A inteligência artificial no mercado de trabalho é hoje a principal responsável por mudar os paradigmas em áreas como marketing, comunicação e educação.
Um estudo da McKinsey (em inglês) traz alguns indícios do potencial revolucionário dessa tecnologia: entre 2030 e 2060, espera-se que metade das atividades sejam desempenhadas por algum tipo de software dotado de IA.
Portanto, a inteligência artificial no mercado de trabalho tende a ganhar mais e mais espaço e, neste cenário, os seres humanos terão que se reinventar.
Significa que os empregos acabarão e haverá uma crise sem precedentes?
Provavelmente não, mas, como todo processo evolutivo, haverá um preço a ser pago.
Enquanto algumas atividades tendem a minguar, outras deverão emergir.
Uma maneira de começar a se preparar para o que está por vir é ler este artigo até o final.
Apresentamos aqui um panorama do atual estágio da IA no mercado de trabalho, os impactos esperados, perspectivas e a opinião de especialistas.
Siga em frente e entenda a fundo como a IA vem sendo utilizada no mercado de trabalho.
Veja os tópicos abordados:
Leia até o final e confira também exemplos de inteligência artificial no mercado de trabalho.
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O termo inteligência artificial não é recente.
Criado pelo brilhante cientista Alan Turing, chamado não por acaso de “pai” da inteligência artificial, ele está presente em citações, artigos e trabalhos científicos desde 1950.
Foi nesse ano que Turing lançou o teste que leva o seu nome, com o objetivo de examinar as primeiras IAs desenvolvidas e se elas de fato emulavam o raciocínio humano.
As décadas foram passando, e a inteligência artificial no mercado de trabalho parecia um gigante adormecido.
Até a chegada da IA generativa, sua aplicação era mais restrita ao meio acadêmico e pesquisas mais avançadas.
Então, não se falava muito ainda sobre inteligência artificial e o mercado de trabalho.
Esse panorama mudou rapidamente a partir de 2022, quando surgiram diversas tecnologias em IA capazes de criar conteúdo.
Vamos ver a seguir o impacto de tudo isso
Ainda que se discuta os aspectos éticos e a substituição da mão de obra humana pela IA no mercado de trabalho, a verdade é que a tecnologia representa um grande avanço.
Assim como a máquina de tear levou a indústria de tecidos a uma nova era, o mesmo pode estar acontecendo agora, com a incorporação das ferramentas baseadas em inteligência artificial.
É verdade que os primeiros teares não foram bem recebidos pelos trabalhadores que, com a automação industrial, perderam seus empregos nas primeiras décadas do século XIX.
Embora algo parecido esteja acontecendo hoje, com algumas profissões fortemente impactadas, é certo também que a IA abre um vasto e inexplorado campo de possibilidades.
Vamos conhecer a seguir algumas delas.
Um dos usos mais facilmente observáveis da inteligência artificial no mercado de trabalho é na automação de certas tarefas, principalmente em negócios focados no ambiente digital.
É o caso dos e-commerces, portais e prestadoras de serviços online que utilizam chatbots para prestar atendimento e ajudar a encontrar soluções para problemas e dúvidas comuns.
Outro exemplo de automação com IA é na parte de inteligência de negócios, em que os sistemas são usados para gerar relatórios e analisar dados automaticamente.
Por falar em dados, a inteligência artificial no mercado de trabalho é um salto de qualidade gigantesco para quem lida com a coleta e análise de grandes volumes de informação para tomar decisões.
Embora softwares estatísticos robustos como o IBM SPSS existam já há bastante tempo, muitas de suas funções dependem da capacidade e preparo dos seus operadores.
Além disso, esses sistemas não são tão indicados para fazer análises preditivas, já que seus resultados são mais um recorte de uma realidade extraído a partir de dados limitados.
A IA mudou isso, apoiando a tomada de decisão com análises feitas não apenas por partir de grandes volumes de informação, mas por trabalhar com um viés preditivo.
A exemplo de certas tecnologias, a inteligência artificial no mercado de trabalho cria novas oportunidades para quem souber direcionar melhor seus recursos.
Um dos mais valiosos nesse sentido é a grande capacidade de trabalhar com volumes massivos de dados.
Como vimos, a IA é capaz de fazer análises preditivas com alto grau de precisão, apontando para tendências, riscos e oportunidades.
Ela pode, por exemplo, ajudar a criar soluções que podem levar ao surgimento de nichos inteiros de negócios.
Assim vem acontecendo em áreas como atendimento ao cliente, análises de mercado e até no marketing de relacionamento.
Isso para não falar de produtos como veículos autônomos e dispositivos inteligentes para uso doméstico e pessoal.
Talvez um dos mais gratos avanços trazidos pela inteligência artificial no mercado de trabalho seja a sua aplicação em tarefas repetitivas ou mesmo de criação.
É verdade que as imagens, textos e vídeos gerados por IA são relativamente fáceis de identificar, mas isso não invalida o seu uso e o impulso produtivo da ferramenta.
Se bem utilizada, a IA pode contribuir e muito para elevar a produtividade, reduzindo o tempo gasto em certas tarefas.
Para criar imagens, por exemplo, um designer pode poupar horas de trabalho, recorrendo a um modelo gerado por IA que, com poucos ajustes, pode ser aproveitado.
Os redatores podem utilizá-la para ter ideias para criar textos, sugerir pautas e ter insights, orientando a escrita.
Isso vale para todas as áreas criativas, nas quais a IA pode ser um “destravador”.
Ao trabalhar com quantidades enormes de dados, a IA no mercado de trabalho pode ajudar as empresas a criar experiências muito mais personalizadas.
Os perfis dos clientes podem ser enriquecidos com informações cruzadas e trabalhadas por softwares avançados, capazes de gerar modelos preditivos de consumo e comportamento.
Como aponta um artigo da Forbes (em inglês), à medida que reúne mais dados, a compreensão da IA se aprimora, tornando suas previsões mais precisas.
Os anúncios online, com isso, passam a ser quase irresistíveis para os usuários, sendo tão precisos e relevantes que parecem até leitura de pensamento.
Ferramentas como o Google Cloud, que se valem de Big Data para fazer os mais variados tipos de análise, podem ser utilizadas até mesmo por pessoas físicas.
A inteligência artificial no mercado de trabalho, portanto, coloca ao alcance das pessoas soluções que, durante muito tempo, eram restritas às grandes empresas.
Entre as muitas possibilidades que se abrem, podemos destacar:
Nas transações financeiras online, a preocupação com a cibersegurança é um dos maiores empecilhos para o consumidor.
É o que revela uma pesquisa publicada no site Olhar Digital, segundo a qual 7 em cada 10 consumidores se dizem receosos em comprar pela internet.
A IA, nesses casos, chega como uma solução muito bem-vinda.
Em tempo real, elas podem detectar inconsistências, anomalias e padrões de comportamento que venham a apontar para uso fraudulento ou indevido de cartões e dados bancários.
A aplicação da IA já se faz notar não apenas no setor de serviços, mas também na indústria de transformação.
Um dos exemplos de inteligência artificial no mercado de trabalho nesse segmento é o uso dos dados fornecidos por sensores e máquinas para estabelecer rotinas de manutenção.
É mais ou menos como se faz na detecção de fraudes.
A partir de um certo padrão de comportamento, a IA pode sinalizar para eventuais defeitos muito antes que a falha aconteça.
Boa parte do esforço em processos seletivos consiste em tarefas exaustivas e repetitivas, como a triagem de currículos.
A IA pode cuidar dessa parte menos estratégica, deixando para os recrutadores escolher apenas entre os candidatos que se aproximam daquilo que a vaga exige.
Com isso, a tendência é que a empresa passe a recrutar cada vez mais pessoas não só mais preparadas para a função, mas mais ajustadas à própria cultura organizacional.
O principal ganho é na capacidade de atrair e reter talentos, enquanto diminui por tabela o absenteísmo, o presenteísmo e até o quiet quitting.
Por isso, quando se fala em inteligência artificial e o mercado de trabalho, o RH é uma das áreas mais impactadas.
Outra aplicação da IA no mercado de trabalho é no desenvolvimento de rotinas de treinamento e desenvolvimento de competências e habilidades.
Ao trabalhar com grandes volumes de dados, as ferramentas podem criar programas tanto para grupos quanto personalizados.
A mesma lógica aplicável à análise do comportamento do consumidor vale para a criação de rotinas de treinamento.
A inteligência artificial, no caso, analisa as lacunas de formação que o pessoal tenha, assim como seus pontos fortes, podendo assim criar programas que atendem exatamente às necessidades da empresa e dos colaboradores.
O tear não foi incorporado à indústria têxtil sem protestos por parte dos trabalhadores que perderam seus empregos para as máquinas.
Esse é hoje um dos principais desafios para o uso de inteligência artificial no trabalho, que já é considerada em certas áreas uma ceifadora de empregos.
Por outro lado, emergem questões como a privacidade e a segurança, como mostra o aumento exponencial de casos de deepfake, dos quais falamos aqui no blog.
Não se pode deixar de reconhecer também que, por mais próxima que seja da inteligência humana, a IA ainda depende de pessoas para funcionar.
Em algumas delas, os algoritmos podem fazer interpretações enviesadas, principalmente naquelas que não emulam o sistema de redes neurais.
A inteligência artificial no mercado de trabalho é um avanço, mas, para alguns profissionais, ela é sinônimo de falta de emprego.
Como mostra um artigo da Forbes, setores como bancário, marketing e jurídico estão sendo diretamente afetados com o aumento do uso de IA generativa em suas rotinas.
O texto cita também um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia (em inglês), que traz previsões sombrias: empregos do nível executivo e que demandam alta qualificação estão na linha de mira, com alta probabilidade de serem afetados pela IA.
São muitas possibilidades em jogo e, nesse momento, a IA é cotada como substituta para uma imensa variedade de atividades humanas.
Cabe lembrar que a inteligência artificial evolui de braços dados com a robótica, expandindo ainda mais as fronteiras para usos futuros.
De qualquer forma, parece ainda distante que a IA possa desempenhar certas atividades, em razão da sua complexidade ou por serem insubstituíveis por máquinas.
É o caso de certas competências artísticas, como dança, pintura e escultura, e a parte do atendimento ao cliente que não pode ser realizada com respostas automáticas.
Um dos impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho mais temidos é a eliminação de postos de trabalho, quando não a extinção de profissões inteiras.
Ainda que algumas delas estejam em xeque, não se pode dizer que a IA vá acabar de vez com a necessidade de pessoas realizando certas atividades que já são feitas pela inteligência artificial.
É o que sugere um artigo de Michael R. Strain, publicado na revista Exame, que coloca uma questão importante ao lado desta: a diminuição da população mundial.
O autor destaca ainda que, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de mão de obra, a IA também cria novos empregos.
O que se pode dizer é que, daqui para frente, a familiarização com a tecnologia será cada vez mais uma exigência para ter acesso ao trabalho.
Nesse contexto, quem souber pensar estrategicamente terá mais chances de sobressair, não só conquistando melhores empregos, como empreendendo.
Estar preparado para o que vem pela frente exige investir em conhecimento.
Um dos atributos para usar com maestria a inteligência artificial no mercado de trabalho é saber trabalhar com dados.
Na FIA Business School, você se prepara para encarar esse desafio no curso de extensão EAD Análise de Big Data e Inteligência Artificial para Iniciantes.
Aprenda os fundamentos do Big Data e qualifique-se para ser o profissional que vai ajudar as empresas a encontrar as respostas para os seus desafios diários.
A inteligência artificial no mercado de trabalho é um avanço que traz consigo as dores do crescimento.
Enquanto algumas profissões estão tendo que se reinventar, outras estão surgindo a reboque dos seus avanços, muitas delas ligadas à análise e gestão de dados.
Continue se movimentando, lendo, se informando e buscando formação de qualidade.
Leia os artigos do blog da FIA e esteja sempre um passo à frente!
Referências:
https://www.mckinsey.com/capabilities/mckinsey-digital/our-insights/the-economic-potential-of-generative-ai-the-next-productivity-frontier#introduction
https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/06/quem-foi-alan-turing-pioneiro-no-desenvolvimento-da-inteligencia-artificial-e-da-computacao-moderna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Turing
https://www.forbes.com/sites/forbescommunicationscouncil/2024/01/05/ai-and-personalization-in-marketing/
https://olhardigital.com.br/2023/05/08/pro/pesquisa-aponta-que-70-dos-consumidores-tem-receio-de-compras-online/
https://forbes.com.br/carreira/2023/04/quais-profissoes-a-ia-substituira-veja-as-areas-que-serao-mais-impactadas/
https://arxiv.org/pdf/2303.10130
https://exame.com/revista-exame/o-futuro-do-desemprego-causado-pela-ia-continua-longe/
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