O planejamento tático é o processo de definir ações específicas e de curto prazo para alcançar os objetivos estratégicos de uma organização.
Envolve a execução de tarefas e a alocação de recursos para otimizar operações e atingir metas concretas.
Trata-se de uma abordagem bastante específica, portanto. Mas não por isso menos importante.
Inclusive, a falta de planejamento tático explica porque, muitas vezes, os resultados desejados por gestores simplesmente não acontecem.
É o que revela a Bridges Consultancy (em inglês), depois de 20 anos analisando e pesquisando as razões pelas quais as empresas falham ou são bem-sucedidas nos negócios.
É preciso entender que a parte tática de uma estratégia empresarial é tão importante quanto o próprio plano, já que é por ela que a teoria começa a passar à prática.
Falaremos mais sobre isso neste texto, que traz os seguintes tópicos:
Descubra como fazer planejamento tático, suas vantagens e as ferramentas mais usadas para sua implementação e controle.
Leia também:
O planejamento tático funciona como um elo entre os planejamentos estratégico e operacional.
Sem uma tática, a estratégia não passa do papel e a parte operacional fica sem saber como atuar e o que fazer.
Por se tratar de uma etapa intermediária, exige que a gestão tenha sólidos conhecimentos teóricos e experiência operacional.
Vamos entender melhor o significado disso a seguir, mostrando graficamente algumas das características entre os três tipos de planejamento.
O sucesso do planejamento tático depende da coordenação entre o planejamento estratégico, tático e operacional.
Veja na tabela abaixo algumas das características dos três e como eles se relacionam.
| Característica | Planejamento Estratégico | Planejamento Tático | Planejamento Operacional |
| Foco | Missão, visão e valores da empresa | Objetivos estratégicos da empresa | Atividades do dia a dia da empresa |
| Horizonte Temporal | Longo prazo (3 a 5 anos ou mais) | Médio prazo (1 a 3 anos) | Curto prazo (até 1 ano) |
| Nível de Abrangência | Toda a empresa | Áreas ou departamentos específicos da empresa | Operações e atividades específicas |
| Quem Participa | Alta gerência | Gerentes e líderes de área | Colaboradores da linha de frente |
| Resultado | Plano estratégico geral | Planos de ação para cada área ou departamento | Planos operacionais detalhados |
| Exemplo | Definir a meta de se tornar líder de mercado em determinado segmento | Desenvolver um plano de marketing para lançar um novo produto | Criar um cronograma de produção para atender a um pedido específico |
As etapas do planejamento tático se destinam a definir para setores e áreas específicas de uma empresa o papel de cada uma dentro da estratégia escolhida.
Assim, ele pode ser “desmembrado” de várias formas, dependendo de quantos departamentos tem a empresa e a relevância estratégica de cada um.
Veja a seguir os tipos de planejamento tático e exemplos de áreas:
Empresa que cuida do planejamento tático e operacional está no caminho certo para atingir metas estratégicas.
Como aponta um estudo publicado pela Harvard Business Review (em inglês), 67% das estratégias, por mais bem formuladas que sejam, falham na hora da execução.
Embora seja uma pesquisa de 2017, ela pode ser ainda considerada atual, pelo menos no Brasil, onde a taxa de mortalidade das empresas está entre 14% e 30% nos primeiros cinco anos.
O planejamento tático é uma forma de evitar que isso aconteça, considerando suas principais utilidades e vantagens, como veremos a seguir.
Uma das funções do planejamento tático é distribuir entre os diferentes segmentos de uma empresa as metas que cada um deve atingir.
Essas metas, por sua vez, devem ser sempre pautadas pelo princípio SMART, segundo o qual elas devem ser:
Percebeu algo em comum com a gestão de projetos?
Pois o planejamento tático é parte essencial para que os projetos possam começar e ter continuidade, até que alcancem seus objetivos.
Como acabamos de ver, as metas dentro de um planejamento tático precisam ser mensuráveis.
Sendo passíveis de medição, elas podem (e devem) ser também medidas pelos custos que geram.
Por isso, essa tarefa é realizada na fase tática do planejamento estratégico.
O planejamento estratégico, tático e operacional e a coordenação entre suas diversas etapas leva a um encadeamento lógico das ações.
Em consequência, a gestão ganha mais assertividade ao decidir, já que ela sabe de antemão o que precisa fazer, como fazer e por que fazer.
O planejamento estratégico pode se revelar em certos casos engessado demais ou pouco articulado com o que o mercado exige.
Nesse aspecto, o planejamento tático é como um “choque de realidade”, que pode apontar falhas na parte estratégica para que possa ser realinhada.
A partir desse alinhamento, é possível adaptar-se, dando sequência ao plano estratégico e sua execução.
Outra vantagem do planejamento tático e operacional é evitar que se formem silos de informação na empresa.
Não faria muito sentido, por exemplo, uma estratégia que tivesse como meta o aumento nas receitas sem uma articulação entre os setores de operações, financeiro e contábil.
Os eventuais “gaps” entre esses setores podem, então, ser eliminados ou mitigados ao formular um planejamento tático.
Ao operacionalizar o planejamento estratégico, o plano tático assume também a função de antecipar e minimizar os possíveis riscos externos.
Digamos, por exemplo, que em um planejamento tático para o setor logístico, a empresa define que terá que aumentar o investimento no modal rodoviário.
Fazendo isso, ela terá que lidar com os riscos que essa escolha implica, como a falta de segurança e de infraestrutura nas estradas.
Estipular uma meta cria a exigência por determinar indicadores que mostrem se a empresa está perto de atingi-la ou não.
Assim, o planejamento tático deve também ser orientado por indicadores próprios, com cada setor medindo e avaliando sua própria performance.
Alguns desses KPIs específicos são:
Agora que vimos as vantagens e utilidades do aspecto tático de uma estratégia, podemos aprender como fazer planejamento tático.
As etapas relacionadas a seguir são básicas, a serem desenvolvidas conforme o tipo de estratégia e de empresa.
Vamos ver as características de cada uma delas e o que fazer passo a passo.
Assim como o planejamento estratégico parte de metas, no planejamento tático cada área da empresa deverá também definir seus próprios objetivos.
Como vimos, essas metas devem ser SMART, para que a gestão possa monitorar ao longo do tempo o quão perto está de atingi-las ou não.
Cabe ressaltar que os objetivos táticos dão origem às metas operacionais, afinal, é na linha de frente que tudo acontece.
Veremos mais à frente que uma das ferramentas de gestão para definir o planejamento tático é a matriz SWOT.
Entre as suas muitas utilidades, está a de servir como instrumento de avaliação do mercado e da própria empresa.
Serve ainda para “preparar o terreno” para o que vem por aí, ajudando a gestão a lidar com os desafios do segmento em que atua e do seu modelo de negócio.
Desenvolver estratégias táticas significa definir passos detalhados, que traduzam os objetivos estratégicos em ações específicas e viáveis.
Após analisar o cenário atual e definir metas claras e mensuráveis, é chegado o momento de propor ações práticas.
Esse tipo de estratégia busca reunir recursos, otimizar processos e solucionar problemas.
É preciso estabelecer responsabilidades e prazos para cada ação, garantindo que todos os envolvidos compreendam suas funções.
Por isso, as estratégias táticas demandam um planejamento específico para dar conta do que ficou definido.
Devem ser desenvolvidos planos de ação, de modo que se possa também articular o planejamento tático com o operacional.
A propósito, planejamento tático e operacional andam sempre de mãos dadas, já que um depende do outro.
É preciso que os gerentes e supervisores que vão cuidar do cumprimento do planejamento tático sejam capazes de repassar às suas equipes as diretrizes recebidas, de forma que todos compreendam o seu papel no contexto geral.
Não há como fazer planejamento tático sem ferramentas e técnicas para responder aos desafios nessa parte do plano estratégico.
Conheça abaixo as mais utilizadas pelas empresas, desde a fase de montagem do planejamento até o seu monitoramento, ajuste e controle.
Antes de se propor a alcançar uma meta, toda empresa precisa conhecer tão bem quanto possível o cenário e as condições em que vai atuar.
Esse mapeamento pode ser feito por meio da matriz SWOT, que significa:
Deve-se fazer uma lista exaustiva de todas as características que se enquadrem nos primeiros dois itens, de modo que se possa potencializar as forças e mitigar as fraquezas internas.
Da mesma forma, a gestão se dedicará a mapear o mercado, de modo a identificar oportunidades e as ameaças que ele possa apresentar.
Já a matriz BCG (Boston Consulting Group) serve para identificar o ciclo de vida de um produto de modo que se possa decidir o que fazer com ele.
Veja como essa classificação é feita:
| Crescimento do Mercado | Participação Relativa de Mercado | Categoria BCG | Estratégia Recomendada |
| Alto | Alto | Estrela | Investir para manter o crescimento e a liderança no mercado. |
| Alto | Baixo | Interrogação | Investir com cautela para aumentar a participação no mercado ou desinvestir se o potencial for baixo. |
| Baixo | Alto | Vaca Leiteira | Maximizar o lucro e gerar fluxo de caixa para financiar outros produtos. |
| Baixo | Baixo | Cachorro | Desinvestir ou eliminar o produto se não houver perspectiva de melhora. |
Todas as etapas do planejamento tático precisam ser acompanhadas em suas respectivas execuções, e o ciclo PDCA pode servir muito bem para isso.
Seu significado é:
Já a análise PESTEL serve para mapear o cenário externo em seis dimensões:
Complementando as análises anteriores, a gestão pode também lançar mão das 5 Forças de Porter para aumentar a compreensão sobre o mercado:
Temos certeza de que você entendeu o que é planejamento tático e o quão importante esse instrumento de gestão é para um negócio.
Essa leitura é apenas o começo da sua jornada empreendedora ou da sua carreira no mundo corporativo e dos negócios.
Faça a Pós-Graduação Administração Estratégica e Gestão de Negócios da FIA e seja o profissional qualificado que as empresas buscam.
Conte com um diploma reconhecido em um curso EAD ao vivo de 15 meses e 360 horas/aula.
Mostre ao mercado que você está preparado para colocar em prática as etapas do planejamento tático e demais estratégias empresariais.
E continue de olho aqui no blog da FIA!
Referências:
https://bridgesconsultancy.com/research-and-white-papers/
https://hbr.org/2017/11/executives-fail-to-execute-strategy-because-theyre-too-internally-focused
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/a-taxa-de-sobrevivencia-das-empresas-no-brasil,d5147a3a415f5810VgnVCM1000001b00320aRCRD
https://inovacaosebraeminas.com.br/artigo/como-criar-um-planejamento-estrategico-tatico-e-operacional
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-o-passo-a-passo-para-o-planejamento-empresarial,a774119c93d82810VgnVCM100000d701210aRCRD
Se você ainda não vê o Value-Based Management como um farol estratégico para a sua…
Descubra como a sustentabilidade empresarial pode transformar negócios, aumentar vendas e promover impacto positivo. Leia…
Descubra como a contabilidade financeira fortalece a saúde financeira e apoia decisões estratégicas empresariais.
Está considerando a possibilidade de começar no empreendedorismo digital, mas não sabe como? Confira dicas…
Conhecer os conceitos de custo fixo e variável é algo que todo gestor ou dono…
O fluxo de caixa é uma ferramenta que funciona como base de toda organização voltada…