Estratégia e Organizações

Moonshot Thinking: aprenda a otimizar processos

A base do Moonshot Thinking é a mesma ideia que inspirou aquela frase: “mire na Lua porque, se errar, acertará as estrelas”.

Ou seja, é sobre estabelecer objetivos grandes e audaciosos.

Esse conceito vem impulsionando o desenvolvimento e a inovação em diversas empresas mundo afora.

Como você já deve ter percebido, é uma abordagem ousada de se fazer negócios.

Acontece que se orientar por essa filosofia não significa viver atirando para qualquer lado.

Pelo contrário, a ideia é dar apenas um “tiro”, mas que seja certeiro e definitivo.

Até porque, sem metas bem definidas, não há empresa que evolua.

Nesse sentido, ser moonshot na sua essência é a melhor maneira de crescer e superar os concorrentes, na carreira e nos negócios.

Confira os tópicos que vão ser abordados neste texto:

  • O que é Moonshot Thinking?
  • Por que o moonshot e a inovação se conectam?
  • Como colocar o Moonshot Thinking em prática na sua empresa?
    • Promover mudanças na cultura organizacional
    • Redirecionar equipes de trabalho
    • Identificar problemas internos
    • Criar soluções a partir de métodos novos e mais efetivos
    • Manter o time motivado e unido pelo mesmo propósito
  • Quais vantagens o Moonshot Thinking traz para a empresa?
  • Empresas que utilizam o Moonshot Thinking.

Acompanhe até o final para saber como funciona o Moonshot Thinking, por que e quando aplicar na sua empresa.

O que é Moonshot Thinking?

Como conceito definido, o Moonshot Thinking não tem uma origem conhecida.

Um dos seus possíveis autores seria o ex-presidente americano John F. Kennedy, que em 1962 convocou a nação a apoiar uma iniciativa incrivelmente ousada para a época: mandar um homem à Lua.

O sucesso da empreitada mudou os paradigmas de competição até então existentes.

As pessoas passaram a acreditar que tudo era possível.

Vale destacar que Moonshot Thinking é diferente de um outro termo usado para se referir a metas extremamente ousadas, o Big Hairy Audacious Goals (BHAG), ou seja, “Metas Grandes, Audaciosas e Cabeludas”.

Este termo foi lançado em 1994 com o livro “Built to Last: Successful Habits of Visionary Companies”, de James C. Collins e Jerry I. Porras.

Embora seja tratado como um sinônimo, ele é mais usado para definir metas específicas, enquanto o Moonshot Thinking consiste em um mindset, ou seja, uma nova mentalidade.

Por que o Moonshot e a inovação se conectam?

Mirar na lua não é o mesmo que viver no mundo da lua.

O conceito de Moonshot Thinking é uma maneira de conduzir as empresas em seus processos de definição de metas e, sobretudo, para pautar a inovação.

Então, se você se pergunta quando aplicar Moonshot Thinking, já tem aí uma resposta.

Não se trata de estabelecer metas impossíveis, mas metas que ninguém ousou pensar ainda.

Dá para perceber que existe uma diferença, certo?

Provas de que essa é uma forma viável de pensar existem aos montes.

Veja, por exemplo, os casos de empresas como Apple, Airbnb, Spotify e tantas outras que se tornaram gigantes como que por “milagre” – aos olhos de quem acompanha de longe, é claro.

Temos essa impressão não porque algo místico tenha acontecido com elas, mas porque elas foram inovadoras a tal ponto que seus feitos parecem até obras de ficção.

Elas deixam a lição de que inovar é e sempre será o ponto de partida para grandes realizações e que nenhuma empresa se torna líder sem ser verdadeiramente ambiciosa.

E também ajuda a entender por que aplicar Moonshot Thinking nos negócios vale a pena.

Vamos ver, então, como fazer isso?

Como colocar o Moonshot Thinking em prática na sua empresa?

Quando aplicar moonshot thinking

A Apple sempre foi ousada porque essa era a essência de um dos seus principais líderes, o visionário Steve Jobs.

O mesmo acontece com outras empresas que se destacaram no mercado em razão do seu arrojo.

Alguém poderia pensar que Moonlight Thinking é coisa para poucos predestinados, já que depende da personalidade das pessoas que estão à frente das empresas.

Em parte isso pode ser verdade, mas não significa que não se possa trabalhar para que esse mindset seja efetivamente praticado.

Isso porque ninguém é insubstituível, do contrário, a Apple não teria sobrevivido depois que Steve Jobs nos deixou.

Então, com as pessoas certas nos lugares certos, é possível obter resultados incríveis.

Se você já sabe quando aplicar Moonshot Thinking, veja como começar.

Promover mudanças na cultura organizacional

Uma nova mentalidade pede um ambiente propício para a inovação em todos os seus aspectos.

Isso depende de uma cultura empresarial favorável às mudanças, na qual as pessoas apoiem as iniciativas inovadoras – desde que elas tenham uma base, é claro.

Por esse motivo, o conceito Moonlight Thinking precisa ser precedido de um processo adaptativo que faça as pessoas em uma empresa se tornarem receptivas à inovação.

O primeiro passo nesse sentido é investir em comunicação.

Não existe cultura que resista à falta de canais de diálogo, principalmente quando se trata de uma novidade.

A partir disso, as lideranças de uma empresa podem divulgar suas ideias e eventuais alterações na rotina que venham a gerar impactos.

É também uma maneira de dar e receber feedbacks, fundamentais quando se conduz um processo de mudança.

Redirecionar equipes de trabalho

Enquanto a cultura vai sendo modificada, é certo que a empresa precisará remanejar pessoas entre diferentes funções ou modificar suas rotinas de alguma forma.

Novas metas levam necessariamente a mudanças na parte operacional, que precisará na maioria dos casos passar por uma requalificação completa.

Isso implica tirar as pessoas de suas respectivas zonas de conforto, forçando-as a adquirir novos conhecimentos e, em certos casos, a trabalhar com métodos totalmente novos.

É aí que entra a importância da adaptabilidade de um profissional.

Claro que haverá sempre os mais resistentes e alguns acabarão por desistir ou terão que ser substituídos.

Nesses casos, as lideranças precisam ter pulso firme, já que toda mudança para melhor vem acompanhada das dores do crescimento.

Identificar problemas internos

Uma nova cultura organizacional abre espaço para as pessoas que serão responsáveis pela mudança de mindset.

Assim, fica preparado o “terreno” em que o conceito Moonlight Thinking deverá florescer, quando enfim poderá ser feita realmente a “semeadura”.

Nesse caso, a semente da mudança está na identificação dos problemas que a empresa tenha que possam travá-la no caminho em direção ao cumprimento de metas ambiciosas.

É a hora de detectar onde ela está falhando nos processos atuais para que, a partir da sua correção, ela se habilite a alçar voos mais altos.

Afinal, ninguém começa uma obra sem antes limpar a casa, não é mesmo?

Identificando os problemas internos, a empresa dá um passo para corrigir suas próprias deficiências, o que por si só já conduz a novos horizontes.

Uma maneira de fazer isso é por meio de uma auditoria interna, que pode ser realizada por pessoas da empresa ou por profissionais contratados.

Criar soluções a partir de métodos novos e mais efetivos

Com os objetivos traçados com base no conceito Moonshot Thinking

Corrigidas as deficiências ou implementadas as melhorias necessárias, a empresa se habilita a definir metas por uma nova perspectiva.

A essa altura, as pessoas já deverão estar aptas para desenvolver soluções inovadoras, pautadas em novos conhecimentos e na experiência de profissionais que venham a ser contratados.

Evidentemente, isso envolve o uso de novas ferramentas e técnicas antes desconhecidas ou pouco utilizadas.

Isso porque os objetivos traçados com base no conceito Moonshot Thinking devem ser formulados tomando como ponto de partida o cenário interno e externo.

Vale frisar que a nova mentalidade não muda o fato de que toda meta precisa ser SMART, ou seja: específica, mensurável, atingível, relevante e temporal.

Manter o time motivado e unido pelo mesmo propósito

Como em todo processo de mudança, subir os degraus necessários para uma cultura Moonshot Thinking cobra seu preço.

Haverá momentos de dificuldade, em que vai parecer que não há solução para os desafios à frente.

Nesses momentos, os líderes da empresa precisarão estar preparados para lidar com o ser humano, praticando o feedback e exercitando a empatia, usando toda a sua inteligência emocional.

O diálogo é sempre a melhor maneira de se chegar a um denominador comum, e isso vale ainda mais quando uma eventual crise bater à porta.

Mudar uma mentalidade exige um grande esforço e é preciso estar muito empenhado em fazer acontecer.

Assim, quem estiver à frente das pessoas precisa não só dominar as competências técnicas necessárias à função, como estar preparado para motivar pelo exemplo.

Etapas para implementar o Moonshot Thinking

Como implementar o Moonshot Thinking

Já entendemos por que aplicar Moonshot Thinking e o que é preciso para isso.

Mas há etapas sobre as quais ainda não falamos.

Ainda que esteja mais para um conceito ou um mindset, essa é uma abordagem que pode e deve ser implementada de forma metódica.

Lembre que, quando aplicar Moonshot Thinking em uma empresa ou mesmo na sua carreira, você não estará abandonando as ferramentas de gestão consagradas.

O próprio governo americano precisou agir de forma extremamente organizada e metódica para mandar o homem à Lua.

Se não fossem os estudos avançados da NASA e a enorme competência dos seus engenheiros e outros profissionais, seria impossível realizar tal façanha.

Portanto, adotar o Moonshot Thinking tem menos a ver com sonhos e mais a ver com realizações.

A seguir, listamos etapas para implementar esta forma de pensar – e agir.

Acompanhe e entenda como funciona o Moonshot Thinking.

Libere a criatividade

É fundamental que a criatividade seja fomentada em todos os seus níveis e que as pessoas se sintam livres para expressar seus pensamentos.

Um caminho para isso você já viu neste artigo, que são os investimentos em comunicação e em criar uma cultura de feedback.

Nesse aspecto, vale também investir em canais de comunicação interna e trabalhar ações de endomarketing junto aos colaboradores.

Afinal, em uma empresa que age conforme o conceito Moonshot Thinking, não há espaço para o personalismo.

Isso significa que todos devem se sentir estimulados a contribuir com o coletivo, não importa suas posições ou cargos.

Metas ousadas começam com ideias que até parecem malucas no início, mas se bem trabalhadas, podem impulsionar toda a empresa.

Tenha equipes multidisciplinares

Nem mesmo o genial Steve Jobs conseguiu elevar a Apple sozinho, embora ele receba grande parte dos créditos.

O mesmo acontece com o Facebook, liderado por Mark Zuckerberg, mas que provavelmente não seria o que é hoje sem a participação de outros profissionais menos famosos, como o brasileiro Eduardo Saverin.

São exemplos que só reforçam a necessidade do trabalho em equipe, uma das bases para o sucesso de uma empresa.

No caso do Moonshot Thinking, é preciso que essas equipes tenham composições variadas.

Quanto mais profissionais de diferentes áreas, mais ricos serão os debates e maiores as chances de surgirem ideias arrojadas e inovadoras.

Não perca os limites de vista

Como vimos, ser Moonshot Thinking não é o mesmo que viver com a cabeça longe da realidade.

Muito pelo contrário, para que esse mindset traga os resultados esperados, é ainda mais importante contar com mecanismos de controle e ferramentas de planejamento estratégico.

Novamente, enfatizamos que não se trata de uma metodologia, mas um conceito, que depende de certas técnicas e ferramentas para ser implementado.

Veja abaixo algumas que podem auxiliar:

Todas essas soluções podem ajudar desde a fase do planejamento da estratégia até as ações a serem implementadas, como a análise SWOT, 5 Forças de Porter, matriz PESTEL e os diagramas de Pareto e Ishikawa.

Uma vez que o plano esteja em ação, você pode contar com metodologias como Lean Six Sigma, Scrum e Squad teams para formar times de alta performance.

Defina “A Meta”

As vantagens do Moonshot Thinking

Uma vez que você e o seu time estejam no controle, é hora de definir a grande meta a ser realizada.

Nesse momento, você pode até pegar emprestado o método BHAG de definição de metas.

Ele sugere que a meta seja estipulada para ser atingida em pelo menos 10 anos, podendo ser até no dobro desse tempo.

Ela deve ainda estar alinhada à missão, visão e valores da empresa, sendo quase uma extensão disso.

Outro aspecto fundamental é a mensuração dos resultados, que deve ser feita periodicamente por meio de KPIs relevantes.

Por exemplo: o Google tem como meta ousada “organizar a informação do mundo, tornando-a útil e universalmente acessível”.

A Microsoft segue uma linha parecida, já que sua meta é colocar um computador na mesa de cada lar.

Quais vantagens o Moonshot Thinking traz para a empresa?

A disruptividade é a característica principal das empresas que vão longe em seus segmentos.

Elas chegam ao mercado com soluções tão inovadoras que acabam abrindo mercados totalmente inexplorados.

Essa é uma das vantagens que o Moonshot Thinking pode trazer.

Com esse mindset, a inovação disruptiva entra definitivamente em pauta.

Para isso, é necessário que o ambiente seja receptivo em relação a ideias, não importa de onde elas venham.

A empresa pode e deve estimular a gestão empreendedora, criando um environment que permita inclusive a fundação de spin-offs, ou seja, empresas que nascem dentro de uma empresa.

Mais uma vez o Google é um bom exemplo disso, já que de suas fileiras nasceram algumas empresas de sucesso, como a NextSense, Niantic Labs e Waymo, entre outras.

Como você deve ter percebido, ser um celeiro não tornou o Google nem um centímetro menor, pelo contrário.

Ao fomentar a criatividade e a livre iniciativa, a empresa é a primeira beneficiada, podendo também tomar partido das ideias que nascem dentro de seus muros, conforme o princípio de inovação aberta.

Então, não resta dúvida por que aplicar Moonshot Thinking nos negócios é uma boa ideia.

Empresas que utilizam o Moonshot Thinking

Como funciona o moonshot thinking na prática

Antes, vimos como funciona o Moonshot Thinking na teoria. E na prática, como acontece?

Essa mentalidade não ganharia embalo se não houvesse casos reais de empresas que fizeram uso dela.

Como veremos a seguir, temos ótimos exemplos de marcas que subiram a um outro nível de excelência fazendo uso desse conceito.

Se hoje são gigantes em seus setores, é porque, quando ainda estavam em uma garagem, pensaram grande e correram atrás de realizar sua grande meta.

Veja o que elas fizeram para conseguir isso.

Impossible Foods

O site da Impossible Foods deixa clara sua missão: “fazer carne a partir de plantas”.

Sua proposta é desenvolver um produto sustentável e amigo dos animais, replicando o sabor da carne.

Assim, ela passou a produzir carne, peixes e laticínios a partir de vegetais, passando a atender o público que não come carne animal nem seus derivados.

Google

Desde o início, o Google se mostra comprometido em realizar metas “mirando na lua”.

Mesmo quando ainda era um motor de busca desconhecido, seus líderes já projetavam trazer resultados de busca 10 vezes mais rápido que seus concorrentes.

Outra prova da ousadia do Google ao estipular metas é a recente decisão de criar um veículo autônomo.

Batizado de Waymo, ele pode dirigir alguns quilômetros sem motorista, fabricado pela spin-off homônima.

Archinaut

Tem empresa cujas metas são tão impressionantes que parece até coisa de ficção científica.

Uma delas é a Archinaut, cujo objetivo chama a atenção: construir e montar estruturas de grande escala no espaço.

Para isso, ela se vale da manufatura aditiva, na qual robôs constroem peças a partir de equipamentos de impressão em 3D.

Amazon

Seguindo a linha do Google, a Amazon também se notabiliza desde seus primeiros anos como uma empresa arrojada em suas metas.

Ela criou o conceito de loja sem caixas registradoras (just walk out), nas quais o cliente simplesmente leva o que precisa, sendo debitado eletronicamente por meio de um aplicativo.

São conhecidos também os seus imensos armazéns, nos quais todas as operações de picking são realizadas por robôs e até drones.

SpaceX

A SpaceX, propriedade de Elon Musk, que também é o dono da Tesla, é talvez a primeira empresa privada dedicada à exploração do espaço com fins comerciais.

Entre as proezas e inovações que ela vem realizando estão o reaproveitamento de foguetes e os programas de incentivo a empresas para desenvolver tecnologia de exploração espacial.

Já foram lançados satélites construídos por estudantes, em parceria com a NASA e o programa ELaNa.

Conclusão

Não se pode negar que o mindset Moonshot Thinking é inspirador.

Você pode ser o profissional que vai ajudar as empresas a desenvolvê-lo, desde que tenha a formação adequada.

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