28 out 20
O que, afinal, é a Sociedade 5.0?
Inteligência artificial, redes de alta velocidade, big data e a comunicação entre máquinas são tecnologias que, em alguma medida, já estão presentes em nossas vidas.
No entanto, o potencial de desenvolvimento delas ainda é muito grande. Tão grande que um uso bom, racional e coordenado dessas técnicas pode trazer benefícios evolutivos imensos para a vida em sociedade.
Uma proposta de modelo de organização social que usa essas ferramentas para criar soluções para necessidades humanas é a Sociedade 5.0.
Breve definição
O conceito foi elaborado pelo governo japonês em 2016, no 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia do país, para o período de 2016 a 2021, com pretensões pouco modestas: prover serviços necessários ao bem-estar a qualquer hora, em qualquer lugar e para qualquer pessoa.
A Sociedade 5.0 foi designada como uma sociedade que o Japão deveria aspirar ao futuro, e o “plano” é tão bom que serve como referência mundial. Ela é uma evolução cronológica e tecnicamente sucessora de 4 modelos sociais: sociedades da caça (1.0), da agricultura (2.0), industrial (3.0) e da informação (4.0).
A Sociedade da Informação, ou 4.0, é a dos computadores. Esse momento, em que é possível processar uma grande quantidade de dados e se comunicar em tempo real com pessoas ao redor do planeta ainda não foi superado. Mas estamos num momento de transição e o projeto de Sociedade 5.0 propõe valores e procedimentos relevantes para executar bem essa passagem – confira um pouco mais sobre eles a seguir.
Objetivos e desafios da Sociedade 5.0
Nas sociedades organizadas, muitas dificuldades sérias podem ser transformadas em oportunidades de resolução de problemas. No caso do projeto japonês de Sociedade 5.0, é exatamente assim que funciona.
Em vídeo institucional do governo do Japão para promover esse novo paradigma, os principais problemas a serem resolvidos pela aplicação de tecnologia são:
- Declínio da taxa de natalidade e envelhecimento da população
- Desafios ambientais
- Concentração urbana
- Falta de mão de obra
- Desastres e terrorismo
- Revitalização regional
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- Declínio da taxa de natalidade e envelhecimento da população
- Desafios ambientais
- Concentração urbana
- Falta de mão de obra
- Desastres e terrorismo
- Revitalização regional.
Ainda mais propositivo é o site da agência comandada pelo primeiro-ministro japonês, o Cabinet Office. Além de listar os problemas a serem combatidos, também elenca possíveis soluções correspondentes:
De acordo com o Cabinet Office, a Sociedade 5.0 alcança uma convergência entre o espaço virtual (ciberespaço) e o real (físico). A grande eficiência aqui está em os dados acumulados no ciberespaço serem analisados pela inteligência artificial e gerarem interações diferentes no espaço físico.
Os reflexos práticos no cotidiano poderão ser sentidos no uso amplo de carros autônomos (transportes coletivo e de cargas) e drones (entregas de produtos e atendimentos a desastres), na conexão do interior doméstico em “casas inteligentes”, medicina robotizada aumentando a precisão de procedimentos, robotização de trabalhos pesados e gestão inteligente de nuvens.
Smart Cities
Uma “cidade inteligente” (“smart city”, em inglês) é uma cidade conectada, na qual espaços e rotinas públicas são mais eficientes graças a um uso criativo de tecnologias da informação.
O objetivo de conectar cidadãos, objetos e processos nesses espaços urbanos é gerar maior bem-estar reduzindo impacto ambiental. Estruturas complexas podem ser integradas para essa finalidade, incluindo o transporte público, redes hidráulicas, sistemas elétricos e fluxos de dados essenciais para as tomadas de decisões políticas.
As cidades inteligentes enquadram-se com perfeição nas necessidades da Sociedade 5.0, conforme descrito pelos japoneses. No Brasil, o município de Águas de São Pedro é uma referência de cidade inteligente. Por lá, iniciativas privadas viabilizam inovações como localizar vagas de estacionamento por celular.
Valores da Sociedade 5.0
Para sustentar os progressos tecnológicos desse arranjo, alguns valores oferecem fundamentos norteadores. Eles podem ser resumidos em três pilares:
Qualidade de vida
A redução drástica do trabalho pesado e o aumento do conforto para todos os cidadãos são uma tendência nesse arranjo social.
A expectativa de vida promete ser potencializada por avanços de biogenética, robôs, dados e outras tecnologias. Avanços em vigilância e monitoramento também podem incrementar a segurança nas cidades.
Inclusão
A capacidade de gerar riquezas e difundir serviços de saúde, segurança, educação e outras necessidades fundamentais promete construir um mundo menos excludente que o atual, em que há grandes desigualdades sociais e econômicas.
Caso a inclusão não seja um valor priorizado, as desigualdades podem mesmo ser aprofundadas.
Sustentabilidade
O uso eficiente de informações para aumentar o bem-estar tende a aumentar o acesso das pessoas a produtos e serviços. Consequentemente, tem potencial para elevar o consumo exponencialmente no mundo.
Portanto, uma mentalidade de sustentabilidade é essencial para mitigar a degradação de ecossistemas, escassez de recursos, mudanças climáticas e a extinção de espécies. A adoção de energias renováveis para substituir combustíveis fósseis é apenas um componente dessa mentalidade.
Conclusão
A construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva não é garantida pelo avanço de tecnologias. No entanto, o desenvolvimento de técnicas e mentalidades adequados à nova realidade que se configura com a evolução da robótica, da internet das coisas e das conexões de dados hipervelozes gera boas novas oportunidades de progresso.
Esse mundo novo de interações e resultados impressionantes demandarão uma capacidade de administração ainda mais assertiva e criativa. Nesse contexto, a busca de opções inovadoras de formação em Administração são uma escolha acertada, hoje, de olho no futuro que já emerge no horizonte.
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