Como você tem praticado o consumo sustentável?
Tudo começa com mudanças no comportamento, a fim de criar consciência sobre a forma como consumimos.
Essa ideia cresce à medida em que mais pessoas percebem o impacto de cada bem produzido, desde a exploração dos recursos naturais até o fim de sua vida útil e descarte.
Todo esse processo tem efeitos sobre o meio ambiente que não precisam ser negativos – muito pelo contrário.
A partir de atitudes simples, podemos transformar o cenário atual, reduzindo a geração de resíduos, a poluição, o desmatamento e desacelerando fenômenos preocupantes para agora e para o futuro, a exemplo do aquecimento global.
Neste artigo, vamos mostrar maneiras para contribuir com a preservação da natureza e, de quebra, ajudar sua comunidade e lucrar com isso.
Você vai ver que o consumo sustentável reúne muitos benefícios, incluindo a manutenção da vida na Terra.
Conheça, abaixo, os assuntos pautados neste texto:
Se tem interesse no tema, acompanhe até o final.
Consumo sustentável é um conceito que descreve o conjunto de ações, princípios e reflexões que culminam em uma forma consciente de adquirir, utilizar e descartar produtos. Isso é possível ao entender como nossas atitudes impactam o meio ambiente, sendo capazes de destruí-lo e comprometer a vida das próximas gerações na Terra.
Portanto, cabe a nós fazer escolhas que tenham efeitos positivos ou, pelo menos, que reduzam os efeitos negativos sobre a natureza.
Por definição, o consumo sustentável engloba práticas de consumo consciente, consumo verde e consumo responsável, sendo aplicável a toda a cadeia de produção.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o consumo sustentável implica na escolha de produtos que:
Essa ideia se tornou popular, em especial, após os debates da Rio 92 ou Eco 92 – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
Na ocasião, a comunidade política internacional formulou a Agenda 21 Global, que conclui:
“As principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios.”
Ficou evidente a necessidade de conciliar as áreas social, ambiental e econômica para promover um desenvolvimento sustentável e contínuo.
Ou seja, embora o consumo seja um dos principais motores para a economia das nações, é vital levar em conta seus impactos sobre a natureza, adequando-o para prevenir a deterioração do planeta.
Consumidor verde é aquele que considera os efeitos sobre o ambiente na hora de comprar.
Obviamente, outros fatores fazem parte da sua decisão de compra, como o preço, a utilidade, a qualidade e a comodidade, porém, todos devem estar comprometidos com processos de fabricação que preservem os ecossistemas.
Na prática, esse conceito se traduz na substituição de bens de consumo tradicionais por itens verdes, que são produzidos utilizando técnicas menos prejudiciais ao planeta.
É o caso de móveis construídos com madeira de reflorestamento, biocombustíveis e bolsas feitas com material reciclável.
O consumo verde constitui um avanço importante em direção à sustentabilidade, mas não suficiente, pois deixa a igualdade no acesso aos recursos naturais de lado, sendo muito influenciado pelo poder aquisitivo das pessoas.
Uma mudança consistente nos padrões atuais exige que as compras sejam repensadas e não, simplesmente, substituídas por produtos verdes.
Em outras palavras, é necessário mudar os hábitos, refletindo antes de finalizar uma compra, trocar um eletrodoméstico ou aumentar a coleção de sapatos.
Caso contrário, o impacto será insuficiente para combater a poluição, o efeito estufa, o aquecimento global e outras consequências do consumo desenfreado.
Segundo explica o manual de Educação para o Consumo Sustentável, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC):
“A necessidade de redução e modificação dos padrões de consumo foi substituída pelo simples ‘esverdeamento’ dos produtos e serviços. Além disso, o consumo verde atacaria somente uma parte do problema – a tecnologia – enfatizando o desenvolvimento de produtos verdes para uma parcela da sociedade, enquanto os pobres ficam com produtos inferiores e com um nível de consumo abaixo da satisfação de suas necessidades básicas.”
Economia circular é uma dinâmica que propõe o uso de uma matéria-prima até que se esgote, ou seja, até quando não houver mais a possibilidade de reutilizar, transformar ou reciclar esse material.
A lógica circular surgiu em oposição ao modelo linear de fabricação e consumo, que subaproveita os insumos ao restringir sua vida útil a 5 etapas (extração, processamento, transformação, consumo e descarte).
O sistema linear está na raiz do desperdício de recursos, degradação de ecossistemas, poluição do ar, solo, lençol freático, rios e mares, pois não parte de um consumo consciente.
Nessa lógica perversa, o meio ambiente existe apenas para servir aos desejos humanos, portanto, sua destruição é aceitável diante do progresso.
Já na visão da economia circular, antes de ser descartado, um item pode ser:
Essa dinâmica é essencial para o consumo sustentável, pois diminui a velocidade da geração de resíduos, mantendo-os por mais tempo em uso.
Enquanto eles forem úteis, não precisarão ser descartados, o que evita que poluam o meio ambiente e ainda reduz a necessidade de produção de materiais novos, que requerem a extração de mais recursos da natureza.
O consumo sustentável é importante pois serve como ferramenta de conscientização para que todos façam sua parte em prol da preservação ambiental.
Ele está embasado na premissa de que cada ação conta e que, aos poucos, é possível virar o jogo, permitindo um desenvolvimento sustentável.
Mas, para isso, é preciso que todos participem, em vez de deixar a luta contra o consumismo irresponsável somente nas mãos de governos e outras autoridades.
Sem um esforço conjunto, os níveis de degradação do planeta vão continuar crescendo, piorando um quadro alarmante.
Conforme dados compilados em relatório da ONU, entre 1970 e 2014, a Terra perdeu aproximadamente 60% das espécies de animais vertebrados.
Quanto aos invertebrados, 42% das espécies terrestres, 34% das aquáticas e 25% das marinhas estão ameaçadas de extinção.
Outra ameaça à vida nos oceanos é a poluição. Todos os anos, 8 milhões de toneladas de plástico são despejadas nas águas.
O aquecimento global, fruto do aumento do efeito estufa por causa da emissão de gases poluentes, é mais um vilão que prejudica a vida no planeta.
Desde o final do século 19, a temperatura média já se elevou entre 0,8ºC e 1,2ºC, afetando a sobrevivência e a qualidade de vida em diversos territórios.
Se a degradação continuar nesse ritmo, pesquisadores estimam de 4,5 milhões a 7 milhões de mortes prematuras até 2050.
Daí a necessidade de conscientização e ações, tanto individuais quanto coletivas, para reverter a situação, incluindo o consumo sustentável.
Conhecido pela abundância de recursos naturais, como vegetação, água e solos férteis, o Brasil também enfrenta os efeitos adversos do consumo desenfreado.
Em janeiro de 2020, a ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) publicou um relatório, alertando sobre um aumento de 74% no desmatamento da Amazônia Legal naquele mês, em comparação a 2019.
Foram 188 km² de área desmatada, agregada ao crescimento da degradação ambiental, de 11 para 163 km² no período de um ano.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, concentrando 50% da biodiversidade e reduzindo impactos dos gases poluentes que provocam o efeito estufa, como o CO2.
Diminuir esses e outros impactos negativos depende, em grande parte, de uma mudança de atitude dos brasileiros e escolha pelo consumo sustentável.
Divulgada em 2019, pesquisa da consultoria Euromonitor revelou que só 20% dos brasileiros se consideram ecofriendly, mostrando como a preocupação com o meio ambiente precisa crescer.
Segundo levantamento do Instituto Akatu, o preço das mercadorias verdes ainda é uma das maiores barreiras para um consumo mais consciente em território nacional.
Significa que o consumidor precisa ser educado a respeito das vantagens desses itens, que têm maior durabilidade e podem ser reutilizados ou reciclados facilmente.
Através do consumo sustentável, ele terá acesso a benefícios coletivos, pois estará colaborando para a saúde do planeta – e, por consequência, a sua própria.
A mudança para um consumo mais consciente agrega uma série de vantagens para a natureza, organizações e a sociedade em geral.
A seguir, listamos 9 delas.
Como mencionamos acima, o consumo sustentável se torna realidade por meio de boas práticas adotadas por pessoas ou organizações.
Abaixo, detalhamos algumas dessas ações.
Na agricultura, há tecnologias que permitem que a água seja reutilizada, assim como equipamentos de irrigação que poupam esse recurso.
A água de reuso também vem ganhando popularidade em novos condomínios comerciais e residenciais, sendo usada para limpeza.
Tanto solos quanto lençóis freáticos, rios, lagos, mares e oceanos são poluídos com resíduos vindos de esgoto e atividades agrícolas.
Por isso, é importante incluir ao máximo as localidades em sistemas eficientes de saneamento básico, além de reduzir o uso de pesticidas no agronegócio.
A instalação de sistemas e/ou pontos de coleta seletiva, combinada a campanhas e conteúdos para auxiliar a população na separação de material reciclável é um exemplo dessa boa prática.
Itens orgânicos e que empreguem menos agrotóxicos já estão presentes nos supermercados, no entanto, é possível controlar ainda mais sua origem, priorizando a produção local.
Cooperativas e associações de produtores de cidades ou regiões próximas podem ser unir para abastecer uma área de forma organizada, garantindo uma agricultura sustentável e uma alimentação saudável.
No mundo, as principais fontes energéticas ainda utilizam combustíveis fósseis para gerar eletricidade, através de processos que lançam toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Por isso, é fundamental poupar energia para diminuir o consumo e a poluição.
Outra opção que vem despontando atualmente é o uso de energia limpa, como a solar e a eólica, que têm menor impacto ambiental.
Compostagem é uma técnica empregada para transformar lixo orgânico em adubo, através de camadas intercaladas entre restos de legumes, frutas e cascas de ovos; e outros materiais, como folhas e serragem.
Depois de alguns dias regando as camadas, elas se tornam marrons, semelhantes à terra, e já podem ser usadas para adubar.
Essa técnica diminui o lixo orgânico, que, caso contrário, seria lançado em aterros, com chances de poluir o solo.
Vivemos em uma sociedade consumista, na qual, muitas vezes, somos julgados e classificados por aquilo que possuímos.
Esse contexto tem nos levado a uma situação caótica, em que o consumismo continua crescendo, mesmo diante de uma crise ambiental sem precedentes.
Assim, é preciso reflexão e esforço para romper com o hábito de adquirir itens supérfluos e sem utilidade, aderindo a um consumo consciente.
Ou seja, não é fácil. Mas é necessário e urgente.
Comece por pequenas atitudes e, aos poucos, você se acostuma a repensar a forma como consome e utiliza seus produtos.
Antes de comprar algo novo, pergunte a si mesmo: “Será que eu realmente preciso disso?”
Se a resposta for não, vale desistir da compra.
Que tal dar uma cara nova a um móvel ou peça por meio do artesanato? Essa prática ajuda a diminuir o ritmo do consumo.
Outras práticas são:
Antes do consumo, os produtos passam pelas etapas de extração, processamento, transformação, nas quais pode haver grande desperdício e práticas destrutivas do meio ambiente.
Portanto, as empresas precisam dar atenção a essas fases, optando por processos menos prejudiciais, que eliminem o desperdício e aumentem a eficiência, além de investir em fontes de energia sustentáveis.
Também devem se preocupar com a reposição dos recursos que utilizam, por meio de ações como o reflorestamento e rotação de culturas para não esgotar o solo.
O design dos produtos é outro fator que contribui para sua durabilidade e impacto ambiental, portanto, é fundamental zelar por itens de qualidade, que possam ser reformados, reutilizados e reciclados.
Organizações com responsabilidade socioambiental costumam, ainda, auxiliar no descarte correto de seus produtos, ao final de sua vida útil, recolhendo-os junto aos consumidores ou através de intermediários.
O consumo sustentável é uma pauta crucial para toda a humanidade e setores produtivos, uma vez que auxilia na preservação de recursos naturais e na qualidade de vida das pessoas.
Por isso, cada vez mais indivíduos, grupos e organizações estão adotando atitudes mais sustentáveis, reduzindo o ritmo do consumo para diminuir seu impacto prejudicial nos ecossistemas.
E você, já conhecia esse conceito? Tem mais dicas para acrescentar?
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