Com a taxa Selic em baixa, muita gente está buscando informações sobre a B3 para migrar parte de seus investimentos de renda fixa para o mercado de ações.
Depois de superar a resistência inicial que os investidores costumam ter contra esse tipo de aplicação, por conta do risco mais elevado, entender como funciona a bolsa de valores é realmente o passo mais inteligente a ser dado.
Uma das maiores bolsas de mercado de capitais do mundo, a B3 é peça fundamental para os brasileiros que querem levar sua carteira de investimentos a um outro nível.
Para ter o melhor rendimento possível, é fundamental se informar sobre a realidade e as perspectivas das empresas nas quais se investe.
Antes disso, porém, a dica é começar aprendendo mais sobre a empresa que faz a mediação entre essas companhias de capital aberto e o investidor.
E é exatamente isso que você vai encontrar aqui.
Vamos falar sobre os seguintes tópicos:
Pronto para entender como a B3 ajuda a fazer seu dinheiro render? Boa leitura!
B3 é a empresa que administra a bolsa de valores de São Paulo, mercado organizado onde ações de empresas de capital aberto e outros valores mobiliários são negociados.
Se esse nome é novidade para você, talvez Bovespa não seja. Esse é o acrônimo tradicional da Bolsa de Valores de São Paulo.
Em 2008, a Bovespa fundiu-se com a maior bolsa de comércio brasileira, gerando a BM&FBovespa, agregando, portanto, a atividade de bolsa de mercadorias e futuros.
A nova mudança veio em 2017, quando foi anunciada outra fusão: da BM&FBovespa com a Cetip, ou Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos.
A Cetip atuava no mercado de balcão, sobre o qual falaremos mais adiante.
A fusão originou a nova empresa chamada B3, cujo nome faz alusão a três palavras que começam com a letra B:
Reunindo as atividades das antigas Bovespa, BM&F e Cetip em uma empresa só, criou-se uma das principais companhias de infraestrutura de mercado financeiro do mundo – a maior bolsa da América Latina.
Na sua plataforma, podem ser negociadas ações, derivativos, títulos de renda fixa privada, moedas, títulos públicos e commodities.
Se você está interessado em ações, saiba que a própria B3 é uma sociedade de capital aberto, com um alto valor de mercado e posição de destaque no cenário global do setor de bolsas.
Com o código B3SA3, as ações da B3 são negociadas no Novo Mercado (sobre o qual falaremos no tópico seguinte) e integram os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros.
Como ponto positivo para investir nas ações da B3 está o fato de que é única bolsa de valores do Brasil que negocia ações.
E é muito difícil surgir um concorrente no curto e médio prazo.
Aquilo que mencionamos no início do artigo – o fato de muitos investidores brasileiros estarem migrando das aplicações de renda fixa para a renda variável – também pode ser considerado um ponto favorável.
Para você ter uma ideia, a empresa divulgou em novembro de 2019 que o número de investidores ativos na bolsa cresceu 95% desde outubro de 2018.
Com esse panorama, os indicadores operacionais e financeiros da B3 também subiram e, quem investiu em ações da empresa, obteve um bom lucro.
Mas não encare isso como uma recomendação: antes de sair investindo, faça uma análise minuciosa, avalie os gráficos recentes e, claro, informe-se sobre outras empresas para diversificar o investimento nas ações e minimizar os riscos.
O Novo Mercado é uma lista de empresas de capital aberto cujas ações são negociadas na B3.
O diferencial das companhias que constam no Novo Mercado em relação às demais é que elas apresentam os melhores níveis de governança corporativa.
Isso significa uma garantia de maior transparência para quem deseja investir nessas instituições.
Governança corporativa é um conjunto de práticas formalmente estabelecidas para nortear as atividades de uma empresa.
Aí entram processos, regulamentos, auditorias, etc.
As companhias que integram o Novo Mercado têm uma governança corporativa reconhecida como qualificada, séria e confiável.
O Novo Mercado foi criado em 2000, mas apresentou sua primeira listagem em 2002.
Desde então, seus critérios se tornaram um padrão de transparência e governança a ser seguido.
É claro que as práticas de governança exigidas para integrar a listagem do Novo Mercado são adicionais ao que a legislação brasileira exige.
Ou seja, a empresa vai além do que é obrigada por lei a cumprir.
O investidor que aplica seu dinheiro em ações do Novo Mercado têm mais informações sobre as empresas nas quais apostam e a segurança de que ela possui políticas eficazes de fiscalização e controle.
As companhias que integram o Novo Mercado da B3 só podem emitir e negociar ações ordinárias, as chamadas ONs.
Isso quer dizer que os acionistas têm direito a participar com voto em assembleias gerais, de decisões da empresa.
Outras regras que as empresas que integram o Novo Mercado cumprem são:
O mercado de balcão tem alguns detalhes que necessitam de experiência e habilidade, afastando investidores mais esporádicos
Conforme explicamos antes, a B3 originou-se da fusão entre a BM&FBovespa e Cetip.
Criada em 1984, a Cetip era o braço operacional da Associação Nacional dos Dirigentes do Mercado Aberto (Andima) e era conhecida principalmente pelo seu ambiente de negociação de títulos no balcão.
Os negócios feitos no mercado de balcão são aqueles em que os participantes negociam entre si, seja diretamente ou com a mediação de um sistema, como o da B3.
É uma alternativa para que as empresas que não têm condições de cumprir os requisitos para integrar a bolsa de valores consigam vender títulos e financiar suas atividades.
A diferença para a negociação de ações da bolsa de valores é que os termos dos contratos são conhecidos apenas pelas partes que negociaram.
O mercado de balcão é descentralizado, não está sujeito às mesmas regulamentações, apesar de ser supervisionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A vantagem do mercado de balcão, também conhecido pela sigla OTC (que quer dizer over-the-counter, ou “sobre o balcão” em inglês), é que ele é mais adaptável às necessidades dos participantes.
Por outro lado, é também menos transparente.
Os mesmos títulos podem ser vendidos por preços distintos para dois investidores diferentes, por exemplo.
É por isso que investir no mercado de balcão só é recomendável para os investidores mais experientes, que compreendem a complexidade das variáveis da negociação.
O mercado de capitais é o sistema que permite às empresas captarem recursos e aos investidores serem os agentes dessa capitalização.
Uma companhia abre capital esperando que um bom número de investidores compre suas ações para que, com esses recursos, financie projetos importantes para o seu crescimento e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico do país.
Esses investidores, porém, só vão se animar a comprar essas ações se houver um sistema que lhes proporcione alguma segurança e, é claro, liquidez para reaver o dinheiro investido.
É aí que entra o mercado de capitais, que faz a mediação entre quem precisa captar recursos e quem quer investir para fazer seu dinheiro render.
A bolsa de valores B3 é uma das partes que integram esse sistema, funcionando como um centro de negociação.
A partir de plataformas digitais, os investidores podem adquirir as ações e outros títulos mobiliários ou, então, vendê-los para outros compradores.
Ou seja, a B3 tem papel fundamental no mercado de capitais, pois é ela que garante um ambiente seguro para as negociações dos ativos financeiros.
Com seus critérios rigorosos, ela ajuda a manter o equilíbrio entre as partes interessadas, sem prejudicar a autorregulação do mercado.
A B3 atua criando e administrando sistemas de negociação, compensação, depósito, liquidação e registro para ativos como ações, títulos de renda fixa corporativa, derivativos de moedas, operações estruturadas e taxa de juros de commodities.
Além disso, opera como contraparte central, oferecendo garantia para a maior parte das operações realizadas em seu sistema de serviços.
Em outras palavras, a bolsa de valores B3 é quem garante um lugar seguro e simplificado para a compra e venda de ações, fazendo a mediação dos negócios entre empresas e investidores.
O mercado primário, que é a primeira oferta de ações de uma empresa (chamada de IPO) acontece na B3, assim como o mercado secundário, que se se trata da negociação de ações entre os investidores.
Para comprar e vender ações, o investidor precisa contratar os serviços de uma instituição financeira (um banco ou uma corretora de valores).
As movimentações são realizadas online, o que permite que mais pessoas possam investir e aumenta a agilidade na compra e venda de ações.
O serviço prestado pela B3 é importante para os dois lados.
Ao vender ações, a empresa recebe recursos para investir no seu crescimento, já o investidor pode receber dividendos ou, então, lucrar com a valorização dos ativos que adquiriu.
As negociações são feitas no ambiente online.
Apesar disso, não é 24 horas por dia que o investidor é capaz de operar na bolsa de valores.
No caso do mercado de ações, ele funciona de segunda a sexta-feira, com diferentes horários de acordo com as a atividade pretendida:
Isso não quer dizer que você precisa acessar o sistema nesses horários para comprar ou vender ações, mas sim que as operações são efetivamente realizadas dentro dessa janela de tempo.
A corretora de valores disponibiliza ao cliente o acesso a um home broker, uma plataforma na qual é possível agendar as operações para ocorrerem quando o mercado abrir.
Também permite dar ordens específicas para realizar operações automaticamente em determinada circunstância.
Por exemplo, comprar ou vender ações de certa empresa caso o valor do ativo caia para o preço X, para aproveitar uma oportunidade ou, então, diminuir o prejuízo.
No caso dos day traders, investidores que movimentam um grande volume de ações em um curto período de tempo, aproveitando as variações diárias dos valores, a história é diferente.
Eles atuam no horário de funcionamento do mercado. Mas esse é um assunto para outro artigo.
Depois de todas as informações que viu até aqui, você deve estar curioso para saber quais os passos para começar a investir na bolsa de valores, não é mesmo?
Então, aqui vão eles:
O primeiro passo é entender qual o seu perfil de investidor e definir qual o seu objetivo, ou seja, que tipo de resultado você espera obter com os investimentos.
Pensa em um resgate a curto, médio ou longo prazo? Qual sua disposição para enfrentar riscos?
Busque referências e escolha uma instituição financeira para lhe providenciar o acesso ao sistema de compra e venda de ações.
Abra uma conta e transfira para ela o dinheiro que pretende investir.
O home broker é uma mesa de operações virtual, que permite comprar e vender ações de forma simples.
Explore o home broker da corretora que você escolheu para entender como ele funciona.
Veja quais são as opções de investimento, pesquise o máximo possível sobre as empresas e escolha com base no seu perfil e objetivos.
A partir de ordens de compra, você utiliza o dinheiro que transferiu para a conta na corretora para adquirir as ações escolhidas.
Atenção aqui: se você tem objetivos de longo prazo e sua pesquisa indicou que as ações nas quais investiu tendem a se valorizar com o tempo, não se desespere com as variações diárias nos valores.
O que importa são as curvas do gráfico ao longo dos anos, não dos dias, semanas e meses.
Como em qualquer investimento, o ideal não é fazer um aporte inicial e esperar um milagre acontecer, mas sim investir com persistência, um pouquinho a cada mês.
No próprio home broker disponibilizado pela corretora, você poderá acompanhar os gráficos com a variação dos valores das ações negociadas na B3.
Mas não é preciso ser cliente de uma corretora financeira para ter acesso a essas informações.
Há uma série de sites de investimentos em que são exibidos os resultados em tempo real. O próprio site da B3 disponibiliza uma plataforma com esses dados ao vivo.
E até mesmo o Google, principal site de busca na internet, fornece resultados com boa atualização.
Experimente digitar nele o código de uma ação, como o da própria B3:
Tudo isso é ótimo para quem ainda não está pronto para investir, seja qual for o motivo, mas quer adquirir o hábito de acompanhar as informações da bolsa para, quando chegar a hora, ter condições de tomar as melhores decisões.
Quem mora no Brasil já sabe que, se deixar seu dinheiro parado na conta corrente, está perdendo poder de compra graças à inflação: o tempo passa e ele passa a valer menos.
E também sabe que, se investir na poupança, o ganho real (ou seja, descontando a inflação dos lucros obtidos) é muito pequeno, quase nulo.
Ou pelo menos deveria saber, pois a poupança ainda é o investimento preferido dos brasileiros.
Essa realidade tem mudado.
Boa parte da população do Brasil tem buscado se informar melhor sobre o mercado financeiro e as possibilidades de investir seu dinheiro de forma mais inteligente.
Tarefa que se tornou fácil com a popularização do acesso à internet.
Hoje, é possível se informar muito bem gratuitamente, em vários sites especializados em finanças pessoais e investimentos.
Desse modo, muitos brasileiros migraram da poupança para o Tesouro Direto, programa do governo que oferece ótimas opções de títulos de renda fixa.
O que acontece é que, com a taxa Selic em queda, esse tipo de ativo não garante mais rendimentos tão bons quanto em outros anos.
É nesse contexto que os investidores brasileiros começam a se interessar mais pela bolsa de valores. É na compra e venda de ações que estão as melhores perspectivas hoje.
Quer embarcar nessa tendência? O primeiro passo você já deu, informando-se aqui sobre a B3.
Fique ligado em nosso blog para conferir outras dicas sobre investimentos.
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