A liderança ágil é um conceito muito útil para pautar a conduta dos gestores, que têm a grande responsabilidade de estar à frente de um grupo de pessoas.
De forma geral, as empresas precisam trabalhar melhor a questão da liderança em suas rotinas.
É o que sugere uma pesquisa da consultoria Zippia (em inglês), que revela um descompasso do mercado.
Enquanto 83% das organizações acreditam na importância de desenvolver líderes em todos os níveis, apenas 5% transformam essa ideia em ações de fato.
Neste vácuo, a metodologia ágil pode ajudar a encontrar respostas para os desafios das empresas, tanto ao buscar líderes novos no mercado quanto ao trabalhar na formação de lideranças em seus quadros internos.
Veja como começar!
Liderança ágil é a maneira de conduzir equipes baseada na metodologia ágil e nos princípios ágeis, ou seja, sempre disposta a investir na melhoria contínua, na flexibilidade e na adaptação a ambientes incertos e de mudança, entre outras características.
Tem como principal finalidade a formação de líderes capazes não só de comandar, mas de empoderar as pessoas.
Afinal, como mostra uma pesquisa da Hubspot (em inglês), o engajamento no trabalho pode aumentar em até 30 vezes quando os gestores se mostram interessados de fato no bem-estar e no sucesso dos seus colaboradores.
Nas empresas em que a motivação está em baixa, esse tipo de liderança traz respostas efetivas para o constante desafio de gerar propósito, aumentando assim o comprometimento geral.
Enquanto código não escrito de conduta, essa liderança nasceu com o Manifesto Ágil de 2001.
Naquele ano, um time de 17 nomes influentes no mercado de TI veio a público para divulgar uma nova abordagem filosófica e prática para o trabalho com tecnologia.
O objetivo era mudar o status quo do mercado de softwares que, apesar da necessidade de inovação em seu modelo de gestão, ainda se via bastante engessado por práticas obsoletas.
Tendo em vista essa necessidade, aquele time de especialistas ligados a diversas empresas resolveu entrar em campo para mudar a situação.
Assim como a metodologia ágil parte de quatro valores, a liderança ágil também conta com um manifesto próprio.
Elaborado por 32 grandes nomes do mercado de desenvolvimento de softwares, ele serve para orientar esse modelo de liderança em todas as suas atividades.
Ele chegaram a um total de 10 valores inegociáveis:
Diferentemente da metodologia ágil, essa liderança não conta com um conjunto de princípios previamente estabelecidos.
No entanto, o livro Agile People, da autora Pia-Maria Thoren, traz uma importante contribuição nesse sentido, sugerindo 6 princípios para essa abordagem na liderança:
Vale destacar que ágil, no caso da metodologia, não é sinônimo de rapidez ou de pressa, mas de eliminar o que é supérfluo, encurtando o tempo necessário para as entregas.
Por suas características, essa liderança precisa reunir certas características, de modo que consiga extrair das pessoas suas melhores performances.
Um líder ágil precisa não só seguir as orientações, valores e princípios da metodologia, mas mudar totalmente o seu mindset para ser uma liderança de fato.
Isso só se torna possível quando o gestor passa a apresentar as características destacadas a seguir:
Requisito que se tornou uma espécie de lugar comum nas descrições de vagas de emprego, a pró-atividade em um líder ágil vai muito além de apenas “tomar a iniciativa”.
Afinal, essa liderança é pautada não só na capacidade de resolver os mais complexos desafios, mas sobretudo, em fazer isso com responsabilidade.
A pró-atividade esperada de um gestor ágil tem mais a ver com um tipo de resposta imediata pautada em um forte senso analítico.
Em outras palavras: ao dar conta de uma demanda, o líder ágil procura não só tomar a frente, como fazer isso orientado por dados e informações de fontes seguras.
O Manifesto Ágil nasce de e para as empresas de gestão horizontal.
Nesse modelo, a figura do chefe autoritário sai de cena, dando lugar a equipes multidisciplinares, autônomas e capazes de se auto gerir.
O líder ágil se enquadra nesse modelo, já que um de seus princípios é o exercício da liderança com base no empoderamento de cada membro da equipe.
Para isso, ele precisa estar sempre disposto a ouvir opiniões e estimular o feedback em todos os sentidos.
Ou seja, deve ser flexível o bastante para ceder às suas próprias convicções, desde que alguém apresente argumentos sólidos o bastante para isso.
Como vimos, o Manifesto Ágil se levanta contra os métodos engessados e a burocracia nos processos.
Espera-se que os profissionais das empresas que venham a adotá-lo estejam prontos para apresentar soluções “fora da caixa”.
Um líder ágil reconhece a importância de um plano e está sempre disposto a segui-lo, mas isso não quer dizer que ele e suas equipes sejam escravas do planejamento.
Logo, se tiver que improvisar alguma solução, apesar dos riscos, ele assim o fará, sempre assumindo a responsabilidade pelas suas decisões.
Ser criativo e proativo não é o mesmo que ser inconsequente.
Líderes ágeis sabem disso e procuram pautar suas condutas sempre colocando na balança os ônus e bônus envolvidos em tudo que decidem fazer.
Eles correm riscos, mas fazem isso da maneira mais calculada possível, procurando antecipar as consequências negativas e positivas.
É como se, para cada ameaça que aparecesse, o líder ágil tivesse uma carta na manga para contra-atacar.
O oposto também se aplica.
Ou seja, a liderança ágil é prudente, mas está sempre disposta a tomar para si a responsabilidade sempre que for preciso sair da rota original.
Gestores ágeis não são autocratas.
Isso significa que eles jamais vão buscar para si o reconhecimento pelos êxitos de suas equipes, cujo sucesso é sempre fruto do esforço coletivo.
Eles buscam liderar pelo exemplo, estimulando cada colaborador a dar o seu melhor por meio da valorização de cada profissional.
Esse tipo de liderança trabalha sabendo que pessoas não são máquinas.
Cada colaborador tem o seu jeito de ser, pensar e agir e, como indivíduo, precisa ser ouvido e respeitado.
Com isso, busca-se também estimular o regime colaborativo, em que cada um cuida do seu trabalho sem esquecer de que, ao seu lado, pode haver um colega precisando de ajuda.
Os valores ágeis deixam claro que software em funcionamento vale muito mais.
A partir disso, a liderança passa a focar os seus esforços em entregar produtos conforme as preferências e necessidades do cliente.
Eles aplicam métodos como o Scrum, em que o trabalho de desenvolvimento é uma construção diária, baseada nos Sprints e no Backlog de produto.
Também buscam incessantemente basear suas decisões em dados estruturados, de preferência extraídos e tratados por softwares de Business Intelligence (BI).
Dessa forma, o líder ganha não só uma base sólida para decidir, mas subsídios para orientar os seus colaboradores, ganhando eficiência e eficácia em tudo que faz.
Lembre-se que, segundo a metodologia ágil, responder às mudanças tem mais valor do que seguir um plano.
Esse valor é propício para que haja crescimento.
Com isso, a tendência é que as entregas sejam feitas em menos tempo, abrindo espaço nos cronogramas para mais projetos.
Realizando mais projetos com mais eficiência, uma empresa se habilita a aprender e se desenvolver mais rápido do que se trabalhasse menos.
Não por acaso, as startups e empresas disruptivas crescem a altas taxas, já que são impulsionadas pelos princípios ágeis.
Não há liderança efetiva onde não há comunicação eficiente.
Sabendo disso, a liderança ágil procura estimular a cultura do feedback em suas equipes, de maneira que cada um tome consciência do papel que desempenha.
Pessoas que compõem equipes ágeis sabem o que os seus líderes esperam delas, o que lhes dá mais segurança para cumprir prazos em seus projetos.
Comunicar-se com frequência abre caminhos porque é também uma maneira de aumentar a transparência e a confiança mútua.
O que nos leva ao último item.
Finalmente, a característica que é talvez a mais valiosa nessa liderança: a transparência.
Ser transparente não é sinônimo de ser inconsequentemente sincero, mas de informar as pessoas certas na hora certa aquilo que elas deveriam saber.
É também uma forma de manifestar a ética no tratamento ao cliente, que também deve ser informado sobre a condução dos projetos em tempo real.
Um líder ágil não tenta “dar um jeitinho”, mas sim encontrar soluções para reduzir atrasos, desvios e inconsistências sem deixar de manter o cliente a par dos contratempos.
Certamente não é em um passe de mágica que a empresa cria o ambiente ideal para a liderança ágil.
Antes disso, é necessário semear no terreno para que, no futuro, floresçam as condições para esse perfil de líder atuar.
Veja o que precisa ser feito nesse sentido:
O termo metodologia não se liga ao conceito ágil por simples questão de nomenclatura.
Trata-se efetivamente de um método e, como tal, precisa ser dominado e assimilado por aqueles que vão fazer uso dele.
Por essa razão, é indispensável investir em capacitação nas empresas, para os futuros líderes e também para os membros das equipes.
Existem cursos específicos na área, tanto no nível de pós-graduação como no de especialização, orientados à metodologia ágil, com foco na formação de gestores.
A pegada ágil na liderança é muito baseada no incentivo.
Esse estímulo precisa partir da alta gestão da empresa, que deve ser a primeira a adotar os princípios ágeis em suas decisões.
Dessa forma, a liderança encontrará o respaldo indispensável para fincar raízes e dar frutos.
Além de uma característica da liderança ágil, a boa comunicação é também uma exigência para que ela seja implementada, afinal, o que vale mais são as pessoas e as interações.
Como vimos, líderes ágeis apoiam os seus colaboradores com feedbacks e estímulos positivos.
Logo, é necessário contar com canais de comunicação sempre abertos, principalmente quando se trabalha com equipes remotas.
Ser ágil é, sobretudo, dar respostas imediatas aos desafios conforme eles se apresentam.
Isso demanda uma elevada capacidade de se adaptar aos mais diversos contextos, restrições, limites de tempo e tudo que possa retardar um projeto.
A liderança ágil precisa ser muito adaptável, ajustando-se ao cenário enquanto busca-se a máxima eficiência, a despeito das dificuldades.
Comunicar-se é dar e receber impressões e opiniões.
Nas empresas orientadas pela metodologia ágil, prevalece a cultura do feedback, na qual todos podem expressar os seus pensamentos, com respeito e boa vontade.
Esse é um pressuposto da comunicação ágil, em que o mais importante é sempre trazer soluções, de maneira que um projeto mantenha um fluxo contínuo em suas atividades.
Líderes ágeis têm como característica a comunicação clara e transparente.
Eles precisam ser 100% receptivos aos seus colaboradores, mantendo os canais de diálogos abertos o tempo todo.
Assim, podem receber críticas, sugestões e impressões que, por sua vez, podem ser úteis no sentido de solucionar problemas e agilizar o atendimento às demandas.
Liderança ágil é um tema extenso e, dessa forma, é natural que as pessoas tenham dúvidas recorrentes sobre o assunto.
Por isso, fomos buscar as perguntas mais frequentes sobre esse tema na internet, para que você tenha em um só conteúdo todas as respostas de que precisa.
Veja a seguir.
Para ser um líder ágil, é preciso antes conhecer a metodologia ágil, que nasce com o Manifesto Ágil de 2001.
O próximo passo é investir em formação, que pode ser em cursos de pós-graduação ou de especialização na área.
Uma equipe ágil é toda aquela cujo framework de trabalho seja baseado nos métodos ágeis.
São exemplos disso as empresas que adotam modelos como o Scrum ou o de Squads, ambos inspirados na metodologia ágil e em seus princípios.
Um líder ágil precisa, acima de tudo, saber se comunicar.
Ele é um especialista na arte de motivar e engajar as pessoas, de maneira que cada membro em uma equipe se sinta estimulado a dar o melhor de si.
A liderança ágil se orienta pelos valores e princípios ágeis, com os quais se busca aumentar a eficiência nas tarefas dentro de projetos.
Empresas que contam com líderes ágeis tendem a elevar os seus níveis de produtividade, reduzindo riscos enquanto cumprem com seus respectivos planejamentos.
Portanto, como vantagens em adotar esse modelo de liderança, destacam-se:
Um líder ágil é aquele que consegue extrair de suas equipes o melhor rendimento, cada um dentro de suas possibilidades.
Considerando o amplo leque de competências necessárias para exercer esse tipo de liderança, vale investir em formação e capacitação.
Afinal, a liderança ágil é pautada pelo exemplo e, além da habilidade em se comunicar, é preciso desenvolver um amplo know how em sua área de atuação.
Líderes ágeis não se improvisam.
Esse é um tipo de liderança que, mais do que coordenar tarefas, se propõe a engajar e motivar.
Isso requer das pessoas que pretendem se tornar líderes ágeis o domínio não só de competências técnicas, como trabalhar em cima de suas soft skills.
Nesse aspecto, um bom networking ajuda a expandir horizontes e a criar as oportunidades esperadas por quem quer trilhar esse caminho.
Em todas as suas escolhas, a FIA estará ao seu lado para dar o suporte acadêmico necessário para o seu crescimento.
Conte conosco e vá mais longe na carreira, nos negócios e em todas as atividades que realizar!
Um plano de continuidade de negócios (PCN) é uma estratégia essencial para minimizar impactos e…
Descubra o que é flexibilidade no trabalho e como essa tendência está transformando empresas, atraindo…
O futuro do trabalho em 2025 apresenta mudanças importantes para empresas e profissionais. Descubra as…
A ética na IA envolve princípios e práticas que orientam o uso responsável dessa tecnologia…
A auditoria externa é uma análise detalhada das finanças empresariais, garantindo precisão e conformidade com…
A matriz de materialidade é um método de grande utilidade para as empresas que têm…