outra tendência tem sido as aulas avulsas, que não necessitam da assinatura de contratos ou aquisição de um pacote, dando mais liberdade ao cliente.
Apesar dos tempos de crise, o mercado fitness continua sendo uma opção promissora no Brasil.
Com uma população de mais de 211 milhões de pessoas e apenas 5% delas matriculadas em academias e centros de esportes, é inegável a chance de expansão e o espaço para novos empreendimentos no setor.
Porém, vale investir em conhecimentos sobre gestão de empresas e pessoas antes de se aventurar por esse segmento, que é bastante competitivo.
Ficou alguma dúvida ou sugestão sobre o tema? Então, escreva um comentário abaixo.
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