Tecnologia

17 tecnologias espaciais usadas no dia a dia e como elas contribuem na sociedade

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É possível que você esteja fazendo uso de uma tecnologia espacial agora mesmo, sem se dar conta disso.

Inicialmente desenvolvidas para uso exclusivo dos astronautas, diversas tecnologias espaciais sofreram adaptações, melhorando a vida das pessoas também na Terra.

Quer um exemplo?

Os comandos digitais em veículos foram desenvolvidos para facilitar a comunicação em ambientes onde os fios são um problema, por causa da gravidade zero.

Alguns de nós passamos as noites com a cabeça em travesseiros de viscoelástico, também conhecidos como “travesseiro da NASA”.

Esses são alguns dos inventos que mostram como usamos a tecnologia espacial no dia a dia, mesmo tendo sido criados para atender às necessidades dos tripulantes das missões espaciais.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a tecnologia de exploração espacial e se surpreender com a maneira como as suas criações passaram a ser usadas na Terra.

Se você tem interesse pelo tema tecnologia no espaço, não deixe de ler até o final!

Confira os tópicos abordados:

  • Como a tecnologia espacial vem contribuindo em nossas vidas?
  • 17 tecnologias espaciais utilizadas no dia a dia
  • O papel da tecnologia espacial na Amazônia
  • O cenário atual da tecnologia espacial.

Siga a leitura e amplie seus conhecimentos sobre estudos desenvolvidos no espaço!

Leia também:

Como a tecnologia espacial vem contribuindo em nossas vidas?

Não é de hoje que as tecnologias espaciais “pousam” nos lares terrestres, tornando a vida mais fácil em vários sentidos.

É um processo parecido com o que acontece em tempos de guerra, em que condições extremas pedem soluções fora da caixa, ou seja, inovadoras.

Ao criar uma solução para melhorar as condições de vida humana em explorações espaciais, os cientistas acabam inevitavelmente solucionando problemas terráqueos.

Portanto, a tecnologia espacial deve ser tratada não só como uma solução para as questões aeroespaciais, como para diversos problemas enfrentados pelos cidadãos comuns.

17 tecnologias espaciais utilizadas no dia a dia

A exploração espacial é, indiretamente, um meio para acelerar o avanço da tecnologia de uso terrestre.

Ou seja, ao buscar o desenvolvimento da tecnologia no espaço, a humanidade acaba por se beneficiar, criando soluções adaptáveis.

O mais interessante é que essas soluções não se restringem a produtos inovadores.

Graças à tecnologia espacial, até mesmo o controle sobre a qualidade dos alimentos pode ser aprimorado.

Outro campo que evoluiu bastante em razão da tecnologia espacial é o da navegação, cujos avanços levaram ao desenvolvimento de pistas de pouso melhores.

Confira a seguir 17 descobertas creditadas à pesquisa espacial e como elas migraram dos foguetes para as casas e demais instalações na Terra.

Você talvez se surpreenda quanto ao uso da tecnologia espacial no dia a dia.

1. Câmera de smartphone

Veja alguns exemplos de tecnologia espacial utilizada no dia a dia

Um dos desafios que a NASA e outras agências espaciais sempre enfrentaram foi o tamanho das câmeras usadas para gravar vídeos.

Afinal, o espaço interno de uma nave é sempre restrito, o que inviabiliza o uso de câmeras grandes e com longos cabos.

Foi então que, na década de 1990, os estudos desenvolvidos no espaço levaram o engenheiro Eric Fossum a criar um novo sensor para câmeras de vídeo.

Chamado de CMOS-APS (semicondutor de óxido de metal complementar de pixel ativo), esse novo sensor resultou da combinação de técnicas japonesas e tecnologias inovadoras em construção de chips.

A iniciativa foi tão bem-sucedida que até hoje o material é utilizado em câmeras DSLR na maioria dos smartphones.

2. Filtro de água

Outro desafio enfrentado desde sempre pelas explorações espaciais é a falta de água no espaço.

Água potável, então, mais difícil ainda.

Por isso, toda água que os astronautas levam para o espaço deve ser reaproveitada, o que demanda uma tecnologia em filtragem simples e eficaz.

Nasceu assim o sistema de filtragem por cartuchos de iodo, que se destaca pela sua grande eficiência em eliminar bactérias e microrganismos.

Essa tecnologia espacial vem sendo usada na Terra em filtros domésticos e até para limpeza da água de piscinas.

3. Termômetro infravermelho

A área da saúde é provavelmente uma das mais beneficiadas pelo avanço da tecnologia espacial.

Graças a ela, a medição de temperatura, principalmente em bebês e crianças, deixou de ser um problema, com a criação do termômetro infravermelho.

Essa é a tecnologia usada para saber a temperatura de planetas a milhões de anos-luz, com base na variação da cor que cada um deles emite.

A partir disso, a empresa Diatek teve a brilhante ideia de pedir suporte da NASA para desenvolver um termômetro que dispensasse o toque nas pessoas.

Além disso, o dispositivo não usa mercúrio, que é uma substância perigosa.

Contando com a tecnologia no espaço, a Diatek conseguiu desenvolver um produto que estima a temperatura utilizando a energia infravermelha que emana dos tímpanos.

O resultado é de alta precisão, variando em apenas 0,1ºC.

4. Espuma viscoelástica

Você já deve ter ouvido falar sobre o travesseiro da NASA.

O que nem todos sabem é que a NASA, embora tenha realmente feito parte dessa descoberta, jamais utilizou essa tecnologia espacial em suas missões.

Essa história aconteceu em 1966, quando a agência espacial americana buscava desenvolver um material que se moldasse ao corpo dos astronautas.

Foi então que os pesquisadores Charles Yost e Charles Kubokawa, contratados pela NASA, desenvolveram uma espuma com elevada dissipação de energia, chamada viscoelástica.

A ideia era que ela fosse um material utilizado nos assentos das naves e que servisse como amortecedor para eventuais impactos.

O projeto acabou engavetado, mas felizmente os dois Charles perceberam que o material tinha potencial para ser comercializado fora dos domínios espaciais.

Assim, em 1976, a patente passou a ser de domínio público, o que abriu espaço para a utilização da espuma viscoelástica de poliuretano ser usada para fabricar travesseiros, colchões e acessórios esportivos.

5. Tênis de corrida

A tecnologia espacial de amortecimento em capacetes é a mesma utilizada nos tênis de corrida

Um dos possíveis contratempos que um astronauta pode ter que enfrentar no espaço são os impactos.

Sem gravidade, qualquer objeto pode se tornar uma arma, já que, no vácuo, o movimento nunca cessa.

Em razão disso, a NASA está sempre em busca de novos materiais que ajudem a absorver impactos, a exemplo do viscoelástico.

Entre esses materiais, está a borracha usada como forro do capacete dos astronautas que, por causa da sua grande capacidade de amortecimento, passou a ser usada na fabricação de solas de tênis de corrida.

6. Termômetro em cápsula

As explorações espaciais levam os astronautas a condições extremas, nas quais o corpo é testado ao limite.

Por essa razão, as agências espaciais costumam realizar experimentos, com os quais avaliam a reação do corpo humano à severidade do espaço sideral.

Uma das maneiras de monitorar isso é por meio da temperatura corporal que, para a NASA, precisa ser medida de forma contínua.

Como fazer isso levando em conta que, ao sair de uma nave, o astronauta está envolto em um traje pesado, que inviabiliza o uso de um termômetro, mesmo com infravermelho?

A tecnologia espacial usada para isso é o termômetro em cápsula.

Uma vez ingerida, ela percorre o sistema digestivo e mede a temperatura corporal.

Depois disso, o equipamento passou a ser usado por atletas de diversas modalidades, inclusive pilotos de corridas e jogadores de hóquei.

7. Fórmula enriquecida

Claro que, no espaço, não há como cozinhar, muito menos cultivar alimentos ou ir à caça.

Assim, a solução é enviar suprimentos de alimentos prontos para as tripulações, que precisam encontrar na comida enlatada tudo que precisam para ter energia.

Foi pensando nisso que, na década de 1980, a NASA levou adiante um projeto chamado Closed Environment Life Support System (CELSS), no qual se testou o cultivo de algas para alimentar os astronautas.

Embora o projeto tenha fracassado, ele acabou dando origem a um outro, conduzido em 1994 pela empresa Martek.

Nascia assim o Formulaid, um alimento artificial rico em ácidos graxos, que, por coincidência (ou não), são a base para a nutrição de bebês.

Claro que não tardou para a tecnologia espacial ser comercializada na forma de papinha.

8. Trajes de compressão para grávidas

Uma das principais causas de mortalidade em mulheres depois de dar à luz é a hemorragia pós-parto.

Em 1969, um hospital nos Estados Unidos estava às voltas com um caso grave, em que uma mãe sofria de uma hemorragia persistente há semanas.

Foi quando um dos médicos de plantão decidiu pedir ajuda aos engenheiros do Centro de Pesquisa Ames, da NASA.

A solução encontrada foi vestir a paciente com o traje G, que é usado para evitar que pilotos e astronautas percam a consciência em condições extremas de voo.

No caso da mãe com hemorragia pós-parto, bastaram poucas modificações para que, em um período de menos de 12 horas, ela apresentasse melhora.

Depois, foi só a indústria de equipamentos médicos fazer algumas adaptações para que o traje pudesse ser plenamente usado em ambiente hospitalar.

Há até projetos de aperfeiçoamento da tecnologia espacial financiados pela fundação de Bill Gates, já que, depois da adoção do traje, as mortes por hemorragia pós-parto caíram pela metade.

9. Grooving

A tecnologia de exploração espacial não precisa ser altamente sofisticada para gerar bons resultados.

Uma delas é a aplicação do chamado grooving, um tipo de ranhura no sentido transversal das pistas de pouso de aeronaves.

Elas foram desenvolvidas pela NASA em resposta ao desafiador processo de aterrissagem dos pesados ônibus espaciais, veículos com pouca aerodinâmica e estabilidade.

Pousá-los em segurança em uma pista convencional era uma tarefa altamente arriscada, considerando o risco iminente de derrapagem.

Para evitar que isso acontecesse, os engenheiros da agência tiveram uma ideia simples, mas eficaz: riscar a pista no sentido transversal com “micro valas”, de modo que a água escorra mais facilmente, enquanto aumenta a tração e aderência dos pneus em contato com o solo.

É claro que não demorou para o método ser copiado nas pistas de pouso de aeronaves comuns.

10. Winglets

Sempre será do interesse da NASA e de qualquer agência ou empresa do ramo economizar combustível.

Para se ter uma ideia, um ônibus espacial precisa de 3 milhões de litros só para decolar, o que corresponde a um peso de 728 toneladas.

Logo, toda economia que puder ser gerada é muito bem-vinda, por mínima que seja.

Uma das maneiras que a NASA encontrou para isso foi reduzir a turbulência gerada pela aeronave, principalmente a que é causada pelo atrito das asas com o ar.

Foi assim que seus engenheiros desenvolveram os Winglets, espécie de asa vertical instalada na ponta das asas das aeronaves, capazes de gerar economia de até 9%.

11. Compressão de vídeo

A tecnologia espacial no dia a dia é capaz de produzir o que há alguns anos era impensável.

Uma delas é a compressão de vídeo, que ganhou um tremendo impulso graças à NASA e suas pesquisas.

Para solucionar o problema dos arquivos de vídeo gigantescos gerados pelos astronautas, a agência investiu pesado, contratando empresas para resolver esse e outros problemas.

Uma delas foi a Optivision, que criou a primeira placa capaz de comprimir vídeos em taxas de 25 a 30 fps em arquivos MPEG, recurso hoje disponível em qualquer celular.

12. Equipamentos wireless

Outra tecnologia espacial adaptada ao dia a dia depois de atender às necessidades da NASA foi o uso de ferramentas operadas wireless, ou seja, sem fios ou tomadas.

Tudo partiu de uma demanda enviada pela NASA à Black & Decker, que recebeu a missão de desenvolver brocas e furadeiras capazes de operar no vácuo, sem a necessidade de tomadas.

Então, se você tem alguma ferramenta que não precisa de tomada para funcionar, agradeça à agência espacial dos Estados Unidos e aos valorosos engenheiros da B&D.

13. Máquinas de exercício

Um dos problemas que acometem os astronautas é a rápida perda de força e tônus muscular, em função da gravidade baixa.

E no espaço os pesos “não pesam”, então, como fazer para manter o condicionamento físico?

A resposta para esse problema veio de um projeto liderado pelo pesquisador Paul Francis, que sugeriu o uso de máquinas para fazer exercícios guiados.

Deu tão certo que, hoje, dificilmente você vai ver uma academia de ginástica sem ter pelo menos um dos “filhos” desses aparelhos.

14. Normas de segurança alimentar

Não foi nada fácil mandar as primeiras missões tripuladas para o espaço.

Além dos gastos colossais com as aeronaves, a NASA teve que lidar com diversas questões envolvendo a própria sobrevivência dos astronautas, a começar pela alimentação.

Pensando nisso, foi feita uma parceria com a Pillsbury Company, que de cara detectou a ausência de protocolos de qualidade e segurança alimentar.

A resposta a esse desafio foi o “Hazard Analysis and Critical Control Point” (HACCP), técnica de avaliação das etapas da fabricação dos alimentos que foi adotada inclusive no Brasil a partir da década de 1990.

15. Amortecedores para terremotos

Imagine os riscos de colisão no momento em que um foguete precisa se desacoplar de uma nave espacial a centenas de quilômetros de altura.

Para resolver esse pepino gigantesco, a NASA contratou a Taylor Devices, cuja missão era criar uma tecnologia espacial que suavizasse os impactos causados pelos tubos de combustível.

Para isso, ela criou um sistema de amortecedores preenchidos com fluido combustível, que seriam posteriormente adaptados para amortecimento contra terremotos em pontes e edifícios.

16. Controles digitais em aeronaves

A tecnologia de exploração espacial deu origem também aos comandos digitais em aeronaves.

Os primeiros de que se tem registro foram utilizados no programa Apolo, o que representou um grande avanço para a navegação, viabilizando a memorização de manobras e o armazenamento de dados.

16. Monitores hospitalares

Estudos desenvolvidos no espaço tiveram aplicação também na terra

Você sabia que os monitores hospitalares foram criados inicialmente para enviar dados sobre a saúde dos astronautas para a Terra?

Claro que não demorou para que essa tecnologia espacial fosse “transplantada” para as unidades de saúde, onde é empregada amplamente em leitos hospitalares.

17. Isolante térmico

Seria uma temeridade expor os astronautas às variações brutais de temperatura no espaço.

Além disso, era preciso proteger os equipamentos, alguns contendo componentes sensíveis às oscilações térmicas.

Assim surgiu a barreira radiante de isolamento, um tipo de material prateado usado até para proteção de edifícios contras as temperaturas extremas.

O papel da tecnologia espacial na Amazônia

O Brasil também tem o seu próprio programa espacial, que tem entre as suas finalidades o monitoramento de uma das nossas maiores riquezas: a Amazônia.

Isso tem sido feito pelo satélite Amazônia I, cuja missão é, segundo o governo federal:

“Fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento especialmente na região amazônica e, também, a diversificada agricultura em todo o território nacional com uma alta taxa de revisita, buscando atuar em sinergia com os programas ambientais existentes.

O cenário atual da tecnologia espacial

Os estudos desenvolvidos no espaço não são exclusividade das agências espaciais americana e russa.

Cada vez mais a iniciativa privada tem explorado a tecnologia espacial, e a empresa mais destacada nesse segmento é a SpaceX, de propriedade de Elon Musk.

Essas empresas estão empenhadas em um amplo movimento de expansão das fronteiras espaciais, algumas já projetando para daqui a alguns anos os primeiros voos turísticos.

Do lado da NASA, seguem firmes as missões não tripuladas em Marte, onde sondas como o robô Opportunity têm enviado imagens e resultados de análises do solo e atmosfera.

Conclusão

A tecnologia espacial é sem dúvida uma das principais responsáveis pela evolução da tecnologia que utilizamos aqui na Terra.

Como vimos neste artigo, ela promove saltos evolutivos gigantescos, que dificilmente aconteceriam (ou seriam muito mais lentos) sem a participação das instituições e empresas dedicadas à pesquisa aeroespacial.

Então, gostou de aprender mais essa?

Leia os artigos publicados no blog da FIA e continue a par dos assuntos mais interessantes!

FIA

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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