Investir em curadoria na educação corporativa faz a diferença para os resultados alcançados pelas organizações.
Além de ampliar os conhecimentos de colaboradores, esse processo os direciona para as necessidades reais de seu cargo.
Também tem efeitos positivos para as empresas, que desenvolvem seu capital humano de acordo com seus valores, missão e visão.
Neste artigo, você vai encontrar definições, vantagens e exemplos de aplicação da curadoria nas empresas, resultando em modelos inspiradores para a capacitação da sua equipe.
Para tanto, preparamos os seguintes tópicos:
Interessado? Então, siga com a leitura.
Curadoria na educação corporativa é um processo de triagem de formatos e conteúdos, resultando em treinamentos alinhados às expectativas de profissionais e empresas.
Por meio desse conceito, as companhias podem oferecer cursos, eventos, workshops e outros tipos de capacitação pensados de acordo com o que suas equipes e funcionários precisam.
A combinação entre curadoria e educação corporativa é recente, tendo sido pensada a partir da lógica das atividades de curadoria em outras áreas, como nas Artes.
Curadores de museus e fundações, por exemplo, detêm amplo conhecimento a respeito das obras de arte e acervos, sendo responsáveis pela organização de exposições ao público.
Se você já foi a um desses eventos, pode recordar que as peças expostas seguiam um padrão, propondo temas e caminhos para sua interpretação.
Mais do que isso, a trajetória instiga uma reflexão por parte dos visitantes, considerando não somente cada obra de forma separada, mas também o conjunto, o cenário e a ordem de organização.
De modo semelhante, os curadores de educação corporativa selecionam as fontes de interesse e as apresentam de maneira atraente aos alunos, a fim de facilitar e reforçar o aprendizado.
Seguindo as trilhas propostas, profissionais terão condições de aprimorar seus conhecimentos, desenvolvendo tanto hard skills quanto soft skills.
Vale lembrar que os hard skills são habilidades formais, em geral, adquiridas por meio de fontes externas e comprovadas através de diplomas.
Proficiência em língua estrangeira, mestrados e pós-graduações são exemplos desses atributos.
Já os soft skills se referem a competências comportamentais, que pedem a união de experiências e conhecimento adquirido para serem forjadas.
Proatividade, liderança e resiliência são exemplos dessas competências.
Curadoria de aprendizagem é a aplicação de filtros e a orientação a respeito de conteúdos e ferramentas utilizados no contexto de ensino-aprendizagem.
Esse conceito dá suporte às novas formas de educação corporativa, que empregam mecanismos da área da educação, potencializados por inovações tecnológicas e métodos contemporâneos.
De acordo com o artigo “Um olhar plural e heterogêneo na prática da curadoria de conteúdo digital na educação”, de Alexandre Meneses Chagas, Ronaldo Nunes Linhares e Marlton Fontes Mota, a rotina de professores e estudantes inclui uma série de atividades relacionadas à curadoria de conteúdo, tais como:
Ficou no passado o tempo em que o acesso ao conhecimento era escasso, restrito a instituições de ensino, pesquisa e grandes corporações.
Hoje em dia, o quadro se inverteu.
Desde a ascensão da internet como principal meio de comunicação, as pessoas contam com uma infinidade de informações, a apenas alguns cliques de distância.
Porém, saber quais delas têm credibilidade ou merecem ser consumidas se tornou uma tarefa árdua, que exige habilidades de pesquisa, conhecimento prévio e ampla capacidade de organização e síntese.
Essas são algumas das qualidades de um curador que, quando direcionadas à educação corporativa, otimizam o tempo dedicado ao aprendizado.
A curadoria melhora, ainda, a qualidade dos conteúdos fornecidos ao longo das capacitações, elevando o interesse e engajamento dos profissionais.
Também permite que os produtos da educação corporativa sejam fornecidos sob diferentes formatos, priorizando aqueles que facilitam o aprendizado.
Vídeos, podcasts, games e debates junto aos colegas são algumas opções diferenciadas, que podem enriquecer qualquer trilha de aprendizagem.
Esse processo beneficia profissionais, gestores, empreendedores e organizações.
A seguir, confira um detalhamento de suas principais vantagens.
Parte do trabalho de curadoria é pesquisar e checar as fontes responsáveis pelos conteúdos, fornecendo informações confiáveis.
Desse modo, empresas e equipes podem dispor desses materiais com tranquilidade, sabendo que estão apoiados em estudos, autores e instituições de credibilidade.
Vivemos na Era da Informação, que tem como característica a alta velocidade na produção e disseminação de dados.
Até mesmo teorias e ferramentas relativamente novas são atualizadas com frequência, o que implica na necessidade de aperfeiçoamento constante da educação corporativa.
Optando por uma curadoria de qualidade, as organizações garantem que seus treinamentos estejam sempre atualizados.
O que funciona no contexto de uma empresa pode não ser interessante para outra companhia, em especial se elas atuarem em segmentos diferentes.
Portanto, a educação corporativa se torna mais eficiente quando os conteúdos ofertados são pensados de acordo com as necessidades da organização.
Esse direcionamento também é realizado por meio do trabalho de curadoria.
Conteúdos direcionados elevam o engajamento, que é o nível de envolvimento do profissional com a capacitação.
Assim, a tendência é que ele aprenda mais, e com maior rapidez, melhorando seu aproveitamento a respeito do material ofertado.
Esse é um dos efeitos de capacitações bem orientadas, que suprem as necessidades de uma função dentro da empresa.
Quando existe maior engajamento e interesse por parte do aluno, ele amplia seus horizontes e se torna apto a desempenhar suas atividades de forma ágil, sem deixar a qualidade de lado.
Em outras palavras, sua produtividade aumenta.
A curadoria dá o suporte necessário para diminuir a distância entre os profissionais e o aprendizado que precisam adquirir.
Imagine, por exemplo, que uma organização abriu uma vaga de gerência, que busca preencher, de preferência, com mão de obra interna.
No entanto, nenhum dos candidatos possui todos os requisitos para ocupar a posição.
Entre os favoritos, está João, que tem excelentes habilidades técnicas, mas precisa melhorar as competências comportamentais, adquirindo atributos necessários para um líder.
Há, ainda, Helena, que tem a maioria dos soft skills requisitados para a vaga, mas necessita aprimorar o conhecimento técnico.
Por meio da curadoria, essa empresa pode adaptar seu curso de formação de lideranças para cada caso, focando nas competências comportamentais para João, e nas hard skills para Helena.
Esse investimento vai resultar em economia de recursos voltados ao recrutamento e seleção de um gerente no mercado, valorização dos colaboradores e construção de um líder alinhado aos valores da organização.
Para criar treinamentos mais eficientes e atrativos, a curadoria dá suporte na formação das chamadas trilhas de aprendizagem.
De acordo com a definição do educador Pedro Carbone:
“As trilhas de aprendizagem são caminhos alternativos e flexíveis, que permitem que um profissional escolha, dentre as várias possibilidades de capacitação apresentadas, aquelas que melhor se adequem ao seu estilo de aprendizagem, tempo de dedicação, necessidades e interesses. As trilhas podem ser focadas no desenvolvimento de competências específicas para o trabalho, facilitando o desenvolvimento de competências que geram valor às organizações”.
Partindo das trilhas, a empresa otimiza os treinamentos internos, ao mesmo tempo em que empodera os funcionários para que identifiquem suas necessidades e escolham a melhor trajetória de aprendizado a médio e longo prazo.
Porém, mesmo os treinamentos de curto prazo podem incluir diferentes formatos, adequando seus materiais ao perfil dos alunos.
Curador de conteúdo é um profissional que faz o levantamento, seleção e apresentação de conteúdos para uma finalidade específica.
A curadoria na educação corporativa é uma subárea dentro desse universo, pois pede a triagem de materiais de interesse, que possam agregar aprendizado e inovação às empresas.
Tradicionalmente, o termo “curadoria de conteúdo” vem da perspectiva do marketing digital – e isso faz todo o sentido.
Afinal, nos últimos anos, esse setor vem promovendo técnicas para que as organizações alcancem e desenvolvam um relacionamento com seu público-alvo.
E uma das maneiras mais eficazes de atrair clientes em potencial para os sites e redes sociais das empresas é produzindo ou compartilhando conteúdos relevantes.
Nesse sentido, o papel do curador de conteúdo é pesquisar e levantar informações de fontes confiáveis, que possam ser transmitidas com os devidos créditos nos canais digitais da companhia.
Geralmente, também é preciso adaptar as informações ao contexto, necessidades e desejos do público-alvo, favorecendo uma aproximação entre ele e uma marca.
Quanto maior a proximidade, maiores as chances de o consumidor adquirir um produto ou serviço de uma empresa.
As competências para se tornar um curador de conteúdo dependem da subárea de atuação.
Para a educação corporativa, por exemplo, é importante que o profissional tenha conhecimento no setor de atuação da empresa.
Se for uma companhia especializada em Tecnologia da Informação, ele deverá ter formação em TI ou áreas correlatas para compreender o que é relevante durante a triagem de materiais.
Vale, ainda, possuir boa capacidade de concisão, análise e escrita, a fim de montar conteúdos coerentes para orientar os alunos.
Caso elabore materiais que serão publicados na internet, o profissional vai precisar conhecer ferramentas de edição e publicação online, a fim de facilitar o compartilhamento dos arquivos.
Dentre as competências comportamentais, cabe citar a proatividade e comprometimento com prazos, já que o curador terá de sugerir e entregar conteúdos constantemente.
É útil, ainda, ser simples, valorizando os feedbacks de alunos, colegas e gestores, além de ser curioso, dedicado e gostar de aprender.
Um profissional que vem assumindo as atribuições de curador no processo ensino-aprendizagem é o professor.
Isso porque o modo de aprender, nos dias de hoje, é profundamente influenciado pela internet e canais digitais, o que altera o papel do educador.
Antes, com a escassez de informações, os professores costumavam atuar como transmissores de conhecimento, introduzindo temas desconhecidos pela maior parte dos estudantes.
Agora, essa dinâmica já não tem lugar, pois crianças e adolescentes têm acesso a uma quantidade maciça de informações online.
Portanto, educadores atuam cada vez mais como curadores das informações, fornecendo ferramentas para estimular o senso crítico dos alunos, a fim de que aprendam a triar e consumir informações de qualidade.
Ou seja, o professor passa a selecionar os materiais que merecem atenção por parte dos alunos, evitando que sejam enganados por informações falsas (como as fake news).
A maneira como o conhecimento é compartilhado também mudou, implicando na inserção de inovações tecnológicas e metodologias diferenciadas para captar a atenção dos estudantes em sala de aula.
Já não basta planejar slides ou uma aula puramente expositiva, pois os alunos dificilmente conseguem se concentrar em discursos por um longo período.
O ideal é mesclar atividades lúdicas, ações práticas, debates, conteúdo multimídia e outros formatos para estimular o aprendizado com eficiência.
Assim, cabe ao professor curador selecionar fontes adequadas, editar e organizar os conteúdos de maneira atrativa, despertando a curiosidade e o interesse dos educandos.
Um exemplo de aplicação de curadoria ocorre na auditoria em negócios Ernst Young, que possui, desde 2007, uma universidade corporativa.
Em vez de restringir a capacitação a cursos tradicionais, a companhia avalia e levanta as necessidades dos colaboradores, que servem para escolher estratégias de aprendizagem e forjar treinamentos atrativos.
Depois de alguns anos de trabalho, a universidade somava 1.089 diferentes cursos, voltados à liderança, negociação e mediação de conflitos e empreendedorismo corporativo.
Para acessar as capacitações, cada funcionário recebe login e senha para o sistema da empresa, além de recomendações de acordo com seu departamento, cargo, perfil e manifestação de interesses.
Conteúdos externos, como livros e TED Talks, também são indicados por meio de curadoria.
Fora das universidades corporativas, a curadoria é útil para organizar relatórios extensos, dar suporte a pautas e temas de reuniões e filtrar as informações transmitidas a diferentes profissionais.
Se um software da empresa está com defeito, por exemplo, é preciso notificar o gestor responsável para que ele solicite a correção das falhas.
Ao conversar com esse gestor, um especialista em TI não precisa entrar em detalhes de programação e, sim, resumir o defeito e como o problema pode ser solucionado.
A curadoria é uma das tendências para quem trabalha com educação corporativa, mas não é a única.
Conheça, abaixo, outras inovações que estão transformando o setor.
Dinâmicos e envolventes, os jogos deixam de ser apenas entretenimento para servir a novos propósitos, incluindo a educação corporativa.
Tanto em formato presencial como digital, esses mecanismos podem ser desenhados para atender a necessidades específicas dentro da companhia, como a integração entre departamentos e a conscientização para evitar doenças relacionadas ao trabalho.
Sua vantagem é promover o aprendizado de maneira fluida e divertida, facilitando a assimilação dos conhecimentos.
Utiliza recursos da narrativa e contação de histórias para engajar o público, proporcionando reflexões importantes para o contexto da organização.
Por meio de personagens, conflitos, descrição de locais e outros recursos, essa ferramenta auxilia na organização e exibição dos conteúdos, compartilhados de modo leve.
Consiste em conteúdos transmitidos em pequenas doses, que enfatizam um ponto de cada vez a respeito de um tema.
O microlearning atende à lógica digital de fragmentação e alta velocidade, viabilizando pequenos aprendizados, que podem ser adquiridos durante a jornada de trabalho.
Vídeos, áudios e textos curtos são exemplos dessa tendência.
Atualmente, a adequação ao consumo em dispositivos mobile – smartphones e tablets – é essencial para o sucesso de qualquer conteúdo, já que grande parte dos usuários acessa cursos, palestras e treinamentos a partir de seu celular.
O mobile learning surgiu para suprir essa demanda, priorizando páginas virtuais responsivas (que se adaptam ao tamanho da tela), conteúdo espaçado e botões mais destacados.
Partindo da ideia de que tanto professores quanto alunos aprendem em sala de aula, o ensino híbrido permite uma maior participação e empoderamento dos estudantes.
Eles recebem o conteúdo com antecedência para que levem suas considerações e aprendizados para a aula, favorecendo a troca de saberes.
Ao longo deste texto, abordamos a importância, aplicações e contribuição da curadoria na educação corporativa.
Falamos, ainda, sobre tendências do setor e competências de interesse para curadores de conteúdo.
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