A gestão financeira é etapa obrigatória para alcançar objetivos que dependem de dinheiro.
Sem ela, empresas e pessoas flertam perigosamente com o prejuízo e, no médio e longo prazo, com a falência total.
Ao que parece, a situação das empresas brasileiras é preocupante nesse sentido, já que, em 2021, elas atingiram um nível recorde de endividamento, somando R$ 1,26 trilhão em débitos.
A marcha prosseguiu e, em 2022, o Serasa já tinha mapeado 6 milhões de negócios inadimplentes, um aumento de 3,45% em relação a 2021.
Não é possível apontar apenas uma causa para essa situação, mas uma coisa é certa: se as empresas tivessem mais cuidado com o uso que fazem dos seus recursos, o endividamento não estaria em patamares tão altos.
Embora não se possa saber tudo sobre gestão financeira, é possível dominá-la o bastante para evitar dificuldades mais sérias.
Para começar, avance na leitura deste artigo e descubra como fazer.
Estes são os tópicos do conteúdo:
Aprenda a fazer a gestão financeira do jeito certo a partir de agora!
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Gestão financeira é tudo que se faz para controlar o uso do dinheiro e dos recursos materiais disponíveis.
Para isso, é necessário um esforço permanente no sentido de analisar as origens e o destino que é dado aos ativos, por meio de técnicas e ferramentas de controle orçamentário.
Ainda que se possa teorizar sobre o que é gestão financeira, como todo método de administração, ela só pode ser compreendida na prática.
É por isso que as empresas e pessoas que a fazem estão sempre registrando, calculando e comparando dados financeiros.
Dessa forma, elas podem tomar decisões melhores e correr menos riscos.
Agora que você sabe o que é gestão financeira, entende melhor que a falta dela cobra o seu preço – e não é nada barato.
Como vimos, as grandes empresas brasileiras estão mal nesse aspecto, com um endividamento proporcional às suas operações.
No entanto, como era de se esperar, as PMEs do país também estão em situação difícil, com mais de 5 milhões em inadimplência.
Embora a pandemia tenha sido responsável por agravar muito esse endividamento, talvez o quadro não fosse tão ruim se as empresas tivessem um pouco mais de cuidado com a gestão dos seus recursos.
A verdade é que, se analisarmos a fundo, veremos que na maior parte delas faltam os quatro pilares que sustentam as finanças de um negócio.
Conheça cada um deles a seguir e sua importância para a gestão de finanças.
Toda gestão financeira é em essência um componente da estratégia de negócios.
Ela faz parte do planejamento financeiro empresarial, que por sua vez, é como se fosse um roteiro usado para alcançar um objetivo.
Afinal, toda empresa precisa trabalhar por metas, do contrário, o negócio vai aos poucos perdendo a razão de ser.
No comércio, por exemplo, é muito comum estipular metas de vendas por loja, que nada mais são do que o fracionamento de uma meta mais ampla.
Para esses e outros casos, junto com a estratégia para atingir esses objetivos, deve ser feito também um planejamento da parte financeira.
A gestão de finanças não acontece sem um controle diário dos fluxos de capital.
De nada adiantaria planejar se, no dia a dia, a empresa e seus gestores não tomarem as rédeas, controlando de perto as entradas e saídas de recursos.
O mecanismo mais utilizado para isso é o fluxo de caixa, no qual se registra toda a movimentação financeira.
Junto a ele, é feita também a conciliação bancária, a fim de confirmar se o saldo das contas bate com o que foi apurado.
Planejar e controlar são os primeiros passos de um processo de gerenciamento financeiro que permite desenvolver a inteligência de negócios.
Esse é o resultado esperado quando os dados financeiros sobre as movimentações são analisados o tempo todo.
Digamos que uma empresa apurou que, em um mês, ela dobrou suas despesas com uma certa rubrica. Já em outra, sobrou dinheiro do que havia sido previsto no orçamento.
Ao constatar isso, seus gestores podem tomar decisões mais sensatas e inteligentes sobre o que fazer no mês seguinte.
Eles podem, por exemplo, reduzir o budget para a rubrica que não tem gastado tanto, alocando mais recursos para aquela que registrou gastos mais altos.
Quem cuida das finanças chega cedo ou tarde à conclusão de que é preciso investir.
Para isso, é fundamental que antes a casa esteja em ordem, implementando as ações que vimos anteriormente.
Portanto, investir é o estágio mais alto da gestão financeira porque demanda um ajuste geral para que possa ser feito com critério.
Não por acaso, esse é o quarto pilar, aquele que dá a solidez final em uma “edificação” já sustentada pelo tripé planejar-controlar-analisar.
Todo esforço que se faz em termos de gestão de finanças é válido porque coloca um negócio em condições de se manter e de prosperar.
Sem gestão de finanças, uma empresa não teria como saber se vai poder honrar os seus compromissos mensais, tampouco aumentar suas receitas.
Ela estaria exposta a todo tipo de risco, e olha que no meio empresarial eles não são poucos.
Só os impostos já seriam motivo suficiente para investir na gestão das finanças, ainda mais no Brasil, país que é um dos líderes mundiais no ranking das mais altas cargas tributárias.
Isso sem falar dos imprevistos e contingências aos quais toda empresa está sujeita, como acidentes e obras de melhorias, além dos processos admissionais e demissionais.
Por outro lado, o gerenciamento financeiro não é uma competência que brota espontaneamente.
Ele precisa ser cultivado diariamente nas empresas para que possa criar raízes e gerar os resultados esperados.
É um processo ininterrupto, em que os mecanismos estão sempre sendo aprimorados a partir dos dados e da inteligência que se desenvolve a partir da análise deles.
Também é importante estudar, investimento em conhecimento e habilidades.
O que se aprende no curso de gestão financeira, por exemplo, é capaz de mudar para melhor a forma como os processos são realizados.
Ainda que cada empresa tenha sua própria identidade e fluxos financeiros variáveis, existe um conjunto de medidas que podem ser adotadas por todos para gerir melhor as finanças.
Agora que já entende o que é gestão financeira, veja abaixo como começar.
Como vimos, planejamento e gestão financeira caminham lado a lado.
Não faz sentido olhar para as finanças quando a empresa não tem suas atividades orientadas por metas.
Seria como reservar um orçamento inteiro para um negócio que não sabe para onde ir nem o que pretende fazer.
Assim, a gestão só se aplica em empresas bem administradas, com um planejamento tático e operacional sólidos.
Lembrando que esse é um processo de aperfeiçoamento constante, em que a parte financeira influencia o planejamento e vice-versa.
O desenho do planejamento já dá uma visão sobre o que precisa ser feito em curto, médio e longo prazo para atingir os objetivos traçados.
Enquanto os resultados são controlados e analisados, os gestores vão acumulando conhecimentos e experiência, habilitando-se a tomar decisões mais assertivas.
Aí a gestão financeira começa a produzir benefícios reais, ao permitir o controle dos gastos, principalmente os variáveis.
Quando o negócio sabe onde tem que cortar, fica mais fácil investir e honrar os compromissos inadiáveis, o que ajuda a controlar a inadimplência.
Os Key Performance Indicators (KPIs) são usados sempre que um método de gestão é adotado e, na parte financeira, isso também se aplica.
São métricas que indicam o sucesso ou não de um método de controle, apontando para problemas ou se a empresa está se aproximando dos seus objetivos.
Entre os indicadores de desempenho financeiros mais comuns, temos o índice de lucratividade e o ticket médio.
O primeiro pode ser calculado de diversas formas, mas basicamente se refere ao quanto a empresa é lucrativa em termos percentuais, considerando seus gastos.
Já o ticket médio nada mais é do que a razão entre o faturamento e a quantidade de vendas para um determinado período.
Outros indicadores financeiros que podem ser adotados são:
O estabelecimento de metas, como vimos, é parte indissociável da gestão financeira porque assim ela se justifica.
Toda empresa existe por um propósito fundamental, que é gerar valor para os seus clientes e acionistas.
Para isso, elas precisam se amparar em um minucioso planejamento, do qual as finanças são peça-chave.
Inteligência de negócios é praticamente uma irmã da gestão financeira, já que ambas se baseiam na análise de dados.
Para usá-la com sucesso, as empresas contam com um poderoso arsenal de softwares e plataformas de gestão, muitos dos quais equipados com inteligência artificial.
Assim, elas podem realizar análises preditivas, tomando como base os dados do passado para formular prognósticos em relação ao futuro no curto e médio prazo.
Saber o que fazer é importante, mas saber o que não fazer é meio caminho andado para evitar falhas na gestão financeira.
O mercado está repleto de empresas que naufragaram ou tiveram sérios desfalques em razão da omissão ou desconhecimento.
Em meio aos muitos erros que podem ser cometidos, cinco deles se destacam por serem detectados com mais frequência.
Planejar é importante, mas não passaria de ficção se, em seguida, a empresa não fizesse o controle das ações.
Por sua vez, o controle não passaria do registro da indisciplina financeira se, junto a ele, os gestores não analisassem os dados gerados.
A parte mais trabalhosa do processo de gestão financeira é a análise desses dados, de onde a gestão financeira tira os insights para tomar decisões.
Como vimos, o registro do fluxo de caixa é um dos métodos de controle financeiro indispensáveis.
É por ele que a gestão fica a par de tudo que entra e sai das reservas financeiras de uma empresa, podendo assim tomar as medidas de controle que se façam necessárias.
Também é uma forma de detectar eventuais fraudes e antecipar soluções a tempo de evitar um mal maior.
Seria o caso, por exemplo, de um registro onde fosse identificada uma conta com data de vencimento nesse mesmo dia.
Não há gestão financeira onde não se controla o fluxo de caixa.
A partir de tudo que vimos, é evidente a importância desse método de controle, não só pela questão financeira mas também para a própria segurança da empresa.
O gestor que desconhece quanto o caixa de sua empresa movimenta está brincando com fogo, arriscando-se a toda sorte de imprevistos.
Nas empresas varejistas e atacadistas, o gerenciamento financeiro passa também pelo controle do estoque.
Afinal, é nesse setor que os produtos são movimentados, gerando ordens de compra, devoluções, trocas e pedidos de reposição nos pontos de venda.
Um estoque bem gerido é vital para a saúde financeira, tendo em vista que dele dependem as vendas, seja em lojas físicas ou no e-commerce.
Outra função importante do registro do fluxo de caixa é apurar se a empresa dispõe de capital de giro.
Esse é o termo usado para se referir ao volume de receitas necessárias para manter uma empresa em operação por determinado período.
Nele, devem estar previstos os gastos com salários, impostos e despesas operacionais, entre outras.
Sendo assim, uma empresa que não sabe de quanto dispõe para cobrir seus gastos é uma candidata real ao endividamento.
Erros como esse são mais raros quando o gestor se prepara para o desafio.
Mais à frente, vamos explicar o que se aprende no curso de gestão financeira e, então, a importância de investir em conhecimento ficará mais clara.
O endividamento é, sem dúvida, o efeito mais imediato da gestão deficiente das finanças.
Porém, se as medidas de controle são tomadas a tempo, esse problema pode servir até de lição, deixando os gestores mais precavidos contra os problemas financeiros.
A questão se torna dramática quando o endividamento passa a ser crônico, como acontece na maioria dos casos das empresas que fecham suas portas.
Isso acontece quando seus líderes são negligentes ou não são honestos o bastante para admitir que o negócio tem problemas e precisa de algum tipo de controle.
Não dá para saber tudo sobre gestão financeira, até porque essa é uma área em constante evolução.
O que é possível é adquirir conhecimento suficiente para ajudar as empresas a solucionarem seus problemas e direcionar melhor os gastos.
Em termos de carreira, quem domina as técnicas e ferramentas de gestão financeira tem uma grande vantagem no mercado de trabalho.
Por isso, os cursos nessa área estão sempre entre os mais procurados.
O controle das finanças se aprende em cursos de graduação como Administração, Contabilidade e Economia, por meio de disciplinas específicas.
Essas disciplinas estão presentes também em cursos de pós-graduação, MBA e mestrado, como:
Portanto, o que se aprende no curso de gestão financeira é algo muito próximo do que se leciona na maioria dos cursos ligados à gestão e que têm um viés humanista.
A principal função de um gestor financeiro é analisar os dados gerados pelos mecanismos de controle implementados e, em cima deles, tomar decisões.
Para isso, ele deve contar com o suporte da contabilidade, de onde a maior parte das informações sobre as finanças são extraídas.
Além disso, o gestor financeiro conta também com toda uma equipe de técnicos, cuja função é prestar auxílio e dar suporte operacional às ações determinadas.
Vimos que a área da gestão financeira está sempre recrutando, em razão da alta demanda por profissionais qualificados nesse segmento.
Os sites de monitoramento de mercado revelam as médias salariais gerais do setor: segundo o Vagas.com, o valor médio informado é de R$ 3.260.
No Glassdoor, a média é maior, passando para R$ 4.366.
Já no site Educa Mais Brasil, as médias são agrupadas por porte de empresa e estágio da carreira e podem ser bem mais altas, conforme a tabela abaixo:
O mercado de trabalho para quem atua na área de gestão financeira está normalmente aquecido, com muitas vagas sendo abertas em empresas de variados portes.
Levando em conta que gestores financeiros podem atuar em setores como contabilidade, financeiro, tesouraria e compliance, o que se observa é uma situação de quase pleno emprego.
Contudo, sempre vale o alerta para a importância de investir em qualificação profissional.
Neste texto, você viu tudo sobre gestão financeira e entendeu por que ela é essencial para manter um negócio na direção certa.
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