Você já participou de um hackathon? Ou pensa em organizar um?
Esse é mais um daqueles estrangeirismos que passaram a integrar o vocabulário “corporativês” – ainda que muita gente não saiba exatamente a origem do nome ou o que significa.
Questões semânticas à parte, a verdade é que a ideia veio para ficar e está cada vez mais presente na realidade de negócios no Brasil e no mundo.
Nasa, Google, Uber, Globo, Sebrae, Latam e Americanas são exemplos de empresas que passaram a adotar a metodologia na gestão.
Essa popularidade não vem por acaso, já que é possível conseguir ótimos resultados com a implementação dos hackathons.
Quer saber quais são? Acompanhe este texto até o final, no qual vamos abordar os seguintes tópicos:
Não fique de fora dessa tendência mundial e conheça tudo sobre o hackathon!
Hackathon é uma dinâmica competitiva, com local e duração predeterminados, muito usada em empresas para aguçar a criatividade da equipe de colaboradores de uma maneira mais desafiadora e divertida.
De certa forma, a metodologia tem o mesmo propósito de um brainstorm, por exemplo, que é gerar insights e pensar soluções para problemas específicos.
No entanto, a sua implementação é um pouco diferente e envolve medidas mais práticas.
Ou seja, de maneira resumida, o hackathon pode ser definido como um evento que propõe a inovação por meio de uma disputa positiva de ideias e de ações entre os envolvidos em prol da organização.
Hoje, o hackathon é uma proposta usada nos mais variados tipos de empresa, mas até pouco tempo não era assim.
O termo é resultado da junção de duas palavras inglesas: “hack”, que quer dizer programar, e “marathon”, que significa maratona.
Essa explicação ajuda a entender a origem da metodologia, que, no início, era exclusivamente voltada ao setor de tecnologia e ao desenvolvimento de softwares.
O primeiro evento de hackathon de que se tem notícia aconteceu nos Estados Unidos em 1999, com o propósito de resolver problemas de código em um sistema operacional específico.
Na ocasião, vários profissionais da área de TI se reuniram e, durante horas, levantaram diversas hipóteses até encontrarem a resolução dos erros.
A iniciativa deu tão certo que mais e mais organizações começaram a adotar a dinâmica.
Isso vale inclusive para entidades que não têm uma relação direta com o universo da tecnologia, mas que estão em constante busca por soluções criativas e inovadoras em seus processos.
Basicamente, são infinitas as possibilidades de utilização dessa metodologia.
Órgãos públicos têm se valido dessa estratégia ao estabelecer parcerias com a iniciativa privada e trazer melhorias para a sociedade na saúde, na educação, na segurança e no trânsito, por exemplo.
Já o hackathon corporativo pode ser implementado no sentido de trazer soluções para o recrutamento de novos colaboradores, a otimização de produtos, serviços e processos, entre outros benefícios.
A verdade é que não há regras e o que vale é colocar a criatividade em prática para colher resultados.
Importante dizer ainda que, desde que passou a ser adotado nos variados contextos e situações, o hackathon virou uma tendência.
Só para se ter uma ideia, recentemente, um hackathon online realizado por meio de uma associação de estudantes da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), com mais de 600 participantes, desenvolveu uma série de soluções para diminuir os efeitos da Covid-19 mundo afora.
O evento durou 72 horas e contou com uma votação pública para definir os três melhores projetos apresentados.
Os hackathons podem ser categorizados de diversas maneiras.
Conforme o objetivo, o formato, os responsáveis e outros requisitos.
A seguir, apresentamos a divisão mais tradicional: interna, externa, online e clássica.
Acompanhe!
Nesse tipo de hackathon, as dinâmicas são organizadas e contam com a participação dos próprios integrantes da empresa em questão.
Aqui, escolas, universidades, empresas e demais entidades criam essa maratona de desafios com o intuito de melhorar o engajamento e a atuação de estudantes e colaboradores na busca por soluções internas.
Via de regra, são formadas diferentes equipes, de preferência de áreas e talentos distintos, para resolver um problema em comum.
Aquela que apresentar a ideia mais criativa leva o prêmio final.
Aqui, a instituição escolhe um desafio que tenha a ver com a sua realidade e chama o público externo para participar, trazendo suas contribuições.
Apesar das principais ideias partirem dos convidados, os integrantes internos também podem colaborar na função de mentores das equipes.
Nesse modelo, muitas vezes, além de ter seu trabalho reconhecido, o time vencedor acaba tendo a chance de se juntar à entidade realizadora do hackathon como novos contratados.
Além do público-alvo, outra maneira de classificar um hackathon é quanto ao seu formato.
No modelo virtual, por exemplo, é possível contatar pessoas de diferentes partes do mundo e, por consequência, ter uma pluralidade maior de ideias.
Na dinâmica online, todas as etapas acontecem de modo remoto, a começar pelas inscrições, passando pelo processo de desenvolvimento de soluções, até chegar na avaliação dos jurados.
Já o modelo tradicional é aquele em que a empresa escolhe um espaço físico específico, com instalações que comportem e atendam as necessidades dos participantes, e todas as dinâmicas acontecem ali.
Normalmente, no modelo clássico, as equipes passam, pelo menos, 24 horas concentradas em apresentar a melhor solução para o desafio proposto.
Cada vez existem menos restrições quanto aos participantes dos hackathons.
Tudo, na verdade, depende do objetivo e de que maneira se pretende chegar até ele.
Uma vez restrito à atuação de programadores e desenvolvedores de softwares, hoje em dia, a maratona de desafios pode ser encarada por qualquer pessoa, basta estar disposto a vivenciar essa experiência.
É possível, inclusive, encontrar inscrições em aberto na internet para participar de hackathons.
Como vimos até aqui, existem diversos tipos de hackathon, mas o seu funcionamento, em geral, não muda muito.
Ele pode ser resumido nas etapas descritas abaixo.
Escolher que tipo de situação se pretende atacar para, então, começar a divulgação para o público participante.
O desafio precisa ir ao encontro do objetivo e pode ser mais abrangente ou segmentado, dependendo do propósito da empresa que organiza o evento.
Na sequência, é chegada a hora de definir se o hackathon vai ser interno ou externo, online ou presencial.
A partir dessa escolha, é essencial divulgar muito bem as regras que serão aplicadas.
Quantos participantes vão ter na equipe? Quais serão os critérios de avaliação? Qual será a duração do evento?
São informações importantes e que precisam ser divulgadas com antecedência.
Planejamento, divulgação, inscrições, comunicação, mentoria e avaliação são algumas tarefas indispensáveis em um hackathon.
Para dar conta de todas elas e de mais de uma série de obrigações, é fundamental dispor de um suporte capacitado.
O evento em si conta com quatro etapas principais: abertura, maratona, apresentação e encerramento.
É importante que esse cronograma seja divulgado com, pelo menos, um mês de antecedência para que os inscritos possam saber exatamente o que os aguarda em cada fase.
É o momento de montar as equipes, distribuir os monitores, relembrar as regras, apresentar as instalações, entregar os kits, disponibilizar as ferramentas necessárias para um trabalho em igualdade de condições, entre outras ações que se encaixam na proposta.
Depois de toda a preparação, é hora de colocar a mão na massa.
Os times começam a desenvolver suas soluções com todo o suporte da equipe de apoio, respeitando as regras e os prazos determinados.
Encerrado o período de desenvolvimento dos projetos, é hora de apresentar a solução ao público e à banca avaliadora.
Para estabelecer um equilíbrio durante a apresentação, é preciso definir um tempo máximo para cada equipe explicar como funciona a sua proposta.
Obedecendo os critérios avaliativos predeterminados e apresentados no cronograma do hackathon, a banca deve escolher qual projeto se encaixa melhor nas necessidades da empresa ou entidade.
É possível que, em alguns casos, haja uma votação popular para definir o vencedor.
É o momento mais aguardado pelos participantes.
Após horas e horas de trabalho duro, a equipe vencedora recebe o merecido prêmio.
O hackathon é uma metodologia que passou a ser utilizada por diversos tipos de organizações e não atinge esse status à toa.
Conheça alguns dos principais benefícios que fizeram dela a febre que é hoje.
Sabe aquele projeto que está há tempo parado na gaveta? Por meio do hackathon, ele pode ser reativado.
Muita gente acha que a metodologia serve apenas para trazer soluções completamente novas, mas não é bem assim.
Com o incentivo dessas maratonas, tais iniciativas podem ser otimizadas, receber pequenas mudanças e passar por um processo de cocriação.
Talvez seja o benefício mais importante.
Com o hackathon, é possível utilizar diferentes talentos para pensar em iniciativas que atacam um problema comum.
Por meio desse processo de aceleração de ideias, surgem insights que viram projetos e podem impactar positivamente a instituição.
Imagine a rede de conhecimento que pode se tornar um hackathon?
Mesmo que seja um modelo interno, a troca de experiências entre profissionais de diferentes setores só tem a agregar à instituição.
O funcionário do marketing vai conhecer um pouco mais da realidade do operador, que, por sua vez, vai trocar ideias com o responsável pela logística e assim por diante.
Essa troca de experiências vai expandir o networking dos participantes e, no caso de um hackathon externo, faz crescer a rede de contatos da própria organização.
As maratonas nada mais são do que grandes fomentadoras da inovação.
Como fontes de aprendizado, permitem o crescimento de todos.
Não há dúvidas de que promover um hackathon só tem a agregar tanto para quem organiza o evento quanto para quem participa dele.
No entanto, fazer essa roda girar e essa troca de experiências acontecer exige trabalho.
Os desafios se apresentam desde o primeiro momento e não se tornam mais fáceis com o passar do tempo.
Tudo começa com a definição do tema da maratona.
Parece óbvio que ele precisa estar alinhado com o problema que a instituição pretende atacar, mas fazer esse diagnóstico nem sempre é fácil.
Outro ponto crucial é a hora de recrutar parceiros.
Definir mentores, buscar jurados, conseguir patrocinadores e outros apoiadores é algo que exige muito comprometimento por parte dos organizadores.
Ainda falando só da preparação para o hackathon, tem a escolha da premiação ideal (você vai priorizar a experiência ou a recompensas financeira?) e todas as questões de logística e divulgação.
Fora os aspectos prévios, existem todas as garantias de que o evento aconteça sem contratempos, seja ele virtual, seja presencial.
Alimentação, alojamentos, suporte tecnológico, segurança digital e isonomia avaliativa são outras questões importantes a manter no horizonte.
A boa notícia é que todas essas dificuldades podem ser superadas com um bom planejamento estratégico.
Os desafios da proposta não podem ser um impeditivo para realizar um hackathon na sua empresa.
Para que isso não seja um problema, separamos 7 dicas que vão ajudar na implementação bem-sucedida da metodologia.
Confira!
Quanto mais pessoas souberem do seu evento, melhor – sobretudo, se você optar por um modelo online e externo.
O segredo para que o seu hackathon tenha um alcance maior é não poupar esforços na divulgação.
Faça parcerias com universidades, campanhas patrocinadas nas redes sociais, anúncios nas mídias tradicionais e o que mais for preciso para captar o máximo de inscritos e de audiência.
Não importa qual seja o seu modelo de hackathon, desde que você ofereça todas as condições necessárias aos participantes.
Se optar pela versão tradicional, garanta que todos tenham acesso à melhor infraestrutura possível.
Caso escolha a opção virtual, assegure um bom suporte tecnológico e uma conexão estável.
É importante que a comissão avaliadora (caso você não opte pela votação popular, por exemplo) seja multidisciplinar.
Esse é um cuidado que visa a competência de analisar as diferentes etapas do projeto e contribuir com considerações construtivas.
A isenção também é fundamental, por isso, tenha cuidado para que não haja nenhum tipo de vínculo, seja ele qual for, entre as equipes e a banca de jurados.
Um projeto é, de fato, acertado quando ele tem um valor prático para a organização.
Em outras palavras, ele precisa ser aplicado e repetido em grande escala.
Mas é claro que isso deve estar explícito no regulamento, assim como outras informações úteis para que não haja nenhum tipo de ruído.
Ainda que a aplicabilidade seja importante, também vale incentivar a inovação.
Mesmo que a solução mais criativa não seja a grande vencedora, não deixe de valorizá-la.
Talvez uma saída seja criar alguma premiação paralela para a categoria e, assim, mostrar para os participantes o quanto ela é fundamental.
Um dos grandes objetivos do hackathon é a troca de experiências.
Por isso, incentive a diversidade na formação das equipes participantes.
Existem várias estratégias para os times serem mais plurais.
Uma delas é oferecer pontuações extras para que os membros sejam de áreas, raças e gêneros distintos.
Todos têm a ganhar com essa medida.
O prêmio de um hackathon é um dos principais incentivos para os participantes – afora a experiência, é claro.
Por isso, é importante escolher bem essa recompensa.
Uma dica para acertar na decisão é conhecer o seu público.
Não necessariamente uma grande quantia em dinheiro é a opção mais acertada.
Às vezes, a valorização profissional é o caminho.
Nem sempre uma tendência se mostra algo durável e que vai sobreviver por um longo tempo, mas esse não parece ser o prognóstico do hackathon.
Talvez a metodologia ainda venha a passar por uma série de mudanças, como já aconteceu com a sua democratização em termos de áreas de interesse, mas tudo indica que é uma estratégia que veio para ficar.
Afinal, o fomento à inovação e a troca de experiências não são valores que deverão perder importância no futuro.
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