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Quem são as mulheres negras que transformaram o Brasil?

18 de agosto 2025

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As mulheres negras que transformaram o Brasil deixaram marcas profundas na sociedade, na cultura, na política e na luta por direitos.

Reconhecer essas trajetórias é fundamental para compreender a formação do país, suas desigualdades estruturais e, sobretudo, as forças que atuam para superá-las.

Historicamente invisibilizadas, essas mulheres protagonizaram avanços significativos mesmo em contextos de opressão racial, de gênero e de classe.

Conhecer e valorizar suas histórias é um passo essencial para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e representativa.

Este tema importa a todos: às instituições, às empresas, à sociedade civil e ao sistema educacional.

É também uma forma de inspiração para as novas gerações de mulheres negras brasileiras importantes que estão escrevendo o presente e o futuro do país.

O que você vai ver neste texto:

  • Mulheres negras que transformaram o Brasil: trajetórias de lideranças históricas que seguem servindo de inspiração para as novas gerações
  • A importância do reconhecimento: por que valorizar o papel das mulheres negras é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e representativa
  • Desafios atuais: uma análise sobre os principais obstáculos enfrentados por mulheres negras no Brasil de hoje, como racismo estrutural, violência, desigualdade de acesso à educação e sub-representação política
  • Equidade racial e de gênero: o que é, por que importa e como empresas e instituições podem implementar práticas efetivas para promover inclusão e diversidade.

Acompanhe a leitura até o fim para se aprofundar nesse tema essencial para a cidadania e para o desenvolvimento do Brasil.

Mulheres negras que transformaram o Brasil: trajetórias que marcaram a história

A força das mulheres negras na história do Brasil é uma constante marcada por resistência, sabedoria, criatividade e coragem.

Desde os tempos da escravidão até os dias atuais, elas estiveram à frente de lutas por liberdade, educação, cultura e direitos sociais.

Mesmo diante da invisibilização histórica, as contribuições dessas personalidades negras que marcaram a história são fundamentais para compreendermos a identidade brasileira.

A seguir, conheça algumas das mulheres negras que transformaram o Brasil, suas trajetórias e os legados que deixaram.

Tereza de Benguela

Tereza de Benguela foi uma das mulheres negras que transformaram o Brasil ao liderar o Quilombo do Quariterê, no século XVIII, após a morte de seu companheiro, o líder José Piolho.

Ela comandou uma comunidade composta por negros, indígenas e brancos pobres, mantendo uma estrutura política e econômica autônoma por mais de duas décadas.

Sob sua liderança, o quilombo resistiu a diversas investidas coloniais, criando um sistema próprio de defesa, produção agrícola e até comércio.

Tereza é símbolo de liderança, resistência e organização coletiva.

Sua trajetória inspira movimentos sociais e reforça o papel central das mulheres negras na luta por liberdade e justiça.

Antonieta de Barros

Antonieta de Barros foi a primeira mulher negra eleita deputada no Brasil, em 1934, por Santa Catarina, sendo também pioneira no campo da educação e do jornalismo.

Filha de uma lavadeira e nascida em uma sociedade marcada pelo racismo, Antonieta fundou uma escola para pessoas de baixa renda e escreveu artigos combatendo a discriminação racial e defendendo o acesso à educação.

Sua atuação política teve como foco principal a democratização do ensino e a valorização do magistério.

Antonieta é uma das personalidades negras femininas atuais mais lembradas nos debates sobre representatividade política.

Seu legado permanece vivo como símbolo da importância da educação para a transformação social.

Dandara dos Palmares

Dandara dos Palmares foi uma guerreira do século XVII, companheira de Zumbi, que atuou na defesa e na organização do Quilombo dos Palmares, maior símbolo de resistência negra no Brasil colonial.

Além de lutar fisicamente contra os invasores, Dandara também participava das decisões estratégicas do quilombo, defendendo a liberdade de todos os seus membros.

Recusou a rendição e preferiu morrer a voltar à escravidão, tornando-se símbolo de luta, dignidade e coragem.

Dandara é uma das mulheres negras brasileiras importantes que marcaram a história com ações firmes e inegociáveis pela liberdade.

Sua trajetória ecoa nos movimentos antirracistas contemporâneos.

Lélia Gonzalez

Lélia Gonzalez foi intelectual, antropóloga e ativista política que se destacou nas décadas de 1970 e 1980 como uma das principais pensadoras do feminismo negro no Brasil.

Ela criou o conceito de “amefricanidade” para resgatar as raízes culturais afro-latino-americanas e denunciar as opressões sofridas pelas mulheres negras.

Lélia foi fundadora do Movimento Negro Unificado e atuou em pautas como racismo institucional, sexismo e desigualdade social.

Suas obras e falas seguem influenciando gerações e consolidam sua posição entre as mulheres negras que transformaram o Brasil com pensamento crítico e militância.

Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras a ganhar notoriedade nacional e internacional, com o livro “Quarto de Despejo”, publicado em 1960.

Catadora de papel e moradora de favela, ela retratou com sensibilidade e profundidade as desigualdades sociais do país, revelando a realidade de milhares de brasileiros esquecidos pelo poder público.

Carolina transformou sua vivência em literatura e resistência, sendo reconhecida como uma das personalidades negras que marcaram a história com sua voz potente e singular.

Seu legado reforça o poder da narrativa como instrumento de denúncia e empoderamento.

Marielle Franco

Marielle Franco foi socióloga, vereadora do Rio de Janeiro e ativista dos direitos humanos, assassinada em 2018 por sua atuação política corajosa em defesa das minorias e contra a violência do Estado.

Nascida e criada na favela da Maré, Marielle rompeu barreiras e se tornou um dos maiores símbolos da luta por justiça social, equidade racial e direitos das mulheres negras.

Ela representa a nova geração de personalidades negras femininas atuais que transformam a política com empatia, firmeza e compromisso com a vida.

Sua trajetória segue mobilizando vozes no Brasil e no mundo.

Chiquinha Gonzaga

Chiquinha Gonzaga foi compositora, pianista e a primeira maestrina do Brasil, quebrando tabus no século XIX ao liderar bandas, escrever músicas populares e defender a abolição da escravatura. 

Mulher negra em um ambiente conservador, ela usou sua arte como forma de resistência e transformação social. 

Autora de “Ó Abre Alas”, tornou-se referência tanto pela inovação musical quanto pela postura política. 

Sua trajetória inspira gerações de artistas e reforça a presença das mulheres negras que transformaram o Brasil na cultura nacional.

Ruth de Souza

Ruth de Souza foi uma das primeiras atrizes negras a conquistar destaque no teatro, cinema e televisão brasileiros. 

Iniciou sua carreira no Teatro Experimental do Negro e abriu caminhos em um setor historicamente excludente para artistas negros. 

Atuou em mais de 30 filmes e diversas novelas, sendo premiada e reverenciada por sua contribuição à arte

Ruth é um exemplo de personalidades negras que marcaram a história por sua excelência profissional e por enfrentar o racismo com talento, dignidade e representatividade.

Mãe Stella de Oxóssi

Mãe Stella de Oxóssi foi uma importante yalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia, e uma intelectual atuante na valorização das religiões de matriz africana

Com escritos publicados em livros e jornais, ela defendeu o respeito às tradições afro-brasileiras, o combate à intolerância religiosa e o papel educativo dos terreiros. 

Também atuou no diálogo entre fé e políticas públicas

Sua liderança espiritual e intelectual a coloca entre as mulheres negras que transformaram o Brasil com sabedoria e resistência cultural.

Qual a importância de reconhecer o papel das mulheres negras na história do Brasil?

Reconhecer o papel das mulheres negras na história do Brasil é essencial para corrigir invisibilidades históricas, valorizar contribuições fundamentais e promover uma sociedade mais justa.

Ao longo dos séculos, essas mulheres estiveram nas bases da construção social, cultural, econômica e política do país, mesmo que muitas vezes ignoradas pelos registros oficiais.

Esse reconhecimento é um ato de justiça histórica que fortalece a identidade nacional e combate o racismo estrutural.

Ele também amplia as referências positivas para jovens negras, estimula políticas públicas inclusivas e contribui para o combate às desigualdades.

Mulheres negras que transformaram o Brasil devem ser lembradas não apenas em datas comemorativas, mas incluídas de forma permanente nos currículos escolares, nos espaços de poder e na cultura.

O apagamento dessas histórias favorece a perpetuação do preconceito e da exclusão, reduzindo a diversidade de narrativas e exemplos de liderança.

Além disso, o reconhecimento contribui para a formação de lideranças mais plurais e representativas.

Valorizar personalidades negras que marcaram a história é fundamental para ampliar o repertório coletivo sobre o que é protagonismo, resistência e contribuição social.

Quais os desafios enfrentados por mulheres negras no Brasil de hoje?

Apesar dos avanços, mulheres negras que transformaram o Brasil seguem enfrentando inúmeros desafios estruturais no país.

Essas barreiras se manifestam em diferentes áreas, como educação, mercado de trabalho, saúde, segurança e acesso a espaços de decisão.

A seguir, listamos os principais desafios enfrentados por essas mulheres e como superá-los.

Racismo estrutural

O racismo estrutural é uma forma de discriminação que está enraizada nas instituições, práticas e relações sociais.

Ele se manifesta na exclusão de mulheres negras de posições de poder, na diferença salarial, na negligência de políticas públicas e na violência simbólica.

Esse desafio é reforçado pela naturalização de estereótipos e pela ausência de representatividade.

Combatê-lo exige ações afirmativas, educação antirracista e revisão de práticas institucionais em empresas, governos e escolas.

Desigualdade de acesso à educação

Embora tenham aumentado sua presença nas universidades, as mulheres negras ainda enfrentam barreiras significativas para acesso e permanência na educação de qualidade.

Fatores como pobreza, racismo institucional e ausência de políticas de permanência agravam essa desigualdade.

Garantir equidade nesse campo requer bolsas de estudo, assistência estudantil e combate ao preconceito nas instituições de ensino.

Violência contra a mulher negra

A mulher negra é a principal vítima de feminicídio no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além da violência física, ela também sofre violência psicológica, institucional e obstétrica.

A combinação entre racismo e sexismo torna esse grupo especialmente vulnerável.

É urgente ampliar políticas públicas específicas, investir em redes de apoio e garantir acesso à justiça e proteção.

Sub-representação política e institucional

Mesmo representando uma parcela expressiva da população, mulheres negras ainda são minoria nos espaços de decisão, tanto na política quanto em cargos de liderança no setor privado.

Essa sub-representação limita a formulação de políticas mais inclusivas.

Incentivar candidaturas negras, criar metas de diversidade e promover a formação de lideranças são estratégias para reverter esse quadro.

Equidade racial e de gênero: por que é urgente para empresas e instituições?

Promover a equidade racial e de gênero é uma necessidade urgente para qualquer organização que deseja ser relevante, ética e competitiva.

Esses princípios consistem em tratar com justiça pessoas de diferentes origens raciais e sexuais, reconhecendo desigualdades históricas e estruturais e atuando para superá-las.

A equidade racial visa eliminar as barreiras que impedem o pleno desenvolvimento de pessoas negras, enquanto a equidade de gênero busca igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

Quando aplicadas juntas, essas estratégias transformam ambientes organizacionais, ampliam a inovação e fortalecem a reputação institucional.

Mulheres negras brasileiras importantes têm se destacado em diversas áreas, mas muitas ainda enfrentam discriminações em processos seletivos, promoções e dinâmicas de trabalho.

Por isso, implementar políticas de equidade é uma responsabilidade ética e, também, uma vantagem competitiva.

Como aplicar a equidade racial e de gênero

  • Revisar processos seletivos: eliminar vieses, diversificar bancas avaliadoras e ampliar oportunidades para perfis diversos
  • Criar metas de diversidade: estabelecer compromissos claros para presença de mulheres negras em cargos estratégicos
  • Oferecer capacitação interna: promover treinamentos sobre racismo estrutural, machismo e interseccionalidade
  • Garantir canais de denúncia eficazes: combater práticas discriminatórias com mecanismos seguros e transparentes
  • Valorizar referências diversas: destacar personalidades negras femininas atuais como exemplos positivos nas comunicações internas.

Conclusão

Neste artigo, revisitamos a história de mulheres negras que transformaram o Brasil e refletimos sobre os desafios que ainda enfrentam na sociedade contemporânea.

Valorizamos trajetórias inspiradoras, como as de Marielle Franco, Carolina Maria de Jesus e Dandara dos Palmares, e apontamos caminhos para ampliar a equidade racial e de gênero.

A FIA Business School reconhece a importância da formação de lideranças femininas negras e atua para fortalecer esse protagonismo em seus cursos.

Continue acompanhando o blog da FIA para mais conteúdos sobre diversidade, inovação, gestão e desenvolvimento social.

Referências:

https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2024/07/quem-foi-tereza-de-benguela-e-qual-a-sua-importancia-para-a-historia-das-mulheres-negras

https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/07/11/quem-foi-antonieta-de-barros.htm

https://plenarinho.leg.br/index.php/2019/11/dandara-dos-palmares/

https://brasil.elpais.com/cultura/2020-10-25/lelia-gonzalez-onipresente.html

https://oglobo.globo.com/ela/noticia/2024/11/28/carolina-maria-de-jesus-conheca-a-escritora-que-pode-se-tornar-a-nova-heroina-da-patria.ghtml

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-03/mulher-negra-mae-e-cria-da-favela-trajetoria-de-marielle-franco

https://primeirosnegros.com/negra-chiquinha-gonzaga-primeira-mulher-a-reger-uma-orquestra-no-brasil-etc-e-tal/

https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-ruth-de-souz

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/12/05/mae-stella-de-oxossi-quem-foi-yalorixa-que-teve-escultura-incendiada-em-salvador.ghtml

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Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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