Independentemente da sua área de atuação profissional, você já deve ter ouvido falar sobre competências e habilidades.
Embora as duas palavras apareçam juntas com frequência, até mesmo como sinônimos, elas têm significados e aplicações diferentes.
Mas uma coisa é certa: ambas são essenciais em um mercado de trabalho que se torna cada dia mais enxuto e competitivo.
Se você está em busca de aperfeiçoamento e deseja expandir suas competências e habilidades, continue lendo este artigo.
A partir de agora, vamos conceituar cada um desses termos, apresentar dicas para seu desenvolvimento e trazer informações atualizadas sobre o mercado de trabalho.
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Boa leitura!
Apesar de não serem sinônimos, competências e habilidades acabam se complementando.
Existem vários autores que compartilham suas definições para essas palavras sob prismas distintos, como a Administração, a Linguagem ou a Educação.
De qualquer forma, é comum a ideia de que as habilidades são partes essenciais de uma competência, ou seja, que a competência não existe sem as habilidades.
A seguir, explicamos melhor esse conceito.
Podemos definir as competências como a mobilização de conhecimentos e aprendizados para solucionar um problema.
Aqui, vale citar a visão do sociólogo suíço Philippe Perrenoud, que afirma que a competência engloba um conjunto de coisas utilizadas de forma criativa para atender a uma demanda.
Imagine, por exemplo, que um adolescente aprendeu a fazer um bolo.
Na primeira vez, ele seguiu cada passo da receita, misturando os ingredientes na ordem em que apareciam, com o auxílio de uma batedeira.
Algumas semanas depois, ele deseja bater um novo bolo, mas está viajando e não tem uma batedeira disponível.
Nesse caso, pode recordar o conhecimento adquirido e, dependendo da receita, utilizar outros instrumentos, como um liquidificador, um mixer ou, simplesmente, uma colher de pau para que a mistura atinja o ponto desejado.
Ou seja, ele desenvolveu a competência necessária para realizar aquela tarefa.
Outra definição popular do termo competência parte da ótica da Administração, que a descreve como uma combinação entre três fatores: conhecimentos, habilidades e atitudes.
Conhecimentos são acumulados a partir de experiências e estudo, enquanto as atitudes se referem às ações adotadas.
E as habilidades? Vamos falar sobre elas agora.
De acordo com o escritor americano Robert Lee Katz, autor de Skills of an Effective Administrator, são as habilidades que transformam conhecimentos em ações para chegar a determinado objetivo.
Então, a palavra habilidade pode ser conceituada como a medida de competência que uma pessoa possui para solucionar um problema.
Ou, em outras palavras, o grau de competência para dispor de seu conhecimento e torná-lo uma ação favorável.
Voltando ao exemplo acima, do adolescente que aprendeu a fazer um bolo, foi preciso habilidade para substituir a batedeira por outro instrumento.
A falta de habilidade culminaria na desistência ou fracasso para a tarefa, pois nosso personagem não conseguiria empregar as informações de seu repertório para construir uma resposta ao novo problema.
As habilidades formam competências, entretanto, não estão condicionadas a apenas uma modalidade de competência.
Se uma pessoa desenvolve um tipo de habilidade, como a matemática, pode usá-la para fazer a contabilidade em sua casa, calcular rapidamente taxas de juros, etc.
Habilidades profissionais são aquelas úteis para resolver questões relacionadas a uma profissão ou ao ambiente de trabalho.
Em geral, correspondem a habilidades técnicas, ou seja, aquelas que exigem um conhecimento específico, desenvolvido a partir da educação formal.
Um arquiteto deve conhecer, em detalhes, os diferentes materiais que podem ser usados na construção de edificações, suas vantagens e desvantagens, além das principais ferramentas como Autocad e Revit.
Um professor de História precisa dominar os acontecimentos das épocas que pautam suas aulas, além de desenvolver técnicas que facilitam a transmissão do conhecimento, como falar bem em público.
Além da parte técnica, é interessante aprender habilidades de liderança para aplicar na gestão de equipes, de tarefas e de tempo.
Pensando nisso, algumas organizações promovem workshops, palestras e aulas abordando os atributos desejáveis para líderes em seu setor de atuação.
Habilidades pessoais são aquelas ligadas ao comportamento e perfil das pessoas.
Esses atributos não costumam fazer parte do currículo, mas também têm seu valor para o mundo corporativo.
Afinal, a maioria das carreiras da atualidade implica em trabalho em equipe e no contato com colegas, parceiros e clientes.
Nessas ocasiões, é imprescindível que o colaborador tenha flexibilidade, seja tolerante e empático, aprendendo a se colocar no lugar do outro para identificar seus desejos, dificuldades e necessidades.
Curiosidade, criatividade, facilidade para aprender e se comunicar também são habilidades pessoais desejáveis para grande parte das companhias.
Por isso, faz sentido investir no desenvolvimento tanto das habilidade profissionais (técnicas) quanto das habilidades pessoais.
Desenvolver competências e habilidades é fundamental para acompanhar as frequentes transformações no mercado de trabalho.
Enquanto as gerações anteriores passavam muitos anos em uma mesma empresa – às vezes, no mesmo cargo -, a tendência para o presente e futuro é a alta rotatividade, rápido crescimento e aumento nos riscos.
Para se dar bem nessa nova dinâmica, é preciso ir além do conhecimento formal e se adaptar com agilidade aos diferentes cenários.
A boa notícia é que, ao contrário do que algumas pessoas pensam, habilidades e competências não são imutáveis, nem inatas.
No caso das competências, é mais simples compreender que elas podem mudar diante de novos contextos, pois incluem dois fatores que sofrem alterações de forma constante: conhecimento e ação.
Porém, nem mesmo as habilidades permanecem iguais. Elas podem ser aperfeiçoadas e até aprendidas por completo.
Claro que, dependendo do seu perfil e personalidade, há habilidades que serão aprendidas mais facilmente, enquanto outras vão exigir maior dedicação e empenho.
Se você é uma pessoa tímida, por exemplo, pode ser complicado adquirir a habilidade da oratória. Mas é totalmente possível.
Unindo competências e habilidades profissionais e pessoais, é possível se destacar e ocupar uma posição satisfatória, recolocando-se no mercado de trabalho e deixando o grupo de desempregados.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro de 2019, mostram que há 12,6 milhões de brasileiros sem emprego, o que corresponde a 11,8% do total.
Essa porcentagem não leva em conta a mão de obra subutilizada.
A mão de obra subutilizada é formada por quatro grupos distintos: desempregados, subocupados, desalentados e aqueles que não exercem atividade remunerada por motivos pessoais, como para cuidar dos filhos ou de um parente idoso.
Os subocupados são aqueles que, apesar de ter uma ocupação, possuem tempo ocioso, trabalhando menos de 40 horas por semana.
Atualmente, esse grupo corresponde a 7,2 milhões de profissionais no Brasil, enquanto os desalentados (que desistiram de procurar emprego) chegam a 4,9 milhões.
Por outro lado, o país ainda carece de trabalhadores qualificados.
De acordo com a 7ª edição do Índice de Confiança Robert Half, publicada em maio de 2019, 88% dos executivos brasileiros acreditam que encontrar mão de obra qualificada é mais desafiador do que era há cinco anos.
A porcentagem é bastante superior à média global, formada por dados de 13 países, que corresponde a 72%.
Segundo a pesquisa, os executivos brasileiros não esperam grandes mudanças para achar profissionais qualificados nos próximos anos, já que 80% afirma que isso continuará sendo uma tarefa desafiadora.
Você viu, nos tópicos anteriores, que as competências dependem de habilidades para ser construídas e aprimoradas.
Daí a importância de se manter sempre atualizado, exercitando as habilidades que já existem e aprendendo novas.
Dessa maneira, fica mais simples dominar os atributos desejáveis no ambiente de trabalho e tomar atitudes assertivas diante das dificuldades.
Quanto mais você aprender e treinar uma habilidade, mais preparado vai estar para cenários adversos e até para inovações.
Afinal, inovar tem a ver com construir novas formas de solucionar problemas.
Agora que já conhece as diferenças entre competências e habilidades, vamos aprofundar um pouco o histórico e conceitos que envolvem essas palavras.
Competência, por exemplo, começou a ser usada com uma finalidade bastante específica na Idade Média, como veremos a seguir.
Contam estudos que a palavra competência pertencia apenas à linguagem jurídica, descrevendo o atributo ou aptidão de um profissional ou instituição para julgar um assunto.
Após algum tempo, o termo ganhou um significado um pouco mais amplo, fazendo referência à capacidade de uma pessoa discorrer sobre um tema.
Séculos se passaram, moldando a palavra até o ponto de conferir um sentido abrangente, que aborda a capacidade de alguém executar um trabalho com qualidade.
Foi assim que a palavra “competência” ganhou variações para demonstrar características dos profissionais, classificados como competentes ou incompetentes na sua função.
Quando ouvimos falar em conhecimento, é comum relacionar a palavra ao conhecimento científico, que tem base em fatos e evidências verificáveis.
Contudo, há outras formas de conhecimento que interferem na maneira como aprendemos e deciframos o mundo.
Senso comum, conhecimento religioso e filosófico são outras formas de experienciar a vida que também podem contribuir para o aperfeiçoamento das competências.
O senso comum tem como patamar as experiências cotidianas de indivíduos ou histórias transmitidas entre uma comunidade.
O conhecimento religioso é permeado por doutrinas valorativas e proposições sagradas.
Já o conhecimento filosófico parte de hipóteses racionais e pressuposições lógicas que não podem ser verificadas.
A habilidade está relacionada à técnica, ou seja, a saber fazer alguma coisa.
Por isso, ela é o elemento de conexão entre o conhecimento e a atitude ou ação, favorecendo um bom desempenho.
Conforme citamos, as habilidades podem ser desenvolvidas e necessitam de aprimoramento constante para que o profissional se mantenha atualizado e apto a disputar espaço em um mercado competitivo.
É a etapa prática da competência, que emprega os conhecimentos e habilidades para construir uma ação adequada para o resultado que se espera.
Sem a ação, os conhecimentos e habilidades não são manifestos e não colaboram para um bom desempenho profissional.
Identificar, atrair e reter talentos está entre os grandes desafios das organizações para que se tornem mais produtivas.
É preciso estar atento ao perfil e competências profissionais para designar a pessoa certa para cada atividade dentro das empresas, em especial quando se trata de posições de liderança.
Para responder a essa necessidade, confira agora dicas que podem ajudar a superar as barreiras na hora de avaliar atuais e futuros colaboradores.
Talentos são reconhecidos como profissionais de alta performance, que se destacam pela excelência em sugerir, delegar ou executar tarefas.
Para atrair essas pessoas, é necessário, em primeiro lugar, ter clareza sobre as necessidades da empresa e as responsabilidades que os talentos deverão desempenhar.
Assim, se torna possível recrutar profissionais que tenham valores em comum com a organização, o que certamente aumenta as chances de um bom rendimento.
Os novos funcionários precisam, ainda, de acolhimento e integração com os colegas, o que pode ser viabilizado através de programas de estágio, mentoria e outros que priorizem a formação dos talentos.
Por fim, é essencial investir em uma cultura com forte comunicação interna, criando um ambiente colaborativo e com foco na transparência.
Esse passo permite a construção de uma relação de confiança entre colaboradores e lideranças, contribuindo para a manutenção de um clima organizacional agradável e a retenção de talentos.
Os high potentials são profissionais muito acima da média, que têm capacidade para se tornar lideranças importantes nas empresas.
Esses talentos são cada vez mais valorizados nas grandes organizações, pois representam seu futuro e perenidade.
Porém, pode ser bastante complicado identificar os high potentials, especialmente quando ainda se encontram nos níveis operacionais, atuando como auxiliares ou analistas.
Uma ideia para selecionar os profissionais com alto potencial é avaliar seu perfil, verificando se possuem as características discriminadas neste artigo assinado por Francisco Homem de Mello, fundador da Qulture.Rocks.
É difícil prever os atributos que estarão em alta no mercado.
Entretanto, há estudos, como o relatório do Fórum Econômico Mundial, que levam em consideração as características da chamada Quarta Revolução Industrial.
Inteligência artificial, avanços na robótica, aprendizagem automática e transporte automatizado são marcas do período atual e de um futuro próximo, que já vêm desencadeando transformações nas tarefas profissionais de muita gente.
Por isso, a flexibilidade é uma habilidade que vai ganhar mais destaque e valor no mundo corporativo.
O relatório coloca a capacidade para resolver problemas complexos, pensamento crítico e criatividade no topo do ranking de competências essenciais em 2020.
Competências baseadas em habilidades comportamentais, como a inteligência emocional e capacidade de julgamento, também têm seu lugar na lista, salientando a importância do relacionamento interpessoal para o sucesso na carreira.
Também são citadas competências de liderança, a exemplo da gestão de pessoas e coordenação das próprias ações levando em consideração as atitudes da equipe.
Se você quer saber mais sobre competências e habilidades valorizadas no mercado, leia o nosso artigo sobre soft skills.
Não sabemos o que o futuro reserva, porém, a tendência é que todos precisem adquirir competências e habilidades relacionadas à administração.
Isso faz sentido, pois mesmo quem não ocupa uma posição de liderança precisa fazer a gestão de tarefas, de prioridades e do tempo, concorda?
Pensando nessas questões, reunimos seis habilidades que são úteis no gerenciamento de equipes ou da própria carreira:
Uma mensagem compartilhada de maneira clara evita ruídos, fofocas e comentários desnecessários entre o público, seja ele uma equipe de subordinados, pares, superiores, parceiros ou clientes.
Além do mais, favorece um ambiente organizacional agradável, já que todos conhecem suas responsabilidades e as expectativas da liderança.
Para ser um bom gestor, é preciso dedicar tempo e energia para identificar talentos latentes e viabilizar seu desenvolvimento, sem medo de que assumam novas posições.
Tenha em mente que, ao transmitir seus saberes, você também aperfeiçoa suas habilidades e competências e, portanto, facilita a conquista de cargos superiores.
Aqui, entram desde cursos, certificações e extensões até formações mais rápidas, realizadas por meio de workshops, simpósios e palestras.
O importante é que você sempre esteja bem informado sobre as inovações da sua área de atuação, mostrando vontade de aprender e flexibilidade.
Planejamento é o primeiro passo para a implantação de qualquer estratégia bem-sucedida, pois avalia as forças e fragilidades de uma ideia, preparando a empresa para diferentes cenários.
Portanto, é essencial ter sempre um objetivo como alvo, que deverá ser alcançado através de metas ou pequenos passos.
O universo digital revelou o poder de análises que partem de dados concretos, que fornecem dicas valiosas sobre quais caminhos são mais promissores.
Assim, é fundamental ficar de olho nos indicadores do mercado e formar bancos de dados próprios, que permitam comparações para decisões futuras.
Significa que um administrador deve ir além do conhecimento básico ou superficial, desenvolvendo a visão necessária para traçar estratégias em médio e longo prazo.
Ao longo deste artigo, apresentamos um panorama completo sobre competências e habilidades, destacando quais delas são cruciais para o mercado do futuro.
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