O pensamento crítico é uma habilidade fundamental na formação de cidadãos mais conscientes, oferecendo suporte para a tomada de decisões equilibradas e assertivas.
Por tais características, ele se torna cada dia mais desejável, especialmente na esfera profissional.
Indivíduos que desenvolvem o pensamento crítico se tornam mais sábios, ganham autonomia e agregam benefícios para a sua atividade, assim como aos colegas, departamento ou empresa.
O mesmo raciocínio vale para empreendedores, que aumentam sua capacidade de avaliar e se posicionar diante de diferentes situações.
Mas como pensar de forma crítica no dia a dia, sem ficar limitado à esfera teórica?
Neste artigo, vamos te ajudar nessa tarefa, além de trazer conceitos e dicas para aplicar a análise crítica à sua rotina, de um jeito simples.
Confira os tópicos que preparamos sobre o assunto:
Se o tema é de seu interesse, acompanhe até o final.
Boa leitura!
Pensamento crítico é uma avaliação voluntária diante de um fato, comentário, experiência ou conteúdo, que usa argumentos para determinar uma resposta diante desse estímulo.
Ou seja, o pensar de modo crítico envolve uma observação inicial, seguida por um julgamento diante de um cenário ao qual se depara.
No entanto, esse julgamento não é realizado automaticamente ou de maneira impulsiva.
Ele procura por referências, motivos e argumentos que sustentem a resposta adotada.
Parece um pouco confuso? Com um exemplo, tudo fica mais claro.
Imagine que seu colega tenha se comprometido a entregar um relatório importante até a manhã do dia seguinte.
Esse colega é de confiança e, portanto, você sai do trabalho no horário de costume, com toda tranquilidade, contando com o documento para apresentar em uma reunião com um cliente.
Porém, no dia seguinte, seu colega não aparece no escritório, não atende o celular, nem dá qualquer explicação sobre a ausência.
Sua primeira reação, provavelmente, será sentir raiva, já que ele atrapalhou suas atividades e, no mínimo, dificultou a organização da sua reunião.
Ao ser questionado por seu chefe sobre o relatório, você acaba reclamando da postura do seu colega e o rotulando como irresponsável.
Depois de encontrar o cliente, no fim da tarde, você recebe notícias sobre seu colega, que teve uma emergência de saúde e vai ficar internado por alguns dias.
A tendência é que se sinta culpado por ter se zangado e rotulado seu colega, certo?
Agora, vamos imaginar que você aplique o pensamento crítico a essa mesma situação.
Sem notícias, você usa o senso crítico para buscar razões para a falta de seu colega.
Afinal, ele é de confiança e não costuma nem se atrasar para o trabalho.
Não é difícil imaginar qualquer emergência grave, seja ela familiar ou de saúde.
Esse raciocínio faz com que você entre em contato com um familiar próximo ao seu colega, que informa que ele está em um hospital e que o relatório está quase pronto – só precisa de uma última revisão.
De posse dessas informações, é possível solicitar acesso ao arquivo ao departamento de Tecnologia da Informação, ou pedir que o familiar envie o relatório por e-mail.
Repare que, além de evitar conflitos e rótulos desnecessários, o pensamento crítico livrou você do retrabalho na composição de um novo relatório.
O termo “pensamento crítico reflexivo” se refere ao contexto necessário para formar pessoas capazes de pensar de maneira crítica, seguindo conceitos de Paulo Freire.
Referência no campo da Educação, Freire aponta o exercício da reflexão como o caminho para que um indivíduo saia do estado alienado e se torne consciente de que pode mudar a si mesmo e, por consequência, sua realidade através de frases de reflexão.
Nas palavras do autor, a:
“Transformação é possível porque a consciência não é um espelho da realidade, simples reflexo, mas é reflexiva e refletora da realidade.”
Partindo dessa ideia, a conscientização dá às pessoas o poder de agir para transformar sua realidade, graças à possibilidade de reflexão.
Por sua vez, a reflexão é necessária para formar o pensamento crítico, pois é refletindo que analisamos um cenário e forjamos todo tipo de julgamentos.
Nesse contexto, tanto a palavra “julgamento” quanto o pensamento crítico não têm uma conotação negativa.
“Julgamento” descreve o ato de formar uma opinião a respeito de um assunto, enquanto “crítico” significa que o pensamento é fruto de uma reflexão.
Em primeiro lugar, o pensamento crítico ajuda a formar indivíduos conscientes de sua realidade e, em especial, de que podem ser agentes de transformação.
Para tanto, devem deixar o comodismo de lado e perceber que sua situação não é permanente, pois tanto os humanos quanto o mundo estão em constante mudança.
Entendendo isso, é possível formar cidadãos empoderados, que sabem que suas atitudes farão a diferença na sociedade.
O pensamento crítico também resulta em uma maior capacidade para tomar decisões assertivas, partindo de argumentos sólidos.
Assim, em vez de reforçar preconceitos – que são ideias preconcebidas – ou crenças, as pessoas se tornam mais receptivas e flexíveis, compreendendo as diferenças entre sua perspectiva e a de outros indivíduos.
O pensamento crítico funciona a partir de um processo racional e consciente, formado por um conjunto de habilidades cognitivas e relativas à atitude.
Ou seja, pensar de forma crítica implica em uma combinação entre o conhecimento adquirido e ações embasadas na reflexão.
Conforme explica este artigo, assinado pelos educadores Guilherme Brambatti Guzzo e Valderez Marina do Rosário Lima, o pensamento crítico tem dois pilares distintos.
O primeiro consiste em competências cognitivas – capacidade de análise, comparação, empatia, etc. – que permitem a avaliação e julgamento de um tema, fato, experiência ou conteúdo.
O segundo, chamado de “espírito crítico”, está ligado a inclinações e comportamentos que levam alguém a elaborar as ideias para, então, agir de acordo com fundamentos bem estabelecidos.
Então, podemos dizer que o pensamento crítico começa logo depois de uma observação, quando imagens, conceitos, sons ou sensações são experimentados.
Em seguida, o indivíduo os questiona (através de sua capacidade cognitiva) e submete a um julgamento (aplicando o espírito crítico) para saber como ele deve responder a esses estímulos.
O pensamento crítico é essencial para a formação de estudantes, profissionais, gestores e empreendedores bem-sucedidos.
Isso porque ele constrói pessoas empoderadas, proativas e capazes de enxergar novas soluções para diversos problemas, favorecendo a inovação.
A seguir, listamos outras vantagens de pensar criticamente:
Esse tipo de abordagem é questionadora, inconformada, proativa, racional e favorece a formação de novas conexões.
O hábito de priorizar perguntas, mesmo que elas não tenham respostas, é uma das características mais marcantes de um pensador crítico.
Esse comportamento nasce da perspectiva de que tudo está em constante mudança e construção, e que sempre há coisas novas para aprender.
O inconformismo é outro tópico que faz parte do pensamento crítico, já que analisar criticamente implica em admitir que, por vezes, é útil, ou até necessário, mudar seu ponto de vista.
Novas tecnologias, por exemplo, podem facilitar um processo que era realizado manualmente.
Novas ideias podem trazer significados e crenças diferentes, culminando em melhorias dentro de uma equipe.
Um terceiro componente do pensamento crítico é a proatividade, postura das pessoas que tomam à frente e agem para transformar uma realidade.
Essa abordagem é, ainda, racional, pois aplica elementos lógicos para refletir e compreender o que está por trás de cada situação, além de formular argumentos racionais como resposta.
Por fim, cabe citar a formação de novas conexões, habilidade cognitiva que, em geral, é desenvolvida durante a infância.
Ela é primordial para o aprendizado, pois liga um repertório (um conteúdo gravado em nossa mente) a uma informação aprendida recentemente, gerando inovações.
Mencionamos, acima, que o pensamento crítico é um processo que engloba ações e um conjunto de competências.
Neste tópico, vamos detalhar 11 das principais habilidades que servem de pilar a essa abordagem.
Corresponde à concentração para apreender os detalhes das situações através dos nossos sentidos – audição, visão, olfato, gustação e tato.
Quem investe no pensamento crítico reconhece a importância de observar o cenário para captar elementos sutis que, muitas vezes, fazem a diferença em sua análise.
Não basta observar.
É preciso focar para obter detalhes relevantes sobre uma situação.
Ter foco exige atenção e dedicação do pensador, que precisa selecionar aquilo em que vale a pena se concentrar.
Para pensar de forma crítica, é preciso estabelecer e seguir uma linha lógica de raciocínio.
Caso contrário, o indivíduo vai ficar perdido diante dos vários argumentos que possa levantar para analisar um cenário.
A curiosidade pode ser definida como a sede de saber.
Está relacionada ao inconformismo e à formulação de perguntas com frequência, que levam ao questionamento da realidade e, em alguns casos, a soluções inovadoras.
Sabe aquelas famosas expressões que falam em “calçar os sapatos do outro”, ou “enxergar o mundo pelos olhos de outra pessoa”?
Ambas servem para definir a empatia, habilidade de se colocar no lugar do outro para compreender melhor seus desejos e necessidades.
A empatia permite julgamentos bem fundamentados, dando suporte à construção e ao exercício do pensamento crítico.
Conforme explicamos antes, é preciso deixar os preconceitos e crenças de lado para pensar de modo crítico.
E, para fazer isso, devemos nos conhecer, identificando as ideias pré-concebidas e mantendo a mente aberta, concorda?
Portanto, o autoconhecimento é uma das chaves para estimular o pensamento crítico.
Se a abordagem crítica pede uma avaliação lógica, também se beneficia da capacidade de analisar as situações com objetividade.
Ou seja, é preciso eliminar fatores subjetivos, como as emoções, perspectivas e os filtros de cada um, que são moldados pelas experiências pessoais.
Claro que o pensador crítico não vai se converter em uma máquina fria, desprezando suas impressões e sentimentos, mas seu julgamento vai privilegiar argumentos racionais.
Corresponde à competência para verificar um conteúdo ou cenário, estabelecer conexões e tirar suas conclusões a respeito dele.
Para tanto, é necessário recorrer ao seu repertório (ao conhecimento prévio), junto à objetividade e à observação.
Ingrediente essencial para a inovação, a criatividade costuma se manifestar com mais facilidade àqueles que exercitam o pensamento crítico.
E faz sentido, já que eles passam mais tempo observando e refletindo sobre diversas situações, o que fornece alimento ao seu repertório.
Também estão convencidos de que sempre existem caminhos a descobrir, sendo motivados pela busca por novas – e criativas – respostas.
A autonomia faz referência à independência, ao atributo de tomar as decisões por si mesmo, sem ficar esperando um direcionamento.
No modelo empresarial antigo, essa característica não era muito valorizada pelos gestores, mas esse quadro mudou.
A dinâmica atual, pautada por um mundo digital, fragmentado e em constante mudança, pede por profissionais arrojados, capazes de assumir o controle de suas tarefas e propor formas melhores de execução.
Consultando um dicionário, essa palavra é definida como “habilidade de separar o certo do errado” e “capacidade de compreensão”.
Quando serve ao pensamento crítico, o discernimento permite identificar os vieses, que são noções ou julgamentos pessoais embutidos em uma ideia, fato ou conteúdo.
Em seguida, podem verificar se a fonte desse juízo é confiável, construindo sua própria opinião com base em conceitos bem fundamentados.
Vimos, mais acima, que essa abordagem pressupõe o desenvolvimento de uma série de habilidades, o que pode ser trabalhoso.
Mas não se preocupe.
Como todo processo, o pensamento crítico pode ser aperfeiçoado a partir da prática constante, desde que conte com repertório.
Assim, nossa primeira dica é investir na ampliação do seu repertório, o que pode ser feito entrando em contato com coisas novas.
Experimente, por exemplo, ler uma publicação que não faz parte da sua rotina, assistir a um documentário ou a uma peça de teatro que não conheça, visitar um lugar até então desconhecido.
Além de cuidar do repertório, observe o resumo que preparamos com algumas recomendações propostas pela Revista Forbes para estimular o pensamento criativo.
Esse passo implica em superar a impulsividade e as reações automáticas, dedicando alguns momentos para refletir antes de tomar uma atitude.
Não significa que você vá levar horas para dar uma resposta, mas vai elaborar respostas mais assertivas.
Diferentes cenários e momentos exigem abordagens distintas, por isso, uma solução bem-sucedida ontem pode não servir hoje.
Portanto, adote uma postura moderada para verificar quais são as respostas mais promissoras e, sempre que necessário, ouvir a opinião dos colegas, lideranças, clientes, amigos e familiares.
Quanto mais detalhes e razões você conhecer, mais subsídios terá para pensar criticamente sobre um cenário.
Avalie, por exemplo, a proporção e os pontos essenciais por trás dessa situação, quem está envolvido e em qual quadro ela está inserida.
Uma estratégia para começar é conhecendo os argumentos das outras pessoas, perguntando como elas formaram sua opinião a respeito.
Pensar de modo crítico não é o mesmo que ficar horas divagando sobre um problema.
No entanto, isso costuma acontecer com frequência, em especial quando um grupo se reúne para solucionar uma questão.
Porém, dificuldades simples podem ser resolvidas a partir de ações básicas.
Por isso, procure estabelecer prazos para que tudo seja finalizado de maneira eficiente.
Durante uma reunião, determine alguns minutos para que o problema seja contemplado, avaliado, tenha soluções propostas e colocadas em prática.
Quem aprende sobre as próprias emoções consegue superar preconceitos com mais facilidade, aprimorando seu pensamento crítico.
Investir no conhecimento dos seus padrões e gatilhos emocionais também vai ajudar a identificar esses padrões nas outras pessoas.
Exercitar o pensamento crítico é vital para quem deseja aperfeiçoar suas competências e se tornar um estudante, profissional e cidadão melhor.
Essa abordagem permite a formação de opiniões bem embasadas e a tomada de decisões mais assertivas no dia a dia.
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