Não estamos sozinhos no mundo. Por isso, informar-se sobre o cenário econômico mundial é muito importante.
Mesmo para quem administra ou trabalha em uma empresa que, no momento, não faz negócios com companhias ou consumidores estrangeiros.
Afinal, qualquer atividade econômica, hoje, está vinculada a uma série de variáveis, que vão desde a produção até o consumo – muitas vezes, influenciadas por condições externas.
Sem contar que quem compreende o cenário econômico mundial pode identificar oportunidades de internacionalização, para a empresa alavancar seu crescimento.
Quanto às companhias que já fazem negócios com outros países, as vantagens de estudar o que acontece na economia ao redor do mundo é bastante óbvia.
Pode ser, inclusive, pré-requisito para a sua sobrevivência no mercado.
Neste texto, vamos apresentar uma série de informações introdutórias a respeito do assunto.
Você vai ler sobre os seguintes tópicos:
Pronto para ficar por dentro do que acontece na economia mundo afora?
Então, siga a leitura!
Cenário econômico mundial é a conjuntura da movimentação econômica de países e empresas ao redor do mundo em um determinado período de tempo.
Como utilizamos a palavra “mundial”, quer dizer que, necessariamente, se trata de uma visão macro, e não um recorte de determinada região.
Por exemplo, se quisermos analisar o momento das economias dos países da América do Sul, não se trata do cenário econômico mundial, e sim sul-americano.
Como o mundo é composto por centenas de países, a observação do cenário econômico mundial costuma priorizar os movimentos das grandes economias, ou de mercados específicos que despontam com destaque globalmente.
A análise também pode ser direcionada aos interesses de determinado país ou região.
Considera-se uma perspectiva para saber o que procurar no todo.
No início dos anos 2000, por exemplo, houve um contexto de câmbio favorável, juros internacionais baixos e o chamado superciclo das commodities.
No grupo das commodities, estão a soja, o café e o minério de ferro, que têm o Brasil como o principal ou um dos principais produtores do mundo.
Essa combinação de fatores proporcionou ao país um grande crescimento econômico e aumento significativo no PIB.
Pronto, acabamos de dar um exemplo de cenário econômico mundial aplicado ao contexto de um país.
Nesse caso, foi um cenário positivo, mas esse juízo de valor só pode ser feito porque a análise é feita pela perspectiva da economia brasileira.
Para outros países, esse mesmo conjunto de fatores pode ter causado poucas consequências.
É importante dizer que a compreensão do cenário econômico mundial não beneficia apenas empresários e gestores públicos, embora o texto dê mais ênfase a esse viés.
A conjuntura da economia global impacta de uma maneira ou outra na vida de todo mundo.
A aplicação prática dessa compreensão, porém, é mais comum no exercício profissional e nas escolhas da carreira, é claro.
Entendendo um pouco sobre os indicadores econômicos e sociais de outros países e ficando atento às principais notícias das grandes economias mundiais, é possível antecipar tendências de mercado e fazer melhores escolhas.
Não se trata de algo simples, pois os números, por si só, não dizem muita coisa. É preciso interpretá-los, considerando sempre aspectos políticos e culturais.
Profissionais com esse tipo de conhecimento e sensibilidade para perceber as minúcias do cenário econômico mundial são muito valorizados em áreas como o comércio exterior.
Para quem está no mundo dos negócios, a compreensão do cenário econômico mundial é especialmente útil para o planejamento estratégico.
Ou seja, para planejar ações futuras da empresa. Em que áreas investir? Quais mercados explorar?
As respostas serão hipóteses a serem confirmadas ou não no futuro, mas quando os cenários econômico atual e do passado são considerados e bem interpretados, as chances das apostas darem resultados positivos ficam maiores.
É uma questão de analisar os padrões atuais e aprender com as experiências do passado para supor qual será o cenário econômico mundial daqui para frente, visando obter vantagens competitivas no futuro.
Cada país ou região tem seu conjunto de instituições responsáveis por monitorar as movimentações econômicas e traduzi-las em indicadores.
Mas há também quem agregue os números e crie indicadores globais.
Entre as principais entidades, quem faz isso é o Fundo Monetário Internacional (FMI), organização criada em 1944 para reconstruir o sistema monetário global após a Segunda Guerra Mundial.
O FMI monitora, por exemplo, o crescimento ou retração das economias mundiais, além de fazer projeções para os próximos meses e anos.
Segundo o relatório anual Perspectivas da Economia Mundial, publicado pelo órgão, deve haver uma expansão de 3,3% nas atividades econômicas internacionais em 2019.
No ano seguinte, a previsão é que o crescimento seja maior, de 3,6%, “impulsionado por ajustes de políticas monetárias nas principais economias”.
Segundo o FMI, é um cenário econômico mundial de recuperação, com a retomada na economia de países como Argentina e Turquia.
Para além de 2020, a entidade prevê um crescimento forte, liderado por China e Índia. Mais adiante, retomaremos o assunto das perspectivas futuras.
Antes disso, é importante destacar que essa análise genérica pode ser enganosa em determinados contextos.
Pois os números da expansão da atividade econômica mundial são fortemente influenciados pelas principais economias do globo.
Se uma empresa negocia com um número limitado de países, é preciso fazer um recorte, considerando o momento econômico deles e a interação desses contextos com o cenário econômico mundial.
A seguir, vamos apresentar quais são as dez maiores economias do mundo e trazer uma breve contextualização sobre cada uma delas.
A lista está ordenada pelo volume do PIB, o Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país em um determinado período de tempo.
A fonte para determinar o ranking é o banco de dados do FMI.
Os Estados Unidos têm um PIB de US$ 20,5 trilhões de dólares, sendo a maior economia do mundo há bastante tempo.
Rico em recursos naturais e capital intelectual, destaca-se em todos os setores: produção de commodities, manufatura de produtos com alto valor agregado, inovação e indústria criativa.
Com um PIB de US$ 13,4 trilhões, a China, país mais populoso do mundo, é a única ameaça real à hegemonia americana.
Desde que o país governado pelo Partido Comunista abriu sua economia, passou a exportar os produtos de sua indústria para o mundo todo, tendo o preço baixo como grande diferencial competitivo.
Enquanto as outras grandes economias asiáticas são consideradas países em desenvolvimento, o Japão integra o chamado primeiro mundo há bastante tempo.
Com um PIB de US$ 5 trilhões, é um país altamente industrializado, com uma forte indústria exportadora de automóveis e aparelhos eletrônicos.
País mais rico e influente da Europa, a Alemanha tem um PIB de US$ 4 trilhões, com destaque para a indústria automobilística, de medicamentos e empresas de tecnologia da informação.
O Reino Unido é composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. O PIB somado desses países é de US$ 2,8 trilhões.
A região é forte em tecnologia da informação, finanças, comércio e turismo, além de ter uma indústria diversificada.
Quase em empate técnico com o Reino Unido, a França em um PIB de pouco menos de US$ 2,8 trilhões.
É a maior potência agrícola da União Europeia, responsável por um quarto da produção na região.
Mas o PIB alto se deve à indústria diversificada e, principalmente, ao fato de o país ser o principal destino turístico do mundo.
A Índia é o segundo país em desenvolvimento no ranking, e ocupa também o segundo lugar entre as maiores populações mundiais (em breve deve ultrapassar os chineses nesse quesito).
O setor de serviços é o principal responsável pelo PIB de US$ 2,2 trilhões, embora a agricultura seja uma importante fonte de empregos e a indústria esteja se desenvolvendo.
Apesar disso, a Índia tem um PIB per capita (divisão do PIB total entre a população) baixo, o que sinaliza uma população pobre e muitos problemas sociais.
Com um PIB de quase US$ 2,1 trilhões, a Itália é uma grande potência turística, assim como a França, e tem uma indústria alimentícia famosa.
Mas é preciso destacar as indústrias do norte do país, que produzem bens de alta qualidade e valor agregado, como máquinas, equipamentos de transporte, químicos, e roupas de grife.
Atualmente, ocupamos a nona posição, com um PIB de US$ 1,9 trilhão.
A economia brasileira é excessivamente dependente dos serviços e do agronegócio, grande exportador, mas que produz bens de pouco valor agregado.
O desenvolvimento da indústria e investimentos em inovação e em tecnologia podem fazer o Brasil conquistar algumas posições no ranking.
Fechando o ranking está o Canadá, país com a menor população entre os dez listados aqui.
Seu PIB de US$ 1,7 trilhão se deve em grande parte às exportações de sua produção industrial altamente qualificada.
O grande parceiro comercial do Canadá são os vizinhos Estados Unidos, responsáveis pela imensa maioria das exportações e importações do país.
Conforme explicamos antes, é impossível traçar um panorama do cenário econômico mundial atual sem focar nas grandes potências econômicas do mundo.
Os Estados Unidos continuam expandindo bem sua economia, embora esteja em curso um afrouxamento do estímulo fiscal no país.
Na Europa, a Alemanha sofre com uma demanda baixa no setor automobilístico. Como grande balizadora da economia na União Europeia, instabilidades nesse país refletem em todo o continente.
Quanto à segunda potência mundial, a economia da China enfrenta uma desaceleração após crescimento elevado na primeira década do século.
Embora sejam comuns as notícias de tensões comerciais entre determinadas regiões, o momento é de aumento na cooperação entre os países.
Em vez de serem criados mais obstáculos às movimentações econômicas, é possível observar novos acordos e entendimentos entre os países.
Um exemplo é o recente anúncio de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Em todas as nações, um dos grandes desafios é conciliar o crescimento econômico com a proteção do meio ambiente e redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Em 2018, as atenções dos analistas econômicos se voltaram para a guerra fiscal entre Estados Unidos e China.
Afinal, estamos falando de uma tensão entre as duas maiores potências econômicas do planeta, principais parceiros comerciais de vários países.
A polêmica começou quando o presidente americano, Donald Trump, decidiu implementar uma política protecionista. A ideia é fortalecer a indústria americana aumentando as tarifas de exportações.
Com produtos importados custando mais, o efeito pretendido era que o consumo interno priorizasse os bens produzidos nos Estados Unidos.
Depois, houve aumento específico na tributação de produtos chineses, que compõem grande parte das importações americanas.
O governo chinês respondeu na mesma moeda, criando tarifas extras sobre produtos importados dos EUA, como soja, carne, aviões, automóveis e produtos químicos.
Os debates sobre o cenário econômico mundial de 2018 também abordaram bastante as tensões políticas na Europa – como o Brexit – e suas possíveis consequências para a economia global.
As perspectivas para o cenário econômico global de 2019 não são consensuais. Alguns analistas têm um pensamento mais otimista. Outros, o contrário.
Se a economia global acabar crescendo, de fato, 3,3% em 2019, como previu o FMI, terá sido um incremento menor do que o observado em 2018.
O órgão enxerga uma “confluência de fatores afetando as principais economias” do planeta.
Com especial atenção à desaceleração da China, que reduz o volume de importações e causa impactos no resto do planeta).
Por outro lado, a expectativa é que as relações comerciais entre Estados Unidos e China voltem ao normal, diminuindo as tensões comerciais no globo.
Em dezembro de 2018, a BBC descreveu sete forças que devem mudar o futuro da economia global.
Os destaques foram:
Quanto maior uma empresa, mais recursos ela mobiliza para gerar o valor que produz.
Estará mais sujeita ao impacto de variáveis do cenário econômico mundial, portanto.
Isso vale especialmente aquelas que importam ou exportam.
Para elas, tudo o que acontece no próprio país e nos países com os quais se relacionam tem influência em seu negócio.
Incluindo o momento das empresas e o comportamento dos consumidores desses países.
E também, obviamente, os acordos políticos e econômicos costurados entre eles e o Brasil.
Um bom exemplo é o já citado acordo comercial recém-firmado entre o Mercosul, bloco econômico do qual o Brasil faz parte, e a União Europeia.
Só que o cenário econômico mundial não deve ser uma preocupação apenas para as grandes empresas, que mantêm relações comerciais internacionais.
Mesmo os pequenos negócios locais sofrem o impacto do que acontece globalmente na economia.
Uma alta no dólar, por exemplo, impacta no preço de venda de vários produtos do dia a dia do Brasileiro.
O que pode fazer com que ele corte despesas acessórias, fontes de receita de pequenas empresas.
É essencial para qualquer gestor, portanto, entender a economia como um processo amplo, em que tudo está interligado.
O mundo possui cerca de 200 países – são 193 segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), por outro lado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) conta com 206 países membros.
Seja qual for a contagem que utilizemos, o fato é que o planeta tem uma grande quantidade de países.
Cada um com sua complexidade, diferentes culturas, características sociais e matrizes econômicas.
Por isso que analisar o cenário econômico mundial é uma tarefa tão complexa, que resulta em tantas opiniões distintas.
Ainda mais quando o avanço da tecnologia resulta em mudanças cada vez mais rápidas, que tornam difícil fazer qualquer tipo de previsão.
Nesse contexto, a melhor maneira de se preparar é com informação e sede por conhecimento.
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