21 abr 21
Conheça o básico sobre o ativismo nas redes sociais
As redes sociais virtuais são plataformas relativamente recentes e se entranharam nos hábitos de comunicação mundialmente. Parece uma platitude afirmar isso, mas seria impensável há 10 anos que o modo de interação despudorada e direta do Twitter – e seus efeitos – fossem ser incorporados ao beabá de comunicação até mesmo de chefes de Estado no dia a dia.
Essas mídias já foram povoadas apenas por entusiastas. Hoje já servem de maneira expressiva à comunicação profissional e institucional. Devido à grande popularidade e influência, cada vez mais tem servido para ativismo de diferentes causas em ambiente virtual.
Neste artigo, explicamos o que é o ativismo em redes sociais, como ele funciona e quais são os tipos mais comuns desse tipo de uso das redes sociais no Brasil e no mundo.
O que é o ativismo nas redes sociais?
O ativismo em redes sociais pode ser entendido como uma das facetas do ciberativismo. Todas as variedades de ações online realizadas para difundir ideias e causas politicamente pode ser chamado de ciberativismo.
Organizações da sociedade civil e grupos organizados, mais do que cidadãos individualmente, engajam-se no ciberativismo. Esse tipo de ação virtual existe já desde o fim do século XX e ganhou expressão notável na Primavera Árabe de 2010, quando grupos da Tunísia, Irã e Egito usaram amplamente Twitter, Facebook e YouTube como canais de comunicação alternativo à mídia oficial, censurada pelos governos.
A definição do autor e consultor Oscar Howell-Fernández para o ativismo virtual é objetivo:
“Uma representação mais ou menos exata de nossas preferências e de nossa atividade social que se desenvolve de maneira constante e diária online, diante de instituições públicas ou privadas, governamentais ou comerciais.”
A definição do autor está presente em seu livro “La mano emergente” (“A mão emergente”), reproduzida em reportagem do El País. Ultimamente, reivindicações ligadas a questões de gênero, raça e crueldade contra animais são alguns exemplos de causas com muitos entusiastas.
Como funciona o ativismo nas redes sociais?
Redes sociais são um tecido complexo de interações, montados por várias “peças”, que são cada indivíduo. As mensagens são transmitidas entre essas “peças” de maneira fragmentada. É muito mais difícil para uma “peça” difundir uma só mensagem para todas as partes conectadas nessas redes do que nos meios de comunicação de massas – nos quais um emissor transmite uma mensagem única para muitas pessoas ao mesmo tempo.
Porém, as publicações que são percebidas como relevantes nessas redes podem chamar atenção de outras partes na rede. A percepção de relevância é altamente subjetiva, portanto, não há receita para o sucesso. Comover de alguma maneira os usuários que recebem a mensagem é a maneira de gerar algum tipo de interação.
Mais que qualquer mensagem publicada em redes, as manifestações de ativistas são feitas para serem lidas ou vistas e, preferencialmente, conseguirem respostas e adesão. O apoio às causas pode vir de maneiras diferentes, mas nem sempre objetivas.
Os comentários, as repostagens e os compartilhamentos são algumas expressões claras de apoio. Já as curtidas nem sempre endossam mensagens, como muitos usuários do Twitter e de outras redes fazem questão de lembrar. Os modos de interação, as dinâmicas e públicos de cada rede definem maneiras diferentes de adesão ou repúdio às causas e mensagens.
Conseguir o apoio de amigos ou seguidores pode ter um efeito multiplicador das mensagens enviadas: essas pessoas são mais propensas a interagir do que estranhos, e podem gerar interações de seus amigos e conhecidos, que encaminham as mensagens a mais pessoas que geralmente não teriam acesso a elas.
As pessoas influentes em redes sociais, que ganharam o nome de “influenciadores sociais” no meio publicitário, também são grandes “amplificadores” do volume dessas mensagens.
Muitas dessas pessoas divulgam causas sociais e marcas comerciais com a mesma desenvoltura, e por isso dão rosto a muitas campanhas de comunicação. A visibilidade do biólogo Átila Iamarino em meio à crise de COVID-19 e o ativismo de Luisa Mell pela causa animal são dois exemplos de influenciadores de diferentes nichos.
Efeitos do ativismo social
Das deficiências locais do poder público numa cidade até as demandas climáticas globais, indivíduos e grupos organizados podem se utilizar das redes sociais para perseguir alguns efeitos:
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- Aumentar o alcance de uma ou mais mensagens
- Atingir diferentes públicos
- Promover encontros e manifestações
- Influenciar em decisões de autoridades, leis ou debate político
- Ampliar a popularidade com apoio de personalidades, famosos e lideranças
- Chamar a atenção para temas pouco debatidos.
Quais são os principais ativismos nas redes sociais?
As interações de ativistas em redes sociais podem assumir formatos variados, dentre os quais são os mais comuns:
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- Textos opinativos
- Vídeos expositivos
- Vídeos de curta duração (Stories, por exemplo)
- Transmissões de vídeo ao vivo
- Enquetes
- Hashtags (cujo impulsionamento é apelidado “hashtivism”)
- Promoção de eventos organizados pelas redes sociais.
Sandor Veigh propõe três classificações para o ativismo nas redes sociais em seu livro “Classifying forms of online activism: the case of cyberprotests against the World Bank” (em português: “Classificando formas de ativismo online: o caso de ciberprotestos contra o Banco Mundial”):
- organização e mobilização
- conscientização e prática política
- ação e reação.
Conclusão
Com capacidade de influência cada vez mais consolidada na vida institucional, comercial e política, as redes sociais são ambientes de interação que exigem de seus usuários aprender a atuar e entender as comunicações ao redor.
Com a emergência de TikTok, Clubhouse e outras plataformas, o entendimento e as dinâmicas interativas vão se alterando, fazendo da busca por esse conhecimento uma constante. A formulação da linguagem, da imagem e a maneira de interagir exige dedicação e aprendizado frequente.
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