finanças pessoais

04 dez 19

9 dicas de finanças pessoais para entrar na faculdade com o pé direito

É provável que você ainda estivesse entrando na adolescência quando o Brasil começou a enfrentar a pior crise econômica de sua história recente. Em consequência da instabilidade econômica, muitas pessoas perderam o emprego e tiveram que aprender a lidar com suas finanças pessoais de forma urgente. Foi preciso apertar o cinto para garantir a própria sobrevivência — até porque gastar se tornou uma palavra fora do dicionário.

A boa notícia de toda essa turbulência é que cuidar das finanças pessoais tornou-se uma pauta importante dentro das próprias famílias. No mais, o número de projetos de educação financeira nas escolas aumentou significativamente nos últimos 5 anos ― inclusive, é um tema presente nas bases curriculares da Educação Infantil e Ensino Fundamental, dada sua importância.

Se você está preocupado com suas finanças pessoais, preste bem atenção neste artigo, pois as dicas que trazemos aqui podem fazer total diferença em seu futuro. Quer aprender a trabalhar seu dinheiro? Então, acompanhe a leitura!

Saiba como organizar as finanças pessoais desde cedo

A falta de educação financeira no país por tantos anos consecutivos está entre os motivos de haver tantas pessoas endividadas. Talvez você não saiba, mas cerca de 60% da população brasileira entrou em 2019 com algum tipo de dívida.  

Se quer afastar o risco de fazer parte dessa estatística precisa saber como organizar suas finanças pessoais desde de já, a fim de poupar seus gastos e investir para fazer seu dinheiro render. 

Antes mesmo de ingressar em seu primeiro curso de graduação, é importante começar a organizar o planejamento. Afinal, em poucos anos, se der tudo certo, você comemorará o ingresso no primeiro emprego e vai sentir o gosto de ter seu salário.

Normalmente é na faculdade que damos os primeiros passos rumo à independência financeira. Um ponto importante é justamente com relação às despesas domésticas e pessoais. 

Se você acabar indo morar sozinho, terá de aprender a controlar suas contas, uma vez que deverá pagar aluguel, água, luz, gás, comprar mantimentos etc. No caso de morar uma república, a coisa complica ainda mais, pois todos os moradores terão plena responsabilidade na hora de partilhar as despesas do lar. 

Nesse sentido, a melhor forma de começar organizar suas finanças pessoais é entender alguns comportamentos e crenças com relação ao dinheiro. Pode parecer uma bobagem a princípio, mas essa relação somente torna-se positiva quando o enxergamos como um meio para que consigamos conquistar o que desejamos. É um pensamento muito sério, capaz de determinar a prosperidade em sua vida.

Mitos com relação ao uso do dinheiro

Existem vários mitos que giram em torno da relação de uma pessoa com o dinheiro. Se você quer organizar suas finanças pessoais, é preciso desvendá-los o quanto antes. Veja a seguir alguns deles.

Se gasto o mesmo que ganho, está tudo bem

Um grande engano. Ainda que seus pais ajudem você com uma grana todo mês, não saia esbanjando. Se você gasta tudo o que ganha, não cria o hábito de fazer reserva. Esse comportamento será muito prejudicial no futuro, pois pode gerar um descontrole no seu orçamento. Você não apenas fica sem dinheiro no banco para alguma emergência, como também não consegue ter nenhuma reserva para investir e criar renda.

Dá para economizar somente o dinheiro que sobra

Esse já é um passo maior rumo à consciência sobre suas finanças pessoais, mas ainda demonstra falta de planejamento. Se você só guarda o que sobra, isso significa que não está efetivamente focado em poupar. Mude já o pensamento de que está tudo bem se não ficar quantia alguma em sua conta.

Só vou começar a juntar dinheiro quando tiver um emprego

Voltamos ao ponto de partida. É provável que seus pais ajudem você de alguma forma. Quanto você ganha deles em dinheiro vivo? O que eles dão para você é utilizado de que maneira? Você gasta tudo ou separa uma quantia?

Analise sua renda indiferente de origem. Separe o dinheiro das suas atividades estudantis, o valor das despesas, reserve um tanto para comprar o que precisa e também poupe um pouquinho. Quando menos esperar, você vai ver sua conta bancária ficando mais robusta.

Usar cartão de crédito é uma cilada

O cartão de crédito não é um vilão, mas é preciso saber como utilizá-lo. Se você sai comprando desenfreadamente, no final do mês certamente a fatura será enorme — o que pode ser motivo de grande aborrecimento em casa. 

No entanto, é possível usá-lo de forma consciente e ter total controle das despesas geradas. Além disso, com o cartão de crédito, você pode até mesmo participar de programas que geram pontos a serem convertidos em uma série de benefícios ― inclusive dinheiro!

Entenda por que planejar as finanças pessoais ao entrar na faculdade

A faculdade, como você sabe, é um momento de transição. Além da autonomia que você ganhará com relação aos estudos, outras responsabilidades virão — como as próprias despesas do curso. Por mais que seus pais arquem com parte das despesas, você vai querer andar com as próprias pernas o quanto antes. E planejar as finanças pessoais vai ajudar bastante nessa conquista!

Ter sua independência financeira em mente é um bom motivo para começar a vislumbrar um futuro próspero. Nesse sentido, como dissemos acima, lidar bem com o dinheiro implica não apenas controlar os gastos, mas principalmente, dar atenção à economia. 

Se você começar a organizar suas finanças pessoais assim que entrar na faculdade, certamente será muito mais fácil idealizar projetos maiores, como comprar um carro ou um apartamento, abrir um negócio e até mesmo investir na sua aposentadoria.

Mesmo que em quantias pequenas até que as oportunidades de emprego cheguem, quanto mais cedo começar a economizar e lidar com o dinheiro de forma consciente, melhor preparado você estará para situações que demandem grandes aportes financeiros. 

Além disso, pessoas que cuidam bem das finanças pessoais conseguem contornar muito mais facilmente as adversidades da vida, afinal, nem tudo funciona como planejamos. Saiba que o tempo é seu maior patrimônio quando se trata de juntar dinheiro. 

Então, quando iniciar seu primeiro emprego, você pode aumentar gradativamente suas economias e ir ajustando seu orçamento, inclusive, para aproveitar mais seus rendimentos.

Economizar para investir em sua carreira

Trabalhar e estudar faz parte da realidade de grande parcela dos universitários brasileiros. Muitos enfrentam uma rotina atribulada, que inclui acordar bem cedo, enfrentar um dia inteiro de jornada de trabalho e, ainda, ir para a faculdade à noite. Em alguns casos, esses jovens colaboram ou pagam integralmente seus estudos.

Desse modo, administrar bem as finanças pessoais é importante não apenas para pagar a mensalidade em si, como também para custear todas as despesas e investimentos relativos ao curso ― que vão além de transporte, alimentação e materiais.

Para que você consiga aproveitar ao máximo a vida universitária e se formar com uma bagagem ampla, capaz de fazer com que se diferencie na disputa por um bom emprego, é imprescindível estar presente em atividades diversas. Congressos, workshops, feiras, palestras e até experiências internacionais são itens que não podem faltar em sua jornada de conhecimento.

Tudo isso tem custos, por vezes altos, mas você não pode deixar essas oportunidades passarem. Ainda que a grana seja curta, é possível organizar as finanças pessoais e garantir algum tipo de reserva para momentos especiais como esses. 

Logicamente, você não precisa participar de todos os eventos que surgirem. Escolha aqueles dentro de seu alcance financeiro, ou guarde dinheiro para experiências mais arrojadas, como é o caso dos intercâmbios. Já pensou ter a oportunidade de estudar parte da graduação fora do país, ter contato com outras culturas e ver de perto o que há de mais moderno na sua área?

A resposta para tudo isso mais uma vez está em um bom planejamento de suas finanças pessoais. Com esse preceito em mente, sua carreira tem condições de deslanchar antes mesmo da colação de grau. 

Ter a possibilidade de empreender 

Um estudo do Sebrae revelou que o jovem brasileiro tem vontade de empreender como forma de atingir sua autorrealização. No levantamento feito com 2.132 empreendedores de pequenas e médias empresas, 32% dos entrevistados afirmaram que esse foi um desejo que surgiu ainda quando estavam na casa dos 18 anos.

Vale destacar que 42% desses empreendedores cogitaram empreender antes da maioridade. Entre os jovens empreendedores de até 34 anos, mais de 30% realizaram algum tipo de capacitação profissional. 

Se você também está entre os jovens que veem no empreendedorismo uma grande possibilidade de alavancar a carreira, saiba que a faculdade pode ser um excelente palco para isso. Inclusive, diversos cursos abordam a gestão financeira e outros assuntos relacionados a negócios, como é o caso da graduação em Administração de Empresas.

Além de haver espaço para a construção de networking e idealização de projetos-piloto entre os próprios alunos, as melhores instituições também costumam apoiar ideias inovadoras, principalmente ao oferecer estrutura para o desenvolvimento de novos negócios.

Mas, para tirar qualquer projeto do papel é preciso trabalhar o dinheiro de forma inteligente. Seja no momento de investir, seja no cotidiano da empresa, nenhuma organização sobrevive sem um equilíbrio financeiro.

No caso das finanças pessoais, se você já tem um pensamento empreendedor na própria faculdade, ainda que um negócio não seja sua prioridade agora, certamente conseguirá muito mais perspicácia para concretizar suas ideias posteriores.

Terminar a faculdade no azul

Ainda que não tenha um espírito empreendedor, certamente você poderá usufruir da boa gestão de suas finanças pessoais para não entrar em dívidas. É inegável que sua visão do que é economizar pode ser muito diferente da de alguém que já está no mercado de trabalho. Se você ainda não começou a ganhar dinheiro de verdade, seu foco está principalmente nos estudos e na diversão. 

Há muitos motivos para esbanjar dinheiro na faculdade, e eles não se restringem aos estudos. A universidade é uma das fases mais intensas na vida das pessoas. Isso porque viagens, festas, shows e eventos esportivos passam a fazer parte da rotina dos estudantes e tornam-se um meio de fazer amizades e liberar o estresse das obrigações.

A grande questão é que esse divertimento todo faz qualquer um gastar bastante — e se você não controlar bem seu dinheiro, pode correr o risco de extrapolar e ficar no vermelho. Nesse sentido, é realmente importante levar a questão a financeira a sério, porque os erros que você comete na faculdade podem segui-lo pelo resto da vida. 

A chave para o sucesso financeiro é estar ciente de como você está gastando seu dinheiro. Controlar seus gastos é importante para você se forme na faculdade sem um ônus financeiro ― especialmente se estiver participando de algum financiamento que vai começar a pagar depois de se formar. 

Quando você toma conhecimento de suas finanças, tendo ciência de todas as suas despesas e gastos, passa a pensar em maneiras bem-sucedidas de economizar para o futuro. Logo, sua maturidade financeira será alcançada na medida em que gerenciar de forma inteligente seus recursos.

Confira 9 dicas de finanças pessoais 

Neste ponto, seguramente você já compreendeu a importância de administrar bem seu orçamento, não apenas para conseguir ter tranquilidade durante a faculdade, mas principalmente para os anos posteriores. Agora, veja 9 dicas de finanças pessoais que separamos para você. 

1. Planeje suas despesas mensais

Algumas linhas acima, comentamos o quanto o planejamento é importante para as finanças pessoais. Então, a primeira coisa a se fazer é listar todas as suas despesas mensais. Para isso, crie uma planilha com os seus custos fixos e variáveis, incluindo separadamente cada valor.

Os custos fixos são aquelas contas que devemos pagar todo mês. Os custos variáveis, por sua vez, incluem despesas que podem ser maiores, menores ou nem existir, dependendo do que fazemos. Veja alguns exemplos:

  • custos fixos: aluguel, transporte fretado, planos de celular e internet, televisão, academia e plano de saúde;
  • custos variáveis: alimentação, contas de água, luz e gás, cartão de crédito, cuidados com o corpo, viagens, baladas, materiais para a faculdade e vestuário.

2. Faça controle de entradas e saídas

Acrescente em sua planilha de finanças pessoais uma coluna para controle das entradas e saídas. Isso significa que você vai fazer um balanço de tudo que ganhou e quanto gastou

Aqui, também é importante estabelecer limites para seus gastos. Os custos variáveis, como você viu acima, podem ser altamente controláveis. Comece economizando em sua própria casa, não deixando luz acesa à toa, nem tomando banhos demorados ou fazendo compras no supermercado excessivamente.

Você também pode ir além e estipular um teto de gastos com lazer, por exemplo. Procurar programas mais baratos com seus amigos e deixar a balada para uma ou duas vezes no mês são formas de guardar um bom dinheiro.

3. Não atrase as contas

Tem contas para pagar? Não atrase, pois os juros podem ser bem altos ― especialmente se for no cartão de crédito. Além disso, alguns dos serviços podem ser cortados caso não cumpra com o pagamento em dia. 

Se você acha que pode se esquecer de alguma conta importante, uma dica é colocá-la em débito automático. Outra sugestão é criar lembretes em seu celular com os prazos das contas que estão para vencer.

4. Opte por livros e materiais didáticos usados

Dependendo da sua graduação, o investimento em materiais didáticos pode ser bem caro. Não é muito difícil encontrar livros novos que custem algumas centenas de reais. Pensando nisso, busque utilizar opções mais baratas. Visitar sebos (físicos e virtuais) é uma ótima alternativa! Eles normalmente têm edições bem cuidadas de obras importantes, porém usadas. Você verá que o preço cai drasticamente.

No mais, converse com colegas de semestres mais adiantados sobre a possibilidade de eles venderem seus materiais ou mesmo doar para você. Outra saída é pesquisar o material que você precisa em comunidades universitárias online ― apenas tome cuidado com a forma de pagamento para quem você não conhece. 

5. Aproveite a tecnologia para estudar

A tecnologia é uma ótima aliada para quem deseja fazer uma boa economia nos estudos. Além dos inúmeros aplicativos gratuitos que ajudam bastante a exercitar diversas áreas do conhecimento, você também pode baixar gratuitamente inúmeros materiais.

Para fugir do plágio e da pirataria, é possível consultar sites como bibliotecas virtuais, nas quais você encontra muito material regulamentado de qualidade. Além disso, algumas editoras liberam versões de seus livros em formato PDF, por um valor geralmente mais barato em relação a uma cópia física.

6. Vá atrás de bolsas de iniciação científica

Se você tiver interesse em investir na carreira acadêmica, as bolsas de iniciação científica são uma excelente oportunidade de você aliar a conquista de novos conhecimentos à renda extra.

A iniciação científica consiste no ingresso ao mundo da pesquisa dentro da própria universidade. Orientados pelos professores, os alunos participam de encontros coletivos ou individuais para aprofundarem conhecimentos em determinada área do curso e conhecerem metodologias de pesquisa como foco em análises críticas e descobertas. Trata-se, assim, de uma porta de entrada para programas de mestrado e doutorado.

Para que os alunos tenham incentivo em participar da iniciação científica, existem instituições de fomento à pesquisa que oferecem bolsas de estudo mediante seleção. As principais são FAPESP, CNPq ou CAPES.

7. Tente trabalhar na instituição de ensino

Em alguns casos, é possível participar de programas de estágio na própria faculdade. Esses programas incluem trabalhar no setor administrativo do departamento do seu curso, atuar em agências júnior, laboratórios etc. Em contrapartida, você pode receber um bom desconto na mensalidade ou algum tipo de ajuda de custo

Para conhecer as possibilidades de estágio ou trabalho dentro da própria faculdade, converse com o coordenador do seu curso. Ele poderá encaminhar você para uma área de seu interesse, o que ajudará você a aumentar seu aprendizado e estabelecer sua renda.

8. Fique de olho em programas de estágio e trainee

Os programas de estágio e trainee estão entre as principais portas de entrada para o trabalho em grandes empresas. Normalmente, a faculdade conta com parcerias para encaminhar seus alunos a processos seletivos, mas você também pode pesquisar empresas que estão com vagas abertas. 

Apesar de os programas normalmente terem contratos temporários, trata-se de uma excelente oportunidade, pois se você se destacar é possível que haja efetivação ― alguns universitários até mesmo conseguem terminar seus cursos já contratados.

9. Invista seu dinheiro

Não basta somente guardar seu dinheiro todo mês, é preciso investi-lo para que você tenha um retorno positivo. Os bancos e instituições financeiras têm diversos programas de investimento bastantes seguros e que permitem começar com pouca grana.

Até mesmo pelo celular você consegue programar seus investimentos todo mês, por meio do internet banking ou de aplicativos de corretoras. Veja na sequência alguns tipos de investimento que você pode realizar.

Poupança

É a queridinha dos brasileiros por ser bastante segura, não ter taxas a pagar e disponibilizar o dinheiro para quando quiser sacar. A principal desvantagem é que rende muito pouco ― em torno de 4,5% ao ano.

Tesouro direto

Considerado o investimento mais seguro do mercado financeiro, está ligado ao Tesouro Nacional. É bem mais vantajoso que a poupança, mas você não pode retirar toda hora e tem algumas taxas. Os rendimentos podem ser prefixados (estabelecidos no contrato) ou pós-fixados (variam durante o ano).

Mercado de ações

O mercado de ações é complexo e exige certo conhecimento, mas está ao alcance de todos. Se você quiser investir, o ideal é realizar alguns cursos e contar com a ajuda de um profissional de corretora de valores. A própria Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) tem uma área educacional com diversos cursos presenciais e online para ajudá-lo a lidar com o mercado financeiro.

Depois dessas dicas, temos certeza de que você passou a ter outro pensamento em relação às suas finanças pessoais. Esperamos que comece a faculdade com o pé direito e, desde já, administre bem seu dinheiro, a fim de aumentar seus ganhos e poder realizar seus sonhos!

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