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Cadeia de suprimentos: o que é, qual a importância e exemplos

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A cadeia de suprimentos é muito importante em qualquer processo produtivo, representando ameaças e oportunidades ao mesmo tempo.

Por um lado, ela materializa o chamado Custo Brasil — hoje estimado em R$ 1,7 trilhão — e, por outro, é onde as empresas podem se diferenciar da concorrência.

Quem conseguir operar em meio a tantas dificuldades vence essa disputa, considerando que a distribuição é a parte mais desafiadora para quem vende no varejo e no atacado.

A propósito, uma pesquisa da PwC revela as principais tendências para as empresas que operam na cadeia de suprimentos.

O levantamento mostra, por exemplo, que 63% dos gestores têm como prioridade aumentar a eficiência, enquanto 59% colocam como meta número um a redução de custos.

Com base nesse recorte e em outros dados, vamos explorar neste conteúdo algumas soluções para quem atua na supply chain.

Mais do que significar o que é cadeia de suprimentos, vamos falar sobre gestão.

Você vai entender seus desafios, oportunidades e como funciona a cadeia de suprimentos na prática.

Veja os tópicos abordados:

  • Afinal, o que é uma cadeia de suprimentos?
  • Como fazer a gestão da cadeia de suprimentos de uma empresa?
  • Modelos e tendências para a cadeia de suprimentos
  • O que as empresas ganham com uma cadeia de suprimentos bem gerida?
  • Como equilibrar os custos da empresa ao fazer a gestão de suprimentos?
  • Principais problemas que poderão surgir no processo
  • Tipos de cadeias de suprimentos
  • Qual é a diferença entre logística e cadeia de suprimentos?

Entenda o conceito de cadeia de suprimentos e suas etapas, lendo este texto até o final.

Afinal, o que é uma cadeia de suprimentos?

Cadeia de suprimentos, ou supply chain, é um sistema que envolve muitos recursos e informações (Imagem: Freepik/BRGFX)

Uma cadeia de suprimentos, também conhecida como supply chain, é um sistema interconectado de organizações, pessoas, atividades, informações e recursos envolvidos na produção, distribuição e entrega de produtos ou serviços aos consumidores finais.

Engloba todas as etapas, desde a aquisição de matéria-prima, produção, armazenagem, transporte, até a distribuição e entrega aos clientes.

O objetivo da cadeia de suprimentos é assegurar que os produtos ou serviços sejam disponibilizados no lugar certo, no momento certo e na quantidade certa, a um custo adequado e no menor tempo possível.

Uma gestão correta da cadeia de suprimentos observa sempre o equilíbrio entre oferta e demanda, assim como a garantia de qualidade e satisfação do cliente.

A colaboração entre os participantes da cadeia, o uso de tecnologias e a análise de dados desempenham também um papel essencial para essa gestão.

Como fazer a gestão da cadeia de suprimentos de uma empresa?

Depois de entender o que é cadeia de suprimentos, vale destacar que o sucesso nas operações logísticas depende essencialmente de dois fatores: gestão e planejamento.

O primeiro é indispensável, já que, sem gestão, não há controle sobre o negócio e, se isso acontece, o prejuízo passa a ser questão de tempo.

Já o planejamento envolve tudo que se faz de maneira a preparar as pessoas e os meios para que as atividades na supply chain sigam um fluxo contínuo.

De certa forma, ambas estão sempre conectadas, logo, a gestão acaba influenciando no planejamento, e vice-versa.

Entenda nos tópicos seguintes como funciona a cadeia de suprimentos logística quando cada etapa contribui para alcançar bons resultados.

Encontre os melhores fornecedores

A escolha dos fornecedores é o diferencial nas vendas para o varejo e para o atacado, tanto que há empresas que trabalham com exclusividade.

Por outro lado, bons fornecedores não caem do céu.

É preciso ter critérios de seleção em termos de qualidade, preço, confiabilidade e localização.

O objetivo é escolher fornecedores que atendam às necessidades da empresa, por meio de um exaustivo processo de cotação, avaliações, auditorias e negociações.

ferramentas específicas para isso, como os sistemas de gestão de fornecedores (SRM) que ajudam no processo de seleção.

Elas ajudam desde a fase do planejamento, seja pela criação de listas de fornecedores potenciais e pela própria análise de custo-benefício de cada um.

Padronize os processos

Empresa que não conta com processos padronizados e mapeados cedo ou tarde derrapa na própria bagunça.

Para padronizar processos, é preciso cuidar do planejamento envolvendo a documentação detalhada de procedimentos até a criação de Procedimentos Operacionais Padrão (POP).

O objetivo é garantir que os processos sejam consistentes em toda a cadeia de suprimentos, aumentando sua previsibilidade.

Podem ser utilizados para isso manuais de procedimentos e sistemas de gestão da qualidade digitais, operados a partir da nuvem.

Vale ainda aplicar técnicas como mapeamento de processos e treinamentos de equipe em paralelo, a fim de garantir a adesão aos padrões desejados.

Mantenha uma comunicação rápida e direta

Alcançar o objetivo da cadeia de suprimentos exige manter canais sempre abertos de comunicação.

Isso envolve um planejamento desde a definição de canais de comunicação e papéis até responsabilidades.

O intuito é garantir que informações críticas sejam compartilhadas de forma rápida e direta entre os participantes da cadeia, de modo que as decisões possam ser tomadas em tempo hábil.

Nas empresas de ponta, são usados para isso os sistemas de Gestão de Relacionamento com Clientes (CRM), além de outros sistemas de informação, inclusive Sistemas de Gestão Empresarial (ERPs).

No dia a dia, as pessoas podem usar meios mais tradicionais, como as reuniões de grupos, que também podem ser feitas em plataformas colaborativas online.

Automatize os processos com softwares de gestão

A boa gestão também precisa de algum nível de automação para dar conta dos seus processos críticos.

Assim como nas outras etapas, a automação demanda planejamento, começando pela seleção e implementação de sistemas de Gestão de Cadeia de Suprimentos (SCM).

Ferramentas como ERPs e sistemas de rastreamento são particularmente indicadas, já que aceleram a automação de processos em setores interdependentes.

Cabe destacar que a automação não se aplica apenas às empresas que operam no segmento industrial.

Prestadoras de serviços, startups, fintechs e outros tipos de “techs” podem se beneficiar igualmente, desde que contem com sistemas projetados para empresas com suas características.

Foque na satisfação e experiência do cliente

Como o destinatário dos produtos distribuídos pela cadeia de suprimentos de uma empresa é o cliente final, o foco das operações precisa ser a satisfação deste consumidor.

A coleta de dados e as pesquisas de mercado com feedbacks servem para garantir que os produtos ou serviços sejam entregues de acordo com as expectativas.

Vale também estabelecer padrões de qualidade no atendimento, por meio da capacitação das equipes na linha de frente, a fim de proporcionar a melhor experiência.

Para empresas que dependem de plataformas digitais para vender, é altamente indicado contar com sistemas para integrar as etapas de venda, coleta e entrega de produtos.

Afinal, no e-commerce, muito da percepção da qualidade tem a ver com a presteza nas entregas, o que depende diretamente da eficiência na cadeia de suprimentos logística.

Integre sistemas e setores

A integração de sistemas e setores, como vimos, é fundamental para otimizar rotinas em toda a cadeia de suprimentos logística.

O objetivo é garantir que todas as partes envolvidas, desde fornecedores até distribuidores, trabalhem em um fluxo contínuo, no qual estarão sempre se comunicando.

Isso é alcançado por meio da implementação de sistemas SCM e tecnologias de integração de dados.

É preciso também investir na padronização de processos, criando fluxos de trabalho interconectados entre os parceiros que atuam em uma mesma cadeia de suprimentos.

Por exemplo: uma indústria de máquinas agrícolas pode precisar se comunicar com uma empresa de transporte que leva essas máquinas para pontos de venda ou expositores.

Controle o estoque e a distribuição

Raras são as cadeias de suprimentos que não começam pelo estoque.

Nesse setor crítico é onde se armazenam os produtos que serão distribuídos, assim como insumos e matérias primas para abastecer todo um setor produtivo.

O controle efetivo de estoque e distribuição tem como meta otimizar o fluxo de produtos.

O foco é evitar o excesso de estoque, reduzir custos e garantir entregas pontuais, para o que novamente são indicados os softwares de gestão, desde que façam análise de dados de vendas e previsão de demanda, além de trabalhar com lead time.

O modelo Just-In-Time, que tem como objetivo a fabricação com estoque mínimo, é uma solução que pode ser implementada, em paralelo com a utilização de sistemas de rastreamento e monitoramento para assegurar a pontualidade das entregas.

Modelos e tendências para a cadeia de suprimentos

Veja as grandes tendências de modelos de cadeia de suprimentos

O conceito de cadeia de suprimentos segue um modelo em que três grandes tendências de modelos operacionais podem ser identificados.

Veja a seguir.

Modelo centralizado

Envolve o controle integrado de todas as operações de planejamento, compras, manufatura e logística em todas as unidades de negócio.

Esse modelo é indicado quando as unidades têm produtos ou clientes semelhantes, permitindo um alto grau de controle e eficiência de escala.

Embora possa limitar a adaptação a novas tendências, facilita a resposta coordenada e a escalabilidade, proporcionando economia de custos.

Modelo descentralizado

Caracteriza-se pela criação de redes distintas da cadeia de suprimentos para cada unidade de negócios ou região.

Essa fragmentação traz mais flexibilidade e agilidade para atender a diferentes mercados e clientes, embora possa comprometer a padronização e a eficiência, dependendo de certos fatores.

Modelo híbrido

Neste modelo, algumas atividades são controladas centralmente, enquanto outras são gerenciadas pelas unidades de negócios.

É uma escolha comum quando as empresas têm tecnologias de manufatura, portfólios regionais ou bases de clientes diversificadas, permitindo um equilíbrio entre agilidade e economia de escala.

O que as empresas ganham com uma cadeia de suprimentos bem gerida?

A lista de vantagens de uma gestão da cadeia de suprimentos bem feita é extensa.

Destacamos a seguir algumas das mais relevantes:

  • Crescimento de receita: melhor gestão resulta em maior lucratividade e rentabilidade do negócio
  • Redução de custos: com a otimização de processos e estoques, os custos operacionais tornam-se mais baixos
  • Aumento da eficiência: a melhora na coordenação e comunicação leva à produção e entrega mais eficientes
  • Maior qualidade: o controle rigoroso ao longo da cadeia de suprimentos resulta em produtos de melhor qualidade
  • Atendimento ao cliente aprimorado: entregas pontuais equivalem à satisfação do cliente elevada
  • Inovação: a partir da colaboração com fornecedores, podem surgir novas ideias e produtos
  • Flexibilidade: materializada em respostas rápidas às mudanças nas demandas do mercado
  • Vantagem competitiva: melhor posicionamento no mercado devido à eficiência e capacidade de resposta
  • Sustentabilidade: possibilidade de implementar práticas mais sustentáveis na cadeia como um todo
  • Gerenciamento de riscos: todas essas medidas reduzem a exposição às interrupções e crises.

Como equilibrar os custos da empresa ao fazer a gestão da cadeia de suprimentos?

Equilibrar os custos na gestão da cadeia de suprimentos requer uma abordagem estratégica.

Por sua vez, essa abordagem implica tomar medidas como melhorar a capacidade de negociação com fornecedores, além da redução de estoques com apoio da tecnologia e das ferramentas Lean.

Aliás, a colaboração estreita com fornecedores é fundamental para identificar oportunidades de redução de custos e o estabelecimento de acordos contratuais mais justos.

Junto a isso, vale apostar na análise de dados e no estabelecimento de métricas a fim de identificar áreas de desperdício.

Por último, mas não menos importante, o equilíbrio entre custo e qualidade é fundamental, buscando a maximização do valor entregue ao cliente ao menor custo possível.

Principais problemas que poderão surgir no processo

A cadeia de suprimentos está exposta à desafios

Claro que a cadeia de suprimentos está invariavelmente exposta a uma grande variedade de desafios recorrentes.

Confira na sequência alguns deles.

Condições climáticas

Intempéries como chuvas prolongadas ou secas intensas têm o potencial de prejudicar a produção e distribuição, principalmente no agronegócio.

Esses desajustes climáticos podem levar ao desabastecimento e à flutuação dos preços de mercado, impactando no consumo.

A complexa integração da cadeia de suprimentos faz com que esses problemas afetem negativamente as empresas, causando escassez de insumos, redução na qualidade dos produtos e dificuldades no transporte.

Concorrência

A concorrência é um dos principais desafios enfrentados pelas empresas, pois a busca por manter-se competitivo em um mercado acirrado requer melhorias constantes e a garantia da qualidade das entregas.

Embora a competição seja benéfica para atender às demandas dos consumidores, também torna as operações das empresas mais complexas.

Portanto, é essencial investir na otimização da gestão para transformá-la em um diferencial competitivo, reduzindo custos enquanto aumenta a produtividade.

Momento da economia

A economia de um país exerce uma influência direta sobre as empresas e todas as suas atividades, tanto principais quanto de retaguarda.

Flutuações nas taxas de juros, câmbio, mudanças nas políticas econômicas e dificuldades na obtenção de crédito são exemplos de movimentos econômicos que podem impactar negativamente as operações de um negócio na supply chain.

Como a cadeia logística depende da integração de diversos agentes, perturbações econômicas podem prejudicar diretamente o poder de compra dos consumidores, reduzindo a demanda e afetando os fornecedores em várias de suas etapas.

Crises internas

Eventos como a greve dos caminhoneiros que ocorreu no Brasil, por exemplo, têm impactos diretos nas cadeias de suprimentos das empresas.

Essas situações atípicas podem atingir os estoques, que acabam por se reduzir perigosamente, gerando escassez de produtos nas prateleiras dos mercados, falta de combustível nos postos e uma série de efeitos deletérios para a economia.

Tais eventos destacam a importância da supply chain para as empresas e a necessidade de processos fluidos que garantam que os produtos cheguem aos consumidores dentro do prazo, aconteça o que acontecer.

É a essência do conceito de cadeia de suprimentos.

Tipos de cadeia de suprimentos

Não existem duas empresas 100% idênticas e, dessa forma, a cadeia de suprimentos também pode se apresentar de maneiras diferentes.

Tudo depende da forma como os players em cada uma delas se organiza, do foco das operações e de outras características.

De qualquer forma, o mais comum é que a supply chain se configure de duas formas distintas para atingir o objetivo da cadeia de suprimentos, como veremos a seguir.

Responsiva

A cadeia responsiva prioriza a capacidade de resposta rápida às mudanças nas demandas do mercado, sendo ideal para produtos de alta variabilidade ou demanda imprevisível.

Em contrapartida, demanda estoques mais altos e grande capacidade de comunicação com fornecedores em razão da necessidade de rápida adaptação às mudanças nas tendências.

É um tipo de cadeia presente em ecossistemas empresariais de grande competitividade, com fornecedores e transportadoras de alto calibre, que atendem a demandas voláteis.

Eficiente

Uma cadeia de suprimentos eficiente é projetada para minimizar custos operacionais e otimizar processos.

É ideal para produtos com demanda estável e previsível, cuja ênfase está na produção e distribuição de maneira econômica.

Nesse modelo, os estoques são mantidos em níveis mais baixos, o que reduz os custos de armazenamento e risco de obsolescência.

A eficiência é alcançada por meio de práticas como o uso de sistemas de previsão de demanda, planejamento rigoroso e estratégias de produção just-in-time.

O objetivo é entregar produtos com a máxima eficiência e economia, mantendo padrões de qualidade consistentes.

Qual é a diferença entre logística e cadeia de suprimentos?

Apesar de ligadas, logística e cadeia de suprimentos possuem conceitos diferentes

A logística e a cadeia de suprimentos estão intrinsecamente ligadas, mas com focos distintos.

A logística aborda a gestão dos fluxos físicos, concentrando-se no transporte, armazenamento e distribuição de produtos.

Por outro lado, a cadeia de suprimentos abrange um escopo mais amplo, englobando desde a obtenção de matérias-primas até a entrega do produto final.

Ela abrange, portanto, desde a gestão de fornecedores, até o planejamento de demanda, produção e controle de qualidade.

Enquanto a logística é uma parte essencial da cadeia de suprimentos, esta última abrange todas as atividades necessárias para garantir um fluxo contínuo de materiais e informações ao longo de toda a jornada do produto.

Conclusão

Neste texto, você viu o que é cadeia de suprimentos e como ela funciona.

Essa é uma área fascinante, cheia de desafios para quem quer crescer nos negócios.

Claro que a FIA Business School está ao lado de quem pretende fazer carreira nesse setor, proporcionando a melhor formação.

Na pós-graduação Administração de Logística e Distribuição, você se qualifica em uma especialização de base conceitual sólida em logística, cadeia de suprimentos e distribuição.

Não deixe essa oportunidade passar!

Referências:

https://www.abralog.com.br/noticias/custo-brasil-atinge-o-patamar-de-r%EF%BC%84-17-trilhao/
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/setores-atividade/producao-industrial/2022/pesquisa-tendencias-digitais-cadeia-de-suprimento-2022.html
https://ilos.com.br/panorama-do-setor-de-operadores-logisticos-no-brasil/
https://www.linkedin.com/pulse/supply-chain-management-market-size-projections
https://aprepro.org.br/conbrepro/2021/anais/arquivos/09252021_190955_614f9f2300601.pdf

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Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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