características do empreendedor

23 set 20

Conheça as características do empreendedor: será que você as tem?

Por quê tantas pessoas não cansam de falar (bem) sobre empreendedores? Posto de forma brevíssima, é porque eles conseguem conduzir inovações e produzir utilidades, riqueza e/ou bem-estar.

Existe hoje a tendência de que muitos postos de trabalho em empresas de todo o mundo deixem de existir sem serem substituídos por outros. Nesse contexto, o estímulo pela diferenciação e pelo desenvolvimento dos empreendedores também é crescente.

Pessoas com autonomia, autoconfiança e insistência para conduzir mudanças nesse cenário desafiador podem ser boas empreendedoras. Mas o que é empreender? O termo “empreender” foi usado à exaustão e às vezes parece significar pouco. Porém, não é bem assim que a coisa funciona.

Este artigo reúne as principais características de um empreendedor e busca explicar a devida importância da atividade de empreender no mundo de hoje.

Uma só palavra, várias definições

Não é que a palavra tenha perdido o significado e valha tudo, mas é possível encontrar várias definições de empreendedorismo. Aqui, vamos nos servir de duas breves definições canônicas que se complementam.

A primeira é do economista austríaco Joseph Schumpeter (1883 – 1950), que descreveu como empreendedorismo a atividade de “pessoas versáteis, com habilidades técnicas para produzir e organizar recursos financeiros e operações internas”.

Schumpeter é o responsável pelo conceito de destruição econômica criativa, que é a base da famigerada inovação – outra palavra bastante “batida”, mas que tem tudo a ver com o presente tema, como veremos mais adiante.

Por outro lado, o reitor associado da faculdade de administração de negócios da Universidade de Kent, Robert D. Hisrich, define empreendedorismo como um “processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”.

Características do empreendedor

Na seção anterior, pudemos constatar que o termo “empreendedor” parece não se referir exatamente à mesma coisa sempre. Mas a essência foi atingida: o termo se refere a alguém capaz de conduzir uma atividade, também chamada… Empreendimento.

Em primeiro lugar, o empreendimento pode ser uma empresa e o empreendedor pode ser um gestor corporativo, mas não precisa ser necessariamente assim. O empreendimento pode ser uma ONG, um projeto social ou um projeto pessoal, por exemplo. Os empreendedores são as pessoas à frente desses projetos.

Nada melhor do que usar outra ótima referência para entender objetivamente quais são as principais características de empreendedores de sucesso.

O estudo do Dr. David McClelland, da Universidade Harvard, nos anos 1960, identificou 10 características de empreendedores. Foram feitas mais de 200 entrevistas com empreendedores de vários setores de atuação em três continentes. Listamos abaixo essas características:

  1. Ter iniciativa: Frequentemente, empreendedores são indivíduos com grande iniciativa para buscar por boas oportunidades 
  2. Persistir: A capacidade de enfrentar grandes dificuldades e superar derrotas pode ser crucial para alcançar o sucesso
  3. Correr riscos calculados: Tomar riscos é abrir-se a novas soluções e enfrentar limites para conseguir soluções diferenciais
  4. Exigir eficiência: Perseguir altos padrões pode resultar na superação de expectativas
  5. Comprometimento: Indivíduos que deixam de lado as necessidades de curto prazo para travar maior envolvimento com o mercado e com o cliente têm maior chance de obter bons resultados
  6. Curiosidade: A busca pela constante atualização sobre ativos, clientes, mercado, fornecedores e concorrentes leva a decisões mais assertivas
  7. Visão de metas: Compreender o caminho, os obstáculos e a ordem das ações rumo a uma meta é um grande ativo
  8. Capacidade de planejamento: Para enfrentar devidamente os desafios rumo à meta, é necessário conseguir separar as ações em etapas gerenciáveis
  9. Persuasão: Persuadir e se relacionar com pessoas-chave é crucial para obter apoio para construir e gerir um negócio
  10. Autonomia: confiar nas próprias opiniões e conduzir projetos com alto significado pessoal só é possível para pessoas independentes e autoconfiantes.

Talvez você tenha se identificado com algumas dessas características. Talvez nem tanto. Claramente, certas pessoas se identificam mais com esses valores e têm vocação maior que as outras para gerir um empreendimento.

Por outro lado, muito das competências empreendedoras podem ser aprendidas e desenvolvidas. De fato, o uso diferente de criatividade, paixão, dos riscos e oportunidades pode gerar resultados inusitados.

Nesse sentido, recomendamos consultar o livro Empreendedorismo para visionários, do Professor Doutor José Dornelas. Nele, o estudioso organiza as atividades de empreender conforme as motivações diversas de empreendedores e seus possíveis resultados.

Muitos desafios e muitas oportunidades

No Brasil, o Global Enterpreneurship Monitor (GEM) concluiu, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que havia cerca de 49,3 milhões de negócios em 2017.

São números bastante expressivos: em 2018, a cada cinco pessoas no Brasil na faixa entre 28 e 64 anos, duas tinham negócio próprio. A quantidade beira os 40% dessa faixa etária.

Mas o que mais impressiona é que ainda mais gente pode empreender e, sobretudo, se beneficiar muito de conhecimentos para potencializar resultados: 59% da geração de empregos no Brasil durante grande parte de 2018 ficou a cargo dos microempreendedores e pequenos empreendedores – informou uma outra pesquisa do Sebrae.

Se tantas pessoas agirem de maneira produtiva, o potencial de criar riqueza, estabilizar a economia de um país e até mesmo distribuir melhor a renda é enorme.

O Brasil se insere, hoje, numa economia mundial que estimula empreendedores a solucionarem de problemas tão presentes quanto desafios de mobilidade urbana, saúde, educação e geração de energia – até pouco tempo atrás, encarados apenas por grupos empresariais vultosos ou pelo poder público.

A tecnologia ajuda muito nessa mudança cultural. Criações como a impressão 3D ou os desenvolvimentos da big data viabilizam esses tipos de iniciativa. Por outro lado, grande parte do empreendedorismo pode ser fomentado por meio da educação, do investimento e até da organização.

A Singularity University é um exemplo de instituição que estimula o empreendedorismo: oferece capacitação de alto nível e a possibilidade de incubação de projetos que ambicionem progressos exponenciais e resolução de grandes problemas atuais.

Conclusão

O equilíbrio entre autonomia e risco é difícil de sustentar. Mas é justamente esse o desafio que os empreendedores encaram diariamente. Eles já eram em 400 milhões mundialmente, conforme estimativa da revista Entrepeneur, e devem se multiplicar ainda mais.

A busca pelo aprendizado constante e pelo autoconhecimento são fatores que ajudam todo mundo interessado nesse vasto e competitivo campo a descobrir quais são os próprios pontos fortes e fracos para obter bons desempenhos em qualquer que seja o projeto.

Empreender é, antes de tudo, perseguir transformações e propósito. Preparação e planejamento contam muito nessa longa jornada e a leitura desse texto, esperamos, já é um começo alvissareiro.

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