As cleantechs são um tipo de negócio que tem tudo a ver com o mercado que se desenha para o futuro.
Isso porque ficou no passado a ideia de que a única função de uma empresa é vender.
Hoje, suas atividades cumprem também uma função social, deixando clara a preocupação com o bem-estar das pessoas e com o meio ambiente.
Apesar de muitos empreendedores ainda não darem a devida atenção a tais práticas, quem vai por esse caminho não raro comanda negócios obsoletos e ultrapassados.
Mas pode ser ainda pior, pois os resultados acabam afetados de maneira negativa.
É para virar o jogo que iniciativas como as cleantechs se destacam.
E não resta dúvida de que as tecnologias limpas – como é característico delas – vieram para ficar.
Assim, as companhias se desenvolvem ao passo em que cuidam do meio ambiente e têm responsabilidade social.
O mundo e os consumidores agradecem.
Se você é um gestor, pretende ser ou tem no próprio negócio o meio de vida, este texto tem leitura obrigatória.
A partir de agora, vamos explicar o que são as cleantechs, qual é o perfil desse tipo de empresa, quais as principais tecnologias envolvidas e muito mais.
Confira os tópicos que preparamos para este artigo:
Quer saber tudo sobre as cleantechs? Então, siga a leitura!
Empresas de cleantech são organizações embrionárias que têm como principal característica a preocupação com o meio ambiente.
Por conta disso, são também chamadas de startups verdes, já que incentivam os cuidados com a sustentabilidade.
Em outras palavras, utilizam soluções inovadoras como alicerce para melhorar o desempenho dos negócios, reduzindo desperdícios e custos.
Assim, percebemos que há um ganho em ambas as vias.
Por um lado, a empresa se desenvolve.
Por outro, transforma o mundo em um local amigável para a convivência entre seres-humanos e a natureza.
Seu objetivo é a sintonia entre o crescimento do mercado e a eliminação do impacto ecológico negativo, utilizando de maneira sustentável os recursos naturais.
Assim, para ser classificada como uma cleantech, uma empresa deve:
É por isso que se aplica às cleantechs conceitos de tecnologia aliados ao ambientalismo.
São priorizados os materiais e fontes de energia sustentável, como o vento, a luz, o calor e a força das marés.
Além disso, existe a preocupação com a redução de uso de recursos não renováveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão.
Por fim, vale citar a diminuição da produção de rejeitos.
Tudo isso com um crescimento calculado, que permite a busca pelo sucesso financeiro diminuindo a agressão ao planeta.
Não é a toa que essa já é uma indústria tão poderosa.
Especula-se que, em 2022, ela movimente aproximadamente 2,5 trilhões de dólares, conforme dados do Smart Prosperity Institute.
Algumas delas até podem ser utilizadas por você em seu cotidiano.
Painéis solares e carros elétricos são um bom exemplo, mas há muitos outros, sobre os quais vamos falar ao longo do texto.
E, certamente, elas estarão cada vez mais presentes.
As smart cities são também conhecidas como cidades inteligentes (CI).
Assim como smartwatches, smartphones e smart TVs, elas são assim chamadas por virem acompanhadas de tecnologia.
No entanto, não existe ainda uma definição concreta sobre o que elas são, já que o conceito se reinventa a cada inovação emergente.
Falando em uma projeção utópica, uma smart city seria um local que utiliza dispositivos conectados para monitorar e gerenciar todos os espaços públicos.
De acordo com o Cities in Motion Index, existem nove variáveis consideradas para indicar o nível de inteligência de uma cidade.
São elas:
O mesmo instituto que realizou a pesquisa criou um ranking, que atribui pontuação a diversas cidades do mundo.
Em primeiro lugar observamos Londres (Inglaterra), um exemplo em mobilidade urbana.
Já Nova Iorque (Estados Unidos), na segunda colocação, se destaca no quesito planejamento urbano.
E para fechar o top 3, temos Amsterdã (Holanda), exemplo de alcance internacional.
Outras cidades que podem ser citadas como exemplo são Paris (França), Reykjavik (Islândia) e Tóquio (Japão).
No Brasil, a melhor colocada é São Paulo, que ocupa a 116ª posição no ranking.
Na sequência temos Rio de Janeiro (126ª), Curitiba (135ª), Brasília (138ª), Salvador (147ª) e Belo Horizonte (151ª).
Para exemplificar uma cidade inteligente conhecida dos brasileiros, vamos falar da terceira colocada, a capital do Paraná.
A imagem acima mostra um Ecoelétrico, um veículo de baixo impacto ambiental, projetado para reduzir a emissão de gases nocivos ao clima.
Desde 2014, graças à frota, a cidade poupou 12.264 quilogramas de gás carbônico que seriam prejudiciais à atmosfera.
Outra cidade destaque é Salvador, que investe em tecnologias como semáforos inteligentes, sensores de encostas, pluviômetros automáticos, estações de monitoramento de qualidade do ar e smart grids (redes elétricas inteligentes).
Naturalmente, as cleantechs têm impacto direto no modo com o qual as smart cities são construídas, já que alinham suas tecnologias àquelas aplicadas no município.
O Brasil conta com 136 empresas do ramo – dados do Mapeamento do Ecossistema de Startups de Cleantech no Brasil, de 2019.
Com relação ao faturamento, temos:
Entre os 136 participantes da pesquisa, 2% não informaram os dados sobre faturamento.
Sobre a data de fundação, 45% surgiram a partir de 2016, em três anos.
Esse número é bem próximo ao período entre 2000 e 2015, mostrando o desenvolvimento do setor.
A respeito do modelo de negócio, as informações do estudo são as seguintes:
As cleantechs atuam em diferentes segmentos de mercado.
De acordo com a taxonomia Kachan, criada pela empresa de consultoria e inteligência voltada a tecnologias limpas, existem oito grandes nichos, que se subdividem em outras subcategorias.
A seguir, vamos saber quais são elas.
O segmento de energia limpa toma conta dos seguintes atributos:
Já armazenamento de energia vislumbra melhorias nos seguintes componentes:
O segmento de eficiência vigia atividades como:
No segmento de transporte, temos os seguintes elementos:
O segmento de ar e meio ambiente, por sua vez, abraça os itens a seguir:
No setor de indústria limpa, temos:
As cleantechs que se especializam no segmento de água se preocupam com:
Por fim, temos o segmento da agricultura, que visa o desenvolvimento sustentável de atividades como:
O ramo de cleantechs prospera ao redor do globo.
Muitas empresas já fazem uso de tecnologias em prol do ambiente, modificando as estruturas sociais e econômicas de diversos países.
Na Costa Rica, por exemplo, cerca de 98,53% de toda energia utilizada é renovável, de acordo com The Tico Times.
Outro dado importante vem do Reino Unido.
Espera-se que até 2025 não seja mais necessária a queima de carvão para produzir energia, segundo noticiado no The Guardian.
Com tal prognóstico positivo, muitas pessoas buscam saber mais sobre tais organizações.
Abaixo, conheça algumas das principais.
A empresa americana AeroFarms funciona como uma fazenda vertical.
Isso significa que não precisa de solo ou sol para o cultivo.
Recentemente recebeu investimentos que superam os 40 milhões de dólares.
Empresa pioneira no ramo de armazenamento de energia, a francesa Airthium possui recursos recicláveis para até 25 anos de ciclo de vida.
Ou seja, é autossustentável.
O projeto utiliza sistemas termodinâmicos de armazenagem de baixo custo.
A dinamarquesa Aquaporin dedica seus esforços à purificação da água por meio de técnicas de biotecnologia.
De acordo com o próprio site da empresa, o objetivo é lidar com a escassez de água antes que isso se torne um problema irremediável.
A startup indiana Ather Energy foca na criação de lambretas elétricas.
Fundada em 2013, recebeu um aporte de 59 milhões de dólares.
Empresa canadense, a Pyrowave utiliza soluções químicas para reutilização do plástico.
Criada na Finlândia, a Biogts utiliza rejeitos para transformá-los em energia útil.
A empresa investe, inclusive, em veículos biocombustíveis e fertilizantes.
De origem inglesa, a Carbon Masters tem como objetivo reduzir a emissão de carbono e o aquecimento global.
Ela tem um alcance bastante amplo, atuando como consultora para empresas de todo o mundo.
Com base de operações na Bélgica, a Enervalis utiliza a tecnologia de machine learning para analisar o uso de energia das empresas.
Assim, é possível estabelecer adaptações que geram economia de recursos.
A americana May Mobility possui um sistema de aplicativo que funciona mais ou menos nos moldes do Uber, mas para ônibus.
Sua atuação se estende do consumidor final ao setor privado.
O Brasil apresenta um panorama de crescimento no ramo das cleantechs.
E não poderia ser diferente.
A Floresta Amazônica ocupa cerca de 60% do território nacional, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.
Graças a isso, por aqui temos uma preocupação natural com o ecossistema.
O setor recebe investimentos anuais, inclusive com um comitê voltado ao segmento dentro da ABStartups.
Dentre as 136 cleantechs do Brasil, 43% ficam no estado de São Paulo.
Na sequência, temos Minas Gerais e Rio de Janeiro com 12%.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul compartilham a terceira colocação, com 7%.
Assim, podemos perceber que o eixo Sul-Sudeste é responsável por 91% das startups de cleantech em território nacional.
Cerca de 66% estão localizadas em capitais, sendo as campeãs São Paulo (20 cleantechs), Rio de Janeiro (16 cleantechs), Belo Horizonte (9 cleantechs), Florianópolis (6 cleantechs) e Porto Alegre (5 cleantechs).
No interior, destacam-se Campinas (5 cleantechs) e Itajubá (4 cleantechs).
Como em qualquer outro ramo de atuação, existe um perfil dominante dos empreendedores no ramo de cleantechs no Brasil.
Entre aqueles que se arriscam no segmento, 83,1% são homens e 84% são brancos.
Assim, as mulheres ficam com 16,5% e os pardos com 12% do mercado.
A maior parte possui entre 31 a 40 anos, alcançando o valor de 34% dos respondentes da pesquisa.
Os empreendedores de até 30 anos abraçam a fatia de 26%.
Já os entrevistados entre 41 e 50 anos são responsáveis por 21% do total, enquanto aqueles entre 51 a 65 anos atinge o valor de 16%.
Outra informação interessante diz respeito à experiência profissional.
Isso porque mais de 50% possuem experiência em grandes empresas, pesquisa acadêmica e empreendedorismo.
Ao mesmo tempo, apenas 6% se envolveram com tarefas relativas ao setor público.
Vale ainda ressaltar que 52% são formados em engenharia e 57% possuem pós-graduação como grau de escolaridade.
Já sobre o número de sócios, a maioria possui dois (35%).
Os números seguintes são um sócio (25%), três sócios (22%), quatro sócios (10%), cinco sócios (4%) e mais de cinco sócios (4%).
É impossível negar o crescimento das startups verdes no Brasil.
Com a preocupação cada vez mais aparente do cidadão com questões ambientais, elas ganham muita força no cenário corporativo atual.
E não faltam bons exemplos em todos os ramos de atuação.
A seguir, vamos conhecer algumas delas.
Voltada ao consumidor final, a Sunne Sistema de Web Ltda tem como foco as energias renováveis.
Ela utiliza um sistema de mini usinas, que proporciona economia regular para o cidadão comum ou pequenos empreendimentos.
Assim, o consumidor tem direito a créditos de energia limpa, o que representa uma diminuição de custos no final do mês.
A Sami Sistemas de Energia Ltda é voltada ao segmento de armazenamento de energia.
Por meio de baterias de lítio e gerenciamento remoto, avalia o rendimento e realiza ajustes em tempo real por meio da Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT).
O produto se destaca pela autonomia, baixo tempo de recarga, baixo custo operacional e vida útil.
Além disso, não emite gases tóxicos na atmosfera.
Voltada ao setor de eficiência, a CUBi tem como função auxiliar no monitoramento da energia elétrica.
Com isso, é possível identificar possíveis desperdícios e otimizar os ganhos sem a necessidade de mudanças drásticas estruturais.
De certo modo, podemos dizer que sua intenção é auxiliar gestores nas tomadas de decisões ao aumentar os ganhos com a energia gerada.
A Caronear, por sua vez, é uma plataforma que investe no compartilhamento de caronas.
Ela foca nos setores corporativo e educação.
A ideia é bem simples: por meio de um aplicativo, pessoas se conectam e verificam se há pessoas com veículos indo a um mesmo destino.
O objetivo final é reduzir o número de carros nas ruas, diminuindo a emissão de gases nocivos e melhorando o tráfego urbano.
Outro bom exemplo de cleantech nacional é a ACT Sistemas.
A empresa possibilita a automação de sistemas de fiscalização da fumaça preta emitida pelas chaminés industriais.
Por meio de um sistema de captura de imagens, avalia o índice de poluição, permitindo a fiscalização regular para que sejam tomadas as devidas providências.
O objetivo da Polen é conectar indústrias que geram resíduos a outras empresas que utilizam as sobras como matéria-prima.
A empresa também auxilia em setores de transporte, logística e seguro ambiental.
Nesse último caso, a ideia é cobrir acidentes ambientais ocasionais.
Mais uma cleantech que se destaca na cenário nacional, a EkonoWater oferece soluções para eliminação do consumo de água potável em vasos sanitários.
Além disso, possibilita a redução de até 20% da geração de esgoto.
Investindo na reutilização de águas cinzas, provenientes de chuveiro e lavatório, também se aproveita das águas da chuva em seus processos operacionais.
A Sensix, por seu lado, oferece serviços de levantamento aéreo, processamento e análise de dados para agricultura por meio de drones.
Tais dispositivos, também conhecidos como Veículos Aéreos Não Tripulados, identificam anomalias que auxiliam na tomada de decisão dos empreendedores do ramo.
Como você viu ao longo do artigo, as cleantechs usam soluções inovadoras para propor novos modelos de negócios, agora mais sustentáveis.
Entre essas soluções, destaque para o uso de uma série de tecnologias emergentes, muitas vezes responsáveis pela viabilidade das startups verdes.
Elas foram destaque no estudo Science, Technology and Innovation Outlook, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 2016.
Vamos conhecer algumas dessas tecnologias?
Neste artigo, você aprendeu o que são cleantechs e descobriu as razões pelas quais elas crescem a cada dia.
Abordamos quais são os ramos de atuação das startups verdes, as áreas nas quais a tecnologia limpa é empregada e como é o desenvolvimento do setor no Brasil e no mundo.
Não resta dúvidas de que esse é um campo extremamente promissor, uma resposta à necessidade cada vez maior de pensarmos no futuro do planeta e na vida das próximas gerações.
Para aproveitar essa tendência, não deixe de investir na sua qualificação.
A Fundação Instituto de Administração (FIA) é sua parceira nesse projeto. Visite o site, conheça os cursos de pós-graduação, MBA e extensão.
Siga também navegando pelo blog da FIA para garantir mais conhecimento na gestão de empresas.
Descubra o que é flexibilidade no trabalho e como essa tendência está transformando empresas, atraindo…
O futuro do trabalho em 2025 apresenta mudanças importantes para empresas e profissionais. Descubra as…
A ética na IA envolve princípios e práticas que orientam o uso responsável dessa tecnologia…
A auditoria externa é uma análise detalhada das finanças empresariais, garantindo precisão e conformidade com…
A matriz de materialidade é um método de grande utilidade para as empresas que têm…
Responsabilidade social corporativa: empresas indo além dos negócios tradicionais para um mundo melhor. Saiba mais!