08 jul 20
O que são os eSports e qual é seu potencial?
No meio de uma pandemia, os eSports mantiveram suas competições, enquanto esportes tradicionais como futebol, basquete, tênis e outros tiveram que parar tudo. Esse fato diz um pouco sobre como os eSports estão posicionados para arrebatar fãs ao redor do mundo.
Os videogames não são uma novidade. A geração que cresceu nos anos 80 e 90 passou horas e horas jogando Atari, Super Nintendo, o primeiro PlayStation e o Nintendo 64. A geração que hoje está na casa dos 30-40 anos passou muitas noites em claro nos corujões das lan houses jogando Counter Strike.
O que mudou foi a transformação dessa diversão em negócio. E a escala global alcançada com a popularização da tecnologia e o avanço dela. Se antes se jogava contra o computador ou seu amigo ao lado, agora é possível jogar online simultaneamente com uma pessoa do outro lado do mundo.
Por isso, os eSports continuaram com tudo em tempos de isolamento social e quarentena. Com acesso à internet, dá para manter os jogos rolando sem grandes problemas.
Porém, uma pergunta pode ser feita: os campeonatos enchem arenas, há grandes patrocinadores e a organização é profissional. Com tudo isso, é possível crescer mais? Há potencial nos eSports a explorar ainda? É isso que responderemos neste texto. Mas antes vamos explicar o que exatamente são os eSports.
O que são os eSports
Os eSports, ou esportes eletrônicos, são uma forma de competição esportiva entre jogadores usando videogames ou computadores.
Dentro do universo dos eSports há diversos jogos que “fornecem o cenário” para as disputas. Por exemplo, o CS:GO (Counter Strike: Global Offensive) é um “Multi-Player First Person Shooter” (Jogo de Tiro em Primeira Pessoa com Vários Jogadores).
O game tem diversos mapas e os jogadores se dividem entre Terroristas e Contraterroristas. Vence a equipe que eliminar os membros da equipe contrária.
Mas há muitas possibilidades além de jogos de tiro. Há também os Multiplayer Online Battle Arena (MOBA), jogos de estratégia, simuladores esportivos e lista continua. Há competições de todos esses jogos e para todos os gostos e muitos desses torneios são transmitidos via streaming, por plataformas como o Twitch ou até com cobertura de canais de televisão.
Uma das discussões mais acirradas nesse meio é se os eSports são esportes como os outros que conhecemos e se seus jogadores podem ser considerados atletas. Além da terminologia, os frutos dessa discussão podem influenciar, por exemplo, se teremos eSports em uma Olímpiada. Essa possibilidade não está distante.
Independentemente de sua posição sobre o assunto, é inegável que os eSports ainda têm para onde crescer e um potencial gigantesco.
Como dissemos são inúmeros títulos que são jogados nas competições organizadas. Os principais são:
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- Dota 2
- League of Legends
- Counter Strike
- Starcraft
- Fortnite
- FIFA
Dados sobre os eSports
Os números sobre os eSports são impressionantes. O banco americano Goldman Sachs projetou receita de 2,96 bilhões de dólares em 2022. Estimativa do Business Insider Intelligence indica que a audiência irá crescer de 454 milhões em 2019 para 646 milhões de pessoas em 2023.
A audiência do League of Legends World Championship de 2019 alcançou 100 milhões, com a final rendendo um prêmio de 1,1 milhão de dólares.
A Epic Games, produtora do game Fortnite, verdadeira febre entre o público jovem, distribuiu 100 milhões de dólares em prêmios no calendário de competições de 2019.
Só a Copa do Mundo de Fortnite distribuiu 30 milhões de dólares de premiação, com o vencedor da competição individual levando US$ 3 milhões. O americano Kyle “Bugha” Giersdorf, de apenas 16 anos, foi o felizardo.
A competição foi disputada no Arthur Ashe Stadium, casa do US Open de tênis, em Nova York. Algumas semanas depois, Rafael Nadal foi o campeão dessa competição que teve 149 edições e imenso prestígio. O espanhol ganhou 3,8 milhões de dólares.
A empresa de consultoria Deloitte publicou no Wall Street Journal uma análise sobre o crescimento dos eSports durante a pandemia. Entre os números citados, destaca-se que a audiência na plataforma Twitch, que transmite as partidas, aumentou 31% no mês de março, quando já estávamos no meio da pandemia. Segundo a análise, ainda há muitas oportunidades para branding e exposição de marcas nesse ecossistema.
Os eSports no Brasil
A Newzoo, consultoria especializada em marketing para eSports, estimou que 75,7 milhões de pessoas são “gamers” no Brasil, com 47 milhões jogando eSports.
O número de entusiastas, que assistem mais de uma competição por mês, é de 6,6 milhões, segundo dados de 2017. A previsão da Newzoo é que esse número alcance 12,3 milhões até 2021.
Nós temos tradição no jogo. Por exemplo, no respeitado ranking do site HLTV, a equipe brasileira FURIA é a sexta melhor do mundo. A MiBR (Made in Brazil) é a 14°.
Com público, organização e grandes atletas, não podem faltar as competições, com o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) sendo uma das que mais chamam a atenção.
eSports e negócios
Já ficou claro que os eSports são uma oportunidade para diversos negócios.
Empresas podem expor suas marcas em times e competições.
Plataformas podem aproveitar a atenção que os jogos geram.
Desenvolvedores de jogo podem criar as próximas histórias, cenários e personagens que irão ser arenas para a competição.
E jovens talentosos podem pensar em ser a próxima estrela de Counter Strike, da mesma forma que sonham em jogar pela Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo de futebol.
A FIA acredita no potencial dos eSports e com o curso de extensão eSports: A Nova Arena de Negócios, discute os desafios e oportunidades para as empresas no Brasil.
Caso você tenha interesse nessa área, ela pode ser perfeitamente objeto de estudos e até possibilidade de carreira. Potencial não falta.