Já percebeu como o cooperativismo está presente em nossa vida hoje em dia?
Estima-se que uma em cada sete pessoas no mundo esteja associada a uma cooperativa, conforme a OCB, Organização das Cooperativas Brasileiras.
No Brasil, o cooperativismo está presente em diversos ramos, como agropecuário, consumo, crédito, infraestrutura, saúde, dentre outros.
O principal objetivo é promover, ao mesmo tempo, o desenvolvimento econômico e social e o individual e coletivo, sempre de maneira sustentável e equilibrada.
Os cooperativistas acreditam na sinergia, no compartilhamento de ideias e valores e na premissa de que ninguém perde quando todos ganham.
A partir de agora, vamos falar sobre:
Interessado em saber mais sobre as vantagens desse modelo de negócio? Então, não deixe de ler este artigo até o final.
Você vai entender como o cooperativismo tem potencial para impulsionar o desenvolvimento de empresas e da sociedade como um todo.
Cooperativismo é a união de pessoas e empresas que, com os mesmos objetivos e interesses, buscam o desenvolvimento econômico e social por meio da colaboração e da ajuda mútua.
Dentro de uma organização cooperativa, mesmo os cooperados em situação desfavorável frente à competição do mercado conseguem sucesso através da soma de esforços.
A ideia do cooperativismo é unir pessoas em torno de um objetivo comum, por meio do qual ninguém perde se todos ganharem.
No âmbito das empresas, o cooperativismo possibilita agregar competências, compartilhar conhecimento, fortalecer o poder de compra, dividir custos e aproveitar oportunidades.
Diferentemente da visão individualista das organizações que atuam sozinhas, o cooperativismo aposta na reciprocidade como vantagem competitiva.
Para as micro e pequenas empresas, o cooperativismo pode ser uma oportunidade ainda mais interessante, visto que são elas que mais enfrentam desafios.
Sozinhos, os pequenos negócios têm dificuldade de acesso, por exemplo, a consultorias gerenciais ou a soluções tecnológicas e creditícias.
Por meio do cooperativismo, isso se torna possível e viável.
Cooperativa é um tipo de empreendimento coletivo.
É formada por pessoas que se unem, de forma voluntária, em torno de objetivos e interesses em comum.
Há diferentes definições para o termo cooperativa, dentre elas, a citada pela Lei nº 5.764/71, em seu artigo 4º:
“Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados”.
Por ser um tipo de negócio coletivo, as cooperativas são geridas democraticamente, fundamentadas na economia solidária.
Busca, por meio da colaboração mútua, a melhor performance econômica, proporcionando aos cooperados os melhores serviços e produtos.
De acordo com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), para ser formalizada como tal, uma cooperativa precisa ter no mínimo 20 filiados.
No Brasil, as sociedades cooperativas se dividem em três categorias. São elas:
Dentro da hierarquia, uma cooperativa singular integra uma federação que, por sua vez, faz parte de uma confederação.
Oficialmente, o cooperativismo no Brasil nasceu em 1889, em Minas Gerais.
Focada em produtos agrícolas, a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, antiga Vila Rica, foi a primeira organização registrada de que se tem notícia.
Em seguida, outros empreendimentos coletivos surgiram, tanto em Minas Gerais quanto em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Sediada em Nova Petrópolis (RS), a Sicredi Pioneira, focada no mercado de crédito, é a mais antiga cooperativa ainda em funcionamento no Brasil.
Foi fundada em 1902 pelo padre suíço Theodor Amstad para suprir uma carência do município, que não dispunha, na época, de nenhuma instituição financeira.
Na mesma ocasião, ganhou força no Brasil as cooperativas agropecuárias, com um protagonismo importante de produtores rurais de origem europeia (especialmente italiana e alemã).
Com o passar dos anos, o cooperativismo cresceu, ganhou novos adeptos e surgiram outras organizações representativas de diferentes setores da economia.
Do ponto de vista legal, um importante marco para o cooperativismo brasileiro foi a criação da Lei 5.764/71, que disciplina “a criação de cooperativas com instituição de regime jurídico próprio”.
Conforme dados da OCB, o Brasil tem um total de 5.314 cooperativas e mais de 15,5 milhões de cooperados (dados de 2019).
Do total de cooperados, 82% são pessoas físicas e 18%, pessoas jurídicas.
As cooperativas brasileiras empregam 427,5 mil pessoas, sendo o ramo agropecuário o de maior expressão: 207,2 mil empregos.
O setor agro também é líder em número de cooperativas (1.223).
Já em número de cooperados, as de crédito têm a maior quantidade de membros: 10.786.317.
Outro dado interessante é que a maioria das organizações cooperativistas (2.522 de um total de 5.314) tem mais de 20 anos de atuação.
Embora tenha um caráter colaborativo, uma organização cooperativista é diferente, por exemplo, de uma associação.
Enquanto uma associação tem como finalidade defender os interesses de determinadas classes ou promover a cultura e a assistência social, uma cooperativa tem caráter essencialmente econômico.
Sua função é promover as atividades produtivas de seus cooperados junto ao mercado de forma eficiente e competitiva.
Em uma cooperativa, seja ela do ramo agropecuário ou de crédito, os cooperados são donos do patrimônio.
Todos os benefícios auferidos pela cooperativa, resultado do trabalho colaborativo, são revertidos aos próprios cooperados.
É o caso, por exemplo, das “sobras” das cooperativas, resultantes de relações comerciais bem sucedidas.
Por decisão da assembleia geral, esses “lucros”, em geral, são distribuídos proporcionalmente entre os filiados.
O modelo de gestão participativa do cooperativismo é composto por:
O cooperativismo proporciona diversas vantagens para as empresas, principalmente as PMEs, dada a possibilidade de aumento da competitividade por meio da colaboração.
Como vimos, além de pessoas físicas, empresas também podem se filiar às cooperativas.
Em conjunto, elas criam laços de parceria e podem conquistar, por meio do cooperativismo, um diferencial competitivo frente aos concorrentes.
Uma cooperativa agropecuária, por exemplo, possibilita às empresas participantes a compra coletiva de insumos para a agricultura.
O fortalecimento do poder de compra reduz custos, beneficiando todos os cooperados.
Outro exemplo são as cooperativas de crédito.
Por serem entidades sem fins lucrativos, em que os cooperados são os donos do negócio, as taxas de serviços geralmente são menores que as das instituições financeiras.
Em seus diferentes ramos de atuação, o cooperativismo aumenta o poder de compra, partilha custos, investe em pesquisas e explora novas oportunidades.
Como donos do negócio, os cooperados ainda recebem as sobras, quando há, proporcionalmente à participação de cada um na cooperativa.
De um total de 13 até 2019, os ramos do cooperativismo no Brasil foram reduzidos para 7.
De acordo com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), a redução visa “garantir que o Sistema OCB fique ainda mais próximo da realidade das coops”.
Após um processo de discussão e avaliação, alguns ramos se fundiram e outros foram reclassificados.
“Com essa nova organização, ganhamos mais poder de representação, além de oferecer um atendimento mais eficaz e estruturado para as nossas cooperativas”, diz a OCB em seu site oficial.
Os 7 ramos do cooperativismo no Brasil são:
O cooperativismo tem como base 7 princípios que orientam a prática das organizações do setor desde a fundação da primeira cooperativa.
São eles:
Como organizações sem fins lucrativos e voluntárias, as cooperativas admitem qualquer pessoa que queira participar, desde que esteja alinhada com os interesses econômicos e sociais da entidade.
Excepcionalmente, é permitida a adesão também de empresas que atuem em campo econômico distinto da cooperativa.
Como organizações democráticas, as cooperativas são geridas e controladas pelos próprios membros.
A gestão é formada por conselhos (de administração e fiscal), cujos conselheiros são eleitos em assembleia geral com mandatos específicos.
Todas as decisões sobre as diretrizes políticas da organização são tomadas democraticamente, por meio de votação, com a participação de todos os cooperados.
O capital da cooperativa, gerido e controlado pelos próprios cooperados, é formado a partir da contribuição de todos os membros.
Toda cooperativa visa, essencialmente, o desenvolvimento econômico de seus sócios. Sua atuação, logo, almeja sempre resultados econômico-financeiros positivos.
Como todos os membros têm participação econômica na organização, ao final de cada exercício, eventuais sobras (receitas maiores que os custos e despesas) geralmente são repartidas entre os cooperados.
O superávit da cooperativa também pode ser reinvestido na própria entidade, desde que a decisão seja tomada em assembleia, com a aprovação dos membros.
As cooperativas são organizações de regime jurídico próprio, autogeridas com base nos princípios do cooperativismo e sem a interferência do Estado.
Os associados têm autonomia e independência para deliberar sobre as políticas internas e decidir sobre quais ações executar, desde que dentro dos limites da legislação.
Nos casos de parcerias ou acordos econômico-financeiros com outras organizações, sejam elas públicas ou privadas, deve prevalecer o controle democrático dos membros.
Fazem parte dos princípios do cooperativismo também a educação, profissionalização e formação de seus membros, funcionários e conselheiros eleitos para os cargos executivos e de fiscalização.
O objetivo é capacitar os cooperados para que eles possam contribuir com o desenvolvimento do cooperativismo como um todo.
Projetos educacionais e de acesso à informação também devem ser elaborados com foco no público externo sobre os benefícios da cooperação.
Uma cooperativa singular pode fazer parte de uma federação, que por sua vez integra uma confederação, em um alinhamento de interesses que resulta da união de forças.
Quando trabalham em conjunto, as cooperativas são mais eficientes e eficazes, resultando em ganhos mais significativos para seus membros.
Esse trabalho cooperativo pode envolver estruturas locais, regionais, nacionais e até internacionais.
O cooperativismo busca concomitantemente o desenvolvimento econômico, mas também o social. O desenvolvimento individual, mas também o coletivo.
Sendo assim, a responsabilidade social e o interesse pela comunidade fazem parte das políticas das cooperativas.
Afinal, ninguém perde quando todos ganham.
Historicamente, o cooperativismo tem se mostrado eficiente enquanto modelo de negócios, ao demonstrar a competência das cooperativas como agentes de mercado.
As vantagens são ainda mais evidentes nos momentos de turbulência, como crises política e econômica.
Sozinhas, muitas empresas não sobrevivem. Unidas, são mais fortes.
A seguir, confira algumas vantagens de uma empresa se associar a uma cooperativa.
O trabalho em conjunto e a união de forças reflete em ganhos de escala que uma empresa, principalmente as de pequeno porte, não conseguiria sozinha.
No caso das cooperativas agropecuárias, por exemplo, toda uma cadeia produtiva pode se beneficiar.
Produtores podem se unir na compra de sementes e insumos, armazenamento, beneficiamento, industrialização e comercialização de produtos e mercadorias.
O mesmo ocorre com as cooperativas de consumo: os cooperados fazem compras conjuntas, reduzindo custos e compartilhando benefícios.
Ao final de cada exercício, os membros de uma cooperativa (pessoas físicas ou jurídicas) têm direito à participação nos resultados.
As sobras líquidas são divididas entre os associados que tenham participado da cooperativa durante o ano.
Importante ressaltar que, da mesma forma que os membros têm direito às sobras, também tem o dever de cobrir eventuais perdas e prejuízos.
Para evitar problemas dessa natureza, inclusive, as cooperativas são obrigadas a manter dois fundos.
Um deles é o fundo de reserva, que deve receber no mínimo 10% das sobras líquidas do exercício.
O outro é o fundo de assistência técnica, educacional e social, que deve ser composto de pelo menos 5% das sobras líquidas de cada ano.
Segundo dados do anuário 2020 da OCB, o total de sobras do exercício de 2019 das cooperativas brasileiras foi de R$ 14,8 bilhões.
O cooperativismo tem condições também de garantir, por meio da colaboração, o acesso a soluções tecnológicas e técnicas a seus filiados.
Um investimento em pesquisa em determinada área, por exemplo, pode ser feito por meio de uma cooperativa, dividindo os custos e multiplicando os resultados.
O mesmo vale para o apoio técnico na elaboração de projetos e programas que otimizem os resultados dos cooperados.
São soluções que, cada empresa sozinha, talvez tenha dificuldade de acessar pelas limitações circunstanciais.
Por meio do cooperativismo, o acesso se torna viável, agregando mais valor à produção.
O Brasil conta atualmente com mais de 5 mil cooperativas, que geram quase 430 mil empregos e reúne 15 milhões de cooperados.
Quase metade das cooperativas têm mais de 20 anos de atuação (várias delas com 40 anos ou mais).
Uma importante evidência de que o modelo de negócio se aperfeiçoou e tem se mostrado eficiente.
Como vimos, fazer parte de uma cooperativa pode ser uma boa estratégia competitiva, tanto para empresas quanto para pessoas físicas.
Afinal, quando todos se ajudam, ninguém fica para trás.
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